Governo descarta prescrição e vacinação nas crianças começa pelo grupo com comorbidade

A ideia da pasta era recomendar a imunização desde que mediante a apresentação do pedido de um médico e consentimento dos pais.

O Ministério da Saúde definiu que as crianças entre cinco e onze anos receberão a vacina da Pfizer para a Covid-19 sem precisar apresentar prescrição médica. A imunização terá início em crianças indígenas, quilombolas, com comorbidades e deficiência permanente. A imunização não será obrigatória e começa ainda em janeiro. 

A ideia da pasta era recomendar a imunização desde que mediante a apresentação do pedido de um médico e consentimento dos pais.

Para a vacinação desse público, será necessária apenas a autorização dos pais. No caso da presença dos responsáveis no ato da vacinação, haverá dispensa do termo por escrito.

A declaração foi dada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao anunciar a inclusão das crianças no Plano Nacional de Operacionalização. A entrevista coletiva ocorreu no Ministério da Saúde na quarta-feira, 5.

O ministério aguardava a consulta e audiência públicas para tomar a decisão. A consulta pública realizada pelo ministério terminou no domingo, 2, e apontou que a maioria dos ouvidos foi contrária à prescrição médica. Cerca de 100 mil pessoas se manifestaram.

Entidades que falaram sobre o assunto na audiência também foram contrárias à exigência de prescrição médica. Entre elas estão Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), CFM (Conselho Federal de Medicina) e SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

O Conass chegou a afirmar que nenhum estado exigiria prescrição médica para a vacinação infantil contra a Covid-19. Até terça-feira, 4, 20 estados já tinham publicado norma sobre o tema.

O ministério da Saúde anunciou ainda que a vacinação desse público-alvo terá uma ordem. Inicialmente serão as crianças com deficiência permanente ou comorbidade.

O Ministério da Saúde deve receber até março ao menos 20 milhões de doses pediátricas da Pfizer contra a Covid-19, suficientes para imunizar cerca de metade da população de crianças de cinco a onze anos. (Com informações da Folha de São Paulo )