Agressor pode pagar por tratamento de vítima de violência

O agressor nos casos de violência doméstica e familiar poderá ser obrigado a pagar todos os custos relacionados aos serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de saúde (SUS) e pelos dispositivos de segurança usados no monitoramento das vítimas. É o que estabelece o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 131/2018, que torna mais rigorosa a Lei a Maria da Penha (Lei 11.340, de 2016).

O projeto do deputado federal Rafael Motta (PSB-RN) aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O texto determina que o agressor que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial à mulher, será obrigado a ressarcir todos os danos relacionados com os serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas.

O dinheiro deverá ir para o fundo de saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços, de acordo com a tabela SUS.

A proposição ainda pune financeiramente o agressor com a obrigação de arcar com os custos das medidas protetivas. Também foi incluído um trecho à lei para impedir que o agressor utilize o patrimônio da vítima ou dos seus dependentes para efetuar o pagamento. O texto igualmente não permite a possibilidade de atenuante e substituição da pena aplicada.

Centro de Atendimento à Vítima recebe Prêmio Selo FBSP em defesa da cidadania

Concorrendo com experiências de todo o país, o Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) foi escolhido para receber o Prêmio Selo FBSP por ser considerado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública uma prática inovadora de combate à violência no país. É a primeira vez que uma iniciativa do Ministério Público brasileiro recebe esse reconhecimento.

O Prêmio Selo FBSP tem como objetivo reconhecer práticas com potencial de transformação em cenários de vulnerabilidade à violência, sistematizando e disseminando o conhecimento produzido por e para profissionais envolvidos com o tema da segurança pública.

O órgão auxiliar do Ministério Público acreano foi criado em 2016, sendo responsável por acolher vítimas de crimes sexuais, homofobia e casos de violência doméstica e familiar.

Nesta edição, o Selo FBSP é destinado ao reconhecimento do trabalho de integrantes da segurança pública e do sistema de justiça articulados em rede para o enfrentamento à violência contra as mulheres. A entrega do Selo FBSP de Práticas Inovadoras está marcada para o dia 10 de dezembro, na cidade de São Paulo.

“O FNSP é a organização mais respeitada dentro e fora do Brasil no tema segurança pública, sendo referência para as políticas públicas brasileiras e observatórios internacionais. É a primeira vez que o Ministério Público ganha essa premiação, e fomos nós aqui no Acre, concorrendo com outras instituições que fazem parte do sistema de justiça brasileiro, que conseguimos essa conquista”, destaca a procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo, coordenadora do CAV.

O processo de seleção contou com um Comitê de Avaliação, que analisou as 48 iniciativas inscritas e selecionou 17 delas, sendo 11 da Categoria 1 (destinadas a agentes públicos de segurança) e 6 da Categoria 2 (destinada a agentes do sistema de justiça criminal). Após essa etapa, pesquisadores estiveram nos estados para conhecer melhor as experiências.

“O reconhecimento traz ainda mais credibilidade ao trabalho que o Ministério Público do Acre vem realizando de atenção especial à vítima, sobretudo àqueles grupos mais vulneráveis da sociedade. Atualmente, a atuação do CAV serve como referência para outros MPs e outras instituições”, destaca a procuradora-geral de Justiça Kátia Rejane de Araújo Rodrigues.

CAV: Atendimento prioritário à vítima

Iniciativa pioneira no país, o CAV já realizou 5.580 atendimentos, posicionando a vítima no centro dos serviços ofertados. A intenção é promover o reconhecimento e o acesso aos direitos das vítimas de violência, visando à consolidação dos direitos humanos e ao exercício da cidadania.

Uma equipe multidisciplinar presta atendimento social, psicológico e orientação jurídica, além de realizar os devidos encaminhamentos aos órgãos públicos competentes. É atendida uma parcela de pessoas extremamente vulneráveis, como é o caso de mulheres vitimizadas de violência doméstica, pessoas vítimas de crimes sexuais, famílias vítimas de feminicídio e a comunidade LGBT, para os casos de homofobia.

“O reconhecimento chega num momento histórico crítico, no qual muitos, inclusive no âmbito do próprio MP, desacreditam e criticam o conceito de segurança pública baseado na prevenção e repressão qualificada. É uma conquista de todos, resultado da vontade e coragem dos gestores do MP, Dr. Oswaldo e Dra Kátia, que assumiram o ônus político e financeiro dessa decisão”, comenta Patrícia Rêgo.

A procuradora também acrescenta que o reconhecimento é resultado do trabalho da equipe do órgão, bem como, da atuação conjunta com a sociedade civil. “O maior mérito é da equipe de servidores do CAV pelo compromisso total e devoção absoluta. Esse prêmio é dedicado àquelas pessoas que todos os dias batem a nossa porta, as vítimas, os invisibilizados, excluídos e hostilizados, como também à sociedade civil, que tem sido fundamental para o sucesso do trabalho, em especial, ao Fórum LGBT do Acre, afirma.

CAV passa a integrar acervo de práticas reconhecidas

A Casoteca FBSP de Práticas Inovadoras é um acervo de práticas, ações e projetos desenvolvidas pelas Polícias e Guardas Municipais e documentadas pela equipe do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, do qual o CAV fará parte a partir de agora. Nesta edição, o foco da Casoteca foi mapear e documentar iniciativas com foco no enfrentamento à violência contra a mulher.

A metodologia adotada inspirou-se no Prêmio Gestão Pública e Cidadania, desenvolvido pelo Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da FGV/EAESP e buscou reconhecer e documentar práticas com potencial de transformação em cenários de vulnerabilidade à violência, sistematizando e disseminando o conhecimento produzido por e para profissionais de segurança pública.

Assaltante é preso após tentar obrigar mulher a fazer sexo oral durante roubo

Além de ser reconhecido pela vítima, ele também foi reconhecido por outra mulher no momento da prisão

Daniel Lima da Silva, de 20 anos, foi preso na manhã desta segunda-feira (13), acusado pelo crime de estupro consumado após praticar um assalto e tentar obrigar a vítima a praticar sexo oral sob a ameaça de uma arma branca.

A prisão foi feita pela Polícia Militar pouco tempo depois do crime e além de ser reconhecido pela vítima também foi reconhecido por outra mulher no momento da prisão. Com ele, foi encontrado a arma usada para o assalto e o celular da vítima de 48 anos.

“Nos o enquadramos pelo crime de assalto e ainda por estupro consumado já que ele chegou a passar a mão na vítima obrigando-a a praticar sexo oral sobre a ameaça de uma arma branca. A vítima disse que resistiu e quando ele viu a aproximação de uma viatura fugiu em uma bicicleta, mas, foi preso pela PM” disse o delegado Thiago Fernandes.

O fato teria acontecido por volta das 5h quando a vítima saia de casa no bairro Vitória e caminhava rumo a uma parada de ônibus. Ele a abordou pedindo o aparelho celular e com uma faca tentou obrigá-la a praticar sexo oral, além de passar a mão suas partes íntimas.

Sinhasique fala sobre vítimas de violência doméstica

No aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha, a deputada estadual Eliane Sinhasique (MDB) lamenta que em Rio Branco, 4 mulheres sejam vítimas de violência doméstica, por dia.

“Isso sem contar a violência psicológica, as agressões verbais. Nem todas as mulheres buscam a justiça para se defender. Muitas, como a advogada Tatiane Spitzer, de 29 anos, que foi agredida e morta no dia 22 de Julho, em Guarapuava, no Paraná, não buscam ajuda da Justiça”, citou a parlamentar.

Sinhasique defende que a sociedade se coloque no lugar do outro e intervenha, sempre que houver necessidade. “Tatiane gritou, pediu socorro, mas ninguém ajudou. Porque existe uma máxima que ninguém quer quebrar, mas temos que quebrar sim. Em briga de marido e mulher, temos que meter a colher sim. Precisamos ter empatia com a dor alheia, nos colocar no lugar dos outros e intervir”.

A parlamentar que ouviu cerca de 1200 mulheres nos bairros de Rio Branco, com o Programa do MDB Mulher “Mulheres Transformadoras” colocou em documento a proposta de Implantar nas Unidas Básicas de Saúde do Estado e fomentar parcerias com as unidades de saúde dos municípios, Grupos de saúde emocional para casais com especialistas, para que se preserve ao máximo o matrimônio.

“É preciso dar apoio psicológico para os casais, isso pode evitar que as discussões cheguem ao ponto da agressão. Essa é uma das nossas sugestões para que o próximo Governo trabalhe de forma efetiva e evite a violência doméstica”.

Sinhasique sempre esteve preocupada com a violência doméstica no Estado. Em 2015, apresentou anteprojeto de Lei que pedia a distribuição de dispositivo de segurança, conhecido como “botão do pânico”, para mulheres vitimadas por violência doméstica, em todo o Estado do Acre. O botão do pânico seria acionado pela vítima e a polícia receberia a informação para que pudesse agir. O Governo não acatou a proposta.

Mulher vítima de acidente na estrada de Sena é encaminhada para Rio Branco

A dona de casa Maria Deusa Carvalho dos Santos, 29 anos de idade, vítima de um acidente de trânsito ocorrido na BR-364, próximo à Sena Madureira, foi encaminhada ontem (6) para o Pronto Socorro de Rio Branco.

Informações coletadas no Hospital João Câncio Fernandes apontam que ela sofreu fratura nas costelas, no maxilar e na clavícula, por isso, precisou ser transferida para a capital. Mesmo assim, não corre risco de morte.

Maria Deusa conduzia uma bicicleta pela BR-364 quando, na altura do km 01, foi colhida por Táxi-lotação. O motorista do carro disse que ainda tentou desviá-la, porém tudo aconteceu muito rápido e não foi possível evitar a batida.

Servidora vítima da paralisia pede às famílias acreanas que vacinem os filhos

A acreana Ana Lúcia Cunho vem usando sua própria história para fazer campanha pela vacinação contra a paralisia infantil, doença que voltou a assustar todo o Brasil nos últimos anos após ter sido erradicada do País. Junto com o sarampo a paralisia infantil, ou poliomielite, são as duas doenças que tinham sido declaradas sem vírus circulante em todos os Estados brasileiros mas que voltaram a fazer vítimas nos últimos tempos.

“Em 1969, eu tinha quase 2 anos quando o vírus da poliomielite tomou conta do meu corpo. Ao acordar depois de um sono tranquilo levanto caminho até a cozinha onde minha mãe estava e ela me vendo diz: volte pra cama.  Você tá com febre. Infelizmente aqueles foram meus últimos passos com minhas duas pernas sãs…”, relatou Ana Lúcia, que é turismóloga e trabalha no Centro Cultural do Poder Judiciário do Acre. “Meu lado direito foi totalmente dominado pelo vírus… não tomei a vacina”, lamenta ela. “Morávamos no seringal à margem do rio Xapuri, distante da cidade quase um dia de barco. Ir em busca de atendimento médico era preciso sair do seringal, lugar onde nasci e vivia até aquele momento. Meu pai me levou até a cidade depois de três dias chorando e minha mãe em desespero chegou até a pedir minha morte, não por maldade, mas por amor…”, relatou no perfil do Facebook.  Ela conta que ajuda da família foi levada pra Rio Branco onde teve o diagnóstico de paralisia infantil. “Dr. Silvestre o médico que me atendeu, receita sessões de banhos de luz… em fim … após 30 dias… já não tinha o que fazer e nos mandaram de volta ao seringal. EU já andava do meu novo jeito… só me arrastando pelo chão e fiquei assim até os 09 anos quando ganhei meu primeiro par de muletas”, contou. Cresci, superei as barreiras visíveis e invisíveis, me formei, passei em concursos, casei, fui mãe, separei, criei meus filhos… e agora a assombração da pólio tá aparecendo por aí… Posso dizer com propriedade que a Poliomielite precisa continuar sendo coisa do passado. Nada pode ser usado como desculpa para a falta de cuidado com nossas crianças. Só a Vacina pode nos salvar de ter que enfrentar a poliomielite outra vez. A completa cobertura vacinal forma uma rede de proteção para todos”, alertou, pedindo: “faça sua parte. Vacine seus filhos”.