Ao percorrer seis municípios e diversos projetos do governo do Estado, o diretor do Banco Mundial no Brasil, Martin Raiser, conheceu novas perspectivas que demonstram a importância do desenvolvimento sustentável. “O Acre tem muito do que se orgulhar. É um projeto multissetorial e que tem sinergia”, disse Raiser ao governador Tião Viana em uma avaliação ao fim das visitas, na quarta-feira, 6.
Muito dos projetos acreanos são realizados com apoio do Banco Mundial, por isso Raiser e sua equipe visitaram locais onde ocorrem essas ações. Um dos fatos que marcaram a memória do diretor foi o resultado alcançado com famílias da agricultura familiar. “Aprendi coisas aqui que não tinha pensado, como dar aos extrativistas uma alternativa sustentável e uma autossuficiência por meio da produção. O Acre, por meio do movimento cooperativista e de políticas públicas, tem tido esse sucesso, e temos que aprender com essa experiência”, declarou Raiser.
O governo do Estado, junto da sociedade acreana, faz uma opção econômica e social de desenvolvimento sustentável, atividades agrícolas e industriais que promovem inclusão social, geram renda e não agridem o meio ambiente. Essa decisão tem se demonstrado exitosa – nos últimos 13 anos, o estado se estabeleceu como o quarto com maior crescimento acumulado do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estado passou de um PIB de R$ 2,971 bilhões em 2002 para R$ 13,459 bilhões em 2014, e já nos últimos dez anos reduziu seu desmatamento em mais de 60%. “Essa economia sustentável, na qual a sociedade vive em harmonia com a natureza, é uma experiência muito exitosa. Acredito que o Acre pode ensinar outros países”, afirma Raiser, comprovando que o trabalho realizado segue um caminho firme e promissor.
Isso pode ser visto com os bons resultados da produção de castanha, suínos, piscicultura, bovinos, mandioca e outras atividades nos últimos anos. No PIB de 2014, a atividade agropecuária representou 10,7% do valor total adicionado.
A Plataforma de Monitoramento de Desempenho Territorial do Estado, criada pelo governo com apoio da organização não governamental Earth Innovation Institute [Instituto de Inovação da Terra], reúne e esclarece esses números.
A cadeia produtiva da mandioca saiu de uma produção de 360 mil toneladas em 2002 para 1,1 milhão de toneladas em 2015. O açaí evoluiu 300% em sua produção e chegou a 5,4 mil toneladas em 2015. Já na castanha foram colhidas e comercializadas mais de 14 mil toneladas também em 2015, tornando o estado o maior produtor dessa noz. O rebanho de gado bovino triplicou, mesmo com o desmatamento em controle, mostrando que a criação se dá em áreas já abertas anteriormente.