Amanhã, 31 de janeiro, encerra-se o mandato de grande parte dos parlamentares brasileiros com atuação nas casas legislativas estaduais, federais e Senado. Entre esses estão o senador Jorge Viana e o deputado federal Raimundo Angelim, que não foram reeleitos no pleito de outubro passado. Na manhã desta terça-feira, 29, eles reuniram a imprensa durante um café da manhã para falarem sobre seus mandatos sobre o momento político vivido no País e no Estado e para reafirmarem que continuarão fazendo política, mesmo estando sem mandato.
Jorge Viana disse estar agradecido mesmo não tendo obtido o número de votos suficiente para a sua reeleição. Afirmou que o povo acreano já lhe deu muito quando o elegeu prefeito de Rio Branco nos anos de 1990, governador do Estado por dois mandatos e mais um de Senador.
“O povo acreano me deu muito e se eu ficar com raiva por não ter sido reeleito, estaria sendo injusto com quem já me deu tanto”, disse Jorge Viana.
O senador creditou a sua derrota nas urnas a uma série de fatores, entre eles, erros cometidos pelo PT na condução da campanha eleitoral, principalmente, na decisão de lançar dois nomes para o Senado, o dele e o de Ney Amorim, que também deixar o cargo de deputado estadual nesta quinta-feira.
“Nossa derrota aqui se deu mais em função dos nossos erros do que dos acertos dos nossos adversários”, ponderou.
Jorge Viana disse que vai tirar um período de férias, mas não descartou a possibilidade de ficar algum tempo atuando na iniciativa privada. Contudo, não deixou dúvidas sobre a volta à vida pública daqui há quatro anos.
“Meu compromisso com o Acre e, também com o Brasil é imenso. Eu acho que a gente está vivendo hoje uma fase horrível quando a sociedade brasileira não está bem. Ela está desencontrada, está vivendo uma fase de choque e de enfrentamento, o que é péssimo para todo mundo. Mas alguém tem que ser mediador, tem que ser propositivo, tem que ajudar. E eu, na hora certa, quero ajudar o Acre e o Brasil.”
Angelim deve voltar à vida acadêmica na Universidade Federal do Acre (Ufac), onde é professor titular do Departamento de Economia. Assim como Jorge Viana, também garantiu que voltará à política em breve.
Assim como Jorge Viana, Angelim também credita parte da culpa pela derrota sua e dos demais parlamentares da bancada federal do PT aos erros cometidos pelo partido. Mas acrescenta que sua candidatura foi praticamente sabotada.
“Eu percebi, durante a campanha, que estava havendo uma certa desconstrução da minha candidatura. Diziam assim: o Angelim já está velho, já ganhou…”, revelou Angelim. “Eu acho que isso partindo do adversário isso é uma coisa até compreensível, porque faz parte do jogo político. Agora, quando vem do próprio partido que eu sou filiado isso não é justo, isso é desleal”, condenou.