Em meio a pandemia da Covid-19, população está dividida quanto a Lockdown no Acre

MARCELA JANSEN

O governo do Estado analisa adotar novas medidas para conter o avanço nos casos do novo coronavírus no Acre. Na última semana foram confirmados quase dois mil casos, num total de 56.731 infectados com o vírus e 986 óbitos.

O governador Gladson Cameli trouxe a ordem do dia o debate acerca do lockdown, versão mais rígida do distanciamento social. Uma imposição do Estado que significa bloqueio total. No cenário pandêmico, essa medida é a mais rigorosa a ser tomada e serve para desacelerar a propagação do novo Coronavírus, quando as medidas de isolamento social e de quarentena não são suficientes e os casos aumentam diariamente.

A decisão, caso ocorra, deverá ser anunciada na próxima segunda-feira, 1, data em que será realizada mais uma reunião do Comitê Acre Sem Covid-19, ocasião que será anunciada também a permanência ou não na bandeira vermelha.

Lockdown no Acre

Pelas regras, caso adotada, os estabelecimentos vão voltar a abrir com capacidade limitada de público, limite de horário de funcionamento e para venda de bebidas, e só poderão abrir de segunda a sexta-feira.

No sábado, domingo e feriados, o governo vai promover bloqueio total, o chamado lockdown. Nesses dias só poderão funcionar os postos de combustíveis para abastecimento de veículos do serviço público e farmácias.

Restaurantes devem voltar a abrir no Acre no dia 1º de março com capacidade de público de até 20%, limite de funcionamento até às 22h, de segunda a sexta-feira, e com venda liberada de bebidas até às 20h. Não abrirão aos sábados e domingos.

O comércio poderá abrir com capacidade de atendimento de até 20% durante oito horas, de segunda a sexta-feira; ja as escolas poderão retomar as suas atividades presenciais com limite de até 30%.

A previsão é de que os bares e academias sejam liberados a partir do dia 9 de março com até 20% de sua capacidade total até às 22h.

Os supermercados não vão funcionar nos sábados, domingos e feriados, exceto via delivery. O uso de praças públicas será proibido aos sábados, domingos e feriados.

Já os postos de combustíveis só poderão atender nos fins de semana os veículos do serviço público.

Dados atualizados da Covid-19 no Estado

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), registrou 474 novos casos de infecção por coronavírus na sexta-feira, 26, sendo 291 casos confirmados por exames de RT-PCR e 183 testes rápidos. O número de infectados subiu de 56.257 para 56.731.

O Acre já registra 155.643 notificações de contaminação pela doença, sendo que 97.924 casos foram descartados e 988 exames de RT-PCR seguem aguardando análise do Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen) ou do Centro de Infectologia Charles Mérieux.

Pelo menos 46.440 pessoas já receberam alta médica da doença, enquanto 300 pessoas seguem internadas.

Mais quatro notificações de óbitos foram registradas ontem, sendo todas do sexo masculino, fazendo com que o número oficial de mortes por Covid-19 suba para 986 em todo o estado.

População dividida

A possibilidade de o governo decretar lockdown deixou parte da população apreensiva, especialmente os comerciantes, que temem queda nas vendas e, consequentemente, o surgimento de dívidas.

Em sua página no Instagram, o empresário Rodrigo Pires pontuou que o “fechamento total do comércio, geraria milhares desempregados no Acre”. E acrescentou: “É preciso mais investimentos e mais transparência nos recursos aplicados, acima de tudo, cuidado para não gerar um colapso econômico e social”.

O acadêmico Paulo César acredita que a medida é exagerada e pode prejudicar milhares de acreanos. “Ainda existem pessoas que estão se recuperando financeiramente do prejuízo ocorrido devido a isolamento social decretado em março do ano passado. Decretar agora lockdown é ferir de morte esses empreendimentos. Entendo a preocupação do governador Gladson Cameli, mas considero essa medida drástica”. Falou.

A professora Edna Moreira é a favor do lockdown. Ele pontua que medidas severas devem ser tomadas quando não há a coloração do coletivo. “Tem muita gente que não está levando a sério essa pandemia. A maior prova disso é que no último final de semana muita gente estava aglomerada no Calçadão da Gameleira e sem máscaras. Colocam em risco a vida de muitas pessoas. O governo do Estado deve agir para conter o avanço da doença e se isso passa pelo lockdown, que seja”, disse.

Mais 13 mortes por Covid-19 são confirmadas pela Sesacre; total 135

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) registra um aumento de 241 novos casos de contaminação por coronavírus, nesta sexta-feira, 29. Em 24 horas, o número oficial de casos confirmados saiu de 5.600 para 5.841.

A Sesacre também informa o registro de mais 13 óbitos por Covid-19. São 11 homens e duas mulheres com idades entre 36 e 92 anos. Assim, o número de mortes pela Covid-19 salta de 122 para 135.

As mulheres são:

O primeiro caso é da paciente F. T. A. N., de 77 anos. Ela deu entrada no dia 22 deste mês no Hospital Regional de Brasileia e veio a óbito no dia 27. Era residente de Brasileia, sem registro de comorbidade.

O segundo é de J. S. L., de 81 anos, com entrada no dia 22 no Hospital Santa Juliana, era residente de Rio Branco e morreu no dia 26 deste mês, sem registro de comorbidades.

Os homens são:

A. I. U. J., de  64 anos, que foi internado no dia 25 e morreu na última quinta-feira 28, no Hospital Regional de Brasileia. Ele era residente do município de Assis Brasil, e possuía como comorbidade hipertensão arterial.

A. C. M. N., de 89 anos, foi internado no dia 22 na Fundhacre e veio a óbito no dia 24 deste mês, residente de Rio Branco, possuía hipertensão arterial, entre outras comorbidades.

N. P.S., de 92 anos, veio a óbito no dia 25 na  UPA do Segundo Distrito,  em Rio Branco. Ele era residente do município de Bujari e não possuía registro de comorbidades.

B. F. S., de 60 anos, deu entrada no dia 25 deste mês no Into e veio a óbito no dia 28, era residente do município de Xapuri, e não possui registro de comorbidades.

R. P. S. A., de  58 anos, deu entrada em hospital particular na ultima quinta-feira, 28 e veio a óbito na mesma unidade. Ele era residente de Rio Branco, sem registro de comorbidades.

F.C. M., de 58 anos, deu entrada no dia 4 deste mês no Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul, e veio a falecer na ultima quinta-feira, 28. Era residente de Feijó, possuía doença renal crônica.

A.F.M., de 82 anos, deu entrada no Pronto-Socorro de Rio Branco no dia 27 e veio a óbito nesta sexta-feira, 29. Era morador de Porto Acre, tinha hipertensão arterial.

F.C.B.K., de 55 anos, deu entrada no dia 23 deste mês no Pronto-Socorro de Rio Branco e veio a óbito no dia 27. Era residente de Rio Branco, possuía registro de comorbidade.

V.R.M., de 51 anos, deu entrada no dia 5 deste mês no Hospital Regional do Juruá e veio a falecer no dia 23. Era residente de Cruzeiro do Sul, possuía  comorbidades.

N. A. P., de 36 anos, deu entrada no dia 16 deste mês no Hospital Regional do Juruá e veio a óbito no dia 28. Era residente de Cruzeiro do Sul, não possui registro de comorbidades.

O décimo primeiro caso do sexo masculino foi de um homem cujas iniciais são F.F.C., de 75 anos. Ele deu entrada no dia 25 na UPA do Segundo Distrito e veio a óbito no dia 27. Era residente de Rio Branco, não possui registro de comorbidade.

Sesacre realiza oficina sobre doenças imunopreveníveis

Coordenadores de salas de vacina e da Vigilância Epidemiológica dos municípios do Baixo Acre participam durante toda a semana da I Oficina de Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis e Tracoma, que teve início na manhã desta terça-feira, 16, no Hotel Nobile Suítes, em Rio Branco.

O evento, que segue até sexta-feira, 19, tem por objetivo melhorar o desempenho das ações de controle e monitoramento das doenças e cobertura vacinal implantando um instrumento de trabalho para a Vigilância Epidemiológica das imunopreveníveis (Poliomielite, Tétano Acidental e Neonatal, Influenza, Meningites, Difteria e Coqueluche), como forma de alcançar as metas das coberturas vacinais de 95% no Acre, estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

“Nosso objetivo é atualizar os técnicos da vigilância das doenças prevenidas por vacinas. Nós temos campanhas anuais de alguns agravos e temos também nossas vacinas de rotinas que estão disponíveis em todos os postos e centros de saúde, disponível a toda população e por faixas etárias. Portanto, dentro dessa temática, nossos técnicos serão atualizados em relação a vigilância dessas doenças”, destaca Tânia Bonfim, responsável técnica por Doenças Imunopreveníveis.

A I Oficina das Doenças Imunopreveníveis e Tracoma é realizado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica/Área Técnica das Doenças Imunopreveníveis. Na sexta-feira, dia 19, a oficina será voltada para o aspecto clínico, tratamento, controle e eliminação do tracoma como problema de saúde pública, com treinamento prático no diagnóstico da doença, em alunos da escola Samuel Barreira.

Situação epidemiológica

No período de 2014 a setembro de 2018 no Acre, foram notificados e descartados para poliomielite, 10 casos de Paralisia Flácida Aguda – PFA. Destes casos, 08 ocorreram na Regional do Baixo Acre.

Sesacre encerra atividades do mês de conscientização sobre a doação de órgãos

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realizou neste fim de semana uma programação alusiva ao setembro verde, mês de conscientização sobre a doação de órgãos. A atividade foi desenvolvida pela gerência do Serviço de Atendimento Especializado (SAE).

O médico infectologista Tércio Genzini, realizou uma palestra sobre o trabalho realizado por sua equipe com pacientes no Acre. Há mais de uma década, o profissional é um dos responsáveis pelos transplantes de fígados realizados no estado.

“O Acre venceu desafios importantes na realização de transplantes de fígado. Desde que foi criado, em 2014, esse programa de transplantes hepáticos vem colocando o estado em posição de destaque. O índice de sobrevida dos pacientes transplantados aqui é superior a 95%”, lembrou Genzini.

Quase 20 anos de um transplante

Dona Lizete Souza fez o transplante de fígado há 19 anos e desde então tem uma rotina normal. Ela conta que a hora da medicação é a única parte do dia que a fazem lembrar que é transplantada.

A aposentada ressalta que doar os órgãos de um ente querido é uma atitude altruísta e demonstra o desprendimento dos familiares. “Eu sinto uma alegria muito grande todas as vezes que lembro que estou viva graças à atitude da família do meu doador. Toda minha gratidão àqueles que respeitaram a vontade de doar daquele familiar”.

Lizete lembra as dificuldades que enfrentou ao ter que deixar o Acre para realizar o procedimento. “Naquela época ninguém falava em transplante. Pouca gente sabia o que era doação de órgãos. Eu tive que fazer a cirurgia em São Paulo (SP) e lutar pela vida. Hoje estou bem e luto para que cada vez mais pessoas abracem essa causa tão nobre”.

Os números do Acre

Hoje o Estado é referência em transplantes na região Norte e serve de modelo para outros estados do país. São mais de 600 procedimentos realizados, quase metade realizados no Hospital das Clínicas (HC). Somente este ano, foram 11 transplantes de fígado, sendo 41 desde 2014.

Segundo a gerente do Serviço de Atendimento Especializado, Edna Gonçalves, o Acre realiza transplantes de fígado, rim, córnea e já está credenciado para transplantar pâncreas.

“Nós atendemos pacientes do Acre e até de outros estados do país. As cirurgias têm sido um sucesso e nossos pacientes transplantados apresentam excelente recuperação. Esses resultados já nos credenciaram para transplantar outros órgãos, explicou a gerente.

Histórias Cruzadas

Durante o evento, o documentário “Histórias Cruzadas”, dirigido pelo cineasta francês Marc Dourdin foi apresentado. O filme mostra o trabalhe dos profissionais de saúde e dois pacientes transplantados.

Segundo o diretor, a ideia era mostrar as histórias de superação das pessoas envolvidas nesse processo de busca por um órgão. Foram pelo menos quatro meses de pesquisa e a captação de um gigantesco material humano.

“Eu me emocionei muito com as histórias que conheci, com os profissionais dedicados. Tem muita gente da área de saúde que abre mão de muita coisa para participar desse trabalho, que luta contra o tempo. O filme tem uma função social e nós queremos que as pessoas o utilizem como material de informação”, disse Dourdin.

Diretor da Sesacre confronta matéria do Fantástico sobre números da malária

Na metade do ano passado, o Governo do Acre promoveu a descentralização do combate à malária em todo o Estado visando ampliar sua contribuição para diminuição da doença, especialmente nas regiões de maior incidência, dentre as quais o Vale do Juruá. No último domingo, o programa Fantástico, da Rede Globo, veiculou uma matéria sobre a doença no Vale do Juruá. Algumas informações, segundo o diretor em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre), Moisés Viana, tem de ser melhor apresentadas. “O Fantástico poderia ao menos ter se importado com a redução que vem acontecendo em 2018 na Região do Juruá, em especial em Cruzeiro do Sul. Isso sim representa impacto na vida das pessoas, inclusive das crianças tanto evidenciadas nesta matéria”, criticou Viana.

E completou: “Não sei se ficou claro, mas nem sempre a quantidade de malária que a pessoa diz que “pegou” representa um caso novo… frequentemente trata-se de uma recaída. Destaco essa informação pois ouvir que a pessoa pegou algumas dezenas de malária assusta, exceto para quem vive na região que fala com naturalidade sobre esses casos”.

Para Viana, outra situação que causou estranheza na matéria de Drauzio Varella, no Fantástico, é o fato de não terem sido citados os esforços que o Governo do Acre vem fazendo, incansavelmente preocupado com essa região. “Estratégias são realizadas em conjunto… uma coisa é executar por executar, outra coisa é executar com base em um plano, estratégias, com acompanhamento, com apoio e dedicação de equipes que fazem parte de governos: Federal, Estadual e Municipal. Adivinhem o que estaria acontecendo se não houvesse essa parceria?”, questiona o diretor da Sesacre.

O esforço do Governo, através da descentralização, vem dando resultado: estudos apontam para uma redução de 38% nos casos de malária em junho comparado ao mesmo período do ano passado. Já em uma parcial de julho, até o dia 27, o Acre apresentou 1.174 casos e, no mesmo mês do ano passado, o registro foi de mais de 2.600 registros positivos. Além de desinformar, a matéria do Fantástico exagera nos dados. “Não sei se ficou claro, mas nem sempre a quantidade de malária que a pessoa diz que pegou representa um caso novo. Frequentemente, trata-se de uma recaída. Destaco essa informação pois ouvir que a pessoa pegou algumas dezenas de malária assusta, exceto para quem vive na região que fala com naturalidade sobre esses casos”, disse Moisés Viana, diretor da Secretaria de Estado da Saúde.

A descentralização elevou os repasses financeiros do Governo do Acre às prefeituras, como Cruzeiro do Sul, por exemplo. No Vale do Juruá, onde a malária tem afetado o maior número de pessoas, o governador Tião Viana fez recentemente a entrega de mais de 2,6 milhões em equipamentos, 13 camionetes, 30 motocicletas, microscópios, pulverizadores e outros materiais. Além disso, a Sesacre mantém constantes capacitações e atualizações de profissionais da saúde – daí a drástica redução da incidência da malária em municípios críticos, especialmente Cruzeiro do Sul, alvo de um matéria no Fantástico, da Rede Globo. Ali, de acordo com a Sesacre, os casos de malárias vem caindo –ao contrário do que sugerem alguns veículos de comunicação do Acre, que distorceram os dados informados pelo Fantástico.

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Sesacre parabeniza coragem das prefeituras

A descentralização do enfrentamento à malária ocorreu em 2017. Desde então, o apoio às atividades dos municípios, com capacitações e atualizações dos profissionais, além do repasse dos recursos necessários, foi intensificado. A descentralização permite que não faltem insumos ao combate à malária, como inseticidas e medicações. Os testes rápidos não faltam também, possibilitando diagnóstico em até uma hora, conforme destacado pelo médico Drauzio Varella.

As ações do Governo do Acre permitiram à Prefeitura de Cruzeiro do Sul tirar do município o malfadado título de campeã brasileira da malária, título que agora cabe ao município de São Gabriel da Cachoeira. “É o Estado do Acre mais próximo da gestão municipal. Tudo isso faz parte de um conjunto de medidas desde junho de 2017 quando Cruzeiro do Sul assumiu o combate à malária, sendo o último do País a descentralizar esse agravo”, completou Moisés Viana. Ao final, Viana parabenizou o trabalho de todos, inclusive das prefeituras. “Parabéns aos municípios, em especial Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima pelo trabalho que vem sendo desenvolvido no combate à malária e parabéns ao Governo do Estado por ser sensível e apoiar esses municípios. Reflexo de um trabalho que está no caminho certo, tanto é que vivemos uma redução de casos notificados superando os últimos anos”.

Sesacre e MS buscam melhorar assistência a pacientes com doença falciforme

Técnicas do Ministério da Saúde (MS) estão no Acre para a elaboração de propostas com vistas a melhorias no atendimento aos pacientes com doença falciforme que são acompanhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A visita, uma mediação que o MS faz localmente para avançar na melhoria da qualidade da assistência às pessoas com doença falciforme, reuniu membros da Associação de Pessoas com a Doença Falciforme, Hemoacre, Núcleo de Atendimento em Triagem Neonatal, entre outras áreas técnicas da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).

“Discutimos junto com os serviços envolvidos no cuidado às pessoas com a doença falciforme, como melhorar essa atenção e o apoio a um fluxo de assistência que responda às necessidades e demandas dessa população”, informa Maria Cândida Queirós, responsável pela Política de Atenção Integral a Pessoas com Doença Falciforme, do Ministério da Saúde.

Durante a reunião foi discutido uma melhor divulgação sobre a doença, ainda desconhecida por grande parte da população e melhorias no fluxo de assistência aos pacientes. “Temos hoje no estado a missão de fazer a regulação na entrada das unidades básicas de saúde e também a orientação e acompanhamento permanente desse paciente. O grande desafio do estado, e isso é possível com a regulação na rede, são os exames periódicos”, ressalta a gerente de Saúde da Política das Populações Prioritárias e Vulneráveis da Sesacre, Zilmar Cândido.

O presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme no Acre, Jaribe Ferreira, acredita que existam mais de 300 pessoas com a doença no estado. “Sou pai de três meninas com a doença e sei da importância que é essa assistência, o esclarecimento e o tratamento da doença. Minha proposta é criarmos com parceria com a Sesacre na realização de um evento para reunir essa população. Precisamos massificar informações como forma de prestar maior assistência as pessoas que sofrem com a doença”, propõe.

Sobre a doença

A doença falciforme é hereditária, ou seja, herdada dos pais, e causa má formação das hemácias, ocasionando deficiência no transporte de oxigênio no sangue.

As pessoas com esse tipo de doença apresentam anemia crônica e episódios frequentes de dor severa, decorrentes do processo de vaso oclusão causados pela forma de foice (daí o nome falciforme) que as hemácias assumem. Além disso, essas pessoas apresentam vulnerabilidade a infecções, o sequestro esplênico (quando o baço acumula sangue), a síndrome torácica aguda e o priapismo (ereção involuntária que causa dor) são algumas das intercorrências frequentes nestas pessoas.

Atualmente, 63 pacientes, de 80 diagnosticados com anemia falciforme no Acre desde o ano de 2002 são acompanhados pelo Nativida no Acre.

Assistência

A realização do Teste do Pezinho é fundamental para a identificação precoce e acompanhamento dos casos, bem como para o planejamento e organização da rede de atenção integral. O exame deve ser realizado nos postos públicos de saúde na primeira semana de vida.

Todos os medicamentos que compõem a rotina do tratamento são disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS).

O rigoroso programa de vacinação estabelecido no calendário nacional também é outro importante fator de redução da mortalidade infantil por infecções de crianças com a doença, já que possuem um risco aumentado em 400 vezes em relação à população em geral.