Em Rio Branco, Programa de Combate ao Tabagismo ajuda paciente a largar o cigarro

Otabagismo é a principal causa de morte evitável do mundo. Mesmo assim a doença tem números alarmantes. Em Rio Branco, a Prefeitura de Rio Branco, por meio da secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), oferta em suas unidades de saúde, tratamento gratuito para pessoas que querem parar de fumar. O tratamento inclui uma avaliação individual do grau de dependência do paciente, rodas de conversas, acompanhamento médico e psicológico, trocas de experiências e tratamento com medicamentos ou uso de adesivos de nicotina.

Para quem quer parar de fumar há grupos de ajuda anti-tabagistas em oito unidades de Saúde. A previsão é aumentar esse número alcançando todas as regionais de Rio Branco. “Esse programa salva vidas” afirma a prefeita Socorro Neri.

O secretário de Saúde, Oteniel Almeida, explica que o tratamento oferecido nas unidades inclui desde a avaliação clínica até terapia medicamentosa, se houver necessidade. Nas unidades de saúde são realizadas reuniões semanais, quinzenais e mensais durante um ano. Nesses encontros, coordenados por um profissional enfermeiro, cada fumante compartilha suas experiências, contribuindo assim para encorajar os demais fumantes a abandonarem o vício. Ali também acontecem atividades dinâmicas, terapias para trabalhar a respiração, estímulo à reflexão e ginástica laboral, além da conscientização dos fumantes sobre os riscos de doenças cardiovasculares e respiratórias, que podem levar ao óbito.

O uso de medicamentos, de acordo com a enfermeira Eliana Karem Nogueira, que coordena o Grupo de Combate ao Tabagismo na Unidade de Saúde Deusimar Pinheiro, no Bairro das Placas, é usado de acordo com o estado da pessoa que quer parar de fumar. Ela destaca que o estado geral do paciente é analisada pelos médicos que dão suporte aos programas, nas unidades. “Os comprimidos fazem parte da lista de remédios controlados, só podem ser receitados por um médico, os adesivos de nicotina, por exemplo, de acordo com a necessidade, usamos entre 2 e 21 miligramas. A goma de mascar também tem uso, de acordo com o grau de necessidade do paciente”.

O mais importante, segundo Eliana, é a vontade da pessoa. “O sucesso depende muito da vontade firme do paciente em largar o uso do cigarro”. Ela cita que entre as mulheres há mais casos de sucesso no tratamento e avalia de que, de cada 150 pacientes, 50 realmente conseguem largar de vez o cigarro.

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A vida longe (e com) o tabagismo

Nos encontros dos grupos há relatos marcantes e histórias de luta contra o vício, que na maioria das pessoas, começa antes dos dez anos de idade em seringais, colônias e na zona urbana. A técnica em enfermagem Jenira Pereira, de 60 anos, por exemplo, buscou o tratamento e está sentindo amparo no Grupo da UBS das Placas, onde inicia o tratamento agora. Ela começou a fumar aos 8 anos e conta que conhece todos os ricos do cigarro a sua saúde, e que procurou uma unidade de saúde, para parar de fumar, porque os netos reclamam muito. “Eles são meus amores e não quero perder os abraços e cheiros deles não. Sei que aqui nesse grupo vou conseguir e eles vão ficar felizes e me sentirei vitoriosa”.

Para Rita Almeida, de 43 anos, que também faz parte de um grupo, o mais importante é que nas unidades é tudo de graça, “porque esses adesivos são caros e eu não posso comprar. Aqui também a gente passa pela médica e faz exames. Quero muito parar de fumar, porque isso já me causou problema no trabalho. Nenhum patrão gosta que o funcionário pare o trabalho para fumar”.

Há vários casos de sucesso registrados pelos profissionais dos Grupos de Ajuda das unidades de saúde. Seu Aldenor de Lima, de 57 anos, é um deles. Ele frequentou as palestras, usou adesivos e manteve firme a vontade de parar de fumar. “Não é fácil não, já tive uma recaída. Mas consegui e o melhor de tudo é que sei que vou ter mais tempo de vida para ficar com minha família e agora já sinto o cheiro das coisas, o gosto da comida e ninguém mais diz que estou fedendo. Só ando cheiroso agora, sentindo mais o gosto da comida, como mais e já engordei. Me sinto bem de saúde e aconselho é “quer parar de fumar? procure uma unidade de saúde!”

Depois de fumar por mais de 52 anos, o aposentado Raimundo Cutrim, decidiu parar e buscou ajuda na rede pública. Recebeu uma camiseta que os vitoriosos ganham ao fim do tratamento e reconhece, “eu sozinho não teria conseguido porque é muito difícil, mas quero viver um pouco mais e por isso tinha que deixar esse vício”, revela ele.

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Programação especial

Para marcar o Dia Mundial sem Tabaco, dia 31 de maio, a SEMSA promoveu no Centro de Saúde Deusimar Pinheiro, programação especial com pessoas que participam e participaram de Grupos de Ajuda. Este ano o tema escolhido foi “Tabaco e cardiopatias”. Houve palestra sobre tabagismo, aferição de pressão, teste de glicemia, palestra sobre tabagismo, atividades educativas, entrega das camisetas para os pacientes que obtiveram êxito no tratamento.

A campanha chama atenção sobre para a relação entre o tabaco e as cardiopatias e outras enfermidades cardiovasculares, entre elas o AVC, cardiopatia coronariana, vasculopatia periférica que conjuntamente são as principais causas de mortes no mundo.

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O Dia

O Dia Mundial Sem Tabaco, em 31 de maio foi criado em 1987 pela organização mundial de Saúde, a fim de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao Tabagismo. O objetivo é sensibilizar o mundo sobre a epidemia do tabagismo, as doenças e mortes a ele relacionadas.

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