Justiça Eleitoral desmente boato sobre programação das urnas eletrônicas

Com essa onda de informações falsas, mais uma vez o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve que desmentir boatos que tem circulado nas redes, informando que as urnas eletrônicas estariam programadas para funcionar de acordo com horário de verão que este ano só começará em novembro.

De acordo com a postagem, as urnas não computariam os votos de antes das 9 horas nem os coletados após as 16 horas. A mensagem pede aos eleitores para atentarem a essa programação equivocada das urnas, de forma a terem seu voto considerado.

O TSE, por meio de sua conta no Twitter, afirmou que o alerta é falso. “Atenção, eleitor! O horário de verão só começa em novembro. É FALSA a afirmação de que as urnas eletrônicas estão programadas para funcionar em horário diferente neste domingo (28) de eleição”, esclarece a Justiça Eleitoral. O horário de votação neste domingo é das 8 às 17 horas.

O Tribunal Regional Eleitoral no Acre (TRE/AC) também publicou no site oficial do órgão que a afirmação é falsa e lembrou que o adiamento do início do horário de verão foi justamente em atendimento ao pedido feito pelo TSE.

“Por solicitação do TSE, o início do horário de verão foi alterado para depois do 2º turno das Eleições 2018. Portanto, as urnas estarão preparadas para funcionar no mesmo horário que funcionaram no 1º turno”, diz o texto.

Rosa Weber contesta questionamentos sobre segurança das urnas

A uma semana da realização do segundo turno das eleições, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, declarou que a Justiça Eleitoral “não tem partido” e que vai combater de forma constitucional qualquer tentativa de desacreditar ou deslegitimar o processo eleitoral brasileiro. Em declaração à imprensa neste domingo (21), a ministra reafirmou que o sistema eleitoral é seguro e repudiou as iniciativas que visam questionar a segurança das urnas eletrônicas.

“Vou dizer o óbvio, porque o óbvio precisa ser dito. Nessa eleição haverá vencedores e vencidos, o confronto de ideias e a diversidade são próprios da democracia. As regras do jogo devem ser respeitadas por todos. A Justiça Eleitoral não é e não tem partido, não é espectadora de eventos que envolvem as eleições, nem é parte interessada no mérito do desfecho”, declarou.

Ao destacar que a Constituição Federal completou 30 anos neste mês, Rosa Weber ressaltou que qualquer “desinformação deliberada ou involuntária que visa o descrédito da Justiça Eleitoral” será combatida com “informação responsável e objetiva”. A ministra reafirmou que o processo eleitoral é confiável e nunca registrou nenhuma irregularidade desde que foi implantado.

“Estão exacerbadas as paixões políticas? Estão acaloradas as discussões? Os níveis de discórdia atingiram graus inquietantes? Tudo isso é inevitável e é próprio do embate eleitoral. O certo é que o primeiro turno já transcorreu em clima de normalidade e as campanhas estão postas, com os projetos de cada candidato à escolha livre e consciente de cada eleitor”, disse.

Em seu pronunciamento, Rosa Weber também declarou que “a Justiça Eleitoral não combate boatos com boatos” e que “há um tempo para a resposta responsável”. A ministra destacou que as ações judicais devem observar as regras do processo legal e que devem ter respostas fundamentas na Constituição Federal.

Investigações

Questionada se a Justiça Eleitoral falhou no combate às notícias falsas (fake news) durante a campanha, a ministra respondeu que não viu falhas na ação do tribunal, mas reconheceu que não esperava que a onda de desinformação se voltasse contra a própria instituição e que ainda não há uma solução para impedir o problema.

“Nós entendemos que não houve falha alguma da Justiça Eleitoral no que tange a isso que se chama fake news. A desinformação é um fenômeno mundial que se faz presente nas mais diferentes sociedades. Gostaríamos de ter uma solução pronta e eficaz, de fato, não temos”.

Rosa Weber se negou a comentar sobre a ação ingressada pelo PT para investigar a denúncia de que empresas teriam atuado na disseminação em massa nas redes sociais de notícias falsas contra o candidato Fernando Haddad (PT) em favor de seu oponente, Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o caso está sendo investigado e não é possível dar detalhes sobre o processo, pois o inquérito corre sob sigilo.

O ministro apresentou ainda um balanço das denúncias de crimes eleitorais durante o primeiro turno. Segundo ele, a Polícia Federal lavrou 245 termos circunstanciados e 469 inquéritos policiais. Além disso, 455 pessoas foram conduzidas para depoimentos e outros 266 apreendidos. Os principais crimes registrados foram propaganda eleitoral irregular, promoção de informações falsas e compra de votos.

“Aqueles que têm interesse de produzir notícias falsas fiquem sabendo que não existe anonimato na internet e a Polícia Federal tem tecnologia e recursos humanos para chegar neles aqui ou em qualquer lugar do mundo”, alertou o ministro.

O ministro também adiantou que o centro integrado de controle para as eleições retomará os trabalhos a partir desta segunda-feira (22), a partir das 15 horas e que os representantes dos dois candidatos à Presidência foram convidados a acompanhar a atuação do centro, que funcionará 24 horas por dia até o fim do segundo turno, no próximo dia 28 de outubro.

Também participaram da entrevista os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, o vice-procurador do Ministério Público Eleitoral, Humberto Jacques, os ministros do Superior Tribunal de Justiça, Og Fernandes e do TSE, Tarcício Mello, o delegado da Polícia Federal, Elzio Vicente da Silva, além de técnicos de segurança da informação do Tribunal.

TSE registra 1.695 trocas de urnas e 51 prisões até 17h em eleições no País

As eleições terminaram às 17 horas na maior parte do Brasil com 1.695 urnas substituídas, o que representa 0,33 por cento do total de equipamentos instalados país afora, e com 51 casos de prisões, mostraram dados divulgados neste domingo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em apenas uma seção, no município de Três Coroas (RS), foi necessário realizar votação manual. De acordo com o TSE, no pleito deste ano foram utilizadas quase 454,5 mil urnas.

Entre as ocorrências, o Tribunal informou que o total de prisões de não candidatos somou 49, puxadas por Alagoas (12) e Mato Grosso do Sul (11).

Já as ocorrências envolvendo candidatos terminaram com duas prisões, sendo uma em São Paulo e outra no Rio Grande do Sul.

O TSE relatou que, no total, foram registradas 183 ocorrências, considerando-se casos envolvendo candidatos e não candidatos e com ou sem prisão.

No Acre

No Acre, segundo o boletim divulgado pelo Tribunal Regional Eleitoral, até as 15 horas 26 urnas eletrônicas haviam sido substituídas.

Com informações da Agência Reuters e do TRE/AC

Regina Ferrari: “tivemos o registro de 27 urnas substituídas”

No final da tarde de ontem (7), a presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC), Regina Ferrari, falou a respeito das eleições no Estado. Ela comentou o total de urnas eletrônicas que foram substituídas, 27 urnas. A magistrada disse, também, que a troca foi estritamente técnica.

“Tivemos o registro de 27 urnas substituídas por problemas técnicos operacionais isso é normal em todo o Brasil. Em termos de ocorrência registradas pela Polícia Civil e Polícia Federal, tivemos em torno de 20 a 25 ocorrências. Estivemos em toso os locais de votação. A última parcial que tivemos teve o registro do comparecimento de 66% dos eleitores às urnas, ou seja, dos 547 mil, 361 mil já haviam votado.

Regina Ferrari explicou que a lentidão em alguns locais de votação se deu pelo fato de ser seis candidatos a serem votados pelo eleitor. “A votação é lenta. São seis votos. Normalmente se espera que termine mais tarde. Acredito que até às 19h30 tenha encerrado a votação.

Quantos às informações veiculadas nas redes sociais do não aparecimento da foto de determinados candidatos, ela relatou que são ‘boatos’. “Isso diz respeito à fake News. Todos os senhores que tentou-se fazer uma lavagem cerebral para que os eleitores desacreditassem nas urnas eletrônicas. Eu lhes digo que muito mais fraudes registramos em tempos remotos é quando votávamos em cédulas. Nós reafirmamos a confiança do voto depositado na urna eletrônica, na legitimidade do voto ali depositado, ele sim transparece e positiva o exercício democrático do candidato da sua preferência”, pontua a presidente do TRE/AC.

Número de urnas eletrônicas substituídas chega a 1.695, informa TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou às 17h45 que chegou a 1.695 o número de urnas eletrônicas que apresentaram defeito e precisaram ser substituídas em todo o país. Isso representa 0,33% do total de urnas utilizadas no pleito deste ano.

Até o momento, apenas um município, Três Coroas (RS), passou a adotar a votação manual, segundo o tribunal.

Os estados com o maior número de urnas substituídas até agora são Minas Gerais (438), Pernambuco (192), São Paulo (163), Rio de Janeiro (145), Sergipe (90), Rio Grande do Sul (82) e Rio Grande do Norte (53).

Prisões

A Justiça Eleitoral também registrou a prisão de dois candidatos: um em São Paulo, por propaganda eleitoral, que é proibida no dia da eleição; outro no Rio Grande do Sul, por fazer boca de urna. no total, 177 pessoas foram pessoas foram presas até o momento.

Ao todo, 147.302.357 brasileiros estiveram aptos a escolher o presidente da República, os governadores de 26 estados e do Distrito Federal, 54 senadores, 513 deputados federais, 1.035 deputados estaduais e 24 deputados distritais.

Urnas apresentam problemas e eleitores desistem de votar

Várias foram as reclamações por parte dos eleitores por conta de problemas nas urnas eletrônicas em vários locais do Acre. Em Rio Branco, por exemplo, na Escola Teodolina Falcão Macedo, no bairro Placas, alguns eleitores desistiram de votar em consequência da demora para solucionar os problemas nas urnas.

Marcos de Almeida disse que chegou às 11h30 no local de votação e ficou esperando por mais de três horas para poder votar.

“Tudo que vamos fazer enfrentamos fila e, até para exercer nosso dever de escolher o candidato, também temos de esperar”, disse.

A principal reclamação no local é que, no momento do voto, a urna não mostrava a foto do candidato a presidente escolhido pelo eleitor.

Porém, a Justiça Eleitoral esclareceu que os casos sobre a ausência de processamento de todos os votos na urna eletrônica é falsa.

“A informação falsa trata principalmente do voto para presidente, como se a urna não estivesse processando o voto”, diz trecho da nota.

No AC, eleitores vão poder tirar dúvidas sobre locais de votação e situação do título pelo ‘Disque-Eleições’

Serviço vai funcionar de 3 a 7 de outubro pelo número 0800-649-9218. Mais de 2 mil urnas que vão ser usadas nas Eleições 2018 foram lacradas pelo TRE-AC

Os eleitores do Acre vão poder tirar dúvidas sobre os locais de votação, situação do título eleitoral e outros assuntos por meio do “Disque-Eleições” disponibilizado pelo Tribunal Regional Eleitoral no Acre (TRE-AC).

O número 0800-649-9218 vai funcionar no período de 3 a 7 de outubro. De quarta-feira (3) a sábado (6) o eleitor pode buscar informações nos horários de 8h às 18h. Já no domingo (7), dia do pleito, o telefone vai funcionar de 7h às 17h.

Ao todo, dez atendentes passaram por um treinamento ministrado por servidores da Corregedoria Regional Eleitoral. O Disque-Eleições não recebe denúncias. Porém, o Ministério Público do Acre (MP-AC) disponibilizou o número 0800 9702078 para esse serviço.

Urnas lacradas

Na última sexta-feira (28), o TRE iniciou o lacre em 1.010 urnas que serão usadas em Rio Branco, Bujari e Porto Acre. Ao todo, são 2,6 mil urnas espalhadas em 1.924 seções.

No domingo (30), o órgão anunciou que encerrou a Verificação Pré-Pós Eleição (VPP) dos sistemas instalados nas mais de 2 mil urnas da 9ª Zona Eleitoral.

As urnas, após serem lacradas, permanecem no depósito até o dia da eleição. A responsabilidade é do juiz eleitoral e, segundo o TRE, poucos servidores têm acesso aos aparelhos.

Mais de mil urnas que serão usadas em três cidades do Acre começam a ser lacradas pelo TRE

Processo tem duração de três dias. Ao todo, são 2,6 mil urnas espalhadas em 1.924 seções eleitorais do estado

É no depósito do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) que estão os equipamentos que no dia 7 de outubro devem revelar quem será o novo governador, além dos senadores e deputados federais e estaduais do estado.

Nesta sexta-feira (28), o TRE iniciou o lacre em 1.010 urnas que serão usadas em Rio Branco, Bujari e Porto Acre. Ao todo, são 2,6 mil urnas espalhadas em 1.924 seções.

“Essa etapa é muito importante, porque a gente insere as mídias, que são os pen drives e as flash memorys que foram geradas contendo os dados dos candidatos, as fotografias, os dados dos eleitores por seção eleitoral e os programas oficiais que vão funcionar nas urnas eletrônicas”, explica a secretária de tecnologia da TRE, Rosana Magalhães.

No fim, um teste é feito para que constate se todas as teclas estão funcionando normalmente e o lacre é feito de forma física assinado pelo juiz eleitoral.

A partir do procedimento de carga e lacre, as urnas eletrônicas só funcionarão no dia 7 de outubro, quando o mesário ligar o equipamento e imprimir a zerésima, que é um relatório com a identificação daquela urna comprovando que nela estão registrados todos os candidatos e que nenhum deles computa voto, ou seja, a urna tem zero voto e depois dar início à votação.

“Nós temos vários procedimentos de segurança. O principal que eu apontaria é que ela não tem nenhuma ligação com internet. Não tem nenhum cabo conectado a urna eletrônica, ela não possui bluetooth, wi-fi, nenhum tipo de forma ou meio de ter, por exemplo, o ataque de uma racker”, destaca Rosana.

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Urnas recebem dados dos candidatos e seções eleitorais e depois disso são lacradas até o dia da votação – Foto/Reprodução/Rede Amazônica Acre

O poder das urnas nas nossas mãos

Ano eleitoral é sempre um bom momento para analisarmos a conduta de gestores que, após quatro anos de mandato, tentam nova vitória nas eleições. As urnas dirão, ainda que de forma parcial, conforme já expressado neste espaço, se as ações e decisões daqueles alçados à condição de mandatários de gabinetes – seja no Executivo ou no Legislativo – tiveram o resultado esperado por eles.

Será que as atitudes tomadas por muitas dessas autoridades, muitas vezes mal-intencionadas, em alguns casos mal preparadas ou simplesmente manobradas, realmente afiançam votos? Atitudes essas que beiram a irresponsabilidade, tomadas sem a necessária reflexão sobre suas consequências, causando desequilíbrio fiscal e endividamento público, e onerando sempre o lado mais fraco, a população?

Há 18 anos, em maio de 2000, foi sancionada a Lei Complementar nº 101, a chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal, criada para evitar riscos e corrigir desvios que capazes de ameaçar o equilíbrio fiscal. Com esse instrumento, os governantes passaram a ter metas para cumprir no caminho entre receitas e despesas, além de ter de obedecer a limites claros de gastos públicos.

Mas será que a lei é uma realidade? Podemos dizer que União, estados e municípios cumprem suas regras e mantêm o equilíbrio fiscal necessário para estabilizar o país e permitir o seu desenvolvimento? E será que os responsáveis pelo descumprimento da lei sofrem as punições previstas – a perda de mandato, por exemplo?

A resposta é, em muitos casos, sim. A lei é cumprida e os entes públicos conseguiram equilibrar suas contas e planejar seus gastos de forma inteligente.

No entanto, a resposta é não para muitos outros casos em que o desequilíbrio das contas levou até mesmo governos estaduais a implorarem pela ajuda da mão amiga da União, que acabou criando soluções com a anuência do Congresso. É como se o problema fosse jogado para debaixo do tapete.

É verdade que já avançamos bastante. Hoje, parte dos governos e órgãos públicos brasileiros conta com mecanismos de controle de gastos e fiscalização eficientes, o que nem sequer se imaginava possível há duas ou três gerações.

O problema está no “boa parte”. Lamentavelmente, como seria de se esperar numa sociedade justa e saudável, não são todos os que se encaixam nessa situação. Muitos dependem visceralmente dos recursos dos estados e da União, como prefeituras. Ou estão tão endividados que, mesmo com arrecadação alta, não conseguem sequer pagar o salário de seus servidores, como aconteceu no Rio de Janeiro. A solução foi apelar à União para renegociar a dívida.

Para completar, está em vigor desde dezembro de 2016 a Emenda Constitucional 95, a controversa regra que congelou os gastos e investimentos públicos por 20 anos – até 2036. Mais uma ferramenta criada para conter gastos públicos e garantir o ajuste fiscal? Ou mais um instrumento que ignora as possibilidades de desenvolvimento e enriquecimento da Nação e tolhe, desde a raiz, a aplicação da inteligência administrativa e da criatividade empreendedora, variáveis natas do brasileiro.

A construção de um país mais consciente em relação aos gastos públicos e ao mesmo tempo mais confiante no seu próprio potencial não se faz sem um alicerce forte. Para que as contas se equilibrem e a economia encontre um caminho de avanços, é preciso que os representantes do povo estejam conscientes dessa necessidade e encampem essa ideia.

Enquanto tivermos políticos e gestores despreparados e mal-intencionados, para os quais todas as ações buscam resultados pessoais em detrimento do coletivo, dificilmente as engrenagens dessa mudança serão alteradas.

Precisamos de uma mudança de mentalidade, de comportamento, que só virá pelas nossas mãos, pelo cidadão que pensa no bem comum da sua rua, bairro, cidade, estado, país. Se é verdade que está na urna a resposta do cidadão à atuação de quem optou pelo benefício próprio e não comum, também é verdade que é a urna nossa ferramenta para mudar o resultado desse jogo.


Glauco Humai é cientista político e especialista em Gestão Sustentável de Empresas, Glauco Humai é coordenador do Movimento Agora! em Brasília e presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce)

México vai às urnas hoje escolher novo presidente

Durante campanha, 130 políticos foram mortos por narcotraficantes

O México enfrenta dois dias decisivos, na política e no futebol. Neste domingo (1º), cerca de 89 milhões de eleitores irão às urnas para escolher o novo presidente, que nos próximos seis anos governará a segunda maior economia latino-americana, depois da brasileira. Amanhã (2), a seleção mexicana jogará contra o Brasil pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) pediu aos 32 governos estaduais, inclusive o da capital, Cidade do México, medidas especiais para proteger os jornalistas, que cobrirão a maior e mais violenta eleição da histórica recente. Durante a campanha, 130 políticos foram mortos – muitos deles candidatos aos 18 mil cargos em disputa. Os assassinatos são atribuídos às gangues e aos cartéis do narcotráfico, que brigam por território e poder, comprando alianças e matando os que se opõem.

Além do presidente, os mexicanos renovarão o Congresso Nacional e escolherão governadores, prefeitos, deputados estaduais e vereadores. Todas as pesquisas de opinião apontam para uma virada, num país tradicionalmente governado por dois partidos: o Partido Revolucionário Institucional (PRI), do atual presidente Enrique Peña Nieto, e o Partido de Ação Nacional (PAN). Dos quatro candidatos à presidência, o favorito é o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, conhecido como AMLO, do Movimento Regeneração Nacional (Morena).

Nem Maduro, nem Trump

Aos 64 anos, essa é a terceira vez que AMLO disputa a presidência. Ele começou a carreira política no PRI, que elegeu todos os presidentes mexicanos desde 1929, salvo dois: Vicente Fox (2000-2006) e Felipe Calderón (2006-2012), ambos do PAN. Na década de 1980, López Obrador passou para a oposição.

AMLO perdeu por menos de um por cento as eleições de 2006, para Calderón, e não aceitou a derrota. Ele acusou o governo da época de fraude e convocou uma multidão de simpatizantes à Praça Zócalo, na capital, onde promoveu uma cerimônia de posse como legítimo presidente do México. Desta vez, as chances de AMLO ser eleito são maiores: os eleitores estão cansados da violência, que resultou em 30 mil homicídios em 2017, e dos escândalos de corrupção do atual governo.

“Desde o começo do governo do [ex-presidente] Felipe Calderón, em 2006, até agora, 230 mil pessoas foram assassinadas. Segundo as estatísticas oficiais, mais de 36 mil estão desaparecidas”, disse AMLO, no encerramento da campanha, que reuniu milhares de pessoas, muitas delas jovens. “Um milhão de famílias mexicanas são vítimas da violência.”

Na campanha, AMLO propôs anistiar narcotraficantes, já que a guerra contra eles não deu resultados, e combater a corrupção, que ele considera ser a origem de todos os males. Com o dinheiro recuperado da “elite corrupta”, ele diz que vai financiar programas sociais, dobrar aposentadorias e subsidiar a educação, sem aumentar impostos.

Seus principais rivais – Ricardo Anaya (PAN) e Jose Antonio Meade (PRI) – tentaram arrebatar votos de López Obrador. Eles argumentam que as promessas do candidato favorito são inviáveis e que, com Obrador, o México escolherá um caminho incerto – entre o populismo de esquerda e de direita.

AMLO formou uma coalização para disputar a eleição, que inclui um partido evangélico. Ele respondeu que admira Jesus Cristo “porque ele lutou pelos pobres”. E garante que não será nem “Nicolas Maduro [presidente da Venezuela] nem Donald Trump [presidente dos Estados Unidos]”.