Bloqueio de caminhoneiros nas estradas pode levar a descarte de leite, diz indústria

Uma imagem que ficou marcada como um dos símbolos da paralisação de caminhoneiros de 2018, o derramamento de litros e litros de leite pode voltar a acontecer nesta semana.

Segundo a Abia (associação da indústria de alimentos), os bloqueios de caminhoneiros nas estradas, que aconteceram após os protestos governistas de terça (7), podem levar os produtores de leite a descartar produto que ficou parado pela impossibilidade de transporte.

A associação ainda prevê possibilidade de desabastecimento.

A Abia afirma que a captação diária é de 500 mil litros e o produto não pode ser estocado por mais de 24 horas devido ao risco de perda.

Uma indústria de Minas Gerais diz que há risco iminente de paralisação das atividades, porque quatro caminhões com latas, usadas em produtos para lactentes, estão parados em um dos pontos de manifestação dos motoristas, segundo a Abia. A fábrica pode fechar as portas caso a matéria-prima não chegue ao local até o começo da tarde desta quinta (9).

O número de protestos foi reduzido desde a noite passada, porém ainda há registros em cinco estados.

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Funcionário da fazenda Santa Luzia, em Minas Gerais, despeja cerca de cem mil litros de leite para porcos, durante a greve dos caminhoneiros de 2018.   

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Caminhoneiros no País podem parar nesta segunda por não cumprimento de acordo

Caminhoneiros autônomos estão se mobilizando via grupo de WhatsApp para uma nova paralisação geral. A possível reivindicação é pautada pelo não cumprimento do piso mínimo do frete e deve ocorrer em um ato de advertência nesta segunda-feira, 10, e greve geral no dia 22 de janeiro, dias após a reunião na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em que será discutido o reajuste da tabela do frete.

Vale ressaltar que em maio deste ano, os caminhoneiros só colocaram um ponto final na greve após o presidente Michel Temer, ter aceitado algumas exigências do setor de transporte. Dentre as reivindicações atendidas estavam a criação da tabela que fixa um valor mínimo para o frete e a diminuição do preço do óleo diesel.

O porta-voz do Comando Nacional do Transporte, Ivair Luiz Schimidt relatou que poucas empresas pagam o piso mínimo, “talvez uns 2%. O restante continua igual, paga o que quer”. Os caminhoneiros ainda reivindicam fiscalização da ANTT.

Efeito da greve dos caminhoneiros nos preços deve se dissipar este mês

O efeito da greve dos caminhoneiros na inflação deve começar a se dissipar ainda neste mês, com a reversão da alta de preços da gasolina e do gás de cozinha, por exemplo, segundo avaliação de especialistas.

Em junho, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 1,26%, a maior taxa para o mês desde 1995, de 2,26%. O resultado superou a previsão de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC), que projetavam variação de 1,15%. Também ficou acima da previsão do BC, que era 1,06% para o mês passado.

Em maio, o efeito do desabastecimento provocado pela greve dos caminhoneiros, no final do mês, se somou às pressões sobre os preços de energia e combustíveis. Com isso, o IPCA teve alta de 0,40%. Em junho, a aceleração ocorreu devido a intensificação dos efeitos da paralisação sobre os preços de alimentos e combustíveis e a da mudança de bandeira tarifária.

O coordenador do curso de economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Márcio Salvato, explicou que a “explosão” da inflação em maio e junho ocorreu devido ao aumento da procura por produtos como a gasolina e o gás de cozinha. “Houve excesso de demanda porque as pessoas estavam querendo fazer estoque. Produtos como gasolina, gás de cozinha subiram. Além disso, teve o efeito de mudança na estrutura de custos com frete”.

Para Salvato, a inflação pode até ficar abaixo do esperado com os preços da gasolina e do gás voltando ao normal. “Deve haver descida dos preços dos produtos que sofreram efeito direto”, disse. Ele destacou que não tem risco se perder o controle de inflação por causa dos efeitos da greve dos caminhoneiros.

Inflação

Segundo o Relatório de Inflação, divulgado em junho pelo BC, a partir deste mês, a despeito dos efeitos defasados da alta do dólar observada desde o final de abril e do aumento projetado para passagens aéreas, em julho, espera-se por taxas de inflação mais baixas. Isso deve acontecer devido à reversão dos efeitos do desabastecimento gerado pela greve dos caminhoneiros, a sazonalidade favorável dos preços de alimentos e a elevada ociosidade da economia.

Para o BC, a retomada da atividade em ritmo mais gradual que o esperado contribui para manutenção da inflação em patamar baixo, mesmo com o efeito pontual da greve dos caminhoneiros.

Para este mês, a previsão das instituições financeiras consultadas pelo BC é que o IPCA fique em 0,35%, e caia para 0,12%, em agosto.

“Esperamos que já em julho esse efeito comece a ser diluído. A gente teve essa pressão agora em junho, mas em julho já deve reduzir”, disse o economista Marcio Milan, da Tendências Consultoria.

Por ser considerada uma alta pontual, o economista lembra que o risco de descumprimento da meta de inflação é zero. A meta é 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. “Mesmo com outros acontecimentos, como câmbio e as tarifas administrativas, o risco é zero. As projeções continuam abaixo do centro. Nossa projeção é que o IPCA fique em 3,7% neste ano”, disse Milan.

Paralisação de caminhoneiros prejudicou setor industrial

A indústria brasileira ainda sente os efeitos dos 11 dias de paralisação dos caminhoneiros em maio. De acordo com a sondagem industrial divulgada hoje (25) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), além de terem favorecido para o aumento da ociosidade e para o acúmulo de estoques indesejados, as manifestações colaboraram para a queda na produção do país. As empresas de grande porte foram as que registraram maior prejuízo.

A produção do setor industrial caiu para 41,6 pontos em maio, ficando, segundo a sondagem da CNI, “muito abaixo” da linha divisória dos 50 pontos, que separa as situações de aumento e de queda na produção. Também houve recuo da utilização da capacidade instalada para 63%. Com isso, a ociosidade subiu para 37%.

O indicador de evolução dos estoques efetivos em relação ao planejado subiu para 53,3 pontos em maio. Variando entre zero a 100 pontos, esse indicador, quando fica acima de 50 pontos, mostra que os estoques estão acima do planejado.

Emprego

Outro índice que apresentou recuo em maio foi o referente a emprego, que, ao registrar 48,3 pontos, se afastou da linha dos 50 pontos. Na avaliação da CNI, a paralisação dos transportes de carga atingiu o setor em um momento em que ele estava com dificuldades de se recuperar.

No caso das indústrias de grande porte, o índice de evolução da produção recuou para 41,6 pontos em maio, índice pouco pior do que o registrado pelas empresas de pequeno porte (42,3 pontos).

Ainda segundo o levantamento, o nível de utilização da capacidade instalada nas grandes empresas em maio ficou em 67%, o que representa uma queda de 4 pontos percentuais na comparação com abril. No caso das médias, a queda ficou em 2 pontos percentuais. Já as pequenas registraram queda de 1 ponto percentual. O indicador de estoque efetivo, que compara o estoque atual com o que era planejado, subiu 5,2 pontos em maio frente a abril, alcançando 57,6 pontos.

A greve dos caminhoneiros atingiu também o otimismo dos empresários. “Embora ainda estejam acima dos 50 pontos, os indicadores de expectativas em relação à demanda, à compra de matérias-primas e de quantidade exportada recuaram em junho”, informou por meio de nota a CNI.

O indicador de emprego ficou em 48,9 pontos, o que, de acordo com a CNI, mostra que os empresários preveem mais demissões nos próximos seis meses. Com isso, diminuiu também o interesse dos empresários em fazer investimentos nos próximos seis meses.

O índice de intenção de investimentos caiu para 50,5 pontos em junho. “Com o resultado de junho, são quatro meses consecutivos de redução da intenção de investir”, afirma a Sondagem Industrial.

A sondagem foi feita entre os dias 4 e 14 de junho com 2.204 indústrias. Dessas, 920 são pequenas, 780 são médias e 504 são de grande porte.

Senadores e deputados mantêm nesta semana atenção sobre caminhoneiros

Após uma semana com a pauta dominada pelas demandas dos caminhoneiros, Câmara e Senado devem manter ainda as atenções voltadas para a categoria. A partir desta terça-feira (5), os deputados federais se preparam para votar o projeto de lei que regulamenta o transporte rodoviário de cargas no país (PL4860/16).

No texto do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), aprovado pela comissão especial sobre o tema, são estabelecidas formas de contratação dos transportadores autônomos, de cooperativas ou empresas, regras para segurança nas estradas e normas para contratação de seguros em caso de acidentes, perda de mercadoria e até furtos e assaltos.

Marzquezelli propõe ainda a criação do vale-pedágio, mecanismo de pagamento automatizado que será obrigatório. Além disso, torna obrigatória a inspeção de segurança veicular de todos os veículos de carga, com maior frequência quanto mais velho o veículo.

Acordo

As seis medidas provisórias (MPs) editadas como parte do acordo firmado entre o governo federal e caminhoneiros também devem ter instaladas suas respectivas comissões mistas de deputados e senadores.

Na relação de medidas está a 832/18,que institui a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Editada sob o argumento de promover condições razoáveis à realização de fretes no território nacional, ela já enfrenta resistência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Há ainda a 833/18, que altera a Lei dos Motoristas (Lei 13.103/15) para estender para as rodovias estaduais, distritais e municipais a dispensa de pagamento de pedágio do eixo suspenso de caminhões, uma das principais reivindicações dos grevistas.

As medidas provisórias 836, 838 e 839/18 também aguardam votação. Com elas, o governo pretende compensar os gastos que serão gerados pelo acordo, que inclui a redução dos tributos sobre o óleo diesel.

Após serem discutidas nas respectivas comissões mistas, as medidas provisórias precisam ser apreciadas pelo plenário da Câmara e depois pelo do Senado.

O prazo de vigência de uma medida provisória é de 60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45 dias, contados da sua publicação, ela passa a trancara pauta do plenário da Casa em que se encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada.

Mensagens sobre retomada de paralisação são boatos, diz Jungmann

Ministro descartou hipótese de caminhoneiros retomarem greve

O Ministério da Segurança Pública descartou a hipótese dos caminhoneiros voltarem a paralisar suas atividades após terem suas principais reivindicações atendidas e encerrarem o movimento paredista que durou 11 dias. O boato de que a categoria organizaria uma nova paralisação ganhou força a partir do compartilhamento de mensagens pelo Whatsapp.

Segundo a assessoria da pasta, o ministro Raul Jungmann determinou que a Polícia Federal apure os objetivos de quem espalhou o boato. A investigação ocorrerá no âmbito dos inquéritos já instaurados para apurar a paralisação e a suspeita de envolvimento de empresários na condução dos protestos que, inicialmente, tinham como motivação a alta do preço dos combustíveis, mas logo incorporaram outras demandas à pauta de reivindicações.

“Prosseguem as investigações sobre as ações com cunho político. A PF e demais órgãos de segurança permanecem mobilizados, investigando possíveis infiltrações no movimento [dos trabalhadores]”, informou a assessoria do ministério a Agência Brasil.

Em entrevista à Rádio Jornal, do Recife, o ministro disse já ter conversado sobre o assunto com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchgoyen. Segundo Jungmann, o serviço de inteligência já identificou de onde partiram as mensagens, tratadas pelas autoridades como meros boatos.

“Quero deixar claro que não existe esta articulação para refazer o movimento e retomar a paralisação”, afirmou o ministro à rádio pernambucana. “Trata-se de um boato que vai ser investigado pela Polícia Federal, pois está evidentemente tentando criar um clima de ansiedade, de preocupação, divulgando dados infundados”, disse Jungmann, acrescentando que sempre pode haver manifestações pontuais, “mas nada sequer parecido com o que tivemos no movimento dos caminhoneiros [dos últimos dias]”.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também disse hoje (1°) que os órgãos de inteligência estão atentos à divulgação de vídeos e notícias falsas que incitem a retomada da paralisação dos caminhoneiros e dizem que o governo não cumpre o acordo. Segundo ele, se for necessário, serão tomadas providências. “Não vai ficar sem punição quem tentar descaracterizar a verdade dos atos praticados pelo governo”, disse Padilha em entrevista coletiva.

Também nesta sexta-feira, o presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam), José da Fonseca Lopes, divulgou mensagem declarando desconhecer qualquer novo movimento e desencorajando motoristas a aderir a nova paralisações. “Já tivemos o apoio da população de bem e de vocês, caminhoneiros de bem, em nossas conquistas. O governo cumpriu a parte dele. O movimento acabou, nossas reivindicações já foram atendidas”, disse.

Inquéritos

Até a última terça-feira (29), a PF já tinha aberto 48 inquéritos para investigar a ocorrência de locaute na paralisação dos caminhoneiros e encaminhado à Justiça vários pedidos de prisão. Ontem (31), o filho do dono de uma empresa de transporte e logística com sede em Caxias do Sul (RS) foi preso em caráter temporário durante a Operação Unlocked, deflagrada pela PF para reprimir a prática de locaute em rodovias do estado. O locaute é a greve ou a paralisação realizada por ou com o incentivo de empresários e é proibida por lei.

O Ministério Público Federal (MPF) também instaurou diversos procedimentos investigatórios para apurar se lideranças do movimento dos caminhoneiros infringiram a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983) em ao menos quatro estados (São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) onde foram registrados atos e declarações de indivíduos insuflando outros manifestantes a pedirem intervenção militar no país.

Paralisação dos caminhoneiros reduz exportações em 36% no período

Em maio, saldo da balança comercial foi positivo em US$ 6 bi

A greve dos caminhoneiros, que começou em 21 de maio e durou 11 dias, afetou as exportações do país no período. A média diária de produtos vendidos ao exterior, que nas três primeiras semanas do mês ficou acima de US$ 1 bilhão, caiu para US$ 642 milhões na última semana do mês, que terminou ontem (31). Na semana entre o dia 21 e 27, o volume exportado também sofreu queda significativa, para uma média diária de US$ 699 milhões. Por causa desses efeitos, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) informou, nesta sexta-feira (1º) que a queda no ritmo das exportações foi, na média, de 36% no período. No entanto, considerando todo o mês de maio, o saldo da balança comercial foi positivo em US$ 6 bilhões.

“Houve uma queda generalizada entre os setores, com diferentes efeitos dependendo do modal utilizado para o produto”, explicou Herlon Brandão, diretor de estatísticas e apoio às exportações da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC. No caso dos bens manufaturados, como aviões e automóveis, a queda nas exportações foi de 46%, seguida pela venda de bens semi-manufaturados, como celulose, ferro e aço, em que o recuo foi de 37%. A queda dos produtos básicos, como soja, minério de ferro e petróleo cru, foi menor, de 31%.

“Produtos como petróleo, embarcado diretamente no mar, e minério de ferro, que usa o modal ferroviário, foram menos afetados. Boa parte do escoamento da soja foi garantido por estoques existentes nos portos”, afirmou Herlon, ao exemplificar porque os produtos básicos foram menos afetados pela greve dos caminhoneiros. O diretor ressaltou, no entanto, que os efeitos de redução do fluxo de comércio durante a paralisação dos transportadores ainda “poderão ser sentidos no tempo”, já que muitas empresas interroperam a produção no período.

As importações também foram afetadas em 26%. Saíram de uma média de US$ 703 milhões, nas três primeiras semanas do mês, para US$ 516 milhões, nas duas últimas semanas. Herlon garantiu que, apesar da acentuada incidência da greve dos caminhoneiros sobre o fluxo de comércio em maio, o governo não deve alterar a previsão atual de saldo na balança comercial do ano, que é de cerca de R$ 50 bilhões. “Essas duas semanas não são suficientes para comprometer o resultado esperado do ano, com crescimento nos dois fluxos”.

Balança comercial

Ao longo de maio, o país exportou US$ 6 bilhões a mais do que importou, queda de 21% em comparação ao resultado positivo de US$ 7,66 bilhões em maio de 2017. Mesmo assim, de acordo com o ministério, foi terceiro maior saldo comercial para maio desde o início da série histórica, que começou em 1989.

Um dos destaques foi a soja, que bateu recorde histórico de exportação no período, com embarque de 12 milhões de toneladas. No acumulado do ano, o produto, que é líder na pauta de exportações do país, também acumula recorde de 36 milhões de toneladas embarcadas, o melhor desempenho da série histórica.

Em termos de importação, o crescimento em maio foi de 14,5% em relação ao mesmo mês de 2017. “É o décimo mês consecutivo de importação de bens de capital, que em maio tiveram crescimento de 30% e no acumulado de janeiro a maio deste ano, já cresceu 25%. A economia cresce mais esse ano, então demanda insumos e bens de capital do exterior aumenta”, avaliou o diretor do MDIC. Os bens de capital são máquinas e equipamentos usados na produção. Entre os principais bens importados no período estão aviões, centro de usinagem, veículos de carga, aparelhos elevadores e motores elétricos.

No acumulado do ano, o saldo da balança comercial brasileira registra superávit de US$ 26,1 bilhões, com exportações totais de US$ 93,6 bilhões e importações de US$ 67,5 bi.

Manifestantes saem às ruas de Rio Branco em apoio a caminhoneiros

Manifestantes foram às ruas de Rio Branco no fim da tarde desta quarta-feira, 30, contra o preço dos combustíveis e em favor dos caminhoneiros que estiveram em greve durante mais de uma semana em diferentes pontos do Acre. O movimento dos transportadores autônomos acabou na terça-feira mas o anúncio de um aumento da gasolina para este feriado de Corpus Christi levou moradores a se mobilizarem pelas redes sociais. O preço do litro da gasolina subirá 0,74% a partir desta quinta-feira, passando de R$ 1,9526 para R$ 1,9671. O Acre pratica o valor mais alto para todos os combustíveis em comparação ao resto do País.

Cerca de 100 caminhões, motos, carros de passeio e até bicicletas foram vistas na carreata que teve concentração na rotatória da Via Verde com Estrada da Sobral e Estrada Transacreana. O grupo começou a chegar ao local por volta das 15 horas e o número de apoiadores foi crescendo e à medida que avançava em direção ao Centro de Rio Branco ia crescendo com adesões de vários veículos. “Vem pra rua você também”, gritavam os manifestantes. Vários veículos portavam faixas e cartazes com os dizeres “Somos todos caminhoneiros”.

Greve dos caminhoneiros chega ao fim no Acre

Após uma semana de bloqueios, a greve dos caminhoneiros está encerrada no Acre, anunciou na tarde desta terça-feira, 29, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Caminhões e Caçambas do Estado do Acre (Sintraba), Júlio Farias. Apesar da afirmação, até o fim da tarde haviam dois pequenos focos de manifestação na BR-364 e na Estrada Transacreana, nas proximidades do Aterro de Inertes da Prefeitura de Rio Branco. “Espero que o Temer tenha entendido o recado”, disse Júlio Farias, que espera que os políticos mudem sua postura em relação a questões como o imposto dos combustíveis.

As federações, sindicatos e associações ligadas aos caminhoneiros aceitaram o acordo firmado com o Governo Federal e estão recomendando o desbloqueio das estradas estudais e federais em todo o País. O principal fator para o fim do movimento é a redução em R$0,46 no preço do litro do óleo diesel nas bombas. Atualmente, o Acre pratica o preço mais alto nos combustíveis: a gasolina, por exemplo, passou de R$5 durante os bloqueios. Vários postos ficaram fechados e há estimativas não oficiais de prejuízos acumulados em R$150 milhões durante a semana de paralisação.

Júlio Farias pede que o Governo do Acre reveja a alíquota do ICMS do combustível, hoje em 25% -a mais alta do País.

Os aeroportos estão funcionando normalmente, bem como o abastecimento de gás de cozinha. O varejo de alimentos não foi duramente afetado no Acre mas alguns produtos tiveram seus preços majorados inexplicavelmente.

Blairo Maggi diz que poderá faltar carne se paralisação continuar

Se movimento permanecer até quinta, produtores estimam alta de preços

Após reunir-se na tarde de hoje (29), em São Paulo, com produtores de proteína animal, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que a continuidade da paralisação dos caminhoneiros pode significar falta de carne nas prateleiras dos açougues e supermercados. Representantes do setor admitem também aumento de cerca de 30% no preço dos produtos.

“Se não tem como alimentar os mercados, as plantas, vai faltar para a população”, falou o ministro a jornalistas. Segundo Maggi, o prazo para normalização das atividades e transportes de carga seria quinta-feira (31). “Os relatos deles [dos representantes do setor] aqui hoje é que, na melhor das hipóteses, até quinta-feira desta semana eles não terão como tratar mais de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos. Temos uma capacidade de abate de 23 milhões de aves por dia e essas aves, não sendo abatidas, elas entrarão em colapso e irão morrer de forma natural por falta de comida ou de nutrição”, acrescentou.

Levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alerta para um aumento na mortandade de animais nos polos de produção pelo país por falta de alimentação, uma vez que os bloqueios nas estradas impede a chegada de ração.

Maggi explicou que uma das preocupações do setor é em relação ao aprimoramento genético das aves, que pode ser perdido. “O sistema de produção de aves vem da parte genética, das bisavós para as avós e vem das matrizes, de onde saem os ovos para nascer os pintinhos. Se perdemos esse estoque de bisavós e de avós que temos no Brasil, que é o material genético, que também é exportado, vamos perder a sequência do que fizemos. E poderemos demorar até dois anos e meio para recuperar o que temos hoje na avicultura. Isso significa dizer que o Brasil passará de um grande exportador de aves para um importador em pouco tempo”, falou o ministro.

Aumento nos preços

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), com a paralisação dos caminhoneiros, o setor deixou de faturar US$ 170 milhões com exportações. “Estamos com 120 frigoríficos parados [entre cerca de 290 frigoríficos que abatem no país]. A parte de insumos está totalmente prejudicada. Não há mais como não aumentar preço em relação ao estrago feito [pela paralisação]”, disse Antonio Jorge Camardelli, presidente da Abiec.

Segundo ele, ainda não é possível avaliar de quanto seria esse aumento porque não foi feito um levantamento sobre o prejuízo dos produtores. No entanto, segundo cálculos feitos pela ABPA – e considerando que a paralisação terminaria domingo – o valor de aumento para o consumidor poderia ser de até 35% no caso das aves e de 25% a 30% no caso de suínos.

“Tínhamos uma estimativa de que levaríamos dois meses para voltar ao fluxo normal. Que ficaríamos com uma perda, principalmente de exportação, de US$ 350 milhões. E teríamos uma redução de produção e aumento de custo em que seria viável a recuperação. Mas, a partir dessa nova perspectiva de que continuamos com mais de 170 frigoríficos parados, com mais de 1 bilhão de animais no campo sem poder receber alimentação e sem poder ser abatido, estamos prevendo dois impactos extremamente sérios na nossa cadeia: o primeiro é o aumento de preço do nosso produto o segundo é que a recuperação da nossa cadeia produtiva vai precisar de aporte financeiro governamental”, disse Rui Eduardo Saldanha Vargas, diretor técnico da ABPA.

O tempo de recuperação do setor, disse Camardelli, será longo. “No caso da cadeia bovina, tenho 1,4 mil [animais] na rua, trancados e presos. E tenho perecibilidade dos produtos. Se essa crise não se resolver até quinta-feira, seguramente o ciclo está quebrado. As programações não serão oferecidas de acordo com o cronograma”, disse, acrescentando que os empregos do setor também estão prejudicados.

Crédito

Os representantes do setor disseram à imprensa que será preciso crédito do governo para que os produtores enfrentem os problemas provocados pela greve dos caminhoneiros. Mais cedo, em entrevista exclusiva à EBC, o ministro Blairo Maggi já havia admitido a necessidade de crédito para auxiliar o setor. “O setor vai demandar crédito do governo senão vai ser um problema a mais que vai se refletir em inflação”, disse Camardelli.

Greve dos caminhoneiros deve gerar desabastecimento de hortifrutigranjeiros nos supermercados do Acre

A greve dos caminhoneiros no Acre deve gerar desabastecimento na próxima semana de alimentos hortifrutigranjeiros, informou o empresário Adem Araújo, da rede Araújo de Supermercados, a maior do Acre.

Até o momento, não há falta de produtos nos supermercados, mas se a greve continuar a possibilidade de escassez é iminente. “A situação ainda está relativamente tranquila, faltando uma ou outra marca de produtos, mas sem muita importância.

Os preços devem ser manter, o que pode acontecer é termos algumas faltas de produtos mais significativos se a greve se estender por muito tempo. Ainda não estão faltando os principais, mas semana que vem certamente isso vai acontecer.”

Sindicato garante abastecimento nos postos

Nesta segunda-feira, 28, o Sindicato dos Postos de Combustíveis do Acre (Sindepac) informou que a maior parte dos postos de Rio Branco já está reabastecida. Aqueles postos que ainda não receberam o combustível esperam para carregar, devido a demanda de carretas nas bases de distribuição.

A previsão de normalização do reabastecimento é até esta terça-feira. Em Rio Branco, cerca de 80% dos postos já estão reabastecidos.

Greve dos caminhoneiros

Caminhoneiros autônomos permanecem ocupando a lateral da BR-364, em Rio Branco, no KM-04 sentido Porto Velho. Há paralisações na AC-40, na frente do Parque de Exposições Wildy Viana; e na BR-364 em Feijó.

Kenedy Cândido, um dos líderes do movimento, afirmou que a manifestação continua por tempo indeterminado, apesar de o presidente Michel Temer ter anunciado no último domingo a redução de 0,46 centavos no litro do diesel.

Sem acordo, caminhoneiros continuam com atividades paradas no Acre

A paralização nacional dos caminhoneiros no Acre continua mesmo após o anúncio do presidente Michel Temer de redução de R$ 0,49 no litro do óleo diesel, trabalhadores do transportes de cargas continuam de braços cruzados no estado . No último domingo após acordo com Polícia Rodoviária Federal (PRF) os caminhos de combustíveis, produtos perecíveis deixaram a BR 364, porém os motoristas não voltaram ao trabalho.

Segundo o Superintendente da PRF no Acre Cézar Henrique o acordo foi feito para que os manifestantes deixassem a BR por uma questão inclusive de segurança, uma vez que caminhões com combustíveis, gás e outros produtos estavam parados a vários dias, o que poderia trazer riscos a população .

“ Nós orientamos desde o começo para que a manifestação deles não ferisse o direito de ir e vir e não obrigasse caminhões com produtos essenciais a participarem da manifestação, eles acataram. Ontem fizemos uma intervenção e liberamos vários veículos que se encontravam lá, com produtos perigosos, tiramos esses veículos de lá e encaminhamos para onde eles deveriam estar” explica o superintendente.

Os veículos com combustível foram escoltados pela PRF até os destinos. Ainda de acordo com a superintendência da polícia rodoviária Federal no Acre caso a manifestação se estenda para os próximos dias, os manifestantes foram orientados a não mais permanecer nas rodovias, nem mesmos nos acostamentos.

No Acre as manifestações foram pacíficas, e não houve obstrução das rodovias, durante os dias de movimento veículos de passeio, ambulâncias, ônibus e até mesmo caminhões com cargas perecíveis puderam circular sem maiores problemas. Na manhã de segunda-feira, 28, nossa reportagem não conseguiu falar com representantes do movimento.

Chegam ao Congresso primeiras MPs do acordo com caminhoneiros

Já estão no Congresso as três medidas provisórias (MPs) editadas ontem (27) pelo presidente Michel Temer que resultaram do acordo firmado com os caminhoneiros para o fimdos protestos iniciados no dia 21 deste mês. A partir de agora, uma comissão mista, composta por deputados e senadores, é formada para discutir cada uma das medidas. Depois de votadas nessa comissão, elas precisam ser apreciadas pelo plenário da Câmara e do Senado.

Convocação

Em uma semana mais curta, por causa do feriado de Corpus Christi (31), a expectativa é de que deputados e senadores tenham uma segunda-feira (28) atípica, já que foram convocados para sessões deliberativas às 16h em suas respectivas casas. Os presidentes Rodrigo Maia (Câmara) e Eunício Oliveira (Senado) enviaram e-mail aos parlamentares e líderes partidários para reforçar a importância da presença de todos no Congresso. No Senado, o reforço também foi feito por telefone.

Na pauta da sessão dos deputados está o projeto sobre o cadastro positivo obrigatório (Projeto de Lei Complementar 441/17), além de três medidas provisórias. O texto-base do cadastro positivo foi aprovado no último dia 9, mas ainda restaram os destaques apresentados à proposta. Um deles, de autoria do PT e do PSOL, pretende manter o cadastro positivo como opção do consumidor e evitar o envio de informações financeiras aos gestores de banco de dados sem quebra de sigilo bancário.

Na lista das MPs está, por exemplo, a 820/18, que disciplina ações de assistência emergencial para acolhimento de estrangeiros que se refugiam no Brasil em razão de crises humanitárias em seus países de origem. Inicialmente, a MP tem como foco os venezuelanos que estão migrando em massa para Roraima, mas o projeto de lei de conversão que torna a medida definitiva, do deputado Jhonatan de Jesus (PRB-RR), é mais abrangente. Ele alcança também migrantes nacionais e prevê a ampliação das políticas de proteção social e atenção à saúde, além da oferta de atividades educacionais, cursos de profissionalização.

Senado

Os senadores, por sua vez, tentam limpar a pauta trancada por seis medidas provisórias. Já o regime de urgência do PLC 121/17, que define uma política de preços mínimos para o setor de transporte de cargas, deve ficar prejudicado com a edição de uma MP com o mesmo objetivo.

Combustíveis

Ainda na pauta da crise com os caminhoneiros, amanhã (29), às 9h, deputados e senadores estarão juntos em uma comissão geral, para debater o preço dos combustíveis no Brasil. Entre os temas que poderão ser abordados estão a política de reajustes quase diários da Petrobras, os reflexos da paralisação dos caminhoneiros e o desabastecimento de diversos produtos no país.

MPs

A MP 831/18 reserva 30% do frete contratado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para cooperativas de transporte autônomo, sindicatos e associações de autônomos, a 832 institui a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas e a 833 dispensa o pagamento de pedágio do eixo suspenso de caminhões, uma das principais reivindicações dos grevistas.

Polícia Federal ouve líderes de caminhoneiros para saber se há incentivo de empresários a greve no Acre

No estado, há três pontos onde os caminhoneiros estão parados. Em Rio Branco, 59 postos estão desabastecidos

Após o presidente Temer acionar as forças armadas para desbloquear as rodovias federais interditadas, a Polícia Federal convocou alguns líderes dos caminhoneiros do Acre para depor devido à paralisação da categoria no estado.

A PF quer investigar se os empresários de algum setor estão contribuindo, incentivando e até orientado a paralisação de seus empregados – configurando assim uma greve liderada pelos patrões, o que é proibido por lei. Essa prática é conhecida como locaute.

A PF não informou quantos motoristas estão sendo ouvidos e também não deu mais detalhes sobre a ação.

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros e Máquinas Pesadas do Acre, Júlio Farias, disse que a polícia pediu informações sobre o movimento, assim como em todo o país.

“A gente explicou que não estava tirando o direto de ir e vir de ninguém. E ninguém está ali forçado. Cada um parou seu caminhão porque não aguenta mais pagar R$ 5 no litro do combustível”, diz.

Farias garantiu que o movimento não está sendo incentivado por nenhum caminhoneiro. “Queriam saber se tinha alguém por trás do movimento, mas é da categoria. A gente não aguenta mais pagar imposto”, diz.

O caminhoneiro Kennedy Cândido foi ouvido e liberado ainda no início da noite de sábado. Ele contou que a polícia questionou se algum empresário estava por trás do protesto.

“Vim dar meu depoimento e já estou voltando para o movimento. Queria saber se alguma empresa está nos apoiando, mas a única empresa é que população que tem nos ajudado. Perguntaram o motivo da manifestação e os veículos que estavam passando. Mas, nós estamos prontos para agir com inteligência em algumas medidas contra nós e vamos continuar dentro da lei”, destaca.

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Após serem ouvidos, caminhoneiros foram liberados da sede da PF – Foto/Guilherme Barbosa/Rede Amazônica Acre

No Acre, os motoristas estão estacionados em trechos das Brs 364, 317 e também da rodovia Transacreana. A paralisação no estado ocorre desde a noite de quarta-feira (23) e está no quarto dia.

Neste sábado (26), o Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo do Acre (Sindepac) informou que ao menos 59 postos já estão desabastecidos. As cargas de combustíveis foram estacionadas em uma área às margem da BR-364.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC) informou também neste sábado que não havia necessidade de uma ação mais enérgica porque a paralisação no estado é considerada pacífica e não obstruía vias, apenas parava os caminhões, impedindo a distribuição de cargas.

Por causa da greve dos caminhoneiros, 175 candidatos no Acre têm prova da 2ª fase da OAB suspensa

Exame aconteceria neste domingo (27) e foi remarcado para o dia 10 de junho. Segurança e distribuição das provas ficariam comprometidas, de acordo com a OAB

A (OAB) suspendeu a segunda fase do XXV Exame de Ordem, que aconteceria em todo o país neste domingo (27). O órgão atribui a decisão aos reflexos da paralisação dos caminhoneiros. No Acre, 175 candidatos fariam a prova no domingo.

A informação foi confirmada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB-AC), Marcos Vinícius Jardim, neste sábado (26). Segundo ele, apesar de o estado ter condições de aplicar a prova mesmo com a paralisação dos caminhoneiros, por ser uma prova a nível nacional, ela vou suspensa.

“Como é a mesma prova no país inteiro, inclusive no mesmo horário de Brasília, e vários estados estão com dificuldade de locomoção devido à paralisação, decidiram suspender. Como iria ter que suspender para um, suspendeu para todos”, disse Jardim.

De acordo com a Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado, não há condições de logística para a entrega e aplicação das provas de forma uniforme, com segurança, sigilo e eficiência em todo o território nacional.

A Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado divulgou, na quinta-feira (25), que a prova foi remarcada para o próximo dia 10 de junho em todos os polos de aplicação no país.

No Acre, a prova é aplicada somente na capital, Rio Branco. Conforme novo cronograma, no dia 6 de junho, será divulgado os locais de realização da prova e ao final do concurso, ainda no dia 10 de junho, a coordenação do exame deve divulgar o gabarito preliminar.

No dia 29 de junho será divulgado o gabarito definitivo e o resultado preliminar da segunda fase do XXV Exame de Ordem. O resultado final do exame deve ser divulgado no dia 12 de julho.

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Paralisação dos caminhoneiros acontece desde quarta-feira (23) em três pontos de rodovias do Acre – Foto/Reprodução/Rede Amazônica Acre

Paralisação dos caminhoneiros

Caminhoneiros protestam contra os aumentos no preço do diesel em rodovias federais e estaduais desde segunda-feira (21). A mobilização é nacional. No Acre, o movimento iniciou na quarta-feira (23) e três pontos de rodovias do estados estão com caminhões parados no acostamento.

Na capital acrena, Rio Branco, ao menos 59 postos estão sem gasolina neste sábado (26), segundo o Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo do Acre (Sindepac).

Conforme o sindicato, apenas sete postos de Rio Branco estão com gasolina e ainda tem etanol e diesel. Na capital, 66 postos são sindicalizados.

Conforme o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros e Máquinas Pesadas do Acre, Júlio Farias, o movimento deve continuar por tempo indeterminado. Segundo ele, o movimento é pacífico e tem permitido a passagem de carro de passeio, vans, ônibus e caminhões carregados de materiais perecíveis e cargas vivas.

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Paralisação dos caminhoneiros deixa ao menos 59 postos sem gasolina em Rio Branco – Foto/Dayane Leite/Rede Amazônica Acre

Transporte público, segurança e voos cancelados

O diretor da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Gabriel Forneck, afirmou que a frota de ônibus segue operando normalmente neste sábado (26). Segundo ele, aos finais de semana, a frota já é reduzida, então, não houve alteração.

O Superintendente da Polícia Rodoviária Federal do Acre (PRF-AC), Cezar Henrique, informou que os caminhoneiros que continuam no movimento estão com os carros parados no acostamento e que não estão obstruindo a pista. Porém, segundo ele, vários caminhoneiros já deixaram a paralisação no estado.

O diretor do Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa), Janderson Rodrigues, afirmou que o abastecimento segue normal neste sábado. De acordo com ele, quatro caminhões carregados de frutas e outros produtos chegaram de outros estados.

Dois voos foram cancelados no aeroporto de Rio Branco por causa da falta de combustível de aviação, informou a companhia aérea Latam neste sábado (26). A companhia sugere aos passageiros que liguem antes de ir para o aeroporto para saber se seu voo foi cancelado ou atrasado.

A Gol informou que os três voos previstos para esse sábado (26) estão confirmados.

Soluções para a greve impactam 2019, dizem especialistas

A equipe econômica discorda das projeções pessimistas

Reduções de tributos, subsídios, reserva de mercado. As medidas apresentadas para tentar pôr fim à greve dos caminhoneiros poderão agravar o rombo nas contas públicas e ampliar as incertezas em relação à recuperação econômica. A avaliação é de especialistas ouvidos pela Agência Brasil, para os quais o pacote tem efeito somente no curto prazo e deixará uma herança complicada para 2019.

Segundo os economistas, os investidores interpretaram as mudanças temporárias na política de preços da Petrobras como intervencionismo, o que levou às ações da companhia a cair quase 15% nos últimos dias. As consequências, no entanto, podem ir além do mercado financeiro e atingir a economia real, inclusive as taxas de inflação e os juros.

“O preço dos alimentos disparou. Os combustíveis aumentaram significativamente nestes dias, e o custo será repassado para os demais preços da economia lá na frente, num efeito cascata”, diz a professora de economia Virene Matesco, da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro. Segundo ela, o governo deveria ter exigido o fim da greve antes de atender as reivindicações dos caminhoneiros.

De acordo com a professora, as projeções de crescimento da economia este ano, que estavam em torno de 2,5%, podem cair. “Por causa da fragilidade econômica brasileira, os impactos tendem a se alastrar para o ano que vem.”

Reformas ainda mais urgentes

Professor do Ibmec do Rio de Janeiro e economista da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo diz que o problema maior vai ficar para 2019. “O próximo governo terá uma dor de cabeça a mais. Cada gasto adicional este ano complicará o cumprimento do teto de gastos no próximo. Se o próximo governo não fizer minimamente as reformas da Previdência e tributária, vai ter shutdown [interrupção] em muitos ministérios no próximo ano”, adverte.

Até agora, as medidas anunciadas pelo governo têm impacto fiscal de R$ 7,5 bilhões a R$ 7,9 bilhões neste ano. Desse total, de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões referem-se à redução a zero da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel e R$ 4,9 bilhões dizem respeito às transferências do Tesouro Nacional para subsidiar o congelamento do preço do combustível pela Petrobras.

A conta pode aumentar em mais R$ 9 bilhões caso o Senado aprove a redução do PIS/Cofins para o diesel. Os estados também deixarão de arrecadar com a antecipação da mudança da base de cálculo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), mas o impacto não será uniforme porque as alíquotas variam entre cada unidade da Federação.

Especialista em combustíveis e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires defendeu que o governo optasse pela diminuição temporária da Cide, do PIS/Cofins e do ICMS, com a condição de que os tributos voltassem ao normal assim que o preço do petróleo caísse no mercado internacional.

“O impacto nas contas públicas seria bem parecido com o do modelo atual, mas com a vantagem de que o preço cairia apenas na bomba, sem afetar a política de preços da Petrobras”, diz. Segundo Pires, o intervencionismo na companhia terá consequências além da queda das ações e poderá dificultar as vendas de refinarias da estatal no Sul e no Nordeste, previstas para este ano.

Governo

A equipe econômica discorda dessas projeções pessimistas. Ao anunciar as medidas, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, reconheceu que a greve dos caminhoneiros pode ter impacto relevante no Produto Interno Bruto (PIB), caso o movimento persistisse. Segundo ele, as desonerações não terão impacto nas contas públicas porque a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga o governo a definir a fonte de recursos que compensarão a perda de arrecadação.

Sobre as transferências do Tesouro para cobrir os prejuízos da Petrobras, o ministro disse que a despesa não desrespeitará o teto de gastos nem a regra de ouro (que proíbe aumento da dívida pública para cobrir despesas correntes do governo). Conforme Guardia, o governo vai pedir os R$ 4,9 bilhões por meio de crédito extraordinário no Orçamento, despesa excluída do limite de gastos. Em contrapartida, terá de cancelar outros R$ 4,9 bilhões de despesas que já estavam contingenciadas (bloqueadas).

Em relação ao PIS/Cofins, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o governo não trabalha com perda de arrecadação e que caberá ao Congresso Nacional, ao votar o projeto, definir de onde sairá o dinheiro que custeará a iniciativa.

Marun apresenta a Temer mais reivindicações dos caminhoneiros

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, comprometeu-se a apresentar, neste domingo (27) até as 15h, ao presidente Michel Temer novas propostas do movimento dos caminhoneiros no esforço de acabar com a paralisação. Os caminhoneiros apelaram ainda que as medidas sejam estendidas a todo território nacional.

Os manifestantes querem desconto de 10% no valor do diesel que será cobrado na bomba, a ampliação desta redução de 30 para 60 dias e o fim da suspensão da cobrança de tarifa de pedágio para eixo elevado dos caminhões para todo o país.

Ao longo deste domingo, Marun e ministros de várias áreas se reunirão no Palácio do Planalto, no gabinete de gestão de crise, na tentativa de encerrar a paralisação. Ontem (26) o dia também foi de reuniões, no Palácio do Planalto.

As reivindicações dos caminhoneiros, identificados como líderes do movimento, foram apresentadas a Marun, ontem à noite, após mais de duas horas de reunião, na sede do governo paulista, com o ministro e o governador de São Paulo, Márcio França (PSB).

Compromissos

Os representantes do movimento de paralisação em São Paulo se comprometeram com o ministro a repassar o acordo aos caminhoneiros de outros estados por grupos de WhatsApp da categoria, caso a resposta do governo federal seja positiva. Uma nova reunião com o governador Márcio França está marcada para hoje à tarde e uma entrevista coletiva está prevista para as 15h.

Antes da conversa com Marun, os líderes do movimento haviam participado de uma reunião no Palácio dos Bandeirantes. A proposta de suspender a cobrança do eixo suspenso nos pedágios das rodovias paulistas ficou acertada para começar a partir da 0h da próxima terça-feira (29).

Os representantes dos caminhoneiros prometeram como contrapartida liberar as rodovias no estado, principalmente os pontos de obstrução na Rodovia Régis Bittencourt (ligação com os estados do Sul) e no Rodoanel (que interliga várias rodovias na região metropolitana de São Paulo).

Estudo

O governador paulista anunciou o estudo de uma proposta de cobrança diferenciada de Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) aos caminhoneiros autônomos em 2019 que, segundo os líderes presentes, representam 130 mil motoristas de caminhão no estado de São Paulo. Márcio França também afirmou que pretende retirar as multas aplicadas pela Polícia Militar Rodoviária aos caminhoneiros durante os dias de paralisação.

PF abre 37 inquéritos em 25 estados para investigar empresários

Raul Jungmann diz que patrões “irão pagar por isso”

A Polícia Federal (PF) abriu 37 inquéritos em 25 estados para investigar se houve apoio de empresas de transporte à paralisação dos caminhoneiros, o chamado locaute, o que é ilegal e punível com prisão e multa.

Em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que já podem ter ocorrido prisões, mas não deu detalhes.

“Temos comprovado seguramente que essa paralisação, em parte teve desde o início, a promoção e o apoio criminoso de proprietários, patrões de empresas transportadoras que podem ter certeza, irão pagar por isso”, disse.

As situações que, caso comprovadas, podem se enquadrar na prática de locaute, de acordo com Jungmann, são: empresas que não permitem ou não mobilizam os motoristas para entrega de cargas e que dão suporte seja financeiro, seja com fornecimento de alimento ou ordem para que os motoristas permaneçam paralisados.

Segundo ele, o setor de transporte de cargas é concentrado em poucas empresas de grande porte. “A Polícia Federal está intimando todas essas empresas, não apenas as que são suspeitas, mas todas para apresentar as consequências e as decisões tanto do governo quanto do Supremo Tribunal Federal”, acrescentou o ministro.

Desbloqueios

De acordo com o governo, cerca da metade das vias obstruídas pelos caminhoneiros foi desbloqueada. De acordo com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, a prioridade é desbloquear rodovias que dão acesso a aeroportos estratégicos e termelétricas, o que “basicamente já aconteceu”.

A Polícia Rodoviária Federal informou, que até 19h, foram registrados 586 pontos de bloqueios por manifestações de caminhoneiros e 577 desbloqueios. Segundo a PRF, a maioria dos bloqueios é parcial e sem prejuízo à livre circulação. No final da manhã, o balanço da PRF era de 596 pontos bloqueados e 544 liberados. O número total de bloqueios variou durante o dia.

Nesta tarde, o governo editou um decreto que permite a motoristas e servidores de órgãos e entidades da administração pública, bem como as Forças Armadas, de conduzirem os caminhões com cargas consideradas essenciais, como itens de abastecimento hospitalar.

“Motoristas já estão disponibilizados e já estão conduzindo veículos de transporte de carga e combustível para suprir nesse esforço do abastecimento”, disse. “O aeroporto de Brasília e o Porto de Suape são exemplos disso”.

Perguntados pelos jornalistas quando o governo prevê o fim do movimento, os ministros disseram que não há uma data certa. “Não é de uma hora para outra, mas estamos caminhando para normalizar a situação”, disse Etchegoyen.

Multas

Jungmann informou que desde o início da paralisação de caminhoneiros, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) emitiu 400 autos de infração, com multas que somam R$ 2,03 milhões, correspondente a infrações de trânsito.

Conforme ele, tem sido aplicadas as multas de R$ 100 mil por hora contra entidades ou empresas que estejam promovendo interdições de estradas pelo país, conforme estipulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Jungmann e Etchegoyen concederam entrevista a jornalistas após a segunda reunião de hoje do gabinete de monitoramento no Palácio do Planalto. Amanhã (27), o grupo reúne-se novamente pela manhã e à tarde.

Paralisação de caminhoneiros provoca cancelamento de 5,7% dos voos

Até as 20h de hoje (25), a paralisação dos caminhoneiros havia provocado o cancelamento de 70 voos no país. O número representa 5,7% das viagens programadas para o dia. As informações são da Infraero, que monitora o movimento nos aeroportos brasileiros.

No mapeamento da situação de voos do dia disponibilizado pela empresa, estavam previstos 1.219 voos para esta sexta. Deste total, 966 (79,2%) estavam no horário, 161 (13,2%) estavam atrasados e 22 (1,8%) estavam atrasados no momento em que a aferição foi realizada.

O maior número de voos cancelados foi da Azul, com 32 (45%) viagens não realizadas. Em seguida vêm a linha aérea TAM, com 29 (41%), Gol, com 5 (7%), e Avianca, com 3 (4%). Os cancelamentos afetaram somente voos domésticos. A Infraero não registrou problema deste tipo com viagens internacionais.

Em relação aos atrasos, a companhia aérea com maior número de voos nesta situação é a TAM, com 54 (33%), seguida pela Gol, com 38 (23%), Azul, com 36 (22%), e Avianca, com 29 (18%). Entre as viagens internacionais, apenas uma estava fora do horário, da Azul.

Abastecimento

Mais cedo, a Infraero divulgou nota sobre a situação de combustível dos aeroportos brasileiros. No comunicado, afirmando que está monitorando o abastecimento de caminhões para fornecer combustível às aeronaves e que está em diálogo com órgãos públicos para garantir a chegada dos caminhões, bem como com as companhias aéreas.

A Infraero reforçou a necessidade de passageiros entrarem em contato com as respectivas linhas aéreas para consultá-las sobre a situação de seus voos. A recomendação também foi dada pela Agência Nacional de Aviação Civil em nota divulgada hoje.

Guardia: greve dos caminhoneiros pode ter impacto relevante no PIB

Meta fiscal e regra de ouro estão mantidas, diz ministro

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou hoje (25) que, a persistir o desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros, pode haver impacto “relevante” no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A previsão atual do governo é que a economia cresça 2,5% em 2018.

“Sabemos que a persistência dessa situação pode levar à paralisação de atividades industriais e empresariais. Não tenho um número aqui de cálculo de impacto, porque isso pode afetar diversos setores da economia, como já está afetando. As empresas, sem transporte, não conseguem continuar suas atividades. Se isso persistir, o impacto [na economia] pode ser relevante”, avaliou, após coordenar reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que contou com a participação de secretários estaduais de Fazenda de 12 estados e do Distrito Federal.

Na reunião, o ministro propôs mudanças no cálculo do Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS), que é um tributo estadual, para que os governos estaduais possam repassar de forma imediata a redução de 10% no valor do diesel, anunciado pela Petrobras na quarta-feira (23). Pela forma de cálculo atual, cada estado apura o valor médio na bomba de combustível a cada 15 dias. É sobre esse valor médio que incide a alíquota do ICMS, que também varia entre 12% e 25%, segundo Eduardo Guardia.

“Cada estado reduziria a sua base de cálculo do imposto em R$ 0,25 para já refletir o movimento feito pela Petrobras [de redução de 10% do diesel nas refinarias]. Caso contrário, essa redução só seria captada daqui a 15 dias, em meados de junho”, explicou. Se os estados aderirem à proposta, o cálculo final do ICMS produziria uma redução adicional de mais R$ 0,05. Como o governo também decidiu zerar a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), um imposto federal, a expectativa que é, somadas, a redução de tributos sobre o óleo diesel resulte em uma queda de R$ 0,35 por litro na bomba.

O governo federal também propôs que o cálculo do ICMS seja apurado a cada 30 dias e não de forma quinzenal, como ocorre hoje. “Neste momento, a questão da previsibilidade é um tema importante. Toda discussão que tivemos com os caminhoneiros sempre se colocou o aumento diário como algo problemático”, afirmou. Para que a medida entre em vigor, a maioria dos integrantes do Confaz, composto pelos secretários estaduais de Fazenda, precisam concordar com a proposta. Mesmo aprovada, ressaltou o ministro, os estados não estão obrigados a cumprir a mudança de cálculo. As duas propostas serão avaliadas em nova reunião do Confaz, que será realizada por videoconferência na próxima terça-feira (29).

Meta fiscal

O ministro da Fazenda afirmou que o repasse que será feito à Petrobras até o final do ano, como forma de compensar as perdas da estatal com a revisão mensal (e não mais diária) no preço do óleo diesel, não terá impacto no cumprimento da meta fiscal de 2018, que é de déficit de R$ 159 bilhões. “Do ponto de vista da meta fiscal, como a gente tinha uma folga [na arrecadação], vamos monitorar o resultado ao longo do bimestre como estamos fazendo”, explicou.

Guardia negou também que a medida vá impactar no cumprimento do teto de gastos e da regra de ouro, que estabelece que o governo não pode se endividar para financiar despesas correntes. “O crédito extraordinário que vamos encaminhar é extra-teto. Para mandar o crédito, vamos ter que cancelar alguma despesa, que pode ser uma despesa que estava contingenciada, por isso não afeta a regra de ouro”, argumentou.

Em relação ao projeto que zera as alíquotas de PIS/Cofins sobre o diesel, aprovado pela Câmara dos Deputados e que agora tramita no Senado, Guardia afirmou que a medida tem um custo fiscal elevado e precisa de compensação. “A reoneração não é suficiente para permitir a eliminação do PIS/Cofins. Qualquer outra [eliminação de tributo] exigirá fontes adicionais e essas fontes ainda não foram apresentadas”, apontou.

Governo segue monitorando abastecimento devido à greve dos caminhoneiros

O governo do Acre segue monitorando e tomando precauções devido à paralisação nacional dos caminheiros, que já chega ao quinto dia consecutivo. Desde o início da greve, o governo estabeleceu um gabinete de gestão de crise para avaliar as decisões a serem tomadas e providências necessárias.

“Diante do quadro atual, o governo já se antecipou e está tomando as providências para salvaguardar interesses da população do Acre. Fizemos diversas reuniões, garantimos que as coisas estão andando dentro do melhor espírito normalizado”, declarou Djalma.

Por orientação da Casa Civil, os órgãos e autarquias do Estado estão racionando o uso de veículos oficiais, definindo ações prioritárias para que não haja prejuízos com o abastecimento de combustível.

Durante reunião com o desembargador e governador em exercício, Francisco Djalma a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informou que já executa um plano de contingenciamento para assegurar o funcionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Mantivemos contato com os fornecedores para que nos seja garantido combustível para as ambulâncias”, disse Rui Arruda, titular da pasta.

O Estado entrou, ainda, em contato com a Advocacia Geral da União (AGU) para orientações sobre as providências que o órgão está tomando. Nesta sexta-feira, a AGU acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a greve seja declarada ilegal. Em Brasília, o governador Tião Viana segue acompanhando a situação e em tratativas com outros governadores e ministérios, buscando alternativas para a situação.

Acordo com caminhoneiros não vai levar a aumento de imposto, diz Marun

Ministro diz que o acordo vai custar R$ 5 bilhões do orçamento

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse hoje (25) que os subsídios concedidos pelo governo à Petrobras para controle dos preços do combustível não serão custeados por aumento de impostos. “Não vai ser por [aumento de] impostos”, garantiu. Segundo ele, R$ 5 bilhões do Orçamento da União serão destinados para este fim.

Para entrar em acordo com os caminhoneiros e encerrar a greve, o governo comprometeu-se a fixar os preços do diesel a cada 30 dias, levando em conta a redução imediata de 10% que também faz parte do acerto. A Petrobras seguirá com a política de reajuste de preços atual e o governo vai pagar à companhia a diferença.

Mesmo em uma situação de ajuste fiscal, em entrevista à Globo News, Marun defendeu a medida. “A Petrobras é um patrimônio do Brasil”, afirmou.

Apesar do acordo firmado ontem (24), o protesto dos caminhoneiros prosseguiu hoje (25). Diante da situação, o presidente Michel Temer autorizou o uso das forças federais para retirar os caminhões das estradas.

Perguntado se o governo errou a não prever o início do movimento ou não diagnosticar sua força durante as negociações, Marun diz: “Não admito que governo Temer errou”, e acrescentou: “Agimos em conformidade com a lei e com o Estado de Direito”.