Após protestos, entregadores de aplicativo vão a Brasília

As lideranças do movimento por melhores condições de trabalho aos entregadores de aplicativo, que fizeram vaquinha virtual para bancar uma viagem a Brasília, começaram a comprar as passagens. Eles querem pressionar os parlamentares a dar andamento nos projetos que regulamentam o trabalho no setor.

Ralf Elisario, um dos líderes da categoria no Rio de Janeiro, diz que os entregadores de 11 estados confirmaram presença na capital entre os dias 14 e 16. Do Rio, embarcarão ao menos seis trabalhadores, afirma.

Parte dos recursos para viabilizar a viagem veio de uma campanha de financiamento na internet. Em uma semana, foram arrecadados R$ 9.200 de uma meta inicial de R$ 10 mil. Elisario diz que quer dobrar a captação para conseguir levar mais representantes.

folha

Manifestantes destroem estátuas de Cristóvão Colombo nos EUA

Ao menos duas estátuas de Cristóvão Colombo foram atacadas nos Estados Unidos nas últimas horas, em meio à onda de protestos antirracistas que se espalhou pelo mundo nas últimas semanas.

Uma estátua de Colombo foi derrubada, incendiada e jogada em um lago em Richmond, na Virgínia na noite de terça (9).

Estátua de Cristóvão Colombo foi jogada dentro de lago por manifestantes em Richmond, na Virgínia – Videoguns no Instagram, via Reuters

Em Boston, outra imagem do navegador, instalada em um parque, foi encontrada com a cabeça decepada na manhã desta quarta-feira (10).

Colombo é apontado como o primeiro europeu a chegar a América, em 1492. Após sua chegada, o continente foi colonizado pelos europeus, que mataram ou escravizaram milhares de habitantes locais.

Com isso, movimentos indígenas critícam as homenagens a Colombo, que nos EUA é celebrado em um feriado, em outubro, pois sua chegada à América é tida como o marco inicial da história do continente. Essa visão, no entanto, ignora a história dos nativos, que viviam na região há centenas de anos e inclusive criaram impérios, como o Asteca e o Inca.

A onda de protestos antirracistas começou após a morte de George Floyd, em 25 de maio. Negro, ele foi sufocado por um policial branco, que forçou o joelho sobre seu pescoço. Os agentes envolvidos no caso foram presos e aguardam julgamento. Floyd foi enterrado na terça (9), após uma série de homenagens.

Além de questionar a violência policial, os protestos passaram a questionar homenagens a personalidades do passado que tiveram envolvimento com a escravidão.

No domingo (7), em Bristol, na Inglaterra, manifestantes usaram cordas para derrubar uma estátua de ​Edward Colston, feita de bronze e erigida em 1895. Ela foi em seguida jogada em um rio que corta a cidade.

O homenageado foi traficante de escravos e membro do Parlamento britânico no século 17.

Em resposta às demandas dos londrinos que saíram às ruas no fim de semana, o prefeito da cidade, Sadiq Khan, anunciou na terça (9) que revisará a conveniência de se ter estátuas ou nomes de logradouros públicos em homenagem a pessoas ligadas à escravidão.

A discussão sobre a retirada de monumentos que homenageiam figuras com passado racista ou opressor é presente nos Estados Unidos há décadas.

Após os protestos de extrema direita de 2017 em Charlottesville, na Virgínia, várias cidades retiraram estátuas de figuras do Exército Confederado —lado na Guerra Civil Americana (1861-1865) que defendia a manutenção da escravidão.

folha

Protesto mancha Planalto de vermelho, e Bolsonaro fala em ‘mangas de fora’ em atos contra governo

Um manifestante jogou na manhã desta segunda-feira (8) uma lata de tinta vermelha na rampa do Palácio do Planalto, em Brasília.

Segundo um apoiador do presidente Jair Bolsonaro que estava no local, por volta de 9h um homem se aproximou do edifício, despejou o produto e deixou o local. Funcionários do Palácio do Planalto imediatamente passaram a limpar a rampa.

O Palácio do Planalto não se manifestou até o momento.

O governo está pressionado pela gestão da crise do novo coronavírus —com ameaça de sonegação de dados de infectados e mortos— e pela realização de protestos de rua neste domingo (7). Os manifestantes levantaram bandeiras antirracistas e contra Bolsonaro.

Na manhã desta segunda, Bolsonaro falou com apoiadores pouco depois de deixar o Palácio da Alvorada. Ele comentou as manifestações de domingo e as classificou como “o grande problema do momento”.

Protesto anônimo mancha de vermelho pé da rampa do Palácio do Planalto
Protesto anônimo mancha de vermelho pé da rampa do Palácio do Planalto – Ricardo Della Coletta/Folhapress

“Como eu peguei esse país? Vocês [apoiadores] têm razão do que pleiteiam e do que falam. Eu peguei um câncer em tudo o que é lugar. Um médico não pode de uma hora pra outra resolver esse problema todo. O grande problema do momento é isso que vocês estão vendo aí um pouco na rua ontem, estão começando a colocar as mangas de fora”, disse o mandatário, em declarações transmitidas pelo site Foco do Brasil, que apoia Bolsonaro.

Ele também criticou a imprensa e conclamou seus simpatizantes a “esquecer” jornais como a Folha e O Globo. “Ontem [domingo] para a grande mídia são democratas. Trinta anos de doutrinação em cima do Brasil, massificação, cada vez mais formando militantes”.

Bolsonaro afirmou ainda que, devagar, vai “arrumando as coisas” no Brasil e citou que no final deste ano deve indicar sua primeira vaga para o STF (Supremo Tribunal Federal).

“A gente vai vencer essa guerra aí. O Brasil não vai para a esquerda, não vai afundar. Não vai virar uma Venezuela como alguns queriam aí”, concluiu.

folha

Amanhã é Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência

Por Manoel Façanha

Em várias cidades do Brasil, panfletagens, atos, manifestações ocorrem nesta sexta-feira, 22 de março, o dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência.

A data marca a resistência dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil contra o fim do direito à aposentadoria, que é o que vai acontecer se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, da reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL), for aprovada pelo Congresso Nacional, onde está tramitando.

O ato segue a agenda de protesto e mobilização para alertar a classe trabalhadora e conscientizar a mesma sobre a realidade do Brasil – de ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. A presidente da Central Única dos Trabalhadores do Acre (CUT/AC), professora Rosana Nascimento explica que o ato será um esquenta para uma greve geral que deve acontecer, caso Bolsonaro insista em aprovar a reforma da Previdência.

Rosana explica ainda que CUT-AC e demais sindicatos estão buscando debater Reforma da Previdência com a sociedade e o parlamento municipal e estadual. “Iremos encaminhar ofício aos poderes legislativo municipal e estadual, assim como procurar nossos deputados federais e senadores para discutir a reforma”, diz a sindicalista.

Veja a proposta governista

Entre as principais perversidades da proposta estão a obrigatoriedade da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para mulheres, o aumento do tempo de contribuição 15 para 20 anos e o fim das condições especiais para trabalhadores rurais e professores terem direito ao benefício. A PEC da reforma da Previdência ainda traz a possibilidade de ser implantado o regime de capitalização, em que o trabalhador contribui mensalmente, em uma conta individual, administrada por financeiras privadas.

 

 

Governo cede a protesto da casa de acolhida Souza Araújo e informa pagamento de parcela

Por Marcelina Freire

Na manhã desta segunda-feira, 18, internos da Casa de acolhida Souza Araújo, que cuida das pessoas com hanseníase, fecharam a BR 364 em protesto pela falta de pagamento por parte do estado para manutenção do local. Após o ato o governo noticiou por meio de nota que deu início ao processo de pagamento de uma parcela da dívida.

“O governo informa que já protocolou, junto ao banco, nesta segunda-feira mesmo o pagamento no valor R$ 220 mil referentes ao convênio com a Diocese de Rio Branco. O recurso é destinado para as comunidades Souza Araújo, Estrela do Amanhã e Arco Íris. Esclarece ainda, que após o pagamento ser protocolado junto ao banco, o dinheiro é depositado na conta da instituição em até três dias úteis”, diz a nota.

Os internos reclamam que com a falta de recursos, a casa pode fechar, pois falta remédios, material para curativo, combustível para transportar os doentes entre outras coisas. Ainda no início do ano a diocese comunicou que não tinha mais condições de sustentar a situação.

Segundo a Diocese de Rio Branco, que é a responsável por administrar a casa de acolhida, os repasses estão atrasados há oito meses e chegam a R$ 2 milhões. O repasse faz parte de um convênio entre o governo e a Diocese. Além da Souza Araújo, o valor do repasse também é usado para custear os gastos nas casas terapêuticas Estrela da manhã e Arco Iris que recebem pessoas com dependência química.

O valor protocolado pelo governo é referente a apenas uma parcela, do mês de agosto de 2018, segundo a assessoria de comunicação da Sesacre. O contrato do governo com a diocese de Rio Branco terminou ano passado, ficando com três parcelas pendentes. O problema é que o governo ainda não renovou o contrato, deixando a administração das três entidades de mãos atadas.

Foto: Diego Gurgel

 

 

Internos da Casa de acolhida Souza Araújo prometem fechar a BR-364 em protesto por falta de recursos

Sem receber do Governo do Estado há oito meses a diocese de Rio Branco afirma não ter mais condições de sustentar a casa de acolhida Souza Araújo, local onde reside os portadores de hanseníase. Temendo um possível fechamento da unidade, os internos prometem fechar a BR-364 para cobrar uma solução do governo.

Em vídeo, os internos afirmam quem irão realizar um protesto no próximo dia 18 para pressionar o governo e relatam as dificuldades que tem enfrentado.

“Vamos fechar dia 18, já está todo mundo avisado. A Souza Araújo está prestes a fechar e não queremos isso porque é dever do governo nos assumir, e agora estão querendo tirar a responsabilidade”, comenta um dos internos.

Em outro trecho do vídeo, eles relatam que a Casa de acolhida está em falta de diversos insumos necessários para o acompanhamento dos doentes. Segundo os internos, está faltando gases, ataduras e até remédios.

“Eu como portador de hanseníase, quero dizer para o seu governador que nós também somos gente, que ele olhe por nós, porque quando foi para tirar nós de dentro das casas, que a polícia tirava e jogava aqui eles não pensaram, agora querem fazer isso conosco”, relata outro interno.

Atendendo pessoas com hanseníase no Acre há vários anos, a casa de apoio Souza Araújo, mais conhecida como colônia Souza Araújo, corre o risco de fechar as portas por causa da falta de repasse do governo do estado.

Os doentes afirmam ainda que a única coisa que ainda estão recebendo alimentação porque a diocese está garantindo, porém o estoque dura até 31 deste mês. Em fevereiro o jornal opinião alertou para a possibilidade de fechamento da Casa de acolhida na ocasião a assessoria de comunicação da instituição relatou as dificuldades.

Administração é feita pela diocese de Rio Branco

Há 50 anos, a administração do local é feita pela Diocese de Rio Branco. Segundo a assessoria de comunicação da Diocese o valor do repasse feito pelo governo é R$ 220 mil mensais, com os pagamentos atrasados há oito meses a dívida ultrapassa R$ 1 milhão.

“O último repasse foi feito no mês de julho do ano passado, desde de agosto não vem repasse nenhum para o Souza Araújo, isso significa dizer que estamos de agosto até agora fevereiro sem receber o recurso para manutenção do Souza Araújo’’, disse o padre Jairo Coelho.

O recurso repassado pelo governo é utilizado para manter o funcionamento da casa de acolhimento nas mais diversas atividades, desde de alimentação, remédios, transportes e para pagar os funcionários.

Segundo a Diocese, a Casa de Acolhida tem 90 funcionários, os trabalhadores foram pagos até o mês de dezembro, mas para tal, a Diocese teve que deixar de pagar fornecedores.

“Fornecedores estão sem receber, vamos ter que suspender alguns serviços, por exemplo, a questão de carros para transportar pacientes, vamos ter parar por falta de combustível”, afirmou à época padre Jairo.

De acordo com a Diocese, foram feitas algumas tentativas para solucionar o problema, tanto com a gestão passada quanto com o atual governo. “Já tentamos todo tipo de diálogo com o governo passado e com o atual, a reposta é sempre que vão verificar. Esse problema de saúde pública, nós estamos dando nossa contribuição administrando e a contra partida, o espaço utilizado é nosso”, disse o padre.

Resposta do governo

O governo do Acre através da assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde informou que deverá ser efetuado o pagamento referente ao mês agosto no valor de R$ 220 mil.

“A Sesacre já tem o recurso disponível para pagamento e aguarda o parecer da CGE para a realização da transferência. A previsão é que até sexta-feira o pagamento seja realizado”, informou.

 

Servidores do Pró-Saúde cobram regularização durante protesto em Rio Branco

Um grupo de servidores do Pró-saúde se reuniu em frente à Casa Civil, no Centro de Rio Branco, para cobrar a regularização jurídica dos concursados. Segundo os servidores, essa foi uma das promessas de campanha do governador Gladson Cameli.

Ao G1, a Secretaria de Comunicação falou que representantes da categoria foram recebidos pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), Controladoria e Procuradoria Geral do Acre, chefia da Casa Civil, com a Secretaria de Saúde e da Fazenda.

Motorista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Sandro de Oliveira, de 36 anos, contou que o grupo procurou o governador de forma pacífica para que seja cumprida a promessa feita durante a campanha eleitoral.

“Estamos pleiteando aqui é que se abra essa negociação, essa porta para que a gente venha expor todo estudo que foi feito pelo Sintesac, pelo setor jurídico, que há viabilidade jurídica e econômica, e queremos o cumprimento da palavra do governador. É isso que estamos tentando, estamos de forma pacífica e ordeira, amanhã haverá outra manifestação caso as negociações não avancem”, destacou.

Mais de mil em situação irregular

Porém, caso não haja uma sinalização positiva, Oliveira afirmou que a categoria deve paralisar as atividades nos próximos dias. Segundo ele, há aproximadamente mil servidores do Pró-Saúde aguardando a regularização.

“Vai causar um impacto muito grande, haja vista a situação da saúde em nosso estado. O governador declarou situação de emergência e se os servidores pararem vai virar um caos. Ficamos muito apreensivos porque sempre trabalhamos com essa pressão e medo de ser demitido. São pais de família que precisam do emprego. Torcemos, batalhamos e estamos nessa luta jurídica há três anos, o governo anterior não quis regularizar”, criticou.

Líria Moreno é técnica de laboratório e servidora do Pró-Saúde há oito anos. De acordo com ela, há uma nova previsão de demissões para o mês de março e os concursados precisam de um parecer que esclareça se vão ou não ser demitidos.

“A nossa situação é difícil porque a maioria das pessoas tem um vínculo só, poucas pessoas têm mais de um vínculo. Eu por exemplo só tenho esse, sou formada, tenho ensino superior estou terminando uma pós-graduação, mas o meu trabalho hoje no Pró-Saúde é como técnica de laboratório e não vejo nenhuma saída para mim», lamentou.

Em protesto, moradores bloqueiam rodovia por mais de 3 horas no interior do Acre

Tráfego só foi liberado depois que o prefeito assinou um documento se comprometendo a atender as solicitações. Ruas estão esburacadas e cheias de mato

Famílias do Bairro Cobal, em Mâncio Lima, no interior do Acre, bloquearam a estrada de acesso à cidade, durante a manhã desta terça-feira (4), para exigir a limpeza do mato e serviços de recuperação das ruas do bairro.

Por conta do protesto, a entrada e saída de carros ficou interditada por mais de três horas. A pista só foi liberada depois da garantia, por parte da prefeitura, que máquinas e servidores iniciariam os trabalhos ainda na tarde desta terça.

A manifestação dos moradores teve início às 6h por um grupo de 25 famílias que fizeram uma barricada com galhos de árvores e pedaços de madeira na BR-364,logo na chegada da zona urbana do município, para impedir a passagem de carros. Muitos motoristas ficaram presos no protesto.

A via só foi liberada às 9h30. Os moradores afirmam as vias estão cobertas de mato e com muitos buracos.

“Faz muito tempo que está desse jeito, não passa carro e é ruim para as nossas crianças. Queremos que seja feita a limpeza do mato e a recuperação das ruas que estão muito esburacadas”, disse o líder comunitário José Ocivaldo Ribeiro, responsável pelo protesto.

O prefeito Isaac Lima se reuniu com representantes dos moradores e garantiu que os serviços para atender as reivindicações teriam início ainda na tarde desta terça.

“São apenas duas ruas, que não dão 200 metros cada, e, devido a demanda de serviços com a recuperação de ramais, nossas máquinas estavam ocupadas. Mas, já conversei com os moradores e vamos mandar as máquinas para resolver o problema”, garantiu Lima.

Os moradores só liberaram o tráfego depois que o prefeito assinou um documento se comprometendo em atender as solicitações.

Alunos protestam e pedem justiça a jovens que morreram após sair de feira agropecuária em Rio Branco

Ao menos 300 alunos da Escola João Mariano fizeram um protesto na tarde desta quinta-feira (16) pedindo paz e justiça pela morte dos adolescentes que desapareceram no último dia 5 de agosto após sair para a última noite da Expoacre, em Rio Branco. Os manifestantes também pediam paz no bairro Taquari, no 2º Distrito da capital, onde moravam os jovens.

A concentração da passeata foi feita na frente escola e depois os estudantes seguiram pelas ruas do bairro até o local onde foi achado, no dia 9 de agosto, o corpo de Isabele Silva Lima, de 13 anos. No local, cantaram e fizeram orações.

Ao G1, a diretora da instituição, Sônia Amélia, explicou que Isabele e Amanda Gomes, de 13 e 14 anos, estudavam na escola desde o ensino fundamental. Já Vitor Vieira de Lima, de 18 anos, era um ex-aluno. O corpo de Vitor foi achado dois dias após o desaparecimento dentro de um poço no bairro Taquari, onde os três adolesentes moravam. Lima tinha várias perfurações pelo corpo e estava com as mãos amarradas.

“É muito chocante uma violência dessa contra pessoas tão novas. Essa passeata aconteceu principalmente a pedindo dos alunos, pois as meninas eram nossas alunas. Os pais da Amanda também participaram. Queremos paz, queremos justiça”, destacou a diretora.

Os alunos levaram cartazes para as ruas e pediram que o crime não fique impune, outros pediram o fim das tragédias nas vidas dos jovens no Acre.

“São nossas alunas desde pequenininhas. Elas moravam perto da escola, conhecemos a família, elas fazem parte da história da escola. Quando falaram que um corpo foi achado foi difícil conter os alunos, todos conheciam a Isabele e ficaram muito tristes. Só queremos paz, chega de tragédias”, pediu.

Investigações

O coordenador da Delegacia de Homícido e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Rêmulo Diniz, contou que as investigações do caso estão sob sigilo. Diniz apenas detalhou que tem uma equipe destacada exclusivamente para o caso e já foram feitas buscas em três pontos.

“Foram pontos indicados via denúncia 181 e buscamos que a população colabore. Não logramos êxito em encontrar nem o corpo e nem a pessoa, mas esperamos que ela esteja viva e estamos em campo”, acrescentou.

O delegado disse também que continua ouvindo testemunhas e familiares para buscar informações do paradeiro. Diniz não quis falar qual a principal linha de investigação da polícia.

“Temos recebido algumas informações desencontradas, mas não podemos descartar nenhuma possibilidade. Trabalhamos com a possibilidade dela estar viva até os últimos instantes. Esperamos ter um desfecho feliz sobre isso”, concluiu.

Familiares de detentos em greve de fome protestam na entrada do Tribunal de Justiça e em presídio de Cruzeiro do Sul

Familiares de detentos que estão em greve de fome no Presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, fizeram um protesto nesta quinta-feira (16). Um grupo de ao menos 40 mulheres fechou a entrada do Tribunal de Justiça do município e, após conversar com um juiz, seguiram para a frente do presídio e fecharam as duas entradas do local e a rodovia BR-307.

Com cartazes, o grupo pedia informações sobre o andamento das reivindicações feitas pelos presos que estão em greve de fome desde o último dia 13 de agosto em Cruzeiro do Sul e outras cinco unidades do Acre.

O tenente da Polícia Militar (PM-AC) Silva Lima acompanhou a ocorrência disse que após a conversa com o juiz as mulheres exigiram falar com a direção do presídio. O fechamento no local ocorreu por volta de 11h e durou cerca de 40 minutos. Alunos que seguiam para a aula decidiram descer do ônibus para passar pela barreira e ir a pé para escola.

“Achávamos que após a conversa com o juiz estava tudo resolvido. Quando chegamos na unidade havia um tumulto muio grande de veículos lá. Em outra conversa da PM-AC com as líderes, elas decidiram desbloquear a via. Foram recebidas pela direção da unidade e deixaram o local”, relatou.

protestocruzeiro1
Familiares pediam informações sobre a situação dos presos que estão em greve de fome desde o dia 13 de agosto – Foto/Divulgação/Polícia Militar de Cruzeiro do Sul

Conversa com a direção

Ao G1, a diretora do presídio Manoel Neri, Deyse Januário, informou que os familiares se reuniram próximo à guarita da unidade. O grupo formou uma comissão e pediu para conversar com a direção para saber o andamento das reivindicações e se havia a possibilidade de a situação ser resolvida. Os detentos do município permanecem em greve de fome.

“Elas queriam que fossem atendidas as reivindicações dos parentes delas que estão presos, queriam saber se alguma das situações havia sido resolvida. Nada foi cedido, até porque são reivindicações que não dizem respeito diretamente à nossa unidade. Conversamos tranquilamente, explicamos e elas se retiraram”, destacou Deyse.

protestocruzeiro3
Grupo foi recebido pela direção do presídio e após a conversa deixou o local – Foto/Airton Rodrigues/Arquivo Pessoal

Reivindicações

Os presos de quatro pavilhões do Presídio Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul, estão em greve de fome desde o dia 13 de agosto. Os detentos da segunda maior cidade do Acre decidiram aderir ao protesto que teve início em unidades prisionais da capital do estado.

Conforme a direção do presídio, nos quatro pavilhões estão 403 presos, integrantes de três organizações criminosas que atuam em Cruzeiro do Sul.

Entre as reivindicações apresentadas estão: o aumento do horário da visita íntima e a revisão dos processos dos que estão com penas vencidas. As reivindicações foram encaminhamos ao Poder Judiciário.

No interior, os detentos também aderiram ao protesto no Presídio Evaristo de Moraes, em Sena Madureira e Moacir Prado, em Tarauacá.

Protesto em Rio Branco

Em Rio Branco, na quarta (15), as mulheres de presos fecharam as principais vias da capital pressionando para que as exigências dos presos fossem atendidas. Em nota, o Iapen informou que iria dialogar com as manifestantes, mas não vai cederia às pressões.

O Iapen-AC informou que o movimento busca regalias e que o sistema penitenciário avalia as reivindicações, mas deve ceder apenas nos casos em que o pedido esteja previso em lei.

Em Tarauacá, mulheres de presos ocupam frente do fórum da cidade e avenida, mas são dispersadas pela polícia

A manifestação das mulheres dos presos na cidade de Tarauacá, na manhã desta quinta-feira, 16, durou pouco. No protesto, elas ocuparam a frente do Fórum Desembargador Mário Strano e interditaram a avenida Antônio Frota, acesso ao órgão do Judiciário, pedindo melhorias nas condições de encarceramento dos reeducandos do presídio Moacir Prado, no município, porém, graças a ação da Polícia Militar, as manifestantes foram dispersadas e o ato encerrado.

Um vídeo enviado à redação de ac24horas mostra a ação policial. Há relatos de tiros, ainda não confirmados.

Procurado, o comandante da Polícia Militar em Tarauacá, capitão Abreu, informou que não podia dar detalhes sobre a ação porque estava se preparando para uma reunião com o juiz da cidade sobre as eleições. Ele confirmou, entretanto, o encerramento da manifestação.

O ato ocorrido em Tarauacá segue a mesma pauta das mulheres de reeducandos que fecharam parte do centro da capital nesta quarta-feira.

Índios e quilombolas protestam por bolsas de estudos em universidades

Um grupo de indígenas e quilombolas fez um protesto hoje (19) em frente ao Palácio do Planalto contra cortes à assistência estudantil e pela garantia permanente de liberação de bolsas universitárias. Classificando a demora na concessão da bolsa permanência, que para 2018 só foi autorizada na semana passada, cerca de 150 jovens de diferentes etnias se revezaram em danças típicas e cantos de protesto.

Durante pouco mais de uma hora, eles bloquearam uma das faixas da Esplanada dos Ministérios, avenida que fica entre o Planalto e o Congresso Nacional, a espera de uma resposta do governo sobre as reivindicações. Segundo eles, as negociações anteriores com o Ministério da Educação não surtiram o efeito desejado, apesar da autorização de 2,5 mil bolsas de estudos para o segundo semestre deste ano. Eles argumentam que a demanda anual é de 5 mil vagas e que as bolsas liberadas terão repasse somente no prazo de dois meses.

A estudante de química Roseli Batalha Braga, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), pertence à etnia Omágua/Kambeba, que fica no município São Paulo de Olivença (AM), no Alto Solimões. “Hoje em dia tem 42 etnias estudando na Ufscar. Entraram 76 estudantes este ano e até agora o ministro não tinha liberado as bolsas permanências que auxiliam os estudantes nas universidades”, afirmou.

Segundo ela, os estudantes protestam também contra a possibilidade de o Plano Nacional de Assistência Estudantil passar a ser administrado pelo Ministério da Educação, e não por cada centro universitário. “Isso não pode acontecer. Lutamos para continuar essa gestão nas universidades”, disse Roseli,

Para Joane Santos, estudante de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, outra demanda dos estudantes é para que a forma de repasse das bolsas seja garantida por meio de uma legislação que não dependa de portarias periódicas. “A gente não quer ter que se deslocar até Brasília todos os semestres para se preocupar com nossa permanência na universidade. Estamos lutando para ter visibilidade e para que eles não esqueçam que estamos aqui não para pedir um favor, e sim reivindicando uma coisa que é nossa”, disse.

O Palácio do Planalto e o MEC ainda não se manifestaram sobre o protesto.