Cármen Lúcia diz que ataque a Bolsonaro deve ser apurado com celeridade

Presidente do Supremo Tribunal Federal manifestou por meio da assessoria ‘enorme preocupação com a garantia das liberdades dos candidatos e dos eleitores, qualquer que seja a posição ou ideologia’

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou nesta quinta-feira (6), por meio de nota divulgada por sua assessoria, que o ataque ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, deve ser apurado com celeridade.

Segundo a assessoria, Cármen Lucia manifestou “enorme preocupação com a garantia das liberdades dos candidatos e dos eleitores, qualquer que seja a posição ou ideologia adotada por quem quer que seja e ainda que sejam contrárias, como expressão de um processo eleitoral democrático”.

Ela disse ainda que deve ser renegada “qualquer forma de violência ou de desrespeito aos direitos, pelo que há que se apurar com celeridade, segurança e com apresentação de resultados o que efetivamente se passou, o responsável e qual medida jurídica a ser imediatamente adotada”.

Mais cedo, em nota, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, disse que a Corte “repudia toda e qualquer manifestação de violência, seja contra eleitores, seja candidatos ou em virtude do pleito”.

Durante ato de campanha nas ruas de Juiz de Fora (MG), o deputado levou uma facada na região da barriga e foi levado para a Santa Casa de Misericórdia, para ser operado por uma lesão.

A Polícia Federal informou que o agressor foi preso em flagrante e conduzido para a delegacia da cidade, que foi aberta investigação para “apurar as circunstâncias do fato”.

O suspeito de ter dado a facada foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira. Segundo informações da polícia, ele foi espancado por pessoas que estavam no local.

Segundo o comandante do 2º Batalhão da PM de Juiz de Fora, tenente-coronel Marco Antônio Rodrigues de Oliveira, o suspeito “alegou que tentou ferir o candidato Jair Bolsonaro por ter divergências de ideias e pensamentos com ele. Ele não tem nenhuma filiação partidária. Falou que [foi] uma questão pessoal dele. Depois não manifestou mais nada”.

A polícia fez buscas em um imóvel onde Oliveira morou em Montes Claros, cidade a cerca de 800 km de Juiz de Fora, mas não encontrou nada.

No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro estava sendo carregado nos ombros por um apoiador de sua campanha, fazendo corpo a corpo com eleitores, na região do Parque Halfeld. Enquanto ele acenava para os simpatizantes de sua candidatura, o homem se aproximou e deu uma facada no presidenciável.

Suspeito disse que atentado contra Bolsonaro foi ‘a mando de Deus’, segundo boletim de ocorrência

Candidato foi esfaqueado durante campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata

O suspeito de esfaquear o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) disse em alguns momentos à polícia, durante conversa após ser preso, que o crime “foi a mando de Deus”.

Jair Bolsonaro levou uma facada na região da barriga durante um ato de campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira (6). Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, está preso e confessou o crime.

Em depoimento à polícia, Adélio disse que o ataque contra Bolsonaro foi ‘a mando de Deus’, segundo boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar.

Continua o boletim de ocorrência: “Nos afirmou ainda que o motivo do intento se deu por motivos pessoais, os quais não iríamos entender, dizendo também em certos momentos que foi a mando de Deus. As testemunhas disseram à polícia que “o candidato estava sobre os ombros de um homem, momento em que o autor aproximou com a faca em uma das mãos, enrolada aparentemente em uma camisa de cor clara.”

Estado de saúde

Bolsonaro foi levado à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. O hospital informou que ele deu entrada na emergência por volta de 15h40, com “uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen”.

Inicialmente, um de seus filhos, o deputado estadual Flavio Bolsonaro, afirmou que o ferimento havia sido superficial, mas exame indicou a suspeita de uma lesão no fígado. Ele foi encaminhado para cirurgia, e os médicos constataram que não houve lesão no fígado, mas houve lesões no intestino. O estado de Bolsonaro é considerado estável.

Jair Bolsonaro leva facada durante ato de campanha em Juiz de Fora

Candidato foi atingido na região da barriga quando estava sendo carregado nos ombros por um apoiador e foi encaminhado para cirurgia. Suspeito foi preso

O candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro, levou uma facada na região da barriga durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), na tarde desta quinta-feira (6). Um suspeito foi preso.

Bolsonaro foi levado à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. O hospital informou que ele deu entrada na emergência por volta de 15h40, com “uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen”.

Inicialmente, um de seus filhos, o deputado estadual Flavio Bolsonaro, afirmou que o ferimento havia sido superficial, mas exame indicou a suspeita de uma lesão no fígado. Ele foi encaminhado para cirurgia, e os médicos constataram que não houve lesão no fígado, mas houve lesões no intestino.

Na cirurgia, foi feita uma ileostomia, um procedimento que conecta o intestino delgado para um bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem pelo intestino grosso e possam causar uma infecção no local onde os médicos resolveram a perfuração.

Em nota, a Polícia Federal afirmou: “[Bolsonaro] contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora (MG). O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato”.

O suspeito de ter dado a facada foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira. Segundo informações da polícia, ele foi espancado por pessoas que estavam no local.

Segundo o comandante do 2º Batalhão da PM de Juiz de Fora, tenente-coronel Marco Antônio Rodrigues de Oliveira, o suspeito “alegou que tentou ferir o candidato Jair Bolsonaro por ter divergências de ideias e pensamentos com ele. Ele não tem nenhuma filiação partidária. Falou que [foi] uma questão pessoal dele. Depois não manifestou mais nada”.

A polícia fez buscas em um imóvel onde Oliveira morou em Montes Claros, cidade a cerca de 800 km de Juiz de Fora, mas não encontrou nada.

No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro estava sendo carregado nos ombros por um apoiador de sua campanha, fazendo corpo a corpo com eleitores, na região do Parque Halfeld. Enquanto ele acenava para os simpatizantes de sua candidatura, o homem se aproximou e deu uma facada no presidenciável.

PGR pede esclarecimentos a Bolsonaro sobre frase “fuzilar petralhas”

Procuradora-geral já descartou injúria, mas investiga outros crimes

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu hoje (5), em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro apresente esclarecimentos sobre um discurso de campanha feito na semana passada, no Acre, no qual usou as expressões “vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre” e “vão ter que comer capim”.

O pronunciamento da PGR decorre da representação criminal ajuizada na última segunda-feira (3) pela coligação Povo Feliz de Novo, formada por PT, PCdoB e PROS, contra o candidato do PSL pelos crimes de injúria, ameaça e incitação ao crime.

Na mesma manifestação, motivada por um pedido do ministro Ricardo Lewandowski, relator da representação do PT, Raquel Dodge descartou que Bolsonaro tenha cometido o crime de injúria eleitoral, mas diz que continua a analisar a existência de ameaça e incitação ao crime.

Injúria eleitoral

“No trecho de discurso acima transcrito, não há referência a pessoas. Personificar ‘petralhada’, expressão usada pelo noticiado, configura elastecimento da responsabilidade penal por analogia ou por extensão, o que é absolutamente incompatível com o direito penal”, afirmou a procuradora.

No entanto, Raquel Dodge pediu que o candidato se manifeste sobre as acusações feitas pelo PT de que também teria cometido os crimes de ameaça e incitação ao crime.

“Considero tratar-se de hipótese de rejeição liminar da representação sob o ângulo da injúria. Em relação aos demais crimes noticiados na representação, para compreender o contexto e a extensão das declarações, solicito abertura de prazo para que o parlamentar representado esclareça os fatos”, argumentou.

Em passagem pelo Acre, Jair Bolsonaro quer incentivar venda de terra indígena

Bolsonaro defendeu a venda de terras indígenas como forma de estimular a economia do país e “inserir” as populações tradicionais a “sair do isolamento”. A declaração foi dada no Calçadão da Gameleira como parte da agenda do candidato à Presidência em Rio Branco.

“Temos tudo, ao nos unirmos, formamos uma grande nação. O que o índio nosso irmão quer? Ele não quer ser latifundiário. Ele quer a sua terra e nela ter o direito de produzir. Inclusive, garimpar, se assim entender. E, mais ainda: se quiser vender um pedaço dela, que a venda”.

O candidato do PSL reforçou a ideia de que a referência fundamentada no consumo de produtos industrializados é o que deve nortear a cultura dos povos indígenas. “O índio não quer ficar isolado em uma terra indígena, sendo tratado por políticos inescrupulosos, como se fosse algo a ser preservado. Um índio evolui, assim como nós, brancos e negros. Eles querem se integrar à sociedade. Eles querem internet. Eles querem um carro.”

Bolsonaro também voltou a tratar da questão da garimpagem em terra indígena. “Eles [indígenas] querem garimpar a sua riqueza, seu subsolo, e vender pra nós. Eles querem ser gente (sic) como nós. Mas, uma parte de gente (sic) desse Brasil não quer vê-los agindo dessa maneira: quer vê-los isolados, como se fosse algo para ser preservado Esses irmãos querem e serão integrados a todos nós. Vamos respeitar os seus direitos, mas não vamos conceder excessos nem para um lado e nem para outro”.

O assunto não encontrou sintonia entre especialistas que dedicam a vida a defender populações indígenas nas regiões mais isoladas. O sertanista José Carlos Meirelles trabalhou na Funai na Frente de Proteção Etno-ambiental do Rio Envira. Viveu pelos índios e quase morre por eles.

Meirelles não apoia a ideia de o Estado brasileiro incentive a venda de terras indígenas. “Só se ele mudar a Constituição”, diz o sertanista, referindo-se às declarações do candidato Bolsonaro. “As terras indígenas são inalienáveis”. No Acre, há 36 terras indígenas. São 2.439.982 hectares. Isso equivale a 16% da extensão do estado.

Seguidores de Ulysses e Jair Bolsonaro inauguram Comitê Central em Rio Branco

Adesivaço e bandeiraço reúnem seguidores do candidato a governador, Coronel Ulysses Araújo, e do futuro presidente, Jair Bolsonaro, para a inauguração do Comitê Central de Campanha, no final da tarde desta quinta-feira (30). O local, próximo ao Horto Florestal e a ponte, atenderá os apoiadores que buscam material de campanha.

Segundo Coronel Ulysses, a mobilização é um “esquenta” para a recepção do Mito, neste sábado, 1º de setembro, no aeroporto de Rio Branco. A expectativa é que nesta sexta-feira (31) haja muita procura pelo local para a busca de itens como bandeiras e adesivos.

“Fico feliz por ver nossa campanha decolando. É a união por uma mudança no Acre e no Brasil. Vamos mudar o Estado e o Brasil. As pesquisas mostram nosso crescimento. É 17 em todos os lugares”, afirmou o candidato de Bolsonaro.

O evento contou com a presença de candidatos a deputado (estaduais e federais), incluindo o candidato a vice-governador, o empresário Réssini Jarude, o candidato ao Senado, o advogado Paulo Pedrazza e os apoiadores.

“Tenho o prazer de fazer parte de uma coligação forte, que busca a vitória e que, mesmo sem recursos, está levando nossa luta para todos os cantos. É a vontade de mudança se multiplicar e ter frutos com a inclusão de mais pessoas compartilhando nossos ideais em prol da família, em busca de segurança pública, melhoria da saúde e da educação”, afirmou Réssini Jarude.

Coronel Ulysses Araújo organiza primeira visita de Bolsonaro

O candidato a governador, Coronel Ulysses Araújo (PSL), coordena os preparativos para a vinda ao Acre do futuro presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. A programação contará com carreata e comício. A expectativa é que cinco mil pessoas possam ir ao aeroporto para receber o “Mito”, por volta de 11h30 de sábado, 1º de setembro.

O candidato à Presidência da República desembarca em Rio Branco por volta das 11h55. Depois da recepção, um caminhão de som deverá abrir caminho, seguido por carros, passando com o candidato pelas ruas principais da capital acreana. No final, um comício deverá reunir todos os seguidores e candidatos da coligação Muda Acre de Verdade.

“A visita ao Acre só reforça a nossa luta e o sentimento que o povo acreano tem de uma verdadeira mudança. Bolsonaro é meu amigo desde a adolescência e sabe da nossa importância para nosso querido Estado, inclusive no tocante a Segurança Pública”, afirmou Coronel Ulysses.

O candidato a governador disse que conheceu Bolsonaro quando entrou no Exército, aos 17 anos, ambos se tornaram ótimos amigos.

O Mito vem ao Acre pela primeira vez a pedido do Coronel Ulysses que fez o convite no último encontro realizado por colegas de farda.

Na quarta-feira será realizada a divulgação de toda a programação de Bolsonaro no Estado.

Fundamentalismo vai retirar Bolsonaro do 2º turno

A demanda por ordem e por combate à criminalidade, de um lado, e a oposição à esquerda e ao politicamente correto, de outro, tem levado parcela do eleitorado a optar pela candidatura de Jair Bolsonaro, identificado nele alguém que pensa igual.

Em política não é a coincidência de diagnóstico que deve justificar o apoio e o voto, mas a real capacidade do candidato e sua equipe de resolver os problemas que a população considera prioritários.

E Jair Bolsonaro, pelas razões a seguir, é o menos indicado, tanto para enfrentar os dois problemas (ordem e criminalidade), quanto para fazer o contraponto com a oposição e o politicamente correto.

Para supostamente resolver a demanda por ordem, a proposta de Bolsonaro consiste em perseguir e criminalizar as pessoas e movimentos que ele, com seu fundamentalismo militar, considera como bandos de desordeiros, vagabundos e preguiçosos.

Já para combater a criminalidade, que também inclui pequenos furtos praticados por menores infratores, a receita é a mesma, ou seja, a repressão, a violência, a prisão e, nas palavras do candidato, o assassinato desses “bandidos” e “criminosos”.

Ora, a violência só gera violência. Quanto mais repressor for o Estado, mais violento será o assaltante ou o delinquente. É preciso equilíbrio e respeito aos direitos humanos, combinando punição com medidas preventivas e de ressocialização. Fazer a Justiça funcionar e punir os criminosos tem forte apelo social, mas a repressão arbitrária só tem um efeito: vitimizar ainda mais quem mais sofre com a violência e a criminalidade.

E não há nenhuma proposta ou preocupação com a prevenção, a partir de políticas públicas de emprego e inclusão social, nem com a ressocialização de menores infratores e apenados. A lógica é castigar, encarcerar, e punir.

Já para o conjunto da população, igualmente, não se vislumbra nenhuma melhoria na quantidade e na qualidade dos serviços públicos.

Afinal, o homem escolhido para ser o dono do cofre, o futuro ministro da Fazenda – Paulo Guedes – é um fundamentalista de mercado, com cabeça de “planilha”.

Para ele, o que interessa é reduzir o papel e o tamanho do Estado. Sua receita para resolver a crise fiscal é o corte de despesa, é a redução de serviços públicos e a privatização das estatais, tanto para gerar caixa, quanto para favorecer a iniciativa privada.

Na relação com os adversários políticos, especialmente à esquerda do espectro político, a turma do Bolsonaro emprega a truculência verbal, classificando-a como bandidos, vagabundos e criminosos, quando são apenas pessoas com uma visão de mundo diferente da dele.

A intolerância é também praticada contra todos que defendem posturas que destoam da visão conservadora do candidato e seus adeptos, numa negação e condenação da diversidade do comportamento humano.

Para o candidato e sua turma – e que turma, basta ver os seus apoiadores Brasil afora – os negros, mulheres, gays, quilombolas, sem-terra, sem-teto, atingidos por barragens, etc, são todos vistos como inferiores, preguiçosos, pervertidos ou criminosos.

É ingenuidade, para não dizer ignorância, imaginar que servidores públicos concursados, inclusive policiais, vão executar ordens que possam contrariar a lei e a Constituição. A vontade ou a raiva de um presidente não será executada, se ela – como ocorreria com as de Bolsonaro – contrariasse o ordenamento legal do País, como as que agridem os direitos humanos.

Até mesmo o “mercado”, que parece encantado com a perspectiva de um político de direita no poder, poderá descobrir que o autoritarismo populista pode ser o seu pior pesadelo, por desrespeitar aquilo que mais lhe interessa: a estabilidade jurídica e política.

A esperança e a convicção é que o eleitor seja racional, e já no primeiro turno, perceba que o fundamentalismo do Bolsonaro, em lugar de resolver, vai é agravar o problema que ele, eleitor, gostaria de solucionar ou amenizar. Não se combate fogo com gasolina.


Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), idealizador e coordenador da publicação Cabeças do Congresso. É autor dos livros Por dentro do processo decisório – como se fazem as leis e Por dentro do governo – como funciona a máquina pública.