Semsa encontra vetor da doença de Chagas em açaí e convoca população

Quem tomou açaí deve fazer exames no Lacen

Após constatar a presença do vetor da doença de Chagas em amostras de açaí comercializado no Mercado Municipal Elias Mansour, localizado no Centro de Rio Branco, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) convocou na sexta-feira, 1, a população da capital que comprou e consumiu o produto dos fornecedores do local a fazerem o exame preventivo para diagnóstico da doença.

A orientação vale para os populares que adquiriram a polpa da fruta entre novembro do ano passado e janeiro deste ano. De acordo com a Semsa, os exames podem ser feitos no Centro de Apoio e Diagnóstico (CAD), ao lado do Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Djalma da Cunha Batista (Lacen) que fica localizado na Avenida Getúlio Vargas, Travessa do Hemoacre.

Durante coletiva em que anunciou a convocação, Oteniel Almeida, secretário de Saúde de Rio Branco, explicou que a constatação de fragmentos de DNA de Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas, veio após fiscalização da Vigilância Sanitária nos mercados do Manoel Julião, Ceasa, Quinze e Elias Mansour. Quase todos apresentaram resultados negativos.

Entretanto, as amostras de açaí coletadas no Mercado Elias Mansour e entorno apresentaram resultados positivos da doença. Com isso, a Prefeitura retirou de comercialização o açaí de procedência desconhecida. Na coletiva, o secretário explicou que a fiscalização é realizada periodicamente nos mercados e que nos últimos anos não foram encontradas inconsistências.

“As unidades do Município vão fazer a coleta das amostras da população e o Lacen irá realizar o diagnóstico, é uma parceria entre Prefeitura e Estado. A partir de segunda-feira até o dia 18 deste mês, das 7h às 12h e das 14h às 17h, serão realizados os exames voltados à população. Os resultados serão apresentados as pessoas em até três dias úteis”, explicou o gestor municipal.

Segundo Almeida, os produtores e comerciantes que atuam no Mercado Elias Mansour também passarão por exames como medida preventiva e início imediato de tratamento diante resultados positivos. Ele ressaltou que é importante que esse grupo comunique o Poder Público se teve ou não contato com o açaí ou outros produtos derivados da fruta que são comercializados na região.

Fiscalização

A Secretaria Municipal de Agricultura de Rio Branco destacou que até 2010 a comercialização e o processamento do açaí eram feitos nos boxes do Mercado Elias Mansour, a última prática foi banida após o local passar por reforma. “Foi orientado que o processamento fosse feito em locais apropriados. Então ficou apenas a comercialização”, disse o gestor da pasta Elysson de Souza.

O secretário explicou que o processamento da fruta é feito em agroindústrias ou até mesmo de forma artesanal. Porém, é preciso de que um certificado de autorização para que o processo seja realizado. “A gente sabe que o açaí é um produto feito de forma artesanal, mas deve ser expedido uma certificação que apresenta a origem do produto”. Souza reforçou que é importante que os comerciantes procurem a Secretaria de Agricultura para verificar o registro de fornecedores