Nível do Rio Juruá volta a subir e pode chegar à cota de transbordo pela quarta vez em cinco meses

Por Mazinho Rogério

O rio Juruá chegou à cota de 12,75m na manhã deste sábado (6) e se aproxima da sua cota de transbordo, em Cruzeiro do Sul, que é de 13 metros. Esta é a quarta cheia, de novembro a abril, no manancial que banha cinco cidades do Acre e vários municípios do Amazonas.

Nos últimos quatro dias, o nível do rio vem apresentando subida de 25cm a cada 12 horas. De acordo com coordenador da Defesa Civil de Cruzeiro do Sul, José Lima, se continuar nesse ritmo, ainda neste final de semana o manancial ultrapassa sua cota de transbordo.

“Pelo que estamos acompanhando, certamente vai transbordar. Tem apresentado uma enchente bastante acentuada nos últimos dias. Tudo depende do comportamento do rio nos município de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter”, avalia Lima.

Por enquanto, a situação ainda não apresenta risco para os moradores das áreas ribeirinhas, apesar de a água já começar a invadir os quintais de algumas casas. “Só vamos voltar a ter algum problema com essas famílias se chegar a uma cota de 13,40m”, garante o representante da Defesa Civil.

Durante este período de inverno, o rio Juruá já transbordou três vezes e causou transtornos para milhares de moradores nos municípios localizados às suas margens. Em Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre, em fevereiro deste ano, o manancial chegou a cota de 13,83m.

A cheia desalojou quase três mil famílias e 123 tiveram que ser encaminhadas para abrigos coletivos montados pela prefeitura ou para Aluguel Social. O município decretou situação de emergência e recebeu 1,3 milhão do governo federal.

“O município já recebeu esse valor que veio dividido em kit de limpeza, em cestas básicas, no combustível que foi gasto, em aluguel de carro e barco para trabalhar no apoio as famílias, em dormitórios e outros produtos e serviços necessários para a assistência aos moradores afetados”, disse lima.

No momento ainda existem 15 famílias por conta de Aluguel Social que tiveram suas casas danificadas pela cheia. Além disso, mais 34 casas que estão em áreas de riscos de desbarrancamento e de famílias que estão morando em situação precária, precisam ser reconstruídas. O município aguarda mais apoio do governo federal para construir novas moradias.

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