Sindmed reafirma que greve dos médicos continua na capital acreana

De acordo com o sindicato, a greve irá continuar, apesar da determinação judicial que limita a apenas 10% dos médicos grevistas, o que deve significar um número em torno de onze médicos.

O sindicato dos médicos do Acre continua com a greve, que vinha sendo realizada desde a semana passada, apesar dos percalços que ocorreram, como as falas do prefeito Tião Bocalom e também do vereador N Lima. A manifestação é para que haja uma reforma no Plano de Cargo Carreira e Remuneração (PCCR).

De acordo com o sindicato, a greve irá continuar, apesar da determinação judicial que limita a apenas 10% dos médicos grevistas, o que deve significar um número em torno de onze médicos. Ainda segundo ele, a prefeitura alegou irregularidade da greve, o que não se comprovou como realidade, e apesar da quantidade reduzida de participantes, poderá sim, ser continuada.

A diretoria do sindicato também afirma estar ciente da impossibilidade de efetivar as mudanças ainda este ano, por conta do recesso parlamentar que se aproxima. Entretanto, o desejo é que as negociações se desenrolem para que as mudanças possam passar a valer ainda no início de 2022.

De acordo com a diretoria, as tentativas de dialogar com Bocalom vem desde junho, mas ele se recusou a debater as demandas necessárias. Além das reuniões constantemente desmarcadas por parte do prefeito, houve o encaminhamento de um parecer jurídico por parte da procuradoria do município, representando não só uma falta de diálogo, como também uma ruptura nas tentativas de mediar um acordo.

O sindicato ainda espera que as negociações possam acontecer e que uma contraproposta por parte da prefeitura seja apresentada, e caso haja acordo até lá, a expectativa é que entre em vigor já em janeiro do próximo ano.

O presidente do sindicato, Guilherme Pulici, conversou com o Opinião e deu algumas declarações. “O sindicato tenta falar com os gestores desde o ínicio do ano, formalizamos o documento em junho deste ano, com o então secretário Frank Lima (…) em setembros cobramos novamente, tentamos até negociar politicamente, mas então a situação apertou e um mês atrás os colegas decidiram por fazer greve.”, comenta ele.

Também afirma que o requerido não é exatamente um aumento, e sim uma incorporação. “Temos um salário aviltante, ofensivo eu diria. E o que nós queremos não é aumento, a gente pede a incorporação de gratificações, que já são pagas, que passariam a fazer parte do salário base do profissional, e isso para efeito de aposentadoria, afastamento por doença, invalidez, dá uma segurança maior”, continua o presidente do sindicato dos médicos.

Por fim, Guilherme completa “As pessoas não se interessam mais por trabalhar pelo município, isso é fácil de ver, quando eles abrem um processo seletivo que tem 20 vagas e apenas três inscritos. Isso demonstra o fiasco que é essa gestão. (…) Me chama atenção que a prefeitura preferiu uma batalha judicial, do que sentar na mesa e conversar”. 

Recapitulando

Na quarta-feira, 10, o prefeito se pronunciou sobre o assunto, e disse que os motivos para não realizar o aumento salarial são de origem legal. “São 48 médicos que estão de greve e o que eles precisam entender é que não podemos mexer em salário neste ano por causa de lei, só em 2022”, afirmou ele.

Além disso, o vereador N Lima, presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, disse que o ocorrido tem razões políticas. “Por que não vieram aqui há cinco anos que a gente tinha entrado nessa confusão, era o PT que tava lá, os sindicatos estavam todos atrelados ao PT e agora, um prefeito que tá lá há dez meses e tá com boa vontade, boas intenções, fazem reivindicações”, disse o presidente da Câmara.

Ainda de acordo com o vereador, já houve contato com o presidente sindical, a fim de firmar uma revisão do PCCR em janeiro do próximo ano, o que representa contradição, quando contraposto à fala do sindicato.