EUA atendem a solicitação do Brasil em relação ao aço, diz ministério

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) comemorou hoje (30) a decisão do governo dos Estados Unidos de flexibilizar a aplicação das tarifas para importação de aço de outros países. A medida tem impacto para o Brasil, que exporta mais de 30% da produção siderúrgica nacional para o mercado norte-americano e emprega cerca de 140 mil trabalhadores no setor.

A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, possibilita isentar das limitações quantitativas e da tarifa adicional de 25% de importação os produtos de aço desde que não haja produção nos EUA em quantidade ou qualidade suficientes ou, ainda, com base em considerações de segurança nacional. Em ambos os casos, segundo o ministério, as isenções dependem de um pedido específico que deverá ser aprovado pelo secretário de Comércio dos EUA.

“As mudanças nas regras publicadas ontem haviam sido solicitadas pelo governo brasileiro em gestões com suas contrapartes nos Estados Unidos. O governo brasileiro seguirá trabalhando para preservar os interesses dos exportadores e produtores brasileiros em relação ao mercado norte-americano”, afirmou o MDIC, em nota.

Até então, as exportações brasileiras de aço estavam sujeitas a uma cota de 70% da média vendida nos últimos anos, além do pagamento de tarifa de importação cuja alíquota era de 25%.

Associação das empresas do setor no Brasil também avaliaram como positiva a flexibilização aprovada pelo governo Trump: “Em princípio, o Instituto Aço Brasil entende que a proclamação vai na direção daquilo que vinha sendo pleiteado pelo setor, que é a transformação do sistema de hard quotas para soft quotas, o que significa dizer que, após o atingimento do limite da cota, as exportações poderiam ser mantidas com a tarifa de 25%”, afirmou a entidade, também em nota.

A reforma tributária americana e o Brasil

O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, não é o melhor de todos os tempos, mas serve para o que foi eleito. Tirando a arrogância, o desleixo com a diplomacia, o descumprimento dos acordos firmados por seus antecessores e etc, Trump quer o crescimento da economia americana e a recente reforma tributária foi neste sentido. Numa só canetada reduziu o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica de 35% para 21%.

Mundo afora a redução da carga tributária americana causou uma distorção fiscal. Enquanto o fisco americano vai recolher menos imposto e liberar mais capital ao empresariado, os investimentos internos vão crescer. Com mais capital em caixa, as empresas americanas deixaram de investir no exterior para reinvestir nos EUA ou simplesmente distribuir o lucro entre seus acionistas.

E o Brasil já começou a sentir na pele o problema da nova alíquota americana do IRPJ. O Banco Central do Brasil (BCB) informou que o fluxo de investimento americano na terra do Carnaval caiu de 15,7% no ano passado para 6,6% no primeiro semestre do corrente ano. A boa notícia, se é que temos isso, foi que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou que outros países estão na mesma situação brasileira. O relatório da OCDE informou que o investimento no mundo caiu em 44% no primeiro trimestre de 2018 quando comparado com o mesmo período do ano passado. As empresas americanas decidiram enxugar em todos os lugares os investimentos até que os países reformulem suas legislações a fim de igualar ou aproximar com a americana.

A CEO da Câmara Americana de Comércio no Brasil, Deborah Vieitas, afirmou que “Precisamos escolher um líder que priorize uma política internacional com estratégia para o médio e longo prazo e, além da desburocratização do comércio. Observamos que, apesar dos riscos evidentes e crescentes, esses temas ainda aparecem de forma tímida nas discussões de nossa política externa”. Em outro evento da Câmara, Lee da PwC, afirmou que “a reforma tributária americana é uma resposta do governo à necessidade aumentar a competitividade das empresas locais. ‘Pode-se dizer que precisávamos dela, porque nos países industrializados a carga tributária tem caído. E a possibilidade de empresas locais e estrangeiras beneficiarem-se dessa redução pode ser importante.’ A redução fiscal é uma tendência mundial, detalha Lee. Ele cita que a Inglaterra estuda baixar o imposto de 21% para 19%, assim como outros países europeus. Também mencionou a Argentina, na América Latina, que baixou sua alíquota corporativa de 35% para 25%. ‘Nos EUA, somados os impostos federal e estaduais – em torno de 4% a 6% – tínhamos antigamente uma carga de quase 40%. Com a redução do imposto para 21%, nos colocamos em um patamar mais atrativo que a OCDE.”

Contrariando o caos econômico argentino, o governo do presidente Macri aprovou a reforma tributária reduzindo a alíquota do IRPJ de 35% para 25% até 2020. A França também não ficou parada e da mesma forma que a Argentina reduziu sua alíquota para 26,80% a partir de 2020. O Reino Unido para 17% em 2020. Outros países também possuem alíquotas de IRPJ abaixo da brasileira (Japão – 29,74%, Austrália – 25%, Canadá – 25%, Itália 24%, Coreia do Sul – 24%, Arábia Saudita – 20%) e olhando alguns países da América Latina temos a falida Venezuela com 34%, Chile – 25%, Panamá – 25% e o México – 30%.

Em entrevista ao jornal Estadão, Marco Stefanini, “presidente da Stefanini, multinacional brasileira da área de Tecnologia da Informação que está presente em 40 países”, disse que “Ficou muito mais atraente investir nos Estados Unidos do que no Brasil. Segundo ele, o governo americano não apenas diminuiu a alíquota do IR como criou incentivos adicionais ao investimento. Entre eles está a dedução total e imediata de despesas com a aquisição de bens de capital e ativos intangíveis.”

Depois da reforma americana os demais países tentam encontrar alguma forma de equalizar o orçamento com a redução da carga tributária. A proteção da indústria local e a manutenção do emprego, da renda e da produção industrial tornou-se questão central com a redução americana. O Brasil precisa fazer sua reforma tributária antes de 2020 quando entrará em vigor a nova alíquota da Argentina.

Gustavo Carmona, diretor executivo de Tributação Internacional da Ernst & Young, apresentou estudo demonstrando que “A média da alíquota corporativa nos 35 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) passou de 32%, no ano 2000, para atuais 24%, (…)”, enquanto que no Brasil a alíquota ficou inalterada em 34%. A Tax Foundation em 2017 analisou 202 países e encontrou 167 com alíquotas inferiores a 30% e apenas 35 países com alíquotas de 30% ou mais. Com os cortes realizados pelos EUA, Argentina e França, o Brasil saiu da 15º para 12º posição entre os países com maior arrecadação de impostos das empresas.

Continuar com alíquota de IRPJ distorcida dos demais países, trará, no longo prazo, a desaceleração do Investimento Direto no País (IDP). O Balanço de Pagamentos, em especial a conta financeira, terá dificuldade para fechar no azul. O relatório divulgado pelo BCB liga o alerta e a reforma tributária brasileira deve ser feita com urgência.


Marco Antonio Mourão de Oliveira, 42, é advogado, especialista em Direito Tributário pela Universidade de Uberaba-MG e Finanças pela Fundação Dom Cabral-MG.

Erros em sistema de reconhecimento facial geram polêmica nos EUA

Erros descobertos em um sistema de reconhecimento facial da empresa de comércio eletrônico Amazon provocaram nesta semana grande reação de políticos nos Estados Unidos. Entidades de defesa de liberdade civis e senadores cobraram explicações da companhia e de órgãos públicos quanto ao uso da tecnologia.

A fim de avaliar falhas nos procedimentos, a Associação para as Liberdades Civis dos EUA (ACLU, na sigla em inglês) realizou teste com um programa de reconhecimento facial utilizado pela Amazon chamado “Rekognition”. Entre deputados e senadores, o sistema “identificou” 28 representantes como criminosos. A ferramenta relacionou as imagens dos políticos a fotos em bancos de dados de pessoas pressas.

Além do erro no reconhecimento, a associação indicou um funcionamento discriminatório no caso de pessoas negras. Cerca de 40% dos políticos falsamente identificados como criminosos pertenciam a esse segmento, embora ele represente apenas 20% dos membros do Congresso, cujas fotos foram submetidas ao teste.

Uma das preocupações da associação é o fato do sistema ser comercializado pela Amazon a preços baixos, podendo ser utilizado pelas mais diversas instituições públicas, como polícias e outras forças de segurança. Se a ferramenta não funciona adequadamente, agentes podem cometer abusos em investigações ou até mesmo em prisões baseados em reconhecimentos que não correspondem à realidade.

Segundo a associação, a Amazon tem feito um marketing agressivo para comercializar a ferramenta para forças de segurança. O argumento é que ela pode identificar até 100 rostos em uma foto. Ainda de acordo com a entidade, já há registro de departamentos estaduais de polícia adotando a tecnologia. Por esses problemas, a ACLU questiona a participação da Amazon em negócios e serviços que envolvam vigilância e cobra da empresa que ela saia dessas atividades.

“Negros já são prejudicados de maneira desproporcional por práticas de policiais. É fácil ver como o sistema Rekognition pode exacerbar isso”, afirmou a ACLU em comunicado oficial. Um exemplo citado na nota foi o fato de uma senhora negra parada pela polícia na cidade de San Francisco. Ela foi colocada de joelhos, sob a mira de uma arma, porque o sistema dos oficiais havia identificado erroneamente a placa do carro dela como a licença de um veículo roubado.

Cobrando explicações

Em maio, a coalizão de congressistas negros dos EUA (Congressional Black Caucus) havia encaminhado carta ao presidente da Amazon, Jeff Bezos, expressando preocupação com a adoção do Rekognition. “Estamos preocupados com as consequências não pretendidas que essa forma de inteligência artificial pode ter para americanos negros, imigrantes não registrados e protestantes”, afirmaram os parlamentares.

Após a divulgação do teste da ACLU, três senadores do Partido Democrata – Ron Wyden, Cory Booker e Ed Markey – cobraram explicações de 39 órgãos públicos do país das mais variadas áreas, de defesa a comércio, incluindo as agências de segurança. No documento, os parlamentares pedem que as instituições relatem o eventual uso de algum sistema de reconhecimento facial, a partir de quais parâmetros, os objetivos, como está se dando essa adoção e como a precisão é garantida ou fiscalizada.

No documento, os senadores admitem que os programas de reconhecimento facial têm ficado mais acessíveis, mas alertam para os riscos de uso inadequado delas. “Essas tecnologias vêm com riscos inerentes, incluindo o comprometimento do direito de americanos à privacidade, assim como vieses raciais e de gênero”, comentaram.

Amazon

Em seu site, a Amazon publicou nota, assinada por Matt Wood, rebatendo o estudo da ACLU. No texto, a empresa questionou a metodologia e a base de imagens usadas. Wood afirmou ainda que o sistema Rekognition não deve ser usado na área de segurança pública como critério único e autônomo para tomada de decisões, mas como uma forma de apoio aos agentes.

Estes últimos, acrescentou Matt Wood, devem supervisionar e tomar as decisões. Entretanto, o representante da Amazon defende que as tecnologias de reconhecimento facial já são mais eficientes do que o olhar humano para identificar imagens. “Não devemos jogar fora o forno porque foi regulado de forma errada e queimou a pizza”, concluiu.

EUA devolvem crianças aos pais a conta-gotas, critica Aloysio Nunes

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, avalia que os Estados Unidos estão fazendo a reversão da política de separação de crianças de seus pais que tentaram imigrar ilegalmente no país em ritmo muito lento. “É algo que está ocorrendo a conta-gotas”, criticou hoje (13), após reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

De acordo com o ministro, que esteve em Chicago no dia 5, para se reunir com representantes dos diversos postos do Itamaraty nos países da América do Norte e tratar do tema da separação de crianças brasileiras de suas famílias, há um problema de organização dos norte-americanos. Os adultos estão sendo submetidos a departamentos da administração diferente de seus filhos e, com isso, as autoridades não têm conhecimento da ligação de parentesco entre eles.

Em sua visita, o ministro disse que conversou com 28 crianças brasileiras em dois abrigos de Chicago e que, durante a sua estada, notou uma variação do número de crianças. “Num dia havia no abrigo 21 crianças. No dia seguinte, eram 20”, disse.

Ele ouviu dos menores sobre o desejo de continuar no país estrangeiro. “Elas [crianças] estão muito firmes, querem ficar nos Estados Unidos. Elas estão muito a par de todos os procedimentos a que estão submetidas, e a que os seus pais também estão submetidos. Muitas estão em busca de uma família que possa acolhê-las, no caso de os pais serem deportados. Algumas crianças muitos pequenas não têm a menor noção do que está acontecendo, aí o trauma é maior”, disse

Crueldade

O ministro reforçou a crueldade da política de separação norte-americana. “Consideramos que é uma medida cruel. As crianças submetidas a essa separação recebem um trauma que pode marcá-las para o resto da vida”, disse.

Aloysio Nunes orienta os brasileiros a não tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, e pediu senso de responsabilidade aos pais. “Um pai que vai para os Estados Unidos passando por uma fronteira perigosa, como a do México, em que muitas pessoas desaparecem, morrem, são assassinadas, submetendo os filhos a algo que já existia no governo Obama e que ficou mais grave no governo Trump, é uma irresponsabilidade”, declarou.

Promotor dos EUA acusa agentes russos por hackear campanha de Hillary

A promotoria federal dos Estados Unidos acusou hoje (13), 12 agentes dos serviços de inteligência da Rússia de hackear computadores da campanha presidencial de Hillary Clinton nas eleições de 2016. O procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, informou que o promotor especial que investiga o chamado “caso Rússia”, Robert Mueller, acusou formalmente os agentes do Kremlin por interferir nas eleições contra Hillary, por meio das informações hackeadas.

Os nomes dos acusados foram divulgados hoje pelo procurador Rosenstein. Eles são agentes do serviço de inteligência militar criada pelo governo da Rússia em 2016, conhecido como GRU.

A promotoria os acusa de uma “ação constante” para invadir os computadores da campanha de Hillary Clinton, bem como do diretório da campanha democrata, para conseguir dados que posteriormente foram publicados na internet.

Para isso, segundo a denúncia, os agentes russos teriam enviado arquivos com vírus para contas de e-mail de voluntários e funcionários democratas. Assim, eles teriam conseguido senhas, que permitiram acesso a documentos e atividades realizadas por dezenas de colaboradores de Hillary.

Na divulgação dos dados roubados, os agentes teriam usado identidades virtuais falsas de ativistas americanos e usaram redes sociais como Twitter e Facebook para ampliar a disseminação das informações.

Além dos dados de Hillary e do DNC, os russos também tiveram acesso a informações de diferentes áreas do governo americano. O Departamento de Justiça explicou que a acusação não inclui nenhuma participação de americanos na operação.

Lutador acreano de MMA vai treinar em academia de ex-UFC nos EUA

Matheus Pinheiro, 17 anos, segue para Las Vegas no mês de agosto para período de preparação na academia do ex-lutador Randy Couture. Objetivo é ganhar espaço no cenário internacional

Buscando evoluir tecnicamente e para ganhar experiência internacional, além de mais espaço no cenário do esporte além do território brasileiro, o lutador acreano de MMA, Matheus Pinheiro, vai embarcar para os Estados Unidos no mês de agosto. O jovem vai passar por um período de treinos na academia do ex-lutador do UFC, Randy Couture, em Las Vegas, no estado americano de Nevada.

– Estou indo para Las Vegas, provavelmente agora em agosto. Estou indo para Nevada, vou treinar na academia do Randy Couture, que é um ex-lutador do UFC. Nessa academia também tem várias estrelas do UFC. Estou indo com o objetivo de treinar, treinar e, se Deus quiser, aparecer uma luta pra mim vou ficar por lá lutando, representando nosso estado em nível bem alto – destaca.

Matheus Pinheiro treina MMA desde os 13 anos. Nesta temporada, ele participou da 12ª etapa do Circuito Beach Boxing da Federação de Boxe de Praia do Rio de Janeiro (Febop), realizada na praia de Copacabana, na capital fluminense, e venceu por pontos o carioca João Pedro, na categoria 64kg.

Desde 2017, passou a treinar com o principal nome do MMA acreano, o ex-UFC Francimar Bodão, que atualmente reside nos Estados Unidos.

EUA: 49 crianças brasileiras estão em abrigos separadas dos pais

Quarenta e nove crianças brasileiras estão em abrigos e foram separadas dos pais ao ingressarem ilegalmente nos Estados Unidos. A informação é do cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa, que concedeu entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Segundo ele, os dados foram repassados pelo governo dos Estados Unidos, mas não há detalhes acerca da idade das crianças nem da cidade em que estão abrigadas.

O comunicado do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS da sigla em inglês) informa apenas o nome do abrigo, sem especificar o endereço. A triagem para saber a nacionalidade da criança foi feita pelo governo norte-americano.

“O problema dessa comunicação é que simplesmente apresenta uma tabela com o nome da instituição onde está o menor, não dá nem nome da criança. Eu tenho essa informação muito geral, recebida de um oficial do DHS”.

O trabalho dos diplomatas brasileiros será pesquisar onde estão essas instituições e fazer contato com os abrigos. Para Santarosa, será um trabalho difícil por falta de informações precisas.

O cônsul informou que inicialmente tinha conhecimento de 8 casos de crianças em abrigos e que essas informações chegaram por meio do contato de pessoas com o serviço de apoio a brasileiros no exterior. Ele acrescentou que recebeu hoje (20) a informação de mais uma criança na mesma situação. Todos os 9 casos foram comunicados à autoridade brasileira por parentes.

Santarosa disse que a preocupação inicial é colocar as famílias em contato. O trabalho será localizar as crianças, visitá-las e verificar as condições em que estão. Depois, o intuito é estabelecer contato com as famílias. Ele esclareceu que o governo não pode interferir na questão judicial dos Estados Unidos.

“O governo brasileiro não tem como pedir a libertação [dos pais e das crianças que imigraram ilegalmente para os Estados Unidos]. É como se você imaginasse que o governo norte-americano chegasse no Brasil e pedisse para soltar um preso norte-americano, não dá”, esclarece.

Ele contou o caso de uma mãe presa que não sabia onde estavam os filhos.

“A gente entrou em contato com a mãe, informou que os filhos estavam detidos. Ela nem sabia, ela tinha sido separada deles na chegada, na fronteira, e ela não sabia como eles estavam. Então demos a notícia a ela de que eles estavam bem. E conseguimos fazer um telefonema [entre mãe e filhos] e ficou acertado com o abrigo das crianças e a prisão da mãe de que eles se falarão uma vez por semana.”

Santarosa completou que os brasileiros em situação semelhante devem contatar o serviço de assistência consular do Itamaraty.

A separação de famílias na fronteira dos Estados Unidos com o México é resultado da política de “tolerância zero”, adotada pela administração Donald Trump. Os imigrantes ilegais, mesmo quem procura asilo, são presos e respondem por crime federal. Em seis semanas, mais de 2 mil crianças foram separadas dos pais e levadas para abrigos.

Vice-presidente dos EUA virá ao Brasil na próxima semana

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, estará no Brasil na próxima semana. Ele passará por Brasília e por Manaus nos dias 26 e 27 de junho. Em discussão, as relações Brasil-EUA e a questão específica da Venezuela.

Em Manaus, Pence, deverá visitar acampamentos de refugiados venezuelanos e hospitais para conhecer o trabalho que o Brasil desenvolve na recepção dos imigrantes do país vizinho.

No começo do mês, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, conversou com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Washington (EUA), quando foi confirmada a visita de Pence. Aloysio Nunes chefiou a delegação brasileira durante a 48ª Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). De acordo com ele, a reunião com Pence em Brasília dará prosseguimento aos debates sobre a crise política e econômica da Venezuela.

No começo do mês, o Brasil e 18 países aprovaram a suspensão temporária da Venezuela da OEA. A medida é considerada uma punição. Para os representantes destas nações, falta respeito à democracia por parte do governo venezuelano, assim como há suspeitas em torno da reeleição do presidente Nicolás Maduro.

Trump recua e assina ordem para que EUA evitem separar pais e filhos

Governo seguirá com “tolerância zero” em relação à imigração ilegal

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou hoje (20) um decreto para que os imigrantes ilegais que forem detidos tentando entrar no país não sejam separados dos filhos, se forem crianças e adolescentes, que os acompanham.

Com o decreto, pais e filhos não serão mais separados como vinha ocorrendo. “Vamos ter fronteiras fortes, muito fortes, mas vamos manter as famílias unidas”, disse Trump.

Segundo o presidente norte-americano, ele seguirá com sua determinação de “tolerância zero” em relação à imigração considerada ilegal. “Teremos zero de tolerância para as pessoas que ingressam ilegalmente ao nosso país”, afirmou Trump.

Há informações que cerca de 2 mil crianças e adolescentes estão isolados dos pais e separados das famílias desde a promulgação da nova lei de imigração. Segundo o cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa, 49 crianças brasileiras estão em abrigos nos Estados Unidos.

Os governos do México, Honduras e El Salvador reagiram à iniciativa e alegaram que a medida viola os direitos humanos.

Cirurgiã pediátrica do Acre receberá prêmio internacional no Estados Unidos

Dedicação e amor ao seu trabalho. Estas duas palavras definem bem o comportamento profissional da médica Fernanda Lage Lima Dantas.

Vinda do Rio de Janeiro após concluir suas especializações, há 13 anos ela trabalha no Acre como cirurgiã pediátrica no Hospital da Criança e também no Hospital das Clínicas e atua, principalmente, no cuidado a crianças nascidas com malformações congênitas.

E este ano, o trabalho de Fernanda Lage ganha reconhecimento internacional, sendo premiada pelo Colégio Americano dos Cirurgiões (ACS) dos Estados Unidos, por conta da alta qualidade técnica da cirurgia pediátrica que é desenvolvida no Acre e também associada ao comprometimento e dedicação ao ensino da cirurgia, ou seja, a multiplicação do conhecimento.

Competindo com médicos cirurgiões do mundo todo, ela foi escolhida pelo Comitê de Relações Internacionais para receber o prêmio de “Cirurgião da Comunidade 2018” – Baxiram S. and Kankuben B. Gelot Community Surgeons Travel Award for the year 2018.

“Fiquei muito feliz. Quando me inscrevi não esperava ganhar, pois são analisados os trabalhos de cirurgiões do mundo todo e geralmente os médicos selecionados são de outros continentes como a Ásia”, enfatiza a médica.

O prêmio de “Cirurgião da Comunidade” é dado em reconhecimento ao comprometimento com a prática de cirurgia de alta qualidade e dedicação na melhoria do acesso ao tratamento cirúrgico para a população.

A cerimônia de premiação será realizada durante o Congresso Clínico do Colégio Americano dos Cirurgiões, no mês de outubro, em Boston (estado de Massachusetts), nos EUA.

medica002
Fernanda Lage durante atendimento no Hospital da Criança – Foto/Júnior Aguiar

Reconhecimento

Como parte da premiação, Fernanda Lage foi convidada para conhecer o Hospital das Crianças de Boston, um dos melhores dos Estados Unidos, que é associado à Universidade de Harvard, onde fará um estágio de três semanas acompanhando o serviço de cirurgia pediátrica.

O hospital das Crianças de Boston é um dos berços das cirurgias pediátricas no mundo e foi onde começou o tratamento das crianças com malformações congênitas.

“Vou para esse intercâmbio com a intenção de fazer parcerias internacionais. Nosso objetivo é receber aqui no Acre cirurgiões que moram em outros lugares do mundo. Então a ideia é não só trazer conhecimento, mas também trazer esses profissionais”, explica Fernanda.

No Acre

A malformação congênita a princípio acomete um em cada cinco mil nascidos vivos. No Acre, os casos são mais frequentes que em os outros lugares – média de três casos para cada cinco mil nascidos vivos.

“Temos no Acre uma quantidade de malformações muito elevada em comparação proporcional a outros lugares do mundo, e mesmo com esses números, conseguimos realizar todas as cirurgias, desenvolvendo um trabalho de qualidade com excelentes resultados;. O prêmio vem em reconhecimento a esse trabalho”, destaca a cirurgiã.

O Acre oferece tratamento de cirurgia de alta complexidade em cirurgia neonatal e tratamento completo para as principais malformações existentes. Ao longo dos últimos anos mais de 500 crianças foram beneficiadas. Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado o acompanhamento dessas crianças desde o seu nascimento na Maternidade Barbara Heliodora até o tratamento no ambulatório do Hospital das Clínicas, incluindo cirurgias e consultas.

Gracilene Souza dos Santos é mãe da pequena Isabelle, que logo ao nascer foi diagnosticada com a necessidade de procedimento cirúrgico. Vinda de Sena Madureira, Gracilene permaneceu internada com a filha para que pudesse fazer a cirurgia e receber o acompanhamento necessário.

E sobre o atendimento prestado por Fernanda, a mãe destaca: “Essa doutora é um anjo, não tenho palavras para agradecer o que ela fez. Só em ela estar cuidado bem da minha filha, fico até sem palavras”, conta Gracilene.

As crianças, mesmo após feita a cirurgia, recebem acompanhamento periódico de acordo com a necessidade de cada uma, inclusive durante vida adulta.

Fernanda Lage também atua na formação de novos médicos e novos cirurgiões para atuarem no Estado, tanto como professora no curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) como na especialização em residência médica de cirurgia geral.

EUA: política de imigração lota abrigos para menores sem documentação

A superlotação dos chamados centros de atendimento do governo a crianças é um dos efeitos da política de tolerância zero contra a imigração irregular do governo de Donald Trump. Menores separados dos pais imigrantes, detidos nos Estados Unidos (EUA) por tentar entrar ilegalmente no país, estão sendo levados para esses abrigos. Com o aumento de detenções, há também maior número de crianças nas instituições.

De acordo com a Secretaria de Saúde e Serviços Sociais (HHS, a sigla em inglês), desde abril foi registrado aumento de 22% no número de menores que se encontram nesses locais, à espera de decisões judiciais sobre o destino de pais presos por imigração ilegal.

Segundo levantamento divulgado pela HHS, existem aproximadamente 11.200 crianças imigrantes nesses abrigos. Em abril, eram 8.800. Entidades de defesa de direitos humanos denunciam que os centros estão trabalhando com 95% da capacidade. O maior desses abrigos está localizado em Chicago, mas há locais adaptados para acolher menores em 14 estados.

A separação de famílias por causa da política migratória mais rígida e a situação de crianças que aguardam as decisões têm preocupado organismos da sociedade civil que lutam pelos direitos dos imigrantes. A União Americana de Liberdades Civis questiona em tribunais o modelo de política migratória adotado na administração Trump.

Sem estrutura

O advogado brasileiro Alexandre Piquet, especializado em imigração e direito de família nos Estados Unidos, disse à Agência Brasil que o problema vivido hoje no país com relação às crianças imigrantes mostra que o governo não estava preparado para executar de maneira adequada suas próprias diretrizes.

Segundo ele, antes de Trump, uma família sem permissão de entrada no país, abordada na fronteira, era deportada diretamente, agora os adultos são encaminhados a prisões porque o governo decidiu fazer com que essas pessoas respondam a um processo criminal, onde há, na maioria dos casos, uma prisão.

A lei sempre existiu de acordo com o profissional de imigração, mas antes o texto não era aplicado com o atual rigor.

“O problema disso tudo é que essas famílias entram normalmente com menores de idade e, nesse processo, as crianças são separadas dos pais com a justificativa de que os filhos não podem pagar pelos crimes”, afirmou Piquet. “Assim, as crianças separadas dos pais são enviadas a esses abrigos e, em tese, deveriam ficar no máximo 72 horas nesses locais”.

Piquet explicou que com os pais presos e o trabalho de diferentes agências envolvidas (Imigração, HHS e a própria Justiça), muitas vezes os prazos não são cumpridos e o governo tem buscado outros abrigos temporários.

“As crianças ficam sob a responsabilidade da HHS. Obviamente, com o aumento do número de prisões não há uma estrutura adequada para elas”, destacou o brasileiro, que é membro da Associação Americana de Advogados de Imigração (Aila, a sigla em inglês).

ONU

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) condenou, na semana passada, a separação de crianças dos pais. A agência da ONU recomendou que as crianças sejam protegidas e afirmou que os Estados Unidos devem parar imediatamente com a separação de famílias.

Segundo a Acnudh, a medida é uma violação séria dos direitos dos menores. Em entrevista coletiva na semana passada, a porta-voz da agência, Ravina Shamdasani, lembrou que o governo dos EUA é o único no mundo que não ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança.

Brasileira presa

O caso da brasileira Jocelyn (sobrenome não divulgado a pedido da imigrante) foi destaque em vários canais de TV e na internet, nos Estados Unidos, no começo deste mês. Ela e o filho de 14 anos foram detidos na fronteira entre o México e os EUA em novembro do ano passado. Jocelyn afirmou que tentava atravessar a fronteira para pedir asilo e fugir do marido violento.

Depois de ser presa, a brasileira ficou oito meses separada do filho adolescente. Chegou a ser ser detida em uma prisão federal. O garoto foi levado a um abrigo para menores. Os dois só se reencontraram depois da ajuda de uma organização não governamental americana que atua em defesa dos direitos civis.

O advogado Alexandre Piquet afirmou que o caso de Jocelyn acabou chamando a atenção da imprensa, o que também fez com o que ganhasse repercussão internacional e a atenção de defensores de direitos civis e da própria ONU.

“O caso de Jocelyn foi uma situação extrema. Ficou oito meses no centro de detenção em Chicago, eles podiam se falar uma vez por semana e ele estava em condições que não eram ideais”, comentou.

Piquet, que também é especializado em direito de família nos Estados Unidos, informou que a brasileira está sendo apoiada e que entrou com uma ação contra o governo, por negligência, separação de família e pela infração de direitos constitucionais”.

O advogado lembrou que também há um movimento no Congresso americano – 75 democratas já enviaram carta ao governo ameaçando entrar com uma ação para que sejam criados abrigos temporários mais adequados.

Trump confirma ida de representante da Coreia do Norte aos EUA

O norte-coreano Kim Yong Chol discute em Nova York a cúpula do dia 12

O presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou na manhã de hoje (29) que, Kim Yong Chol, o segundo nome no comando da Coreia do Norte, terá reuniões em Nova York. É a autoridade mais importante do governo norte-coreano a visitar os Estados Unidos em quase 18 anos. Ele é considerado o braço direito do líder norte-coreano.

“Reuniremos uma grande equipe para nossas conversas com a Coréia do Norte, para reuniões sobre a cúpula e muito mais”, escreveu no Twitter. De acordo com a agência EFE, Kim Yong Chol tem voo reservado para amanhã (30) com destino a Nova York.

Trump atribuiu a vinda do norte-coreano ao país, à carta enviada na semana passada o presidente Kim Jong-Un. No texto, o presidente americano cancelava a reunião prevista para junho. “Resposta sólida à minha carta, obrigado”, comentou na rede social. O presidente não deixou claro, o horário da reunião, nem detalhes do encontro.

O número 2 do regime norte-coreano participará de uma reunião preparatória para a cúpula entre Trump e Kim Jong-un no próximo dia 12 de junho, em Cingapura. No Twitter, o presidente americano também se referiu a Kim Yong-Chol como “vice-presidente norte-coreano”, ao dizer que ele estava a caminho de Nova York.

Kim Yong-Chol é a autoridade mais importante a visitar os Estados Unidos desde 2000, quando o vice-marechal Jo Myong Rok foi a Washington para se encontrar com o ex-presidente americano Bill Clinton em outubro daquele ano. Na época, a reunião serviu de preparação para a visita da então secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, à Coreia do Norte.

Cúpula mantida

A viagem de Kim Yong Chol ocorre no momento em quando os Estados Unidos e a Coreia do Norte tentam manter a cúpula do dia 12 de junho. As negociações quase foram desfeitas semana passada.

O presidente dos Estados Unidos, Trump, cancelou o encontro no dia 24, após comentários de alto funcionário da chancelaria norte-coreana que chamou o vice-presidente Mike Pence de “manequim político”.

As dificuldades no diálogo surgiram depois de testes militares feitos pela Coreia do Sul e Estados Unidos no começo deste mês e de comentários do Conselheiro de Segurança Nacional do presidente Trump, John Bolton, de que o governo americano estaria olhando para a Líbia como um possível exemplo para a Coreia do Norte.

Os comentários de Bolton deixaram em alerta a alta cúpula norte-coreana, de que os Estados Unidos poderiam ter o objetivo de dar a Kim Jong-un o mesmo destino do ditador da Líbia, Muammar Khadafi – capturado e morto em 2011, por rebeldes com apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Khadafi foi morto oito anos depois de ter feito, em 2003, um acordo para desistir de seu programa nuclear. Na época, as sanções impostas pelos Estados Unidos à Líbia foram suspensas, e as relações entre os dois países foram retomadas.

Mulheres terão histórica participação nas eleições de 2018 nos EUA

Os norte-americanos irão eleger 36 governadores e parlamentares

O número de mulheres candidatas nas primárias das eleições deste ano nos Estados Unidos é o maior da história. Em 6 de novembro deste ano, nas chamadas eleições de meio-termo, os norte-americanos irão escolher 36 governadores e parlamentares destes respectivos estados.

A quantidade de mulheres em campanha nas eleições para o Congresso e estados é um recorde: a expectativa são de 77 candidatas ao governo – mais que o dobro do recorde anterior, de 1994, quando 34 mulheres entraram nas disputas estaduais. Os números são do Centro para Mulheres Americanas na Política (livre tradução para Center for American Women Politics, CAWP, sigla em inglês).

As candidaturas ainda estão na fase inicial, mas as pré-candidatas estão em plena campanha. Os diretórios democrata e republicano realizam até julho as primárias, as votações dentro dos partidos em que se definem as candidaturas que serão homologadas.

O Congresso será reconfigurado com a renovação de um terço do Senado (35 senadores) e a totalidade da House of Representatives (Câmara dos Deputados), com a eleição de 435 representantes.

Atualmente as mulheres representam 20% do Congresso norte-americano, com 23 senadoras e 84 representantes. Neste ano, segundo o CAWP, 172 mulheres entrarão na disputa para a Câmara de representantes e 57 para o Senado.

Fator Trump

A maioria das candidatas compõem a base democrata. A imprensa norte-americana aponta que a vitória de Donald Trump motivou mais mulheres a participarem das eleições deste ano. Analistas avaliam que um sentimento de frustração após a derrota de Hillary Clinton, em 2016, acabou motivando a participação feminina.

Durante a campanha, Trump atacou Hillary em diversas ocasiões e fez insinuações sobre sua saúde ou capacidade de governar. Além disso, ele tem sido alvo de várias denúncias de assédio sexual, muitas delas já concretizadas em ações judiciais contra o presidente. A diretora do Centro de Mulheres Americanas na Política, Debbie Walsh, acredita que o sentimento anti-Trump “despertou” mulheres com um tipo diferente de currículo para a política.

Diversidade

Em um comunicado do CAWP, ela diz que outro característica das eleições deste ano é a maior diversidade de perfil das candidatas. Não só há mais mulheres, como também mais representantes negras e da comunidade imigrante.

O centro destaca que currículos diversos estão no páreo. Entre elas, veteranas de carreiras públicas como Mikie Sherrill, que está na disputa entre os democratas em Nova Jersey. Ela foi piloto de helicópteros da Marinha antes de se tornar promotora federal.

Ao menos duas das candidatas ao governo, Krish Vignarajah, em Maryland, e Kelda Roys, em Wisconsin já participaram de campanhas em defesa da amamentação e apareceram amamentando seus filhos publicamente, em debates políticos.

Para Debbie Walsh, isso também mostra uma tendência de mudança no estereótipo do que deve ser uma mulher na política. Ela completa que várias mulheres que estão concorrendo este ano são jovens e solteiras.

“A imagem das mulheres na política vestidas de terninho vermelho, que apresentavam uma vida uma vida familiar perfeita e mantinham histórias pessoais discretamente em segundo plano, ao que tudo indica está sendo trocada por mulheres que mostram a realidade do que são”, explica Debbie.

Em novembro do ano passado, uma candidata transexual venceu pela primeira eleições legislativas. Danica Roem foi eleita representante da Assembleia Legislativa no Estado da Virginia.

Outro nome que chama atenção é o da atriz é ativista nova-iorquina Cynthia Nyxon, uma das protagonistas da série de grande sucesso Sex And The City. Ela vem crescendo nas pesquisas de intenção de voto na disputa primária das eleições ao governo do Estado de Nova York.

De perfil progressista, a atriz oficializou a candidatura em março e disputará a vaga nas primárias com Andreo Cuomo, que busca a reeleição. Em menos de dois meses de campanha ela tirou 16 pontos do atual governador nas pesquisas de intenção de voto. Se conseguir vencê-lo nas primárias em julho, ela ficará mais perto de se tornar a primeira mulher governadora de Nova York, e a primeira declaradamente homossexual a ocupar um cargo executivo nos Estados Unidos.

Donald Trump retira Estados Unidos do acordo nuclear com Irã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje (8) sua decisão de retirar o país do acordo nuclear com o Irã. O alívio das sanções não será retirado de maneira imediata, mas em até 90 dias, podendo demorar mais que esse período – no total de 180 dias, prazo em que o país poderá negociar um novo acordo. Com a medida, ele cumpre uma promessa de campanha e isola os Estados Unidos no posicionamento contrário à manutenção do compromisso.

O pacto em 2015 foi celebrado após um compromisso do Irã em limitar suas atividades nucleares em troca do alívio nas sanções internacionais. Ao anunciar a decisão, Trump chamou o acordo de desastroso e disse que o “pacto celebrado jamais deveria ter sido firmado”, porque não provê garantias que o Irã tenha abandonado mísseis balísticos.

Trump afirmou ter conversado com França, Alemanha e Reino Unido sobre a decisão. Para ele, os recursos liberados ao Irã em virtude do acordo – cerca de U$ 100 bilhões, em ativos internacionais, teriam sido usados para produção de armas e opressão no Oriente Médio, na Síria e no Iêmen. Chamado de Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, sigla em inglês), o acordo foi firmado pelo então presidente Barack Obama e o chamado P5+1 – grupo formado pelos cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, além da Alemanha com o Irã).

O texto final foi alcançado depois de muita negociação entre as partes, e determinava um patamar máximo de urânio enriquecido do Irã – matéria usada para energia ou armas nucleares. Trump já havia dito que o pacto era “o pior negócio do mundo”.

Durante a manhã, antes do anúncio, altos funcionários do governo Trump avisaram os principais líderes do Congresso dos Estados Unidos para explicar a decisão.

O Irã havia se comprometido a alterar sua matriz de produção nuclear para inviabilizar a produção de plutônio, produto que pode ser usado na fabricação de bombas nucleares, assim como o urânio.

Dentre os vários termos acordados à época, o pacto previa o limite de centrífugas para enriquecer o plutônio. Após a celebração do acordo, a Agência Internacional de Energia Atômica (Iaea) afirmou em janeiro de 2016 que o Irã estava cumprindo sua parte no acordo.

Donald Trump disse que o acordo tinha falhas “desastrosas” que precisam ser corrigidas. Ele afirmou que o texto em vigor restringe as atividades nucleares do Irã somente de maneira limitada – por um período limitado e afirma que a documento firmado não deteve o desenvolvimento de mísseis balísticos pelo Irã.

A proposta que Trump tinha como princípio reativar as sanções, a menos que o Congresso aprovasse uma complementação para que o acordo em vigor seja ampliado. O presidente americano pedia ainda inspeções imediatas pela Agência Internacional de Energia Atômica, e que o Irã não se aproxime da marca estipulada como “máxima capacidade” de material para produção de uma arma nuclear.

Na prática, segundo fontes ouvidas pela imprensa nos Estados Unidos, isso imporia ao Irã o break-out time, que representa uma pausa para impedir que uma bomba seja produzida, um valor estimado em um ano de produção.

Posição do Irã

O Irã afirma que seu programa nuclear não fere os princípios da paz e que os termos firmados em 2015, seriam “inegociáveis”. No domingo (6), o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou em um pronunciamento transmitido pela TV estatal, que uma ruptura pelos Estados Unidos poderia provocar um “arrependimento histórico”.

Ele reafirmou que haveria “consequências severas” se Washington decidir retomar as sanções. O país afirma que pode voltar a enriquecer o urânio em um curto espaço de tempo e poderia abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

Posição da União Europeia

Os países da Europa defendem a manutenção do acordo e que os termos precisam ser preservados. França e Alemanha tentaram dissuadir o presidente Donald Trump no mês passado. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou durante uma visita a Washington.

Para a França, o acordo é de extrema importância para a manutenção do equilíbrio mundial e pela paz entre os países.

A Rússia também já afirmou que gostaria que o acordo fosse mantido e que não existiria uma “alternativa mais viável”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, também visitou Trump em Washington e disse que não estava totalmente satisfeita com o acordo, mas era o pacto “possível” e que deveria ser mantido.