Cheia do rio Juruá já prejudica mais de 8 mil famílias

O nível do rio Juruá se mantém estável desde a manhã deste domingo, 10, mas a cheia já afeta mais de 8 mil famílias, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, e causa prejuízos aos produtores rurais de várias comunidades.

Nesta segunda-feira, 11, o manancial registrou a mesma cota de domingo, 13,86 metros, mesmo assim, a Defesa Civil ainda precisou remover mais 2 famílias de bairros alagados nesta segunda. No momento já são 120 que estão em dois abrigos montados pela prefeitura.

Com a enchente, oito bairros e diversas comunidades ribeirinhas estão cobertos pela água que afeta milhares de casas. Segundo a Defesa Civil, quase 3 mil famílias estão sem energia elétrica, sem o fornecimento de água tratada e precisando de pequenas embarcações para deixar suas moradias. Mais de 5 mil famílias estão desalojadas, fora as que foram encaminhadas para os abrigos.

O prefeito em exercício, Zequinha Lima, disse que a cheia já causa prejuízos para mais de 30 mil pessoas.

“Apesar de o rio ter estabilizado nas últimas horas, estamos muito preocupados porque já são mais 100 famílias em abrigos e milhares que não querem sair estão correndo riscos. Estamos agora aguardando a ajuda do governo federal para tentarmos minimizar essa situação”, diz Lima.

Na maioria das comunidades, os moradores já alegam prejuízos na plantação agrícola e nas pequenas criações de animais. Por conta da enchente, os pequenos criadores estão tendo que vender seus animais por preços bem abaixo do valor de mercado.

“A água avançou rápido e alagou nossos roçados e os animais estão todos dentro da água. Estou aqui para tentar conseguir um apoio, mas está um pouco demorado, porque os bichos estão há três dias molhados e não têm mais como esperar. Está muito ruim, pois o recurso que a gente ganha é da produção e lá, mas agora minhas canas estão todos invadidas pela água, as galinhas estamos vendendo tudo e o pessoal só quer comprar barato. Os bois, alguns moradores está levando para a terra firme, outros estão vendendo por um preço muito baixo, como é o meu caso”, disse o agricultor Valfredo Martins, de 31 anos, que mora no seringal Florianópolis.

De acordo com a prefeitura, ainda não é possível avaliar o prejuízo para a produção rural do município causado pela cheia.

“Nosso assessor esteve visitando toda área ribeirinha e observou que, certamente, teremos um grande prejuízo na produção, mas ainda não temos como dimensionar o tamanho desse problema. Ainda estamos fazendo os levantamentos”, afirmou o prefeito em exercício.

Além de canaviais, os produtores relatam ainda que a cheia já afeta também as plantações de arroz, feijão, milho, melancia, banana e de mandioca, que tem como um dos seus derivados, a farinha que é a base da economia de cinco municípios do Vale do Juruá.

Na segunda maior cidade do Acre, algumas instituições públicas também já estão afetadas pela enchente. Segundo a prefeito, os serviços de cinco escolas e três unidades de saúde tiveram que ser suspensos.

Em Cruzeiro do Sul, quase 3 mil famílias já estão desalojadas com a cheia do Rio Juruá

Com a cota de 13,83m, o Rio Juruá atingiu neste sábado (9) sua terceira maior marca e já afeta diretamente mais de 8 mil famílias. De acordo com a Defesa Civil Municipal, em oito bairros de Cruzeiro do Sul quase todas as comunidades ribeirinhas já foram atingidas e mais de 2,7 mil famílias estão desalojadas por conta da enchente.

O volume de águas do Rio Juruá ainda se elevou, mas, em um ritmo mais lento do que nos dias anteriores. Na manhã desta sexta-feira (8), a marca era de 13,80m e neste sábado a cota chegou a 13,83m. Mesmo assim, algumas famílias ainda foram removidas das regiões ribeirinhas neste sábado aumentando o número de desabrigados para mais 500 pessoas.

Até o momento, 102 famílias foram retiradas de suas casas e a maioria foi levada para dois abrigos montados pela prefeitura. Alguns dos desalojados foram por conta própria para a casas de familiares, outras tiveram que improvisar abrigos em suas propriedades, com medo de assaltos, onde aguardam a vazante do rio.

De além dos desalojados, mais de cinco mil famílias já estão afetadas pela cheia, com seus quintais alagados, sem o fornecimento de energia elétrica e só podem sair de casa por meio de pequenas embarcações.

Para solicitar ajuda humanitária do governo federal, o prefeito em exercício, Zequinha Lima, decretou estado de emergência na quinta (7). O município aguarda agora o reconhecimento da situação para receber recursos e manter a assistência aos moradores afetados pela enchente.

Rio continua subindo e prefeitura constrói segundo abrigo em Cruzeiro do Sul

Em 24 horas, o rio Juruá subiu mais 4 centímetros e chegou aos 13,80 metros nesta sexta-feira (8), aumentando o número de famílias que tiveram que deixar suas casas nas áreas alagadas de Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre.

Com 80 centímetros acima da cota de emergência, que é de 13 metros, a cheia já inundou oito bairros e afeta diretamente 7 mil famílias.

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Até a tarde desta quinta-feira (7), eram 30 famílias desabrigadas pela enchente. Com mais 11 que deixaram suas casas nesta sexta pela manhã, subiu para 41 o número de famílias que foram removidas, somando 239 pessoas que estão por conta da Defesa Civil.

A prefeitura montou mais um abrigo coletivo em uma associação de moradores para onde já foram encaminhadas oito famílias. Mais 25 estão em outro abrigo em um ginásio esportivo e o restante preferiu ir para casa de familiares ou está por conta de aluguel social.

De acordo com o chefe da Coordenação de Desastres da Defesa Civil, Manoel Melo, a previsão é que o nível do manancial continue subindo nos próximos dias e outras famílias devem ser removidas ainda nesta sexta.

Nas oito comunidades alagadas, a água já se aproxima do assoalho da maioria das casas e os moradores só podem sair por meio de pequenas embarcações. Muitos resistem em deixar suas moradias abandonadas com medo de saqueamentos e preferem encontrar uma forma de deixar os móveis e aparelhos domésticos suspensos, mas permanecem convivendo com a água dentro de casa.

Por conta da cheia, o fornecimento de energia elétrica foi suspenso para todos os bairros inundados. De acordo com a Defesa Civil, já são mais de 7 mil famílias afetadas que totalizam uma média de 28 mil pessoas.

Para dar assistência aos moradores, o município conta com apoio do Exército e do Corpo de Bombeiros e envolve todas as secretarias municipais. Diariamente, mais de 100 pessoas são envolvidas nos serviços de manutenção dos abrigos e nas operações de remoção das famílias.

Nesta quinta-feira, o prefeito em exercício, Zequinha Lima, decretou situação de emergência com a finalidade de mobilizar o governo federal para enviar recursos a assistência aos desabrigados.

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Rio Juruá começa baixar em Cruzeiro do Sul

O rio Juruá em Cruzeiro do Sul baixou o nível das suas águas. Nesta quinta-feira, 31, o manancial estava com 12,64 metros. Apesar da baixa, o trabalho da Defesa Civil não para, pelo contrário, continua intenso, as vistorias nas casas que são atingidas pela cheia do rio acontecem diariamente.

De acordo com o chefe da Defesa Civil, José Lima, as vistorias estão acontecendo tanto nas casas, às margens do rio, para ver se não está acontecendo desmoronamento de terra. “As vistorias continuam periodicamente tendo em vista que embora o rio tenha baixado um pouquinho, a previsão é que ele pode voltar a encher porque temos um acumulado de 150 ml chuva até o dia 4, isso é bem significativo.”

Ele disse ainda que também há risco de repiquete, quando rio baixa e logo em seguida volta a subir. “E também temos informações de ontem que o rio ValParaíso, Paraná dos Mouras e Juruá Mirim estão com uma enchente bastante grande e isso com certeza vai afetar o Juruá, sem contar a chuva que está prevista para cair que pode fazer com que o rio transborde”, afirma.

Seis famílias estão em abrigo social e irão permanecer lá até o mês de março se o rio não voltar a encher. O abrigo, caso alguma família fique desabrigada, já está pronto.

Rio Juruá apresenta sinais de vazante, mas ainda preocupa Defesa Civil

Depois de alcançar a cota de 13,21 metros no último domingo (27), o nível do rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, começou a baixar e, na manhã desta terça-feira (29), chegou a cota de 13,04 m. Mesmo com os sinais de vazante, a Defesa Civil da segunda maior cidade do Acre mantém o monitoramento no rio para acompanhar as famílias que moram em regiões atingidas pela cheia.

Seis bairros de Cruzeiro do Sul foram afetados e deixou a Defesa Civil preparada para uma eventual necessidade de retirar famílias das regiões mais baixas da cidade. Mas, como a água não chegou aos assoalhos das casas, os moradores não quiseram sair para irem ao abrigo social, que seria montado pela prefeitura em um ginásio esportivo.

Os técnicos da Defesa Civil avaliaram que só haveria necessidade de retirar moradores, caso o manancial chegasse a cota de 13,30 metros. Com a vazante que começou nesta segunda e se estende nesta terça, a expectativa é que o rio saia da cota de transbordo deixando as autoridades e os moradores mais tranquilos.

Por enquanto, ainda não há previsão para o restabelecimento do sistema de energia elétrica que foi desligado para os bairros Lagoa, Boca do Moa e parte do Miritizal. De acordo com a Defesa Civil, o fornecimento só será retomando quando os postes da rede desses bairros estiverem fora da água e não apresentar mais riscos para os moradores.

Com a vazante, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul se prepara para dar assistência aos moradores que tiveram os quintais alagados com o objetivo de evitar doenças. Equipes de saúde se preparam para visitar as comunidades para orientar a população e atender os pacientes que forem acometidos com as doenças, como malária, diarreia e outras que geralmente são comuns nas áreas afetadas pelas cheias.

Rio Juruá transborda e já atinge seis bairros em Cruzeiro do Sul, no interior do AC

Defesa Civil faz monitoramento de áreas alagadas e nenhuma família precisou sair de casa até este sábado (26)

Com mais de três semanas de enchente, o rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, superou sua cota de alerta, de 13 metros, neste sábado (26), chegando aos 13,16 metros no incio da manhã. Por conta da cheia, mais de 150 moradores tiveram o fornecimento de energia elétrica suspenso e a Defesa Civil Municipal faz monitoramento diário para prestar assistência às famílias dos bairros atingidos pela água.

Pelos menos seis bairros já foram inundados e os moradores estão convivendo com a água invadindo os seus quintais. Em alguns bairros, as moradias construídas de madeira com o assoalho de 3 m de altura já estão quase tomadas pela cheia, como é o caso da Lagoa e da Boca do Moa e parte do Miritizal, onde a energia elétrica foi suspensa para evitar riscos de acidentes.

Mesmo assim, os representantes da Defesa Civil afirmam que só deverão ser removidas famílias de casa a partir do momento que o manancial alcançar a cota de 13,30 metros.

“Por enquanto, as famílias que moram nas áreas mais baixas continuam em Aluguel Social, por isso, não precisamos retirar ninguém nesse momento. Mas, se continuar assim, breve teremos que socorrer aquelas que já estão com as casas com o assoalho quase coberto”, disse Lima.

Em 24 horas, o nível do Juruá subiu 43 cm e, se continuar aumentando no mesmo ritmo, deve alcançar essa marca ainda neste sábado, caso não apresente vazante. Com isso, a Defesa Civil já está preparada para montar um ponto de atendimento emergencial no porto da cidade a partir deste domingo (27).

Desde novembro de 2017, seis famílias continuam fora de casa de regiões que foram inundadas com a cheia do Juruá que, na época, chegou aos 13,37 metros, sendo a quarta maior enchente do manancial, que naquele momento desabrigou 19 famílias.

De acordo com a Defesa Civil, a prefeitura está providenciando um terreno e deve construir casas populares para esses moradores que ainda não tiveram como voltar para os locais onde moravam, devido aos riscos de desbarrancamento.

O município também já se prepara para acomodar os moradores que precisarem sair de suas casas com a nova cheia, caso o rio continue elevando seu nível. Segundo Lima, em caso de necessidade, será utilizado o mesmo ginásio de esportes que foi ocupado em novembro, como abrigo coletivo.

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Cheia do Juruá afeta seis bairros e mais de 150 famílias estão sem energia em Cruzeiro do Sul

Três bairros são os mais afetados, segundo o Corpo de Bombeiros. Na manhã desta sexta (25), rio atingiu 12,87 metros

A poucos centímetros para transbordar, o rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, já invade seis bairros na segunda maior cidade do Acre e a Defesa Civil traça estratégias emergenciais para prestar apoio às famílias que moram em áreas alagadas.

Por conta da cheia, o sistema de fornecimento de energia foi desligado para os bairros Lagoa, Boca do Moa e parte do Miritizal.

Em 24 horas, o nível do manancial, que banha cinco municípios do Acre e outros do Amazonas, se elevou mais de 20 cm e atingiu os 12,87 m na manhã desta sexta-feira (25). A Defesa Civil municipal anunciou que, se alcançar aos 13 metros, que é a cota de transbordo, um ponto de atendimento aos ribeirinhos será montado no porto da cidade para receber os moradores que precisarem de ajuda.

“Ultrapassando a cota de transbordamento, já estamos com tudo pronto para montar o nosso ponto de apoio na beira do rio e receber todas as demandas”, informou o coordenador da Defesa Civil, José Lima.

A partir desta quinta-feira (24), os representantes da Defesa Civil passaram a fazer vistoria pela manhã e à tarde nas regiões afetadas pela água. Além disso, a prefeitura já preparou um abrigo em um ginásio esportivo da cidade para onde serão levadas as famílias que precisarem deixar suas casas, como ocorreu em novembro do ano passado.

“Muitas famílias que foram removidas na cheia do final do ano ainda não retornaram para suas residências, por esse motivo ainda não foi preciso retirar nenhuma, mas acreditamos que vamos ultrapassar a cota de transbordo e o município está preparado para isso”, garante Lima.

O comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Rômulo Barros, disse que o monitoramento nos bairros deve permanecer nos próximos dias, mas já há sinais de vazante em outros municípios, o que pode levar o nível do manancial a começar a baixar nas próximas 48 horas.

“A notícia boa é que já inciou um processo de vazante em Marechal Thaumaturgo e em Porto Walter, onde já baixou 13cm nas últimas 24 horas. Acreditamos que em pouco tempo o rio possa dar um sinal de estabilidade também aqui em Cruzeiro do Sul”, informou Barros.

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Em Cruzeiro do Sul nível do Rio Juruá preocupa autoridades e ribeirinhos

Preocupada com o transbordamento do Rio Juruá, a Defesa Civil de Cruzeiro do Sul montou um plano emergencial para dar apoio às famílias atingidas. Antes mesmo de chegar a cota de transbordo que é 13 metros, a água já atinge vários bairros do segundo maior município do Acre.

Até o fechamento desta edição, nesta quinta-feira, 24, o nível do manancial estava em 12.48 metros. De acordo com a Defesa Civil, se chegar aos 13 metros, dezenas de moradores dos bairros Cruzeirinho, Várzea, Lagoa, Miritizal e Boca do Moa serão obrigados sair de casa como ocorreu em novembro do ano passado.

O coordenador da Defesa Civil de Cruzeiro do Sul, José Lima, observa que “as famílias afetas pela enchente do fim do ano passado ainda não retornaram para suas residências, mantendo-se em segurança. Tudo indica que a cota de transbordamento será ultrapassada e por orientação do prefeito, já estamos prontos para agir a qualquer momento”.

O monitoramento do Rio Juruá e seus afluentes é realizado de hora em hora pelos órgãos de defesa, que apontam provável transbordamento do manancial. No Alto Juruá – Marechal Thaumaturgo e Porto Walter – os níveis dos afluentes se encontram elevados.

Para evitar acidentes com moradores, a energia elétrica já foi suspensa para os bairros Lagoa e Boca do Moa. Se o manancial continuar enchendo, outros bairros também terão o fornecimento suspenso.

O nível do Rio Juruá atingiu sua quarta maior marca em novembro de 2018, chegando a 13,57m. Por conta da cheia, 19 famílias tiveram que deixar suas casas e ficaram quase um mês em casas de familiares ou por conta de aluguel social concedido pela Defesa Civil.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Rômulo Barros, a previsão é que o nível do rio continue subindo nas próximas horas e a Defesa Civil de Cruzeiro do Sul já mantém atenção especial nas áreas que estão afetas pela cheia.

“Passamos a verificar a medição três vezes por dia e já estamos com a voadeira na água. Já monitoramos as áreas afetadas e estamos vendo a questão de abrigos para sabermos, em caso de necessidade, qual será usado primeiro”, informou Barros.

Segundo o Corpo de Bombeiros, mesmo com os quintais das casas desses bairros já inundados, ainda não há a necessidade da remoção de famílias das áreas alagadas.

Em Rio Branco

Na Capital, o Rio Acre marcou 11,82 metros, já abaixo das cotas de alerta e transbordamento, que são de 13,50 metros e 14 metros, respectivamente. Em Rio Branco, 100 abrigos foram preparados para receber possíveis famílias atingidas pelo transbordo do manancial. (Com informações G1/AC)

Cheia do Rio Juruá tira famílias de casa no interior do Acre

Primeira família foi retirada no sábado (24). Defesa Civil diz que abrigos estão prontos para receber famílias em Cruzeiro do Sul

O nível do Rio Juruá continua subindo em Cruzeiro do Sul. Neste domingo (25) o manancial chegou à marca de 13,30 metros, acima da cota de transbordo, obrigando algumas famílias a sair de casa.

No bairro da Várzea, duas famílias foram retiradas pela Defesa Civil e mais três moradores saíram para casa de familiares.

A primeira família foi retirada na tarde de sábado (24), e deve receber o aluguel social. Mais três famílias do mesmo bairro decidiram sair por conta própria ainda na tarde de sábado.

No momento, a Várzea é a região com maior riscos para os moradores. Na manhã deste domingo, a equipe da Defesa Civil voltou ao local para avaliar a situação de mais duas moradias e teve que remover a família da desempregada Marcleide Silva. Desde sexta-feira (23), ela estava tendo que conviver com seus quatro filhos e uma irmã, com o assoalho de casa coberto pela água.

“Desse jeito não tem como ficar. Já passa bem um palmo do assoalho. Tenho crianças pequenas e não tenho como ficar dentro d’água”, lamentou Marcleide que disse que conseguiu evitar que os utensílios domésticos fossem afetadas pela água.

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‘Não consegui dormir’, diz moradora

A Defesa Civil também avaliou que a dona de casa Cristiane Silva precisa deixar com urgência o local onde mora. Por conta do desbarrancamento, a casa dela está a menos de 2 metros do rio e o barranco continua desmoronando.

“Não consegui dormir preocupada com nossos três filhos cair na água. Ali do lado está só o oco e a qualquer momento a minha casa cai. Não dá mais para ficar”, disse Cristiane que está negociando com a prefeitura para encontrar uma alternativa para abrigar sua família.

De acordo com a Defesa Civil, o município já tomou as medidas necessárias para dar assistência a todos os moradores que precisarem deixar as regiões que foram atingidas pela cheia do Juruá. Segundo o representante da Defesa Civil, as primeiras 30 famílias que precisarem sair, ficarão por conta do aluguel social.

“Se de repente acontecer do nível subir que venha a atingir muitas famílias, já temos também preparados abrigos coletivos para acomodá-las”, garantiu Melo.

Além da Várzea, os bairros Miritizal, Lagoa, Olivença, Boca do Moa, Estirão do Remanso e Cruzeirinho também já estão inundadas e a preocupação das autoridades é que, se o volume de águas continuar subindo, centenas de moradores precisarão sair de suas casas.

Para evitar acidentes, a Eletrobras suspendeu o fornecimento de energia elétrica em algumas dessas regiões.

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Previsão de vazante

O que traz uma esperança para as famílias que estão no risco de precisarem deixar suas moradias é a previsão do Corpo de Bombeiros de que a enchente do Juruá pode começar a perder forças nas próximas horas.

Segundo o comandante, capitão Rômulo Barros, a vazante em outros municípios indica que, em Cruzeiro do Sul o nível do rio também deve baixar nos próximos dias.

“Em Marechal Thaumaturgo e Porto Walter há uma vazante bastante acentuada que começou há três dias e é sabido que, após as 72 horas, a depender dos afluentes aqui mais próximos, nós recebemos também essa vazante e a expectativa é que até meia-noite do dia de hoje, tenhamos a estabilidade e ao amanhecer tenhamos os primeiros sinais dessa vazante aqui em Cruzeiro do Sul”, avaliou Barros.

Rio Juruá ultrapassa cota de transbordamento em Cruzeiro do Sul e afeta moradores

O nível do rio Juruá chegou a 13,33 metros na tarde deste domingo, em Cruzeiro do Sul. Segundo informacões do Corpo de Bombeiros do Acre (CBMAC), até o momento duas famílias tiveram que deixar suas casas e seguem em abrigos disponibilizados pelo poder público.

As famílias são moradoras do bairro da Várzea. São 11 pessoas, das quais duas são crianças.

Ainda segundo o CBMAC, relatório encaminhado pela Eletrobrás Distribuição Acre aponta a interrupção do fornecimento de energia nos bairros Miritizal, Boca do Moa, Lagoa e parte do Cruzeirinho. São 748 clientes sem emergia, número que pode se tornar maior, conforme o aumento do nível das águas.

“A Defesa Civil Municipal e o Corpo de Bombeiros estão fazendo vistorias em todos os bairros, pois o rio continua aumentando o nível”, informou o major bombeiro Cláudio Falcão.

No Acre, Rio Juruá atinge cota de transbordo e Corpo de Bombeiros diz que está monitorando

Expectativa é que nas próximas 24h o rio comece a estabilizar e apresentar sinais de vazante, de acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Rômulo Barros

O Rio Juruá em Cruzeiro do Sul está com 13,10 metros, na medição feita na manhã deste sábado (24), e atingiu a cota de transbordo, que é de 13 metros. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros.

O capitão Rômulo Barros, comandante do Corpo de Bombeiros no município, disse que, apesar de ter transbordado, a expectativa é que nas próximas 24h o rio comece a estabilizar e apresentar sinais de vazante.

“A boa notícia é que estamos a quase 72 horas sem receber uma quantidade de significativa de chuvas e nas cabeceiras o rio já apresenta vazante, em Marechal Thaumaturgo e Porto Walter. Acreditamos que nas próximas 24 horas o rio comece a estabilizar e a amanhã [domingo, 25] a elevação seja pequena ou o rio comece a baixar”, explicou Barros.

O comandante informou ainda que uma família, composta por quatro pessoas, está desabrigada.

“Foi levada para o Aluguel Social. Não tem mais nenhuma solicitação de família que precise sair de casa. Por medida de segurança, ontem [sexta, 23] foi feita vistoria com a equipe da Eletrobras e foi suspenso o fornecimento para o ramal do Moa, onde aproximadamente 170 famílias estão sem fornecimento de energia”, acrescentou.

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O gerente de Operações da Eletrobras Distribuição Acre no município, Marcos Cavalcante, atualizou o número de família que já teve a energia suspensa e disse que até o momento o fornecimento foi interrompido para 749 clientes, mas que esse número deve aumentar até o fim do dia com novos desligamentos que devem ser feitos.

“Por enquanto, desligamos nas comunidades do Bairro da lagoa, Boca do Moa e Miritizal. Estamos monitorando com os bombeiros e passando três vezes por dia nos locais e analisando. Conforme o rio vai subindo, a gente já vai interrompendo, porque a gente não pode deixar que a água suba muito para não acontecer nenhum acidade e porque fica difícil de a gente ter acesso aos nossos equipamentos”, explicou.

Cavalcante falou ainda que na tarde deste sábado (24), caso o rio continue subindo, as equipes devem fazer novos desligamentos no município.

“Dia 21 interrompemos parte do bairro da Lagoa, dia 23 a outra parte da Lagoa e o Boca do Moa. Hoje [sábado, 24] foi o Miritizal, mais tarde devemos interromper uma parte do Cruzeirinho, em uma localidade conhecida como Água Preta, devem ser uns 20 clientes. A medida é para resguardar a segurança das famílias e o objetivo é resguardar a vida dos moradores”, alertou.

Rio Juruá ganha título de Sítio Ramsar de ong internacional

A bacia hidrográfica do Rio Juruá, localizada entre os estados do Acre e do Amazonas, é a mais nova região brasileira a ganhar o título de “Sítio Ramsar”. Este título reconhece a importância ecológica daquele local, sinalizando que as medidas de proteção existentes por ali devem ser reforçadas e ampliadas.

Ao mesmo tempo, este reconhecimento também faz com que a região fique “mais acessível” e ganhe prioridade no acesso à cooperação técnica internacional e a apoio financeiro para o desenvolvimento de projetos de conservação da natureza.

O local reconhecido como Sítio Ramsar compreende uma área de 2,1 milhões de hectares e é composto por três Unidades de Conservação: a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari e as Reservas Extrativistas (Resex) Baixo Rio Juruá e Alto Rio Juruá. Ali também está situada a Terra Indígena Dení.

A governança do Sítio Ramsar será feita com apoio do Fórum Médio Juruá, um grupo formado por diversas instituições que atuam na região – reforçando, assim, uma gestão democrática e participativa deste Sítio.

O reconhecimento da área aconteceu durante a 13ª Reunião das Partes da Convenção de Ramsar (COP 13), ocorrida recentemente em Dubai, nos Emirados Árabes. Na mesma ocasião, uma outra área brasileira também foi reconhecida como Sítio Ramsar: a Estação Ecológica do Taiamã, no Pantanal mato-grossense.

Atualmente, o Brasil possui 27 Sítios Ramsar – 9 deles, na Amazônia.

O rio Juruá é um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas. Ele nasce no Andes peruanos e desemboca no rio Solimões. Possui mais de 3 mil quilômetros, sendo que 1,5 mil deles são navegáveis. É considerado um dos rios mais sinuosos da Bacia Amazônica.

Depois de nascer no Peru, ele entra no Brasil pelo Acre – mais precisamente, pelo Parque Nacional Serra do Divisor, uma das áreas mais isoladas da Amazônia. O Juruá tem uma enorme planície de alagamento e por isso, em função do regime de seca e cheia dos rios amazônicos, dá origem a milhares de lagos todos os anos. Também por conta deste fenômeno, a altura do rio varia entre 12 a 15 metros. Seu principal problema ambiental são as pastagens e a extração ilegal de madeira, que ocorrem principalmente no Acre.

Com chuvas, nível do Rio Juruá sobe e fica a menos de um metro da cota de alerta em Cruzeiro do Sul

Rio amanheceu, nesta segunda-feira (12), com o nível de 10,86 metros, de acordo com comando do Corpo de Bombeiros da cidade. Cota de alerta é de 11,80 metros

As chuvas dos últimos dias provocaram uma elevação no nível do Rio Juruá em Cruzeiro do Sul. O afluente amanheceu, nesta segunda-feira (12), com o nível de 10,86 metros, de acordo com comando do Corpo de Bombeiros da cidade.

Com essa medição, o rio fica distante apenas 0,94 centímetros da cota de alerta, que é de 11,80 metros. Apesar da subida repentina neste fim de semana, Rômulo Barros, comandante do Corpo de Bombeiros da cidade, prevê que a situação de cheia não supere a cota de alerta. Com a elevação do nível do rio, uma grande quantidade de balseiros está cercando a estrutura da Ponte da União.

“O rio continua enchendo, mas está a menos de um metro da cota de alerta. Temos informação que em Marechal Thaumaturgo o rio já deu sinal de vazante. Acredito que esse processo de enchente dure mais umas 48h, mas que não ultrapasse a cota de alerta, que é de 11,80 metros”, afirmou o comandante.

Barros disse ainda que ainda não há nenhum motivo para a população se preocupar.

“Sempre nos aproximamos da cota de 13 metros, mas nada que tire a tranquilidade. Estamos atentos, monitorando a situação nas cabeceiras e já fizemos contato com a Defesa Civil do município para nos precavermos, muito embora o rio ainda não esteja em situação de alerta”, complementou.

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Balseiros na Ponte da União

Com a elevação do nível do rio, uma grande quantidade de balseiros – troncos de árvores – são arrastados pelas águas e se acumulam nas pilastras de sustentação da Ponte da União, o que pode comprometer a estrutura, caso não sejam retirados. O comandante informou que a corporação já está se organizando para fazer a retirada.

Baixo nível do Rio Juruá compromete navegação de balsas em Cruzeiro do Sul

As balsas que trazem mercadoria dos estados do Amazonas (AM) e Rondônia RO) para o município de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, deixaram de operar há mais de três meses e as embarcações menores viajam com dificuldade devido o baixo nível do Rio Juruá.

De acordo com os ribeirinhos, o tempo para chegar aos municípios, que têm o rio como via principal de acesso, dobrou durante esse período do ano. O G1 tentou pegar o nível do rio, mas não conseguiu pos foi informado que a estação que mede o afluente está com problemas.

Cruzeiro do Sul é considerada uma cidade pólo entre sete municípios do Vale do Juruá. Além de Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, no Acre, os municípios de Guajará e Ipixuna, no Amazonas, também mantém uma relação comercial e dependem de serviços essenciais da segunda maior cidade acreana.

A relação entre toda a região se dá principalmente pelo Rio Juruá, no entanto, desde o início do mês de agosto que o baixo volume de águas tem causado prejuízos para o abastecimento de cidades como Porto Walter, por exemplo, que, além de cargas, depende dos recreios para o acesso da população de baixa renda aos outros municípios.

Os batelões que transportam grande quantidade de passageiros estão parados e até embarcações menores que ainda conseguem navegar encontram dificuldade para chegar ao destino.