Bancada vai destinar R$ 70 milhões para Segurança

A bancada do Acre vai propor emenda ao Orçamento da União para destinar R$ 70 milhões para a segurança pública no Estado. A decisão foi tomada durante reunião, na tarde desta quarta-feira, 15, entre os três senadores e oito deputados federais que integram a bancada parlamentar no Congresso. Eles estiveram com o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias da Silva. A ideia é destinar recursos federais que permitam dar melhores condições para o combate ao crime no Acre. O senador Jorge Viana (PT) disse que o momento é de união, lembrando que a crise na segurança pública atinge diversos estados brasileiros. “Não dá para enfrentar o crime sem união”, disse. Ele defende apoio às autoridades estaduais.

Mais cedo, Jorge Viana cobrou na tribuna do Senado agilidade no exame do novo Código Penal, que está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele quer mais rigor na aplicação de penas que atentam contra a vida humana, como forma de aplacar a onda de insegurança que o Brasil atravess. “Por que não votamos o novo Código Penal, que está dormindo nas prateleiras da Comissão de Constituição e Justiça do Senado?”, cobrou. O Código Penal é da década de 40 do século passado. “As leis penais brasileiras, hoje, nos impõem situações que alguém precisa matar quatro pessoas para poder pegar 10 anos de cadeia. A vida não vale nada”, discursou.

Em discurso na tribuna, Viana lembrou que, desde janeiro, criminosos têm promovido ataques em várias cidades do país, como Manaus, Boa Vista, Natal e, mais recentemente, Vitória e Rio de Janeiro. Na noite de terça-feira, Rio Branco foi palco de violência, com bandidos ateando fogo em ônibus.  “O fato é que essa ação de organizações criminosas nos impõe uma união nacional, para que a gente possa fazer frente a essa situação, que para mim é a mais grave no caos que o Brasil enfrenta do ponto de vista econômico, do desemprego”, disse.

Segundo o parlamentar, o aparato legal brasileiro tem distorções graves. “Hoje, se uma pessoa for acusada de maus tratos a algum animal e for acusada de maus tratos a uma criança, ela pega uma pena maior se tiver maltratado o animal”, denunciou. Ele disse que o Acre conviveu com o crime organizado, no passado. “Conseguimos, graças à união das instituições e à confiança da sociedade, virar essa página, mas a violência ainda teima”, disse, lembrando que, desde janeiro, foram 40 mortes que considerou “estranhas”.