Profissionais trocam empregos com carteira assinada por vendas nos semáforos

Trabalhadores no semafóro enfrentam sol, chuva e preconceito por parte dos motoristas

Pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, mostra que quase 43% das pessoas ocupadas no Brasil durante o 3º trimestre de 2018 não tinha carteira assinada. Mercado informal foi principal responsável por aumento de 1,5% na taxa de ocupação durante o período.

O trabalho de carteira assinada e a estabilidade profissional é o desejo de grande parte das pessoas que buscam uma vaga de emprego. Mas, na contramão dessa tendência, não é difícil encontrar trabalhadores que deixaram seus antigos postos para investir no próprio negócio. Nas principais avenidas de Rio Branco, por exemplo, os semáforos estão repletos de trabalhadores que decidiram se reinventar e alçar outras metas para além do mercado formal nas empresas.

Foi o que fez o autônomo Gustavo Abílio, 39 anos. Há sete anos ele decidiu pedir demissão do emprego como vendedor de uma loja de móveis e eletrodomésticos da capital para comercializar água mineral em um semáforo na Avenida Ceará, Centro da cidade.

gustavo

“A primeira vez que pisei aqui no cruzamento da Avenida Ceará com a Rua Osmar Sabino não tinha ninguém. Poucos dias depois voltei com água mineral para vender e não saí mais. E não pretendo”, diz.

Ele afirma que não compensava mais continuar no ramo de vendas, já que elas apresentavam quedas constantes a cada ano. O ambulante diz que já recusou várias ofertas de empregos com carteira assinada depois disso.

“Sempre as propostas oferecem um bom pagamento. Mas para ficar preso das 7h às 19h não vale a pena. Aqui faço meu horário, consigo trabalhar direito e lucro mais. Há um ano troquei a água mineral pela de coco e as vendas melhoraram ainda mais”.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), mostrou que quase 43% das 92,6 milhões de pessoas ocupadas no Brasil durante o 3º trimestre de 2018 não tinha carteira assinada. O percentual soma trabalhadores do setor público e privado sem registro, profissionais que atuam por conta própria sem CNPJ, trabalhadores domésticos sem carteira e empreendimentos familiares informais.

O pizzaiolo Erloilton Esteves, 42 anos, também passou pelo mesmo processo. Depois de trabalhar em diversos empreendimentos do ramo, ele decidiu não prestar mais serviços a terceiros e há três anos comercializa pizzas no cruzamento da Avenida Ceará com a Rua Osmar Sabino.

A decisão veio após ele considerar que o mercado formal não valoriza a profissão e a falta de vagas de trabalho. Hoje, ele diz que vende cerca de 30 pizzas diariamente no semáforo.

“Essa decisão mudou minha rotina. É com o dinheiro das vendas que consigo colocar comida na mesa e usar para outras coisas do dia a dia. A saída é boa, mas podia ser bem melhor caso os produtos usados para fazer as pizzas não estivessem tão caros. Querendo ou não, isso afeta no preço final. No início, vendia pizzas grandes. Mas como gastava muito e lucrava pouco parei de fazer e agora só vendo médias e pequenas. Mas, tem muita variedade aqui ”, enfatizou Esteves.

A Pnad Contínua mostra ainda que o percentual de 43% de pessoas sem carteira foi o maior já registrado desde que o levantamento começou a diferenciar os profissionais que atuam por conta própria com e sem CNPJ, em 2015. Apesar de a taxa de desemprego de 11,9% no terceiro trimestre de 2018, a pesquisa do IBGE revelou que a população ocupada do país avançou 1,5% com a entrada de 1,3 milhão de pessoas no mercado de trabalho, principalmente o informal.

vendas2

Variedade e espaço

Abílio e Esteves dividem o espaço dos semáforos no cruzamento da Avenida Ceará com diversos outros ambulantes. Além das pizzas e água de coco, pães caseiros, banana frita, bolo de pote e água mineral são comercializados por outros ambulantes que atuam no local.

Gustavo Abílio conta que todos dividem o espaço harmoniosamente. Segundo ele, não há um consenso formal entre os vendedores para limitar quem pode comercializar e que tipos de produtos vender.

“Ninguém impõe regras ou limitações de espaço aqui. Todos convivem bem e cada um vende seu produto. Mas há um consenso geral entre todos nós. Se eu vendo água de coco, nenhuma outra pessoa traz o mesmo produto. Mas não porque isso é imposto, mas sim porque todos têm consciência de que não pode vender a mesma coisa que outra pessoa para não prejudicar o colega. É uma espécie de ajuda coletiva que todos prestam uns aos outros”, afirmou o ex-lojista.

Foi com esse compartilhamento de espaço que Tereza da Silva começou a comercializar pães caseiros há oitos meses no mesmo semáforo do cruzamento da Avenida Ceará com a Rua Osmar Sabino.

Ela relata que há 18 anos trabalha com a fabricação e venda do produto, mas nunca atuou em empreendimento de terceiros por não se sentir atraída pelas propostas. Antes de se fixar no semáforo, ela percorria os bairros da capital acreana levando os pães de casa em casa.

“Depois que resolvi ficar no sinal, as vendas aumentaram bastante. Quando passava nos bairros, vendia de 50 a 80 pães por dia. Agora, a saída é de 150 a 200 pães. É muito melhor aqui porque o fluxo de pessoas é bem maior e a procura também. Além desse semáforo, também vendo pão em um ponto fixo que montei aqui próximo e em outro semáforo na Rua Rio de Janeiro. É com essa renda que junto com meu esposo sustento minha família”, afirmou Tereza.

Erloilton Esteves

Expansão dos negócios e preconceito dos motoristas

Após se fixarem no semáforo, Gustavo Abílio e Tereza da Silva viram as vendas aumentarem a ponto de eles precisarem chamar outras pessoas para ajudar no trabalho. A padeira, por exemplo, conta hoje com cinco colaboradores, que ajudam ela nas vendas espalhados pelas principais avenidas de Rio Branco. “Não estava conseguindo mais dar conta sozinha porque cresceu muito. Aos poucos fui chamando mais pessoas. Eles são pagos por comissão”, falou ela.

Abílio também precisou chamar ajudante com o aumento nas vendas. Diariamente, eles vendem cerca de 100 garrafas de água de coco. Algo em comum que ele, Esteves e Tereza vivenciam além do espaço e rotina, é o preconceito de muitas pessoas.

“Quando eu passo pelos carros mostrando e oferecendo o produto, muitos ficam com medo achando que é assalto ou que sou pedinte. Mesmo estando aqui há três anos, ainda enfrento muito preconceito”, lembrou Abílio.

Tereza afirma que já foi destratada diversas vezes durante as vendas. “Existem muitas pessoas que valorizam nosso trabalho, são receptivas e compram, são bacanas. Mas várias vezes já fui tratada mal e sofri grosserias gratuitas”, relembrou.

O pizzaiolo Erloilton Esteves afirma que já aprendeu a lidar com a situação. “Preconceito sempre existe. Ficava um pouco triste, mas agora não deixo esse tipo de coisa me abater e continuo trabalhando honestamente”, finalizou ele.

apoio

Profissionais se preparam para a classificação comercial da banana do Acre

Engenheiros agrônomos de diferentes instituições públicas e empresas privadas ligadas à área de produção vegetal participaram do curso “Qualificação de classificadores de produtos vegetais com habilitação em banana”, realizado pela Embrapa, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Superintendência Federal da Agricultura (SFA) no Acre, iniciado no dia 3 de dezembro. A capacitação de 40 horas visa proporcionar conhecimentos técnicos necessários para a classificação comercial da banana produzida no Estado e encerrou nesta sexta-feira (7), com aula prática na Central de Abastecimento (Ceasa) de Rio Branco (AC).

Ministrado por especialistas do Mapa do Mato Grosso do Sul (MS) e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), no auditório da SFA/Mapa, o curso faz parte das ações para implantação do Sistema de Mitigação de Risco (SMR) da Sigatoka-negra no Acre. Os conteúdos teóricos abordaram conhecimentos gerais sobre a classificação, padronização e fiscalização de produtos vegetais e aspectos legais do processo. Já as atividades práticas, enfatizam procedimentos operacionais de coleta de amostras de frutos de banana, técnicas de classificação do produto, uso adequado de equipamentos e critérios classificatórios entre outros aspectos normativos exigidos na classificação de banana.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Acre, Virgínia Álvares, autora do projeto da capacitação e coordenadora da atividade, o treinamento também inclui a realização de provas de conhecimentos da legislação e de procedimentos práticos de classificação de banana. “Os participantes aprovados nos exames de habilitação deverão se credenciar junto ao Mapa como classificadores de banana. O credenciamento é um procedimento necessário para obtenção do registro técnico que habilita legalmente o profissional para o exercício da atividade”, explica.

O curso, normatizado pelo Mapa, órgão que também atua como fiscalizador do processo de classificação de produtos vegetais, conta ainda com o apoio financeiro do gabinete do deputado federal César Messias, por meio de recursos alocados via emenda aprovada pelo parlamentar acreano.

Critérios de classificação

De acordo com a legislação, a banana destinada à comercialização interna e exportação deve ser classificada em Grupos e Tipos, com base em critérios mensuráveis como tamanho dos frutos (comprimento e diâmetro), nível de maturação, apresentação (quantidade de frutos por penca) e qualidade (limpeza dos frutos e ausência de defeitos como rachaduras, amassados). O Grupo 1, representado pelas variedades nanica e nanicão, pode ser dos Tipos Extra, Especial, Comercial e Comum. Já o grupo 2 contempla as bananas prata, maçã e banana da Terra (conhecida como banana comprida), variedades abundantes no Acre e representadas pelos Tipos Extra, Especial e Comercial.

“Essa tipificação ajuda a garantir padronização e homogeneidade à banana e agrega valor comercial ao produto. Contar com profissionais habilitados para esse trabalho trará benefícios para os produtores, que poderão obter preços mais justos para a produção e para o consumidor, que terá acesso a um produto com melhor padrão de qualidade”, afirma a engenheira agrônoma Maria do Carmo Brilhante, lotada no Serviço de Sanidade, Inspeção e Fiscalização da SFA/Mapa no Acre.

Ezequiel Pelentir, técnico da Cidasc, especialista na classificação de 27 produtos vegetais e instrutor da capacitação, explica que os defeitos mais comuns encontrados na banana disponibilizada para o mercado são lesões por doenças, podridão, machucados e escurecimento dos frutos, geralmente decorrentes de práticas inadequadas no manejo, colheita e pós-colheita e na logística de acondicionamento e transporte da produção. “Esses problemas, facilmente identificados, influenciam a compra do produto pelo consumidor, que dará preferência a pencas que possibilitem aproveitar todos os frutos. A permanência de bananas defeituosas na gôndola de exposição acaba afetando outros frutos e inviabilizando a sua comercialização. Separar os frutos com potencial comercial daqueles com defeito evita perdas para o produtor e para o comerciante”, diz.

Na opinião do engenheiro Agrônomo Josicley Azevedo, técnico da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e um dos participantes do curso, a aplicação de critérios de classificação da banana descritos na legislação, requer mudança de comportamento por parte dos agricultores. “Atualmente, o produtor é quem menos ganha com a venda da produção, mas com os conhecimentos adquiridos na capacitação pretendemos atuar para modificar essa realidade. Sabemos que a adequação a novos padrões de manejo da produção requer investimento na atividade produtiva, que certamente será compensado pela oferta de um produto com valor agregado no mercado e aumento da procura, resultando em mais renda para as famílias”.

Casa de embalagem

De acordo com Virgínia Álvares, o processo de classificação comercial da produção de banana também envolve a embalagem do produto, atividade que deve ser realizado em local apropriado, também seguindo critérios legais. A primeira casa de embalagem será construída no município de Acrelândia, principal polo produtor de banana do Estado, com recursos financeiros do Banco Mundial. O processo, em fase de licitação, é coordenado pela Associação dos Produtores Rurais do Ramal Campo Novo (Apruracan). Conforme Virgínia Álvares, responsável pelo projeto, o funcionamento da estrutura está previsto para iniciar no primeiro semestre de 2019.

“Dispor dessa estrutura é requisito essencial para implantação do Sistema de Mitigação de Risco da Sigatoka-negra. Estamos finalizando o diagnóstico da produção no município e a partir dos pontos críticos identificados, vamos capacitar os produtores em boas práticas na colheita e pós-colheita da banana e em procedimentos de embalagem, como forma de garantir qualidade à produção comercial”, diz a pesquisadora.

Outro aspecto dessa cadeia produtiva que será impactado com a classificação comercial é a forma de venda da produção. Desde 2005, a legislação brasileira recomenda a venda da fruta em pencas, entretanto, os frutos ainda são comprados em cacho por supermercados e outros estabelecimentos. “Essa prática tem por base sempre pagar pela menor banana, resultando em prejuízo para o produtor rural. Classificar a banana em pencas maiores e menores, selecionando os frutos, permite preços diferenciados”, enfatiza Pelentir.

Contratação de novos profissionais da saúde eleva qualidade dos serviços no Acre

Compromisso com os servidores sempre foi uma das prioridades na gestão do governador Tião Viana. Prova disso é o pagamento em dia e a abertura de concursos públicos para a garantia da qualidade dos serviços ofertados.

Somente na Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), entre 2013 e 2018, foram contratados por meio de processos seletivos mais de 2,2 mil servidores para atuarem nas unidades de saúde do estado.

Os concursos realizados nos anos de 2013 e 2014 garantiram a contratação de servidores nas áreas de citologia, enfermagem, hemoterapia, laboratório, nutrição e dietética, órtese e prótese ortopédica, prótese dentária, radiologia, saúde bucal e segurança do trabalho, assistente social, cirurgião dentista, enfermeiro, físico médico, fonoaudiólogo, psicólogo, químico, terapeuta ocupacional, farmacêutico, fisioterapeuta e nutricionista.

Para quem passou em um concurso e tomou posse, a sensação é de estabilidade e poder planejar a vida em família.

Exemplo é a auxiliar administrativa Raimunda Nascimento, que foi convocada para assumir o cargo em 2017, passando a trabalhar na sede da Sesacre. Ela conta sobre as mudanças em sua vida após começar no novo trabalho e os benefícios de ser concursada.

“O benefício de ser concursada é poder contar com aquele dinheiro todo mês, fazer planos para o futuro sem pensar em desemprego e poder fazer planejamento familiar dos recursos que ganho sem ter medo do futuro, de ficar desempregada, como acontece muito no setor privado”, destaca Raimunda.

Mais médicos e enfermeiros

Certamente na saúde todos os profissionais desempenham funções de extrema importância. Isso se aplica desde o servidor que trabalha na limpeza de uma unidade, ao que conduz uma ambulância e até aquele profissional que é responsável por um transplante, que é uma cirurgia das mais complexas.

Mas, logicamente, a contratação de mais profissionais responsáveis pela assistência direta aos pacientes representa um ganho na qualidade de atendimento nas unidades de saúde.

Dos concursos realizados em 2013 e 2014, o governo contratou 180 médicos de mais de 20 especialidades. Já a soma de enfermeiros empossados por meio de concurso público chega a 412 profissionais.

A contratação de novos servidores na saúde não representa apenas melhoria na qualidade do serviço. É importante também para a economia do estado. Veja o exemplo. Os salários pagos apenas aos 2.206 servidores contratados por meio dos concursos realizados em 2013 e 2014 representa uma despesa mensal de 9,7 milhões de reais aos cofres públicos do Acre.

A Sesacre lota servidores, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Huerb, Hospital da Criança, Hospital do Câncer, Fundação Hospitalar, Policlínica do Tucumã, Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into/AC), Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon), Maternidade Barbara Heliodora (MBH) e as demais unidades espalhadas pelo interior do estado.

“É inegável o investimento na melhoria da qualidade da nossa saúde em todos os setores. Mas, sem dúvida, que um dos que mais condiciona qualidade ao atendimento nas nossas unidades é a contratação de novos profissionais. Fico feliz de estar tendo a oportunidade de fecharmos uma gestão que contratou mais de dois mil profissionais por meio de concurso público”, destaca Rui Arruda, secretário de Estado de Saúde.

MPAC reúne profissionais da imprensa para discutir formas de se noticiar suicídio

Como parte da programação da 9ª edição do Prêmio de Jornalismo do MPAC e em alusão à campanha ‘Setembro Amarelo’, foi realizada, nesta segunda-feira (24), a roda de conversa ‘Diálogos sobre o suicídio’. O evento reuniu integrantes do Ministério Público, profissionais da saúde e jornalistas no Espaço Amarelo localizado em uma das salas do Via Verde Shopping, em Rio Branco.

A intenção foi traçar uma estratégia de conscientização, prevenção e mobilização quanto a uma forma mais humana e menos prejudicial de se noticiar casos de suicídio na mídia e a postura dos veículos de comunicação ao transmitir os fatos.

“A gente buscou mostrar aos jornalistas a importância e a responsabilidade que eles têm dentro do tema, pois são formadores de opinião”, destaca a coordenadora do Centro de Apoio Operacional (Caop) de Defesa da Saúde, Pessoa Idosa e Pessoa com Deficiência, procuradora Gilcely Evangelista, que também coordena o Centro de Especialidades em Saúde do MPAC (CES).

Suicídio por imitação

Desde a década de 70, estudos evidenciam que a divulgação inadequada da notícia de suicídio pode aumentar as taxas. Previstas pela Organização Mundial de Sáude (OMS), algumas medidas são fundamentais para uma informação coerente, que evite, sobretudo, o efeito ‘Werther’, que é quando o número de suicídios é maior após uma ocorrência divulgada de forma ampla e sensacionalista ou após o suicídio de alguém famoso.

“Trata-se do suicídio por imitação. Não é que ver uma notícia sobre um caso vai levar a pessoa a praticar o ato. O que ocorre é que existem pessoas que já estão predispostas, passando por crises, pensando idéias suicidas e, quando colocadas em frente a uma matéria que diz como a pessoa executou, o que ela fez, os passos, isso pode ser um disparador”, explica a jornalista e professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac), Juliana Lofêgo.

Medidas como evitar espetacularizar ou romantizar o ato do suicídio ou demonstrar que a prática possa ser uma resposta aceitável às adversidades da vida foi um dos pontos elencados pela jornalista, além de evitar incluir o método, local ou detalhes da pessoa que praticou o ato e limitar as informações aos fatos que o público precisa saber.

Segundo ela, por muito tempo, a imprensa viveu esse tabu. “Só se podia noticiar casos de celebridade. Mas acredito que a gente tem que divulgar sim, porém, da forma correta, com bastante cuidado, de preferência, colocando caminhos para evitar, formas de se aproximar, abordando saúde mental e prevenção, como perceber que a pessoa está entrando em depressão”, destaca.

Para a psicóloga Lenira Pontes, do MPAC, existem alguns traços para se identificar uma pessoa com predisposição ao suicídio, porém, nem sempre eles estão presentes. “Há muitos mitos e verdades, por exemplo, que se a pessoa está falando que vai se matar, ela não tem real intenção disso ou está fazendo drama, e não é assim que acontece. Existem sutilezas que o profissional precisa estar atento para identificar. A questão é que nem sempre as pessoas procuram ajuda profissional”.

Na ocasião, a jornalista Juliana Lofêgo ponderou, ainda, que é preciso ter mais empatia e que, nos dias de hoje, todo mundo é um formador de opinião em potencial com o celular na mão. “As pessoas divulgam coisas absurdas, fotos da vítima, detalhes da situação. Isso tem que se evitar por respeito ao ser humano, à família, à pessoa. O limite é da humanidade mesmo, do respeito ao outro”.

Tião Viana agradece profissionais da Educação pelo Ideb

O Teatro Plácido de Castro (Teatrão) ficou lotado nesta terça-feira, 18, de professores, gestores, coordenadores e demais profissionais para a apresentação dos resultados oficiais do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC).

O Acre, que há 20 anos era o último colocado no ranking dos Estados, agora aparece em primeiro lugar na Região Norte, em segundo lugar no Norte/Nordeste e em sexto lugar em nível nacional. O Ideb é responsável por avaliar a proficiência e o índice de evasão escolar.

Pela primeira vez desde que foi criado, o Acre ultrapassou a meta Brasil, que para 2017 era de 5,8. Na média, o Estado ficou com 6,1 e a prefeitura de Rio Branco alcançou 6,3. Das escolas estaduais, a melhor colocação ficou com a Getúlio Vargas, de Brasileia (7,9). Em Rio Branco, das escolas estaduais, a liderança ficou com a Humberto de Alencar Castelo Branco (7,4).

O governador Tião Viana e o secretário de Educação e Esporte (SEE), Marco Brandão, fizeram questão de agradecer o carinho e o empenho de todos os profissionais na melhoria da qualidade do ensino, resultando nos atuais números do Ideb para o estado.

“Esse resultado é a valorização, o reconhecimento do trabalho, fruto de todos os profissionais. Com isso, vamos levar adiante o futuro da educação em nosso estado”, disse o governador.

Ele também lembrou o tempo em que o estado era o último colocado nos índices nacionais de educação, época em que os pais eram obrigados a enfrentar longas filas para poder matricular os filhos. “Ao longo de todos esses anos, conseguimos mudar a educação do nosso Acre.”.

Marco Brandão também se disse orgulhoso de todas as equipes gestoras. “Quando assumimos, nosso ponto de partida era entregar o Ideb de nosso estado em crescimento. E, além de conseguir esse objetivo, pela primeira vez ultrapassamos a meta Brasil.”

Segundo Brandão, os resultados são frutos dos investimentos realizados pelo governo, principalmente no que diz respeito à formação de professores. E acrescentou que, há 20 anos, apenas 25% dos professores da rede estadual eram graduados, taxa que hoje alcança 98%.

Instituto

No agradecimento que fez aos profissionais para melhorar os índices da educação, o governador Tião Viana disse que pretende criar ainda, até o fim deste ano, o Instituto de Valorização dos Educadores. “Queremos deixar aprovado em lei.”

Câmara Municipal de Rio Branco faz homenagem aos profissionais da saúde mental

O Setembro Amarelo, campanha brasileira de prevenção Suicídio, continua suas atividades diárias de divulgação do tema no qual alerta à população sobre a importância de sua discussão na sociedade.

Nesta terça-feira (18), ativistas da área realizaram uma atividade chamada de “Pedágio em Prol da Vida”, em alusão ao Setembro Amarelo. O ato ocorreu na Praça da Juventude, bairro Cidade Nova. No período da tarde, na Escola Henrique Lima, ocorreu o Fórum de Saúde Mental, tema destinado à saúde dos adolescentes.

Também na manhã desta terça-feira (18), o tema ganhou espaço no parlamento mirim, precisamente na Câmara Municipal de Rio Branco. Um requerimento aprovado da vereadora Lene Petecão garantiu a coordenadora do CAPS Samaúma, a psicóloga Emelym Daniela Souza Tonelly, assim como a colega Josiane Furtado da Rocha Rabelo (Núcleo de Prevenção ao Suicídio do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco) e a enfermeira Vanessa de Araújo Velasco, moções de aplausos dos vereadores de Rio Branco ao trabalho desenvolvido pelas profissionais em prol da saúde mental da população acreana.

0938409583094850394

Feliz com a moção de aplausos, a psicóloga Emelym Daniela (foto) disse que o reconhecimento do trabalho é sempre muito gratificante, algo que encoraja a continuar defendendo as políticas públicas em Saúde Mental. Emelym frisou ainda que o ato na Câmara dos Vereadores contribuiu para que ela e as demais profissionais da área tivessem a oportunidade de levar reflexões acerca do que ainda precisamos avançar no que tange a urgência na implantação dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial-RAPS, rede essa que oferece cuidado às pessoas em sofrimento mental dos caos mais leves e moderados até os casos mais graves, incluindo-se as tentativas de suicídio. Ademais, ela comentou também que familiares que perdem seus entes para o suicídio e precisam dos cuidados dessa Rede.

Fique sabendo

O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque internacionalmente o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, por iniciativa da International Association for Suicide Prevention. A ideia é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão.

Profissionais da área de entomologia recebem capacitação no Vale do Juruá

Pensando em ações ainda mais eficazes para combater a doença, por meio do controle dos transmissores da malária, a Vigilância em Saúde da Regional do Vale do Juruá, Tarauacá e Envira realiza a Capacitação em Entomologia – ramo da zoologia que estuda os insetos – aplicada a Malária.

A capacitação, oferecida pela coordenação de Vigilância Ambiental e Controle de Endemias, será realizada de 10 a 20 de setembro e busca qualificar ainda mais os profissionais das áreas de entomologia dos municípios com maior índice de malária. Ao todo, serão qualificados 16 profissionais dos sete municípios da região do Juruá, incluindo profissionais da saúde indígena e da Universidade Federal do Acre (Ufac).

A capacitação ajuda os profissionais a realizar com maior exatidão suas funções, tais como triagens, identificação de espécies e de situações de risco, reconhecimento dos transmissores de doenças parasitárias, além da reorganização do planejamento de suas atividades, para achar a melhor forma de evitar que a população fique doente por malária.

“É um grande momento para entomologia dessa região e do estado, esperamos que os municípios retomem as atividades entomológicas e que por meio desses estudos possam realizar um trabalho direcionado e assertivo no controle da malária, para que a população não fique doente”, diz a gerente do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Controle de Endemia.

Entre os destaques da qualificação está a retomada da técnica “Captura por Atração Humana Protegida”.

A técnica utiliza o homem como principal meio de atração para a captura de insetos com hábitos antropofílicos, ou seja, quando a fêmea prefere se alimentar do sangue humano dentro de suas habitações, o que favorece a transmissão.

Curso de Auriculoterapia é oferecido pela 1ª vez a profissionais de saúde do Acre

Uma técnica chinesa que tem ajudado os que sofrem com problemas respiratórios, reumáticos, hormonais, ansiedade e depressão. A Auriculoterapia é um método terapêutico que consiste na estimulação de vários pontos da orelha.

O método é realizado com o uso de sementes magnéticas que estimulam pontos estratégicos da orelha que estão ligados a diversos órgãos do corpo. Dessa forma, quando esses pontos são estimulados, é possível tratar ou aliviar os sintomas.

Os resultados são tão positivos que o próprio Ministério da Saúde (MS) incentiva esse tipo de terapia.

Tanto que a Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do MS e a Universidade Federal de Santa Cantarina (UFSC) oferecem a formação em Auriculoterapia para profissionais de saúde na atenção básica.

Mais de três mil profissionais de saúde de diversos estados do Brasil já estão capacitados e oferecem a técnica aos usuários das Unidades Básicas de Saúde.

No Acre, 43 profissionais de saúde de Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Porto Walter compõem a primeira turma de profissionais capacitados em Auriculoterapia do estado.

Nesta sexta-feira, 24, haverá a última etapa presencial do curso, já que a primeira fase foi realizada no modelo de ensino à distância.

Outra vantagem do método é seu baixo custo.

Fátima Farias, enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis (SC) e palestrante, destaca que a terapia tem gerado bons resultados por parte dos usuários onde a prática já foi implantada. “Muitas vezes a demanda é tão grande que temos que organizar um fluxo de atendimento para atender todos os que procuram o serviço.”

Até o momento, 19 estados brasileiros já possuem profissionais de saúde capacitados para oferecer a Auriculoterapia aos usuários.

A capacitação começa às 8 horas, no auditório Carlos Alberto Simão Antônio, no Centro de Convenção da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Profissionais do Alto Acre recebem capacitação em Saúde

Realizar qualificações com os profissionais de saúde reflete na qualidade dos atendimentos que os usuários recebem. Nesta quinta-feira, 23, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre) por meio da Divisão de Saúde da Criança e o Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas, realiza uma capacitação de atenção ao recém-nascido com médicos e enfermeiros da região do Alto Acre.

A qualificação dos profissionais aprimora o atendimento prestado à população, principalmente, neste caso, com aqueles que estão gerando uma vida. O objetivo do curso, que terá duração de dois dias, é atualizar os conhecimentos com relação aos cuidados com os recém-nascidos, a fim de reduzir a mortalidade infantil no estado.

De acordo com a gerente da Divisão de Saúde da Criança da Sesacre, Priscylla Aguiar, o correto manejo da mãe durante o parto e o pré-natal colabora para a redução da mortalidade infantil.

“Proporcionar uma capacitação como esta para os médicos e enfermeiros das Unidades de Saúde é tratar diretamente das orientações e um treinamento qualificado com eles que proporcionem melhoria dos atendimentos ofertados a população. Eixos como reanimação e transporte neonatal serão trabalhados com esse profissional, para realmente impactar na redução de mortalidade infantil.”

O curso será ministrado pelos médicos Cezar Magalhães e Maria do Socorro Avelino e começa na quinta, 23, às 8 horas, no Centro de Educação Profissional (Cedup) de Brasileia, com a participação de médicos e enfermeiros também de Assis Brasil, Epitaciolândia e Xapuri.

Davi Friale desiste de candidatura por causa de ocupações profissionais

Por suas atividades no site O Tempo Aqui e estudos relacionados ao clima, o pesquisador meteorológico Davi Friale desistiu da candidatura a deputado estadual. A informação é do próprio Friale.

“Eu preciso atualizar constantemente o site, que é uma prestação de serviços à população. Mas estou me organizando para contratar algumas pessoas, formar uma equipe que terá essa atribuição de atualizar o portal na minha ausência. Seria impossível ter que abastecer o site diariamente e cumprir agendas de campanha, conversar, ir aos bairros, visitar pessoas”, diz.

Friale, aliás, chegou a ser contado para compor chapa como vice de Lyra Xapuri, ex-candidato a governador, durante o período pré-eleitoral. Lyra desistiu de concorrer ao governo para apoiar Marcus Viana (PT) e se candidatar a deputado federal. Já Friale preferiu sair da disputa por ocupações profissionais.

Programa Saúde do Homem leva capacitação a profissionais do Juruá

Popularmente costuma-se dizer que homens, por serem supostamente mais fortes, adoecem menos que as mulheres.

Essa cultura popular não traduz a realidade. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, entrevistando mais de cinco mil homens, revela que não é exatamente assim. Quase um terço dos homens brasileiros não têm o hábito de ir ao médico regularmente, o que resulta em dados preocupantes. Os números mostram que os homens vivem 7,2 anos a menos que as mulheres no Brasil.

Para conscientizar a população masculina sobre a importância da saúde preventiva, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio do Departamento de Saúde do Homem, realiza diversas ações com o objetivo de desenvolver nesse público o hábito de ir ao médico e realizar exames preventivos.

Nesta terça-feira, 14, em Cruzeiro do Sul, será realizada uma capacitação do guia de saúde do homem e o guia do pré-natal do parceiro, com a participação dos profissionais de saúde do Juruá e técnicos do Ministério da Saúde.

O objetivo é que médicos e enfermeiros da região conheçam o guia de saúde do homem e a política nacional de atenção ao homem, melhorando o acesso às Unidades Básicas de Saúde e, principalmente, a saúde da população masculina.

Durante o evento, no Centro de Educação Permanente (Cedup), o guia do pré-natal do homem também será apresentando e discutido com os profissionais. O guia tem como principal objetivo o acolhimento do homem durante a realização de consultas de pré-natal da parceira, estimulando e reforçando o vínculo familiar entre os parceiros.

O guia proporciona também ao homem a realização de exames de rotina, testes rápidos e a atualização da carteira de vacinação.

Joice Soares, coordenadora do Departamento de Saúde do Homem da Sesacre, destaca que a capacitação é também um momento para fortalecer a qualidade dos serviços oferecidos ao público masculino. “Precisamos desconstruir o conceito de que o homem não adoece. É importante e necessário que eles procurem cuidar da saúde. Dessa forma, além deles cuidarem de si, também estão cuidando de sua parceira. Durante a capacitação, mostraremos isso, e também a política de saúde homem, qualificando nossos profissionais para garantir e estimular a saúde preventiva”.

Profissionais da Maternidade Bárbara Heliodora se unem a pais na luta para registrar recém-nascido

A gravidez é sem dúvidas um momento único, mágico e apaixonante. É nessa fase que se espera ansiosa o completar das 16 semanas para saber o sexo da criança por meio da ultrassonografia, e assim, definir a escolha do nome do bebê. Depois disso, pôr em prática um dos momentos mais aguardados por toda futura mamãe: o enxoval.

Berço, fraldas, roupinha, sapatinhos, macacões, decoração. Nada pode faltar e tudo já tem bordado o nome da criança –, ainda abrigada no ventre materno. É assim com toda gestante, e com Regilene dos Santos Silva não foi diferente. Antes mesmo de confirmar se era menino, ela conta que a escolha do nome já havia sido feita por ela e o marido: Enzo Bolt, em homenagem ao maior corredor do mundo, o ex-velocista jamaicano Usain Bolt.

“Já gostávamos desse nome antes mesmo de engravidar. Quando descobrimos que era menino, logo tratei de bordar o nome Enzo Bolt no enxoval. Meu marido gosta muito do corredor, de quem aderimos apenas o Bolt, até mesmo porque o primeiro nome era um pouco mais complicado, e achamos Bolt mais simples, tendo se encaixado perfeitamente no nome Enzo”, lembra a mãe.

Mas nem tudo saiu como planejado. O pequeno Bolt acabou vindo ao mundo antes do tempo em decorrência de uma doença hipertensiva especifica durante a gravidez, também chamada de pré-eclâmpsia. E hoje, mais de dois meses após o seu nascimento, o bebê, que nasceu pesando apenas um quilo, segue lutando pela vida na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) da Maternidade Bárbara Heliodora.

Não bastasse o sofrimento da família em não poder levar o recém-nascido para casa, onde tudo foi preparado para a sua chegada, a luta desse pequeno guerreiro ganha agora um novo capítulo: conseguir ser registrado em cartório com o nome sonhado por sua mãe e seu pai. Isso porque os cartórios recusaram registrar a criança com a inclusão de “Bolt” em seu nome.

A Lei 6.015 de 1973 diz que os oficiais do registro civil podem se negar a registrar nomes que possam vir a constranger a criança. O que não é o caso com Enzo. Já se tratando do “Bolt”, o cartório entendeu que trata-se de um sobrenome e que o mesmo precisaria fazer parte do nome dos pais ou de qualquer ascendente da família.

IMG 20180615 WA0012 1 1065x600 web
Enxoval foi todo confeccionado com o nome escolhido pela família – Foto/Cedida

Justiça vai decidir

Diante da negativa dos oficiais de cartório em efetivar a certidão de nascimento do filho, a família contesta a decisão na Justiça e justifica que Enzo Bolt é um nome composto escolhido por eles, e não sobrenome, como aponta o cartório, a exemplo de Pedro Henrique, João Paulo, entre outros registrados no Brasil.

“Tentamos registrar primeiro lá na maternidade, mas fomos encaminhados para outro cartório, na Avenida Ceará. Chegando lá, o oficial disse ao meu marido que não poderia incluir Bolt no nome do bebê, pois era sobrenome do corredor jamaicano. Tentamos convencer que Enzo Bolt era um nome composto que escolhemos, mas ele não aceitou, o que tem nos gerado muita frustração”, relata a mãe.

Consultado sobre a “justificativa” que o cartório apresentou aos pais da criança para não emitir a certidão de nascimento com o nome escolhido por eles, o advogado, Alfredo Severino Jares vai direto ao ponto: “Quem estabelece o que é nome ou sobrenome? A observância do oficial deve ser quanto aos sobrenomes de identificação familiar, ascendentes, não sendo cabível, ao meu ver, decidir se o nome apresentado é ou não nome composto”.

Observando que essa não é atribuição dos cartórios, que podem sim, recusar o registro de um nome, caso o mesmo venha expor a criança a situação vexatória, o famoso “bullying”, o advogado critica a recusa do cartório em não efetivar a certidão de nascimento do bebê.

“Vejo equívoco do oficial cartorário, vez que a negativa só possui respaldo legal quando o nome que se busca registrar pode expor a criança ao ridículo, não sendo o caso, conforme previsto na Lei n° 6015/73, Artigo 66. Vale dizer que mesmo neste caso, nome que exponha ao ridículo, a família pode discordar cabendo ao oficial suscitar a dúvida à Vara de Registros Públicos”, analisa o advogado.

DSC 7336 900x600 web
Família luta na Justiça para que o nome da criança seja “Enzo Bolt” – Foto/Júnior Aguiar

Todos apoiam Enzo Bolt

Na ala de cuidados intensivos, onde Enzo Bolt é acompanhado 24 horas por dia, além de receber muito amor e carinho para sua recuperação, todos, sem exceção, médicos, enfermeiros, fisioterapeuta, e demais que fazem parte da equipe neonatal, apoiam 100% da escolha do nome do bebê.

“A equipe em si não está preocupada apenas com a questão de diagnóstico e tratamento. A gente vem com essa linha de trabalho de humanização. E a família ser impedida de registrar o bebê com o nome que sonhou nos sensibilizou muito. Uma mãe que vem passando por tantas lutas, juntamente com o pai e agora se depara com mais essa batalha que é registrar o seu próprio filho, não tem como não se comover e apoiar essa causa”, defende a coordenadora da UTI/Neonatal, Maria do Socorro Avelino.

A médica neonatologista esclarece ainda que existe um serviço de registro para a emissão de certidões de nascimentos na própria maternidade, já para facilitar a vida dos pais e também como forma de garantir cidadania aos recém-nascidos antes mesmo da alta hospitalar. Lembrando que sem esse documento, a criança fica privada de seus direitos mais fundamentais como cidadã, a exemplo de internações hospitalares e inclusão em programas sociais.

“A gente sabe que o próprio hospital tem o cartório para facilitar isso. As crianças nascem e precisam ser registradas, uma vez que muitas coisas dependem da certidão. E o caso do Enzo Bolt vem nos sensibilizando por diversos fatores, especialmente pelo sofrimento da família em não conseguir registrar o filho com o nome escolhido. Se os pais estão bem, isso contribui muito com o bem-estar da criança, o contrário disso acaba interferindo de forma negativa no resultado final”, analisa Maria do Socorro.

Como forma de ajudar a família e sensibilizar as autoridades para autorizar o registro do nome do bebê, os profissionais da UTI/Neonatal fizeram uma foto de apoio aos pais segurando cartazes com o nome Enzo Bolt.

DSC 7328 web
Servidores do hospital se uniram a família pelo nome “Enzo Bolt” em registro – Foto/Júnior Aguiar

Circuito de Odontopediatria reúne profissionais e acadêmicos

O I Circuito Nacional ABOPED (Associação Brasileira de Odontopediatria) por meio da regional Aboped/AC realizou em Rio Branco no último sábado,23, no Hotel Holiday Inn, um evento destinado para profissionais da área e estudantes do curso de odontologia contou com a palestra do Professor Dr. Paulo Floriani Kramer, autor dos livros “Traumatismos na dentição decídua” e “Cárie Dentária na Infância” com o Prof. Dr. Carlos Alberto Feldens.

Para a presidente ABOPED/AC Ana Sofia Vasconsellos organizadora o evento foi um sucesso. “É muito gratificante a regional ABOPED/AC receber o circuito, que está acontecendo em todas as capitais brasileiras. Esse evento trouxe atualização para os profissionais, não apenas para o grupo de odontopediatras mas os diversos profissionais das diversas especialidades da odontologia”, destacou a presidente.

O circuito no Acre reuniu 88 inscritos entre profissionais da área e acadêmicos dos cursos de odontologia do estado

No Acre a Aboped foi criada em fevereiro deste ano e formada por 17 associadas, e tem como objetivo representar a odontopediatria em atividades científicas, além de levar aprimoramento técnico científico aos profissionais do Estado do Acre.

“A associação foi fundada com o objetivo de unir a classe, atualizar os profissionais, valorizar a Odontopediatria do Estado. Nosso Circuito está aguardando 100 inscritos, entre profissionais e acadêmicos, público significativo para área da Odontopediatria,”, explicou Ana Sofia Vasconcellos.

Além da associação existe também no estado a Liga de odontopediatria, criada em abril de 2018 ela reúne profissionais e estudantes. “Nós temos também a liga de odontopediatria e nesta os acadêmicos podem participar também” afirma.

Ao final do evento os presentes participaram de sorteios de brindes oferecidos por parceiros. Segundo a presidente ainda este ano haverá outras atividades voltadas para o aprimoramento do conhecimento dos profissionais acreanos.

“Vamos fazer o ciclo de palestras, e não será cobrada adesão dos participantes” garante.

Parceria entre Acre e Colorado resulta em curso para profissionais da área do direito

Integrar conhecimento acadêmico teórico com a prática. É o que o governo do Estado visa ao consolidar a cooperação com a Universidade do Colorado em Boulder (UCBoulder), em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac).

Na tarde desta segunda-feira, 18, se iniciou mais uma etapa prática dessa colaboração educacional, com a realização do curso de Justiça Negociada que tem como público desembargadores, juízes, procuradores, promotores, defensores públicos, além de advogados da área ambiental e docentes da Ufac.

A qualificação na área de resolução de conflitos é ministrada pela vice-reitora da Faculdade de Direito da Universidade do Colorado, Jennifer Sullivan. O curso estimula o ingresso dos juristas em uma pós-graduação – mestrado, doutorado, pós-doutorado – no Colorado, propiciando intercâmbio de conhecimentos, a partir das experiências de desenvolvimento sustentável do Acre.

“Estamos aprimorando a teoria, mas, sobretudo, olhando a nossa prática. O Acre tem muitos modelos de parceria, como a público-privada-comunitária, criada aqui, bem como o próprio modelo de Reserva Extrativista. De modo que várias atividades da área ambiental se mesclam com o Direito, e é importante que os nossos profissionais tenham a percepção clara de como mediar conflitos, como caminhar para solucionar problemas sem, necessariamente, utilizar a justiça”, observou a chefe da Casa Civil, Márcia Regina Pereira.

Segundo o diretor da Escola do Poder Judiciário, desembargador Roberto Barros, a qualificação aborda o novo modelo de práticas judiciárias. “Aqui, vamos falar sobre justiça negociada, algo novo já que no Brasil é comum se falar de justiça do conflito, em que as partes querem ganhar uma da outra. Esse é um novo modelo de justiça, onde ambas as partes saem satisfeitas e com os conflitos solucionados”, destacou.

Segundo a procuradora de Justiça Patrícia Rêgo e diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do Ministério Público Estadual (MPE), a instituição passa por processo de fortalecimento e incentivos de políticas de autocomposição, o que soma-se ao apresentado na qualificação.

“Os Estados Unidos são o país que mais avançou e que tem a justiça negociada como paradigma para todos os outros, portanto, trazer um curso com a Universidade do Colorado, nesse tema, é algo bastante significativo”, salientou a procuradora.

Parcerias educacionais

A parceria com a Universidade do Colorado é fruto das articulações junto à Força-Tarefa de Governadores em Defesa do Clima e Florestas (GCF), em 2015. Após uma visita do governador Tião Viana à instituição de ensino, no ano passado, a cooperação já rende um curso na área de Desenvolvimento Sustentável e, agora, na de Direito.

No estado, mais de mil profissionais já passaram por qualificação, especialização (mestrado e doutorado), por meios dos incentivos de formação ofertados pelos programas de governo.

Além da Universidade do Colorado, a unidade federativa acreana também agrega a parceria das universidades de São Paulo (USP) e Bahia, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre outras.

Em sua gestão, Tião Viana apostou na formação dos servidores públicos. Até o momento, a Fundação Escola do Servidor do Acre (Fespac) já contabiliza a qualificação de 30 mil gestores acreanos.

Quem é Jennifer Sullivan?

A mediadora do curso, Jennifer Sullivan é vice-reitora da faculdade de Direito da Universidade do Colorado em Boulder (EUA) e está no Acre após a consolidação da parceria firmada entre governo, Ufac e UCBouder, em março.

Antes de ingressar na Faculdade de Direito foi litigante comercial do escritório de advocacia internacional Baker Daniels Faegre LLP, com foco em alegações de quebra de contrato, fraude, apropriação indébita entre outros delitos. Liderou negociações e mediações bem-sucedidas.

Jennifer é mediadora treinada, duas vezes nomeada para “Estrela em Ascensão” pela revista Colorado Super Lawyers – honraria destinada a apenas 2,5% dos advogados no Colorado. Ela se formou na Escola de Direito da Universidade de Duke e compõe o Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Defesa de Processos do EUA.

DSC 9752 web
Jennifer Sullivan está no Acre para conduzir curso na área de resolução de conflitos – Foto/Alexandre Noronha/Secom

Profissionais do Huerb participam de capacitação em emergência cardiológica

O fim de semana foi de intenso estudo para 22 profissionais que prestam serviços no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Durante o sábado, 19, e o domingo, 20, treze enfermeiros e nove médicos participaram do Curso Suporte Avançado de Vida em Cardiologia.

A capacitação foi ministrada por profissionais do Hospital Agamenon Magalhães, de Recife (PE), que é credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro de Referência de Alta Complexidade em Cardiologia.

“Esse é um curso muito importante para quem está na área de saúde. A vida é um bem que ninguém pode tirar da gente, então a gente luta em prol de ter vida com qualidade. O curso é bem intenso, agregando muita prática a teoria. Os profissionais saem mais preparados para poder atender um paciente vítima de uma parada cardíaca”, destaca Liliane Lima, médica do hospital recifense e uma das instrutoras do curso.

Além das aulas práticas, os profissionais passam por provas que avaliam a absorção do conteúdo e determinam a aprovação do médico ou enfermeiro.

De benefício para a população, a capacitação significa um atendimento em casos de emergências cardiológicas mais preciso. Para se ter uma ideia do que isso significa, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 300 mil pessoas sofrem infarto por ano no Brasil.

“Este curso é de grande importância para um melhor atendimento ao paciente, principalmente àquele em condições críticas, mais graves, com risco iminente de morte. Com essa capacitação, conseguimos oferecer um atendimento mais adequado dentro do hospital ou fora, em um caso de emergência”, afirma Thiago da Costa, médico do Huerb.

O secretário de Estado de Saúde, Rui Arruda, acompanhado do diretor-geral do Huerb, Fabrício Lemos, acompanhou o último dia da capacitação.

“Esta é uma oportunidade única para os nossos médicos e enfermeiros, já que o custo de um curso destes é altíssimo, e nós estamos proporcionando isso aos nossos profissionais. Aqui estão instrutores altamente qualificados e reconhecimentos nacionalmente”, destaca Arruda.

Em dois anos, é a terceira vez que o curso é oferecido no Huerb. Ao todo, cerca de 40 profissionais da unidade já passaram pela qualificação.

Prefeito Marcus Alexandre e Socorro Neri empossam 923 novos profissionais

Um ato histórico. Assim definiu o prefeito Marcus Alexandre o evento de posse dos 923 professores e profissionais aprovados no concurso público da Secretaria Municipal de Educação (SEME), realizado na manhã desta quinta-feira, 2, no auditório do Resort Hotel, na Estrada da Floresta. No total, 1.024 profissionais estão sendo incorporados aos quadros efetivo e temporário da Prefeitura de Rio Branco para garantir 100% de operacionalidade nas 84 escolas, na abertura do ano letivo, segunda-feira próxima, dia 6 de março.

Marcus Alexandre deu as boas-vindas aos empossados e aos convidados, como o ex-prefeito Raimundo Angelim, hoje deputado federal, e a vice-prefeita Socorro Neri, educadora que, conforme destacou o prefeito, demonstra alto grau de compromisso com a educação. Também estiveram presentes o vereador Mamed Dankar e a presidente da Federação das Associações de Moradores de Rio Branco (FAMAC), Terezinha Santana, que enalteceu o momento destacando o esforço da Prefeitura em contratar tão volumoso número de profissionais para o sistema municipal de ensino. “É realmente um momento histórico. São ocasiões como esta que fazem valer à pena todo o nosso esforço e dedicação”, disse o prefeito.

Este é o maior concurso público para professores e profissionais da educação realizado na história do município de Rio Branco. Os novos contratados atuarão como Professor da Educação Infantil, do Ensino Fundamental I, Professor do Atendimento Educacional Especializado, de Educação Física, Cuidador Pessoal, Assistente Escolar, Assistente de Creche, Merendeira e Professor de Libras.

Nada menos que 60% dos contratados já mantinham contratos temporários com a rede municipal de ensino. Os 40% restantes estão ingressando agora e passarão por um profundo processo de qualificação que não se interrompe, mas segue por toda a carreira.

Durante o ato, o prefeito convocou os empossados a se somarem ao esforço coletivo para manter a educação de Rio Branco entre as mais eficientes do País. Ele destacou que mesmo diante da maior tragédia ambiental da história do Acre, a grande cheia do Rio Acre em 2015, a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) ficou entre as melhores. “Mesmo na maior tragédia alcançamos a 4ª maior nota do Brasil entre as capitais”, lembrou Marcus Alexandre.

Profissionais consultados chancelaram as declarações do prefeito. A professora Maria Waste dá aulas há trinta anos e se disse muito feliz pelo fato de, mesmo após tantos anos de serviços prestados, ainda ter forte motivação para seguir trabalhando. “É uma honra ser professora”, disse ela.

“Uma alegria muito grande de ser professora”

A lotação já foi feita e a grande maioria dos profissionais escolheu o local de trabalho. É o caso da jovem Samara Priscila Abreu, que vai dar aula na Escola Valdiva de Castro dos Santos, no Conjunto Universitário.

“É uma alegria muito grande poder dar seguimento a uma vocação de família, pois minha mãe era professora”, disse Samara. Assim, os empossados já estão integrados à equipe da SEME e participam das atividades de formação e planejamento para o início do ano letivo.

A vice-prefeita Socorro Neri observa que a incorporação desse número de trabalhadores ao quadro efetivo da municipalidade traz novos significados à política educacional de Rio Branco. “É também o fortalecimento do quadro efetivo e a profissionalização do sistema, uma garantia da qualidade do ensino”, disse a vice-prefeita de Rio Branco.

Cada vez mais crianças nas escolas em uma educação universalizada

A contratação de novos profissionais faz parte da política de investimento na qualidade educacional de Rio Branco.

Além da contração e formação de profissionais, as ações incluem reforma e ampliação da rede, bem como a construção de novas unidades. O maior investimento foi na educação infantil. Só nos últimos quatro anos foram construídas oito novas creches, o que permitiu criar 4.400 novas vagas em creche (crianças com idade entre 2 e 3 anos) e pré-escola (crianças de 4 e 5 anos).

Atualmente, conforme voltou a lembrar o secretário Márcio Batista, o município de Rio Branco conta com 84 unidades educativas que iniciarão o ano letivo de 2017 com 24.087 alunos na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Com a inauguração das unidades em construção, até o final do ano o número de alunos matriculados deve ser superior a 25 mil.

No mês de março a Prefeitura vai inaugurar os Centros de Educação Infantil (creche e pré-escola) do Residencial Rosa Linda, na BR-364, e do Jacamim, no Conjunto Oscar Passos, além da nova escola Menino Jesus, no Centro de Rio Branco, que será entregue totalmente reestruturada.