Após polêmica do açaí Semsa realiza 3,5 mil exames

A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde – SEMSA, segue com suas equipes mobilizadas para o monitoramento do consumo do açaí na capital. Até sexta-feira, 15, haviam sido realizados 3.500 exames pelos técnicos do Centro de Apoio Diagnóstico – CAD, desde que o Município divulgou o resultado da análise do produto comercializado na cidade. O fim do atendimento no CAD ocorreu nesta segunda-feira, 18.

De acordo com a SEMSA, a Prefeitura realiza o monitoramento laboratorial da polpa do açaí comercializado em Rio Branco desde 2016, como parte da execução do Plano de Ação referente à comercialização do produto como alimento seguro para a população. Durante dois anos, os exames realizados não detectaram nenhum perigo à saúde da população.

Entre os meses de novembro e dezembro de 2018 o Departamento de Vigilância Sanitária do Município realizou coleta de polpa de açaí em pontos estratégicos da cidade e encaminhou as amostras ao Laboratório Central de saúde Pública do estado do Acre – LACEN, que por sua vez as encaminhou ao Instituto Adolfo Lutz para análise.

O resultado da análise do laboratório apontou que a maioria das amostras estava própria para consumo, sendo que apenas as amostras coletadas no Mercado Público Elias Mansour apresentaram resultado positivo para fragmentos de DNA de Trypanosoma Cruzi, protozoário causador da doença de Chagas.

Processadores artesanais de açaí querem apoio legislativo para voltarem a atuar

Um grupo de comerciantes que fazem o processamento artesanal de açaí em Rio Branco estiveram em reunião com deputados estaduais na manhã desta terça-feira, 12, na Assembleia Legislativa. Essa foi o segundo encontro com os parlamentares. O primeiro ocorreu na semana passada, quando foi criada uma comissão especial da casa para o acompanhamento da questão que envolve, entre outras, exigência de que esses vendedores se adequem às exigências legais e sanitárias para a comercialização do açaí em Rio Branco.

A produção artesanal está proibida desde o início do mês, quando foram identificados traços de fezes do mosquito barbeiro em amostras de açaí comercializados na região do mercado Elias Mansour, no centro da cidade.

Esses vendedores e processadores querem que os parlamentares atuem na produção de uma legislação que possa lhes garantir o direito de continuar o trabalho que já desenvolviam, já que não dispõem de estrutura para cumprirem todas as exigências que lhes são impostas.

Participaram da reunião, além de deputados estaduais, representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), através da Vigilância Sanitária e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

Um dos representantes dos comerciantes, Edivaldo Rebouças, disse que todos os de sua categoria estão sem trabalhar desde o mês de setembro, quando a safra de açaí se encerrou. Agora, com a volta da safra neste início de ano, gostariam de voltar a processar a fruta, mas estão impedidos por conta do incidente com o açaí do mercado Elias Mansour.

“Nós somos pequenos. A gente processa no máximo 30 ou 40 litros de açaí por dia. Diferente dos grandes que enchem carretas com várias toneladas de produto para mandar para fora do Estado”, lamentou Rebouças. “Não queremos fazer nada fora da lei ou que prejudique a população. Queremos apenas que nos deem condições de trabalhar e vender o nosso produto”, completou.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Otoniel Almeida, há um vazio na legislação brasileira em relação aos processadores artesanais, diferente do que ocorre com os grandes estabelecimentos do ramo.

“O que estamos discutindo aqui é que não há quem regulamente esses processadores. A vigilância fiscaliza, mas quem deveria fazer isso são os órgãos agropecuários. A verdade é que há um vazio na legislação e é justamente isso que estamos discutindo na Câmara e na Assembleia, ou seja, buscando a criação de uma lei que venha dar legalidade ao ato, ou por parte da Vigilância Sanitária, ou pelos órgãos agropecuários”, explicou Otoniel.

O secretário reforçou a necessidade de que esses produtores e processadores cumpram as regras e exigências da Vigilância Sanitária para que possam comercializar o açaí na cidade. “Eles precisam cumprir as regras de limpeza, de padrões de estrutura física de equipamentos, e da qualidade de produção desse açaí”.

Vigilância estadual diz que deveria ter participado da fiscalização

O diretor a Vigilância Sanitária estadual, Márcio Jander Ribeiro, disse que sua instituição deveria ter sido convidada pela coirmã municipal para participar das fiscalizações que resultaram na apreensão de açaí impróprio para o consumo. De acordo com ele, a intensão seria uma investigação mais aprofundada para determinar se o produto também estava sendo distribuído para outras cidades do interior.

“A Vigilância Sanitária municipal está preocupada com a população local. Mas e aquela população de outros municípios para onde essa bebida pode ter sido transportada, as pessoas que a consumiram, o que fazer com elas?”, questionou Ribeiro.

Resultados de exames em consumidores de açaí sai no dia 18

Cerca de 1 mil pessoas atenderam ao chamado da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para fazerem exames específicos que identificam a contaminação por doença de chagas. A convocação era voltada para aqueles que consumiram açaí dos pontos de venda instalados no mercado Elias Mansour ou proximidade, já que a Vigilância Sanitária Municipal identificou fezes do mosquito barbeiro, transmissor da doença, em amostras do produto vendidas naquele local.

Ontem, o secretário da Semsa, Otoniel Almeida, informou que os resultados desses exames devem ser divulgados no dia 18, segunda feira próxima.

“Os exames estão em fase de conclusão. Então, esperaremos que todos fiquem prontos para que possamos divulgar os resultados para a imprensa e para a comunidade em uma única oportunidade”, explicou Otoniel.

O secretário, no entanto, garantiu que serão divulgados apenas dados que não revelem nomes de qualquer pessoa que, por ventura, tenha sido contaminado pelo açaí contaminado. Ele explica que essa é uma medida de proteção para evitar que venham sofrer algum tipo de preconceito.

A doença de chagas é uma inflamação causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, comumente encontrado em fezes de insetos. No Brasil, o principal transmissor é o mosquito barbeiro que, por ter hábitos noturnos, costuma se esconder em lugares escuros, quentes e úmido. Os cachos de açaí são ambientes ideias para esses insetos.

A contaminação acontece quando os frutos são triturados in natura, ou seja, sem que recebam qualquer tratamento que possa retirar impurezas ou elementos contaminantes.

Conheça os sintomas da doença de chagas

A doença de chagas tem dois estágios: agudo e crônico. A fase aguda pode apresentar sintomas moderados ou nenhum sintoma. Entre os principais sintomas estão:

Febre

Mal-estar

Inchaço de um olho

Inchaço e vermelhidão no local, em caso de picada do inseto

Fadiga

Irritação sobre a pele

Dores no corpo

Dor de cabeça

Náusea, diarreia ou vômito

Surgimento de nódulos

Aumento do tamanho do fígado e do baço.

Audiência pública na Câmara discute contaminação de açaí

A Câmara de Rio Branco realiza na manhã desta segunda-feira, 11, uma audiência pública para discutir a contaminação de amostras de açaí por fezes do mosquito barbeiro, transmissor da doença de chagas. As amostras foram encontradas pela Vigilância Municipal em alguns comércios do mercado Elias Mansour, há cerca de um mês. Desde então, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) fez solicitação para que as pessoas que consumiram o produto adquirido naquele mercado, procurem as unidades de saúde para fazer exames específicos.

A convocação da audiência foi feita pelo vereador Artêmio Costa (PSB), durante sessão na Câmara de Rio Branco, na manhã de terça-feira, 5. Sua intenção é buscar o fortalecimento das ações de fiscalização do açaí produzido no estado.

“A notícia de que o produto estava contaminando as pessoas causou grande nervosismo entre a população. Nesse sentido, acho de extrema importância suscitar um debate mais aprofundando a fim de se evitar que situações como essa voltem a se repetir”.

Fiscalização e controle

Artemio cobrou ainda medidas mais enérgicas da Vigilância Sanitária. “A fiscalização e controle deve ser intensa, afinal de contas, o que está em jogo é a saúde da nossa população”, disse ao orientar ainda ao consumidor verificar a procedência do alimento antes de adquiri-lo. “O consumidor, antes de comprar algum alimento, deve verificar se o local tem alvará sanitário. Mas sabemos que ainda assim existe o risco, por isso que defendo uma maior fiscalização por parte do órgão”.

Mais de mil já fizeram exames

A convocação feita pelas autoridades de Saúde municipal surtiu o efeito desejado. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Otoniel Almeida, até a tarde da sexta-feira, 08, mais de mil pessoas já tinha colhido material para os exames que podem detectar a presença do Trypanosoma cruzi, um parasita que é encontrado nas fezes do mosquito barbeiro.

“Os exames estão sendo feitos em todas as pessoas que consumiram o açaí do mercado. Os resultados devem ficar prontos em poucos dias. Aquelas pessoas que, por ventura, foram infectadas, as encaminharemos para o tratamento adequado o mais rápido possível”, garantiu Otoniel.

O que é Doença de Chagas?

Doença de chagas é uma inflamação causada por um parasita encontrado em fezes de insetos. É bastante comum em países da América do Sul, América Central e no México. Alguns casos da doença já foram identificados nos Estados Unidos também.

A doença de Chagas também é conhecida como tripanossomíase americana e chaguismo. Recebeu esse nome graças ao seu descobridor, o médico brasileiro Carlos Chagas – indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

No Brasil, cerca de três milhões de pessoas estão infectadas com a Doença de Chagas. A boa notícia é que esse número corresponde somente a pessoas que foram infectadas no passado e que continuam com o tratamento da doença. Em 2006, o Brasil recebeu o certificado internacional de interrupção da transmissão da doença. Isso se deu graças a ações sistematizadas e bem-sucedidas de controle químico instituídas a partir de 1975, época em que a área endêmica da Doença de Chagas cobria 18 estados nacionais e mais de 2.200 municípios. Hoje, a transmissão da doença não se dá mais por meio do contato direto do parasita, mas principalmente pelo contato indireto – por meio da ingestão de alimentos contaminados com fezes do parasita ou com o inseto que contenha este parasita, por exemplo.

Causas

A Doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um parasita da mesma família do tripanosoma africano, responsável pela doença do sono. O parasita pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente um conhecido como barbeiro, e é um dos maiores problemas de saúde na América do Sul, América Central e também do México. Devido à imigração, a doença também afeta pessoas em outros continentes atualmente.

É possível contaminar-se também com a doença a partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do parasita, da transfusão de sangue ou transplantes de órgãos contaminados com a doença, do contato direto com o parasita e com outros animais que estejam infectados. A Doença de Chagas também pode ser congênita, no caso de mães infectadas que transmitem esse mal para o filho durante a gravidez.

Com informações da Câmara de Rio Branco e portal Minha Vida

Prefeitura de Feijó garante que açaí que produz tem boa procedência

Feijó, no interior do Acre, é um dos maiores produtores de açaí do Brasil. O produto de lá é considerado, também, um dos de melhor qualidade. O açaí é tão importante para o município e para a sua economia que até adotou o lema “A cidade do açaí”.

Nos últimos dias, porém, a notícia de que fezes do mosquito barbeiro teriam sido encontradas em amostras de açaí comercializadas em Rio Branco, acabou por atingir, também, o açaí de Feijó, reduzindo, sensivelmente, as suas vendas.

A prefeitura do município, no entanto, reage e garante que a iguaria produzida e comercializada ali tem boa procedência, está livre de contaminação é sem restrições para o consumo.

Gilberto Braga, assessor de Comunicação da prefeitura de Feijó, disse que os produtores de açaí da cidade, bem como os comerciantes, estão sendo vítimas da generalização que está sendo feito em torno das notícias de contaminação do produto. Ele lembrou que apenas amostras comercializadas em alguns pontos do mercado Elias Mansour, em Rio Branco, estavam contaminadas, mas que o mesmo não se verifica em qualquer outro ponto da capital o do que é produzido em sua cidade ou em outros municípios do Acre.

“Essa notícia acabou generalizando e atingindo todo uma cadeia produtiva de açaí, prejudicando muita gente. E sendo Feijó o maior produtor do Estado, acaba sendo o maior prejudicado”, explicou Braga.

De acordo com o assessor, a prefeitura de sua cidade tem investido em maquinário moderno para o processamento da fruta que é feito por desempolpadeira específica, através de processo que inibe a sobrevivência de bactéria ou qualquer outro organismo vivo que venha causar danos à saúde de quem o consome.

“Temos um controle de qualidade muito rígido que é feito com o acompanhamento do Ministério da Agricultura”, garante. “Nossos produtores também fizeram cursos para o correto manuseio e higienização do açaí durante o processo de colheita e armazenamento”, completou.

A prefeitura de Feijó pretende intensificar campanha para informar os consumidores sobre a qualidade do açaí vendido na cidade. Essa seria uma forma encontrada para garantir que os prejuízos sejam reduzidos no máximo possível.
 
Fiscalização continua em Rio Branco

O secretário de Saúde de Rio Branco, Otoniel Almeida, informou que a Vigilância Sanitária Municipal continua a fiscalização nos pontos de venda de açaí em Rio Branco. No entanto, nenhuma outra amostra contaminada foi identificada.

“Estamos com uma forte fiscalização, bem como com o trabalho de educação para os produtores e comerciantes. É nessa fase que entregamos a esses a cartilha contendo orientações de boas práticas para o manuseio do açaí”, disse Otoniel.

Continua o monitoramento do consumo do açaí na Capital

Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) continuam mobilizadas para o monitoramento do consumo do açaí na cidade de Rio Branco. Desde a última sexta-feira, 4, mais de 1,570 pessoas foram ao Centro de Apoio Diagnóstico (CAD), na Travessa Hemoacre para fazer exame, em atendimento ao chamamento público feito pela Prefeitura quando, em coletiva à Imprensa, foi divulgado o resultado da análise do açaí vendido na cidade. A medida integra o conjunto de ações com vistas a garantia da qualidade do açaí e a proteção à saúde das pessoas.

O município de Rio Branco realiza monitoramento laboratorial da polpa de açaí em pontos estratégicos da cidade de Rio Branco, desde 2016, como parte da execução do Plano de Ação referente à Comercialização do Açaí como alimento seguro para a população. Por um período de dois anos nenhuma consistência foi encontrada no produto.

No ano de 2018, no período entre novembro e dezembro, o Departamento de Vigilância Sanitária do Município realizou coleta de polpa do Açaí para em pontos estratégicos da cidade, nos pequenos batedores que fornecem açaí a varejo (Mercado Elias Mansour, Ceasa, Mercado do Quinze e Manoel Julião). As amostras coletadas foram encaminhadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Acre – LACEN ao Instituto Adolfo Lutz para análise laboratorial. Todas apresentaram resultados satisfatórios, exceto o laudo da amostra coletada no mercado Elias Mansour e entorno, que apresentou resultado positivo para fragmentos de DNA de Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas.

Confirmada a contaminação do açaí comercializado no Centro de Rio Branco, a Vigilância Sanitária realizou a imediata retirada do produto sem procedência do mercado, publicou a cartilha de boas práticas de beneficiamento dos frutos de açaí, elaborou uma nota técnica de orientação aos consumidores, além de fazer abordagem educativa dos batedores e fornecedores no Mercado Elias Mansour. “Demonstrando nosso compromisso, cuidado e zelo com a Saúde Pública”, destaca o secretário de Saúde, Oteniel Almeida.

O atendimento no CAD continua até o próximo dia 18 para atender, prioritariamente, pessoas que compraram e consumiram açaí do Mercado Elias Mansour entre novembro e dezembro de 2018.

Doença de chagas

O mal de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pode ser adquirida por meio do contato com as fezes do barbeiro, seja pela pele, seja via oral. Entre os principais sintomas estão febre, inchaço e problemas cardíacos. É uma doença que se não for tratada, pode levar à morte.

Anúncio de contaminação em açaí de mercado afeta produtores e fecha pontos de vendas no AC

Após a Secretaria Municipal de Saúde ter atestado contaminação no açaí vendido no Mercado Elias Mansour, no Centro de Rio Branco, a venda do produto despencou no comércio da capital acreana. Segundo os comerciantes, a queda da venda do produto está em vários pontos do comércio e alguns já fecharam.

A Saúde convocou a população de Rio Branco que comprou e tomou açaí dos fornecedores do mercado para que façam o exame de diagnóstico para doença de chagas.

Os exames podem ser feitos até o dia 18 de fevereiro das 7h às 12h e das 14h às 17h, no laboratório de saúde do Estado, o Lacen.

Os comércios que processavam e vendiam o produto no Mercado Elias Mansour foram fechados. Até aqueles que comercializam o produto com registro do Ministério da Agricultura estão com as vendas comprometidas.

A comerciante Tereza Andrade conta que as vendas caíram de 50 litros para uma média de 10 litros por dia. “Meu Deus, eu pedi 20 litros e foi a maior novela para vender esses 20 litros. Digamos que em média está sendo 10 litros por dia. De 50 para 10 tem diferença, né”, disse.

A cadeia produtiva do açaí gera centenas de empregos diretos e indiretos em todo o estado. O anúncio fez com que o produto desvalorizasse não só no Mercado Elias Mansour, mas também em outros pontos da cidade e, consequentemente, abalou toda a cadeia produtiva. Como no Mercado da Estação Experimental.

“Está todo mundo sentindo a dor no bolso, a falta do dinheiro. Vocês podem ver, a feira nem se compara com antes. A gente tem os compromissos e agora que era para ser o pagamento, a gente ficou sem ganhar”, reclamou Tereza.

Queda de 500% nas vedas

Segundo o comerciante Francisco das Chagas, depois da repercussão do açaí contaminado, as vendas caíram 500%. “Eu vendia 100 litros, terminava cedo, hoje não estou vendendo 20 ou 10 litros. Já são 10 horas e só vendi 2 litros. Está prejudicando, por causa de um, prejudicou todo mundo”, disse.

A diretora do departamento de assistência, da Secretaria Municipal de Saúde, Jesuíta Arruda, tranquiliza a população que consome o açaí em outros pontos da cidade.

“Nossa orientação é para quem consumiu ali no Mercado Elias Mansour, porque a Vigilância Sanitária faz o monitoramento e o material colhido nos outros estabelecimentos todos estão favoráveis. Insatisfatório foi apenas naquela localidade. Então, a gente orienta os consumidores que se tranquilizem”, afirmou Jesuíta.

Produtores de açaí e vereadores propõem a criação de um selo de qualidade

Produtores de açaí e vereadores de Rio Branco se reuniram nesta quinta-feira, 6, para pedir providências frente aos prejuízos que eles vem contabilizando desde do anúncio feito na última sexta-feira de que o açaí vendido no Mercado Elias Mansour estaria contaminado com protozoário causador da doença de Chagas.

Eles solicitaram também a criação de um selo de qualidade. Os produtores pediram ainda que os vereadores criem uma lei no intuito de garantir a segurança da população, e com isso eles possam voltar a comercializar os seus produto.

Para o produtor Marcos Alves, a distribuição do alimento ficou prejudicada, as vendas estão paradas.

“A gente quer uma facilidade para comercializar na legalidade. Nós podemos fornecer com qualidade, só é necessário garantir às pessoas que elas vão ter um produto de qualidade”, disse.

O vereador Artêmio Costa pediu uma audiência pública para a próxima semana. Na ocasião será discutida a proposta de criação do selo que funcionará como pactuaçao entre os produtores para que haja os devidos cuidados desde o preparo até a venda.

“A gente quer chegar a um denominador comum e talvez propor, nesse audiência, uma lei municipal para que haja uma cadeia de produção e ter um selo de qualidade para que o consumidor, quando for naquele local, saber que é de uma procedência boa”, disse Artêmio Costa.

Segundo o vereador, Eduardo Farias, há dois aspectos importantes quanto a criação do selo de qualidade de origem que devem ser levados em consideração, o econômico e o da saúde.

“É toda uma cadeia econômica que é prejudicada por conta de um problema real efetivo que nós temos que dar o devido tratamento, o segundo é no ponto de vista de saúde, nós não podemos expor a população a qualquer risco de tomar uma bebida que é cultural nossa como é o açaí, mas ao mesmo tempo correr o risco de contrair uma doença que pode levar até a morte”, disse.

Produção de açaí no Acre deve passar por fiscalização até o fim do mês

Após toda a polêmica envolvendo a produção de açaí, o responsável pela Superintendência Federal da Agricultura no Acre (SFA/AC), Luziel Carvalho, afirmou nesta terça-feira, 5, que até o fim deste mês uma força-tarefa constituída por auditores fiscais federais e engenheiros agrônomos para fiscalizar locais que processam e comercializam o produto.

“Já entramos em tratativas com Brasília para realizar uma força-tarefa, no Estado como um todo, tanto nas indústrias que são registradas no MAPA [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento], quanto nas indústrias e comerciantes que não são registrados”, afirmou o superintendente.

O gestor adiantou que virão ao Acre auditores e engenheiros de diversos Estados da federação e afirmou que também serão convidados a integrar o grupo equipes da Vigilância Sanitária do e do Ministério Público.

Luziel Carvalho informou que no Estado há três indústrias certificadas com selo de boas práticas no processamento do açaí. Duas estão localizadas em Rio Branco e uma em Feijó.

Ele explicou que embora a função de fiscalizar seja delegada ao Estado e aos municípios, no Acre, ainda não existe uma legislação que trabalhe especificamente com essa questão da fiscalização.

“Trouxemos no ano passado, para o Acre, uma pessoa que é referência no Pará em confecção de legislações de fiscalização de produtos de bebidas, no caso o açaí. Ele realizou palestra no Idaf e ajudou a área técnica do órgão a elaborar minuta de projeto de lei para ser encaminhado à Assembleia, mas, infelizmente, ele ficou engavetado”, revelou.

Ele esclareceu que para que o consumidor tenha a garantia que está adquirindo um produto certificado é necessário verificar se na embalagem há o número de registro no MAPA. “As fiscalizações que fazemos nas indústrias geralmente são anuais”, destacou.

Carvalho disse ainda, que será articulado juntamente com o diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), para que a minuta do projeto de lei seja encaminhada para apreciação e aprovação dos deputados​, na Assembleia Legislativa.

“Vamos articular juntamente ao novo diretor-presidente do Idaf, para que ele possa encaminhar esse projeto de lei para a Aleac, para ser apreciado e aprovado pelos deputados, e assim, termos no estado do Acre o amparo legal que vá salvo resguardar os ficas do próprio Idaf a poder fazer essa fiscalização e consequentemente esse controle maior”, disse.

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Não podemos “matar” uma cadeia produtiva, diz superintendente

O superintendente da SFA/AC pediu mais coerência e responsabilidade por parte da Vigilância Sanitária na forma de tratar essas questões.

“Não podemos ‘matar’ uma cadeia produtiva tão forte e promissora como a da do açaí do Estado do Acre, com um dos melhores produtos do Brasil, por serem identificados produtos contaminados em apenas um ponto dentre os analisados. É a forma que se trabalha. Parece que as pessoas que estão à frente da gestão buscam mais o holofote, o ego pessoal e não pensam nas consequências que isso pode trazer para uma cadeia como um todo e para a economia do Estado”, frisou o gestor.

Luziel lembrou que centenas de produtores rurais que atuam na cadeia produtiva do açaí participaram, nos últimos anos, de capacitações ofertadas pelo governo do Estado visando às boas práticas no manuseio, acondicionamento e venda do produto. “Não estamos criminalizando quem produz, mas a legislação será aplicada”, avisou o representante do Ministério da Agricultura no Acre.

Com informações AC24horas

Vereador Mamed Dankar cobra selo de qualidade do açaí

O vereador Mamed Dankar (PT) defendeu na manhã de terça-feira, 5, durante sessão na Câmara de Rio Branco, a criação de um selo de qualidade do açaí produzido no Estado. A defesa ocorreu após a Secretaria Municipal de Saúde ter divulgado uma análise apontando a contaminação do açaí vendido no Mercado Elias Mansour, em Rio Branco, pelo protozoário que causa a doença de chagas.

“A secretaria fez um chamamento público para que os rio-branquenses que adquiriram ou consumiram o produto oriundo do Mercado Elias Mansur nos meses de novembro e dezembro de 2018, bem como janeiro de 2019, realizassem exames preventivos. Isso não é o suficiente. Não foi a primeira vez que essa situação ocorreu e pode também não ser a última. Precisa-se intensificar a fiscalização e buscar novos meios de resguardar a população”.

Ao destacar a importância do debate, Dankar observou ainda os possíveis prejuízos aos produtores de açaí. “O que me preocupa é que se não tomarmos as medidas corretas, a população acabe parando de consumir o açaí, prejudicando assim os produtores. Economicamente isso seria ruim para o Estado”.

Nesse sentido, o vereador sugeriu reunir todos os envolvidos na cadeia produtiva do açaí para discutir o assunto. Na pauta, “a definição das responsabilidades quanto à inspeção no processo de produção do açaí, intensificação da fiscalização sobre pontos de vendas, retirando de circulação produtos inapropriados e sem procedência conhecida; um curso de boas práticas de produção e definição de políticas públicas e legislação própria para as agroindústrias artesanais.

“O objetivo dessas ações é garantir a comercialização de um produto em perfeita qualidade. O selo trará segurança tanto ao produtor quanto ao consumidor. Precisa-se criar algumas exigências e eliminar os riscos de contaminação pelo transmissor da doença de Chagas. Tais medidas são importantes, pois, quando surgem situações como essas, o produtor acaba sendo bastante prejudicado. Não podemos penalizar todos os produtores por erro de um ou dois”, frisou.

População realiza exames após divulgação de venda açaí contaminado em Rio Branco

Desde que a prefeitura de Rio Branco fez o chamamento público e anunciou que o açaí vendido no mercado Elias Mansour estava contaminado com o protozoário causador da doença de Chagas, o Centro de Apoio Diagnóstico (CAD) está preparado para receber a população para realizar os exames. Na segunda-feira, 4, a procura pelo procedimento foi grande.

O casal Rayane Ribeiro e Jamersom Ribeiro, procuraram o Centro logo pela manhã para fazer o exame. Eles contaram que consumiram muito o produto, tanto do mercado Elias Mansour quanto de outros locais.

“Todas as pessoas que eu conversei estão com medo, eu prefiro acreditar que não estou com a doença, mas gente fica com receio”, diz o jovem. “Eu fiquei preocupada porque eu consumi de vários lugares, fiquei com receio de o fornecedor ser o mesmo”, acrescenta a esposa.

A chefe departamento do CAD, Jaqueline Almeida, explicou como estão sendo feitos os procedimentos. “Estamos atendendo de 7h às 12h e das 14h às 17h, as pessoas estão chegando e está sendo feita uma triagem, e vamos dividir os exames entre gota espessa e sorologia”.

Ela explicou que os exames estão sendo realizados de duas maneiras distintas. “A gota espessa é para quem consumiu o açaí do dia 15 de dezembro pra cá e a sorologia do início de novembro até o dia 15 de dezembro”, explicou.

A diferença entre os exames está na rapidez dos resultados, a sorologia depende da liberação do Lacen, já o outro método o resultado sai em três dias. As pessoas que fizeram os exames serão contactadas para irem buscar o resultado assim que ficarem prontos.

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Sintomas da doença e cuidados

A Doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma Cruzi o parasita pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente um conhecido como barbeiro. Os sintomas iniciais da doença como febre, dores de cabeça e mal estar entre outros se não tratados e a doença evoluir pode chegar a quadros mais complexos como: Constipação, dor no abdômen dificuldades para engolir, problemas digestivos e até alteração dos batimentos cardíacos.

O médico infectologista e deputado estadual Jenilson Leite, explicou que o risco de quem consumiu o alimento contaminado contrair a doença existe, porém não necessariamente, pois o material genético do barbeiro dependendo das condições não oferece mais risco.

“As pessoas que tomaram o açaí desse correm o risco de contrair a doença sim, mas não é assim, tomou o açaí é vai estar com a doença de chagas, há muitas variáveis, o material genético encontrado no açaí em condições normais ele resiste somente por dois dias, quando ele está congelado ele dura até seis dias, se alguém consumiu o açaí com material genético não significa que vai contrariar a doença de chaga”, explicou o médico.

Leite, também destacou a importância de fazer o exame. “Tem que tomar cuidado, tem que ir fazer o exame, mas não precisa desse pavor todo” tranquilizou.

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Comerciantes relatam prejuízo nas vendas

Ainda na sexta-feira, quando foi anunciado o risco de contaminação da polpa da fruta, a Vigilância Sanitária recolheu todos os produtos que estavam a venda nas bancas do mercado municipal e proximidades. Desde então os comerciantes registram queda nas vendas.

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Idevania Ferreira trabalha com vendas de polpa de fruta no mercado Elias Mansour a quatro anos, segundo ela, somente de polpa de açaí chega a vender 40 litros por dia, quando o movimento está bom.

“Quando está em época de pagamento a gente chega a vender até 40 litros, já está sendo um prejuízo, as pessoas tem procurado, eu explico que temos que respeitar a fiscalização”, conta.

Eliete Gomes, disse que percebeu uma queda no movimento de 60 a 70% na banca em que ela trabalha. Ela afirma que os fornecedores que entregam no mercado, também fazem entrega para outros locais da cidade.

“O prejuízo está sendo enorme, o açaí é fonte de renda, olha o movimento dentro do mercado, caiu 60 a 70%, hoje ainda não fiz 100 reais, porque a pessoa vem comprar o açaí ela aproveita leva uma farinha ou outra coisa. O fornecedor entrega aqui, na Estação e em vários outros locais, e eles só falam do açaí do mercado”, relata.

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Semsa encontra vetor da doença de Chagas em açaí e convoca população

Quem tomou açaí deve fazer exames no Lacen

Após constatar a presença do vetor da doença de Chagas em amostras de açaí comercializado no Mercado Municipal Elias Mansour, localizado no Centro de Rio Branco, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) convocou na sexta-feira, 1, a população da capital que comprou e consumiu o produto dos fornecedores do local a fazerem o exame preventivo para diagnóstico da doença.

A orientação vale para os populares que adquiriram a polpa da fruta entre novembro do ano passado e janeiro deste ano. De acordo com a Semsa, os exames podem ser feitos no Centro de Apoio e Diagnóstico (CAD), ao lado do Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Djalma da Cunha Batista (Lacen) que fica localizado na Avenida Getúlio Vargas, Travessa do Hemoacre.

Durante coletiva em que anunciou a convocação, Oteniel Almeida, secretário de Saúde de Rio Branco, explicou que a constatação de fragmentos de DNA de Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas, veio após fiscalização da Vigilância Sanitária nos mercados do Manoel Julião, Ceasa, Quinze e Elias Mansour. Quase todos apresentaram resultados negativos.

Entretanto, as amostras de açaí coletadas no Mercado Elias Mansour e entorno apresentaram resultados positivos da doença. Com isso, a Prefeitura retirou de comercialização o açaí de procedência desconhecida. Na coletiva, o secretário explicou que a fiscalização é realizada periodicamente nos mercados e que nos últimos anos não foram encontradas inconsistências.

“As unidades do Município vão fazer a coleta das amostras da população e o Lacen irá realizar o diagnóstico, é uma parceria entre Prefeitura e Estado. A partir de segunda-feira até o dia 18 deste mês, das 7h às 12h e das 14h às 17h, serão realizados os exames voltados à população. Os resultados serão apresentados as pessoas em até três dias úteis”, explicou o gestor municipal.

Segundo Almeida, os produtores e comerciantes que atuam no Mercado Elias Mansour também passarão por exames como medida preventiva e início imediato de tratamento diante resultados positivos. Ele ressaltou que é importante que esse grupo comunique o Poder Público se teve ou não contato com o açaí ou outros produtos derivados da fruta que são comercializados na região.

Fiscalização

A Secretaria Municipal de Agricultura de Rio Branco destacou que até 2010 a comercialização e o processamento do açaí eram feitos nos boxes do Mercado Elias Mansour, a última prática foi banida após o local passar por reforma. “Foi orientado que o processamento fosse feito em locais apropriados. Então ficou apenas a comercialização”, disse o gestor da pasta Elysson de Souza.

O secretário explicou que o processamento da fruta é feito em agroindústrias ou até mesmo de forma artesanal. Porém, é preciso de que um certificado de autorização para que o processo seja realizado. “A gente sabe que o açaí é um produto feito de forma artesanal, mas deve ser expedido uma certificação que apresenta a origem do produto”. Souza reforçou que é importante que os comerciantes procurem a Secretaria de Agricultura para verificar o registro de fornecedores

Mergulhadores buscam banhista atropelado por Jet Ski durante o Festival do Açaí

O pedreiro Jadson Tadeu desapareceu nas águas do rio Envira, no último domingo (12), em Feijó

Uma equipe do Corpo de Bombeiros faz buscas a procura do pedreiro Jadson Tadeu, 40 anos, que desapareceu nas águas do rio Envira, na tarde do último domingo (12), em Feijó. Segundo a família, Tadeu foi atropelado por um Jet Ski quando tentava atravessar o rio.

Segundo militares do Corpo de Bombeiros que faziam o monitoramento dos banhistas, o pedreiro ultrapassou a área delimitada para o banho e entrou no espaço reservado para embarcações. Havia uma corda esticada dentro do rio delimitando até onde os banhistas podiam avançar dentro do manancial.

Na tarde do domingo os mergulhadores fizeram algumas buscas e retomaram os serviços na manhã desta segunda-feira (13). A polícia identificou o condutor do Jet Ski que prestou depoimento e foi liberado.

Ainda segundo a família da vítima, o condutor em alta velocidade atropelou o pedreiro no momento em que ele tentava atravessar o rio para tirar uma foto em uma placa do Festival do Açaí. Jadson Tadeu é morador de Rio Branco e estava em Feijó se divertindo no evento.

mergulhadores

Projeto investe em capacitação para melhoria da qualidade do açaí no Acre

Os cuidados na coleta, acondicionamento, transporte e beneficiamento do açaí foram tema de oficina realizada no município de Feijó, nos dias 4 e 5 de maio, com a participação de extrativistas que praticam a extração comercial do açaí, catadores autônomos e manipuladores e gerentes de agroindústrias locais. Promovida pelo projeto “Qualidade da matéria prima, do processamento de açaí e café e gestão de agroindústrias familiares do Acre – Fortalece”, executado pela Embrapa Acre, a capacitação visou proporcionar conhecimentos para melhorar as Boas Práticas na colheita, pós-colheita e processamento da fruta e a qualidade da polpa.

As atividades, realizadas na comunidade rural Sinimbu, localizada no seringal Benfica, a oito quilômetros do município de Feijó (AC), e na sede da agroindústria República do Açaí, parceiras na execução do projeto, focaram procedimentos essenciais nas diferentes etapas da produção de açaí – da retirada da fruta da floresta até o processamento final. “Na colheita e pós-colheita do açaí, cuidados como manter o kit de coleta limpo e higienizado, evitar o contato dos frutos com o solo, não deixar a produção muito tempo na floresta nem exposta ao sol, realizar o transporte dos frutos ainda nos cachos, em ambiente apropriado (arejado e sem a presença de animais e pessoas), e selecionar os frutos coletados, eliminando palha, folhas, insetos, restos de terra e outros resíduos, ajudam a garantir qualidade à produção”, explica a pesquisadora Joana Souza, responsável pela capacitação.

Boas práticas na comunidade

As aulas práticas na floresta mostraram que os produtores rurais e catadores conhecem as Boas Práticas, mas precisam melhorar alguns procedimentos. Um dos aspectos identificados é a necessidade de transportar as espigas com os frutos acondicionadas em caixas plásticas laváveis, protegidas do sol. “Essa prática evita fissuras nos frutos, diminuindo os riscos de contaminação, e impede a oxidação e ressecamento da matéria prima, proporcionando melhor rendimento de polpa na agroindústria. Incorporadas como rotina de trabalho, as Boas Práticas proporcionam qualidade ao açaí e reduzem perdas na produção”, destaca Joana Souza.

O extrativista Jeovanis Nascimento, um dos participantes da capacitação e presidente da Associação de Produtores Rurais do Seringal Benfica (Aspesb), entidade que congrega 30 famílias que têm a cultura do açaí como principal fonte de renda, considera que a coleta e manejo do açaí exigem qualificação e compromisso e acredita que a parceria com instituições governamentais é um caminho eficiente para buscar o conhecimento necessário. Os 20 mil pés de açaí existentes na comunidade – todos georeferenciados por meio de um projeto executado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) – rendem uma produção média anual de 10 toneladas de frutos.

“Nossa preocupação é com a qualidade do açaí coletado e com a sustentabilidade da atividade extrativista. Trabalhamos para melhorar a produção, mas também para manter e ampliar nossos açaizais. Oferecer frutos em condições adequadas para consumo é uma questão de saúde pública e isso inclui consumidores em geral e nossas próprias famílias, que também consomem esse alimento”, ressalta o líder comunitário.

Projeto investe em capacitação para melhoria da qualidade do açaí no Acre

Os cuidados na coleta, acondicionamento, transporte e beneficiamento do açaí foram tema de oficina realizada no município de Feijó, nos dias 4 e 5 de maio, com a participação de extrativistas que praticam a extração comercial do açaí, catadores autônomos e manipuladores e gerentes de agroindústrias locais. Promovida pelo projeto “Qualidade da matéria prima, do processamento de açaí e café e gestão de agroindústrias familiares do Acre – Fortalece”, executado pela Embrapa Acre, a capacitação visou proporcionar conhecimentos para melhorar as Boas Práticas na colheita, pós-colheita e processamento da fruta e a qualidade da polpa.

As atividades, realizadas na comunidade rural Sinimbu, localizada no seringal Benfica, a oito quilômetros do município de Feijó (AC), e na sede da agroindústria República do Açaí, parceiras na execução do projeto, focaram procedimentos essenciais nas diferentes etapas da produção de açaí – da retirada da fruta da floresta até o processamento final. “Na colheita e pós-colheita do açaí, cuidados como manter o kit de coleta limpo e higienizado, evitar o contato dos frutos com o solo, não deixar a produção muito tempo na floresta nem exposta ao sol, realizar o transporte dos frutos ainda nos cachos, em ambiente apropriado (arejado e sem a presença de animais e pessoas), e selecionar os frutos coletados, eliminando palha, folhas, insetos, restos de terra e outros resíduos, ajudam a garantir qualidade à produção”, explica a pesquisadora Joana Souza, responsável pela capacitação.

Boas práticas na comunidade

As aulas práticas na floresta mostraram que os produtores rurais e catadores conhecem as Boas Práticas, mas precisam melhorar alguns procedimentos. Um dos aspectos identificados é a necessidade de transportar as espigas com os frutos acondicionadas em caixas plásticas laváveis, protegidas do sol. “Essa prática evita fissuras nos frutos, diminuindo os riscos de contaminação, e impede a oxidação e ressecamento da matéria prima, proporcionando melhor rendimento de polpa na agroindústria. Incorporadas como rotina de trabalho, as Boas Práticas proporcionam qualidade ao açaí e reduzem perdas na produção”, destaca Joana Souza.

O extrativista Jeovanis Nascimento, um dos participantes da capacitação e presidente da Associação de Produtores Rurais do Seringal Benfica (Aspesb), entidade que congrega 30 famílias que têm a cultura do açaí como principal fonte de renda, considera que a coleta e manejo do açaí exigem qualificação e compromisso e acredita que a parceria com instituições governamentais é um caminho eficiente para buscar o conhecimento necessário. Os 20 mil pés de açaí existentes na comunidade – todos georeferenciados por meio de um projeto executado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) – rendem uma produção média anual de 10 toneladas de frutos.

“Nossa preocupação é com a qualidade do açaí coletado e com a sustentabilidade da atividade extrativista. Trabalhamos para melhorar a produção, mas também para manter e ampliar nossos açaizais. Oferecer frutos em condições adequadas para consumo é uma questão de saúde pública e isso inclui consumidores em geral e nossas próprias famílias, que também consomem esse alimento”, ressalta o líder comunitário.

Curso de boas práticas do açaí será realizado em Manoel Urbano

O programa de capacitação da cadeia produtiva do açaí, promovido pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), já qualificou mais de 300 produtores rurais em Feijó, Tarauacá, Brasileia e Rio Branco.

O curso de boas práticas capacita todos os envolvidos nas diversas fases da produção do açaí, desde a coleta, o armazenamento e o transporte até o beneficiamento final, quando a fruta é transformada em suco e comercializada. A qualificação, que é gratuita, dura três dias e é dividida entre aulas teóricas e uma atividade prática.

Quem tiver interesse em participar, o curso será realizado nos dias 8, 9 e 10 de fevereiro, na Câmara de Vereadores de Manoel Urbano.

O objetivo é garantir qualidade em todo o processo, principalmente para que a população possa consumir um produto com a certeza da correta manipulação durante o seu preparo.

Agora em 2017, o programa de qualificação continua. O primeiro município a receber o curso de boas práticas será Manoel Urbano, distante cerca de 228 quilômetros de Rio Branco. A produção do açaí nativo no município está estimada em 50 toneladas da fruta.

“Queremos convidar a todos os produtores que trabalham com açaí no município para participar. Esse é um curso voltado não apenas para quem faz o suco, mas para todo mundo que trabalha em qualquer uma das fases da cadeia produtiva do açaí”, afirma Edivaldo de Andrade, coordenador do curso na Seaprof.