Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) traz importante luz à saúde da mãe e bebê nos primeiros mil dias de vida da criança. O estudo, conduzido no Hospital do Juruá pelas pesquisadoras Waleska Araújo, Mayara Oliveira, Emmanuela Oliveira, Lalucha Mazucheti, e Priscila Sato mostra que 40% das parturientes estão com anemia e uma das causas é a malária gestacional. Cruzeiro do Sul é, atualmente, uma das cidades com maior número de casos da doença no Brasil e uma grande parte das mulheres contraem a malária durante a gestação.
De acordo com o Jornal da USP, os primeiros mil dias de vida de uma criança compreendem o intervalo que vai desde a concepção até os 24 meses do bebê (270 dias da gestação + 365 dias do primeiro ano de vida + 365 dias do segundo). Pesquisas indicam esse período como uma “janela de oportunidades” para uma série de intervenções importantes que podem melhorar o perfil de saúde da criança na adolescência e na vida adulta.
Mães de Cruzeiro do Sul estão deixando de dar o leito do peito muito cedo para seus bebês. O baixo aleitamento materno exclusivo em Cruzeiro do Sul tem média de um mês apenas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que até os seis meses de vida a criança seja alimentada exclusivamente com leite materno. “Um dos fatores é a introdução precoce de fórmulas infantis, que não substituem o leite materno”, explicou Marly Cardoso, professora da USP.
É a partir dessa ideia que pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realizam o Estudo MINA-Brasil – Saúde e Nutrição Materno-Infantil no Acre desde 2015 em Cruzeiro do Sul. Este acompanhamento de longo prazo de gestantes e seus filhos tem o objetivo de avaliar aspectos da saúde e da nutrição, desde a concepção dos bebês até os dois primeiros anos de vida (mil dias). Atualmente, conta com a participação de cerca de 900 crianças e suas mães.
Os pesquisadores estão na expectativa de conseguir um financiamento em parceria com o National Institutes of Health (NIH) – os Institutos Nacionais de Saúde, dos Estados Unidos – e pesquisadores americanos, para fazer o acompanhamento dos bebês aos 4 e 5 anos de idade. O objetivo é analisar os riscos para doenças cardiovasculares nessa fase da vida e o aumento excessivo de peso, e comparar esse padrão de desenvolvimento com outras coortes internacionais.
Saiba mais sobre a pesquisa da USP em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/mil-dias-de-vida-usp-acompanha-saude-de-maes-e-bebes-no-acre/