Ofertar atendimentos gratuitos na elaboração de cadastros, pesquisas de situação fiscal de CPF, abertura de Microempreendedor Individual (MEI), Declaração da DCTF Inativa, Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física e outros serviços é o principal objetivo do Escritório Modelo de Contabilidade (EMEC). O projeto, que é desenvolvido pelo curso de Ciências Contábeis da Faculdade da Amazônia Ocidental (FAAO), também capacita alunos para o mercado de trabalho.
Rogério Campos, um dos coordenadores do curso de Ciências Contábeis da FAAO, explica que o EMEC faz parte de uma série de projetos desenvolvidos pela faculdade para inserir os graduandos na realidade do mercado de trabalho com a finalidade de prepara-lo após a conclusão do curso. De acordo com ele, a intenção é preparar os jovens para atuação nos serviços público, por meio de concursos de seleção, e privado como contador ou como bacharel em Contabilidade.
“Nesse sentido desenvolvemos várias atividades que conecte a realidade do dia a dia a formação que o acadêmico recebe dentro da sala de aula. Com isso, tentamos fazer uma educação moderna e transformadora, fugindo dos padrões tradicionais de ensino, que leve os graduandos a pensarem e raciocinarem de uma forma crítica. E fazemos isso a partir de interações por meio de convênios e parcerias com diversas instituições, principalmente contábeis, públicas e privadas”, afirma Campos.
Todos os serviços ofertados são gratuitos – uma forma de levar para a sociedade as ações – e feitos por alunos de graduação sob supervisão dos coordenadores e professores. Antes de realizarem os atendimentos os acadêmicos são capacitados por meios de cursos e oficinas ministrados pelos agentes da Delegacia da Receita Federal no Acre, feitos por meio do acordo técnico de cooperação entre a faculdade e o Núcleo de Atendimento Fiscal e Tributário (NAF).
“O Escritório Modelo, que nasceu em 2012, surgiu como articulador do curso com a sociedade e com a carga horária prática necessária aos alunos. E essa prática é ensinada por pessoas que já atuam no mercado há anos, como os agentes da Receita por exemplo. Dentro do EMEC tem o Declare Certo e FAAO na Comunidade, que leva para fora serviços gratuitos com o objetivo de que haja retorno social concreto feito por todos os membros da instituição”, acentua o coordenador.
Parceria
Rogério conta que a parceria com a Receita Federal nasceu em 2016, por meio de assinatura de um convênio com a FAAO. No ano seguinte, os alunos do curso de Ciências Contábeis iniciaram uma preparação por meio das capacitações do Núcleo de Atendimento Fiscal e Tributário (NAF), programa desenvolvido pelo Fisco para desburocratizar os serviços relacionados ao órgão. Os atendimentos do EMEC iniciaram em 2018, quando cerca de 500 pessoas procuraram os serviços.
De acordo com o coordenador do curso, em 2019 a expectativa é de que haja uma ampliação dos atendimentos do Escritório Modelo. Ele explica ainda que as capacitações dadas por pessoas com experiência no mercado de trabalho são realizadas de forma cíclica, uma nova é ofertada quando a turma que administra e realiza os atendimentos deixa o projeto para concluir a graduação ou iniciar com atuação efetiva no mercado de trabalho, que absorve a maioria dos que passam pelo projeto.
“Além de ampliar os atendimentos, queremos nos tornar referência na parceria com o NAF no Acre. As ações do EMEC fazem com que os alunos que devolvam o conhecimento aos colegas que não participam do projeto e aplica-lo no cotidiano social. Isso fez com que nossos graduandos tivessem acesso a estágios e empregos de uma forma mais rápida. As instituições percebem que eles são preparados e absorvem esses jovens que se tornam profissionais”, observa Rogério Campos.
Chefe do Centro de Atendimento de Contabilidade (CAC) da Delegacia da Receita Federal no Acre, Francisco Carlos Oliveira, que também coordena o Núcleo de Atendimento Fiscal e Tributário no estado, avalia que o termo de cooperação entre o órgão aproxima a Receita Federal da população, já que os profissionais da instituição capacitam os alunos que atuam no EMEC para atender a sociedade. Ele avalia ainda que isso faz com que haja uma desburocratização dos serviços.
“Essa é uma forma de a Receita estar mais próxima da população oferecendo mais uma opção de atendimento dos serviços que precisam ser executados aqui. Além da extensão fora do órgão, esses serviços [que geralmente são os mais simplificados] são ofertados de forma gratuita evitando que as pessoas gastem com contador. Além da proximidade, também acontece a desburocratização do órgão, já que há uma facilidade de acesso para quem mais precisa”, finaliza Oliveira.