Um retrato da 1ª fase da Copa América

Já estava para comentar sobre os grupos da Copa América, a ser realizada no meio do ano no Brasil, definidos uns dias atrás. A chave da seleção é de longe a mais fácil – e boa para fazer as pazes em casa com o torcedor brasileiro, pelo menos no momento inicial.

O Brasil encara a Bolívia, Venezuela e Peru na primeira fase. Do time do Peru, o mais forte adversário brasileiro, esperava-se melhor resultado na Copa do Mundo.

Acredito numa campanha menos desoladora dos peruanos no torneio continental do que a realizada no Mundial da Rússia. Deve se classificar em segundo no grupo A.

Na chave B estão Argentina, Colômbia, Paraguai e Catar, este último convidado para participar da Copa América. A Argentina enfrentará novo teste de fogo, já que poderá ter seu maior craque em campo.

Afirmo pela pressão que passará. A equipe deve fazer a competição colocando Messi no centro do esquema tático. E a ação historicamente nunca teve o resultado final esperado na seleção daquele País.

Mas se Messi vier mesmo, podemos esperar hordas de argentinos em solo brasileiro acompanhando seus jogos – e de volta a tradicional música dos torcedores vizinhos zombando o futebol brasileiro que tanto irritou na Copa do Mundo de 2014, mas que deu show na arquibancada.

No mesmo grupo, Colômbia e Paraguai estão em nível semelhante, embora no ranking da Fifa os colombianos aparecem à frente dos paraguaios. Catar é absoluto coadjuvante.

Por fim, surge o grupo C, o mais equilibrado: Chile, Equador, Japão e Uruguai. Os uruguaios compõem hoje um time de respeito e bom de se ver jogar, mas os chilenos, apesar de terem ficado de fora da última Copa do Mundo, podem surpreender na Copa América pelo fato de estarem em novo ciclo do futebol – não há quem não duvide que o Chile tem bola para propor um time mais competitivo no torneio (cita-se que os chilenos ganharam as duas últimas edições da Copa América).

Aliás, acho o futebol do Japão cada vez mais competitivo. Está certo que falta poder decisivo, mas costuma fazer jogos aguerridos. Equador é a aposta melhor de zebra entre as equipes menos favoritas ao título.

Mas o Brasil entra em campo na competição com obrigação de ganhar a Copa América em casa, principalmente depois dos dois últimos fiascos na Copa do Mundo – e na própria Copa América, que não ganha desde 2007. Terá que lutar muito para não fazer feio a partir da segunda etapa da competição, quando de fato para o selecionado brasileiro as partidas se tornarão bem mais complicadas.