Para combater Chikungunya, Dengue e Zika, PMRB cria Sala de Situação

Com as forte chuvas que vêm se abatendo sobre a capital acreana, a Prefeitura de Rio Branco (PMRB) resolveu fazer frente ao crescimento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika e, para isso, criou a Sala de Situação de Controle e Combate. O grupo vai Planejar a execução das ações de mobilização e de combate ao vetor das três doenças, o mosquito “Aedes aegypti”.

A portaria Nº 148/2018, do secretário municipal de Saúde de Rio Branco, revela que a Sala de Situação Municipal de Controle vai atuar de forma integrada nas esferas municipal, estadual e federal na gestão do combate à proliferação do mosquito transmissor das doenças. Para isso, vai também atuar na mobilização da sociedade e participação da população.

O mosquito Aedes Aegypti é também vetor transmissor da doenças febre amarela e 90% dos criadouros do mosquito estão localizados nas residências, tornando imprescindível a mobilização social e a participação da sociedade no controle das doenças, os principais agravos a saúde pública.

As ações da comissão serão: planejar a execução das ações de mobilização e de combate ao mosquito; avaliar resultados apresentados no Boletim Epidemiológico Semanal; envolver instituições de ensino nas atividades de conscientização e orientação; incentivar a participação da sociedade civil no combate ao vetor.

A Sala de Situação de Controle e Combate funcionará, nas dependências da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), à Avenida Ceará n°3.188, Bairro Abraão Alab, das 07h00 às 14h00, telefone 3227-3165, e–mail: dvsriobranco@gmail.com, com reuniões semanais todas as quartas-feiras e das 14h às 17h00.

Rio Branco está entre as quatro capitais com risco de surto de dengue e zika

A capital acreana é uma das quatros capitais em pode ocorrer um surto de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, zika e chikungunya. As informações foram divulgadas pelo Ministério da saúde na tarde de quarta-feira, 12.

De acordo com o mapa da dengue como é chamado o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), apontou que entre as 27 capitais brasileiras, as cidades de Palmas (TO), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC) estão em risco de surto não apenas de dengue, mas também de zika e chikungunya.

O levantamento mostrou que 504 municípios brasileiros registram alto índice de infestação pelo mosquito e apresentam risco de surto para doenças transmitidas pelo vetor.

Dados do Ministério da Saúde revelam que, das 5.358 cidades que realizam algum tipo de monitoramento do mosquito, 1.881 estão em situação de alerta, enquanto 2.628 apresentam índices considerados satisfatórios.

O Ministério da Saúde alertou para a necessidade doa municípios fazerem o levantamento para facilitar as ações de combate ao mosquito, e recomendou que a cidades realizem o LIRAa pelo ou menos quatro vezes por ano.

“O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito. O Ministério da Saúde recomenda aos municípios que realizem ao menos quatro vezes ao ano o LIRAa para que os gestores locais definam suas estratégias de prevenção”.

Especialistas alertam para epidemias de Zika e Chikungunya no verão

A poucos meses do início do verão, especialistas alertam que o Brasil pode voltar a sofrer com epidemias de Zika e Chikungunya. Apesar da redução da incidência de casos este ano, as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti podem voltar a ter força a partir de dezembro ou janeiro de 2019, quando já terá passado o período da primeira onda de surto em alguns estados.

O pesquisador colaborador da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco Carlos Brito, disse que o país se dedicou mais nos últimos dois anos no estudo dos impactos do Zika, devido ao surto e a perplexidade causada pelos casos de microcefalia nos bebês. Ressaltou, no entanto, que mesmo assim o país continua despreparado para atender novos casos das arboviroses, principalmente de Chikungunya.

“Na verdade, deixou-se um pouco de lado a Chikungunya que, para mim, é a mais grave das arboviroses. E as pessoas geralmente nem têm ciência da gravidade, nem estão preparadas para conduzir a Chikungunya. É uma doença que na fase aguda não só leva a casos graves, inclusive fatais, mas deixa um contingente de pacientes crônicos, que estão padecendo há quase dois anos com dores, afastamento das atividades habituais de trabalho, lazer, vida social”, explicou Brito à Agência Brasil.

O pesquisador disse que a incidência das doenças vai variar de região para região. Aqueles estados onde muitas pessoas já foram infectadas no início do surto em 2016, como no Nordeste, poderão ficar imunes por mais um tempo. No entanto, muitos municípios ainda têm a probabilidade de enfrentar novos surtos, como o Rio de Janeiro, que recentemente registrou vários casos. (link1 )

“No Brasil tudo toma uma dimensão muito grande, porque é um país de dimensão continental. Então, não estamos preparados, nem os profissionais de saúde foram treinados, nem estamos tendo a dimensão da intensidade da doença, nem as instituições estão atentas para uma epidemia de grandes proporções em um estado como São Paulo, com 40 milhões de habitantes, ou no Rio de Janeiro, com 20 milhões de habitantes”, alertou Brito.

Redução

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira (17), de janeiro até 28 de julho deste ano foram registrados 63.395 casos prováveis de febre Chikungunya. O resultado é menos da metade do número de casos reportados no mesmo período do ano passado, de 173.450. Em 2016, foram 278 mil casos.

Mais da metade, 61% dos casos reportados neste ano, estão concentrados na Região Sudeste. Em seguida, aparece o Centro-Oeste (21%), o Nordeste (13%), Norte (7%) e Sul (0,35%).

Nos primeiros sete meses de 2018, foram confirmadas 16 mortes por Chikungunya. No mesmo período do ano passado, 183 pessoas morreram pela arbovirose. A redução no número de óbitos foi de 91,2%. Já para o Zika, em todo o país foram registrados 6.371 casos prováveis e duas mortes até o fim de julho. No ano passado, o vírus tinha infectado mais de 15 mil pessoas no mesmo período. A maior incidência de Zika este ano também está no Sudeste (39%), seguida da Região Nordeste (26%).

Ameaça

Apesar da redução da incidência, o pesquisador Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, professor do Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto, também alerta que, depois do período de seca em que há baixa circulação dos vírus, essas arboviroses podem voltar a qualquer momento, assim como já ocorreu com a dengue e com a febre amarela.

“Não estamos tendo uma epidemia. Estamos tendo casos esporádicos. Mas ainda é um problema que pode voltar, sim. As arboviroses são assim mesmo, dengue, Zika. Todas elas têm momentos em que desaparecem, depois voltam. O vírus está aí, está no Brasil, e ainda é uma ameaça. Ele pode voltar agora, inclusive, neste verão. O risco está aí”, disse à Agência Brasil.

Figueiredo disse que permanece o desafio de diagnosticar com precisão o Zika em tempo de prevenir suas consequências. Apesar dos avanços nas pesquisas nos últimos anos, ainda não foi desenvolvida uma forma de detecção rápida do vírus Zika que possa ser disponibilizada em todo o país, disse o pesquisador.

“A dificuldade continua. A gente descobriu algumas coisas que podem ajudar o diagnóstico, mas o problema não está resolvido ainda. O mais eficaz é você encontrar o vírus, isolar é mais complicado. Ou você encontrar o genoma do vírus ou alguma proteína do vírus na fase aguda seria muito útil, aí você pode detectar na mulher, se estiver grávida inclusive”, explicou.

Os pesquisadores apontam que o ideal para prevenir o impacto de novos surtos seria desenvolver uma vacina. Contudo, eles lamentam que essa solução ainda está longe de ser concretizada. Enquanto isso, o foco ainda está no controle do mosquito transmissor dos vírus. “As pessoas devem ficar atentas e controlar o vetor nas suas casas e, assim, evitar a transmissão. É a única [solução] que nós temos nesse momento”, disse Figueiredo.

O pesquisador Carlos Brito defende que o Estado deve investir em melhorias de qualidade de vida da população e em infraestrutura de saneamento para controlar as epidemias causadas pelas arboviroses.

Controle permanente

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a destinação de recursos para controle do mosquito vetor e outras ações de vigilância são permanentes e passaram de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,93 bilhão em 2017. Para este ano, o orçamento previsto é de R$ 1,9 bilhão.

Além da mobilização nacional para combater o mosquito, a pasta ressaltou que, desde novembro de 2015, quando foi declarado o estado de emergência por causa do Zika, foram destinados cerca de R$ 465 milhões para pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias.

Pelo menos 327 crianças morreram por zika desde outubro de 2015

Pelo menos 327 crianças morreram por contaminação pelo vírus Zika no país, desde outubro de 2015, quando o Ministério da Saúde iniciou as investigações. Até maio deste ano, há confirmação de 3.194 casos de alterações no crescimento e desenvolvimento possivelmente relacionadas à infecção pelo vírus e outras origens infecciosas. Há ainda 156 mortes em processo de apuração.

De janeiro a 9 de junho deste ano, foram registrados 4.571 casos prováveis de Zika em todo país, uma redução de 66,3% em relação ao mesmo período de 2017 (13.558). Segundo os dados do Ministério da Saúde, houve uma morte confirmada neste período e 156 estão em processo de investigação.

O Sudeste apresentou o maior número de casos (1.491), seguido pelas regiões Nordeste (1.187), Centro-Oeste (1.153), Norte (709) e Sul (31). Os cinco estados com maior número de casos notificados são Pernambuco (16,7%), Bahia (16,1%), São Paulo (9,4%), Paraíba (7,1%) e Rio de Janeiro (7,1%).

Balanço

Desde 2015, dos casos com investigação concluída, 7.286 foram descartados; 3.194, confirmados; 506, classificados como prováveis para relação com infecção congênita durante a gestação; e 360, inconclusivos.

Contaminação

O vírus Zika apareceu em 2015 e trouxe de volta para o centro do debate um velho inimigo da saúde pública no país: o mosquito Aedes aegypti. Antes conhecido como mosquito da dengue, ele passou a ser ainda mais temido após a descoberta de que também transmite o Zika.

Ministério da Saúde alerta para risco de surto de dengue, zika e chikungunya em nove cidades do Acre

Cidades acreanas apresentam índices de 4% a 22,7%. Índice tolerável é de 1% de infestação

Um relatório do Ministério da Saúde apontou que nove cidades acreanas podem ter surto de dengue, vírus da zika ou chikungunya esse ano. Entre as cidades, está a capital acreana, Rio Branco, que é uma das duas capitais do país que estão em situação de risco.

O relatório aponta que mais de mil cidades em todo país podem ter o surto. Os dados foram coletados no período de janeiro a 15 de março.

A situação, segundo o relatório, está mais complicada nos municípios de Sena Madureira, Epitaciolândia e Rodrigues Alves, município que apresentam índice acima de 8%. O tolerável é de 1% de infestação.

A cidade que apresenta o maior índice é Sena Madureira, com 22,7%. Isso significa que em 100 casas na cidade, quase 23 podem estar com criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Também aparecem na lista do Ministério da Saúde municípios com índice acima de 4%, e isso inclui Rio Branco, Plácido de Castro, Brasileia, Acrelândia, Mâncio Lima e Manoel Urbano.

As cidades de Assis Brasil, Feijó, Capixaba, Porto Acre, Xapuri, Cruzeiro do Sul e Senador Guiomard apresentam índices mais baixo, mas também aparecem na lista como cidades em alerta para infestação.

Conforme os dados, somente os municípios de Porto Walter, Santa Rosa do Purus, Tarauacá e Bujari estão com índice satisfatório, ou seja, com percentual abaixo de 1% de infestação.