Promotoria faz vistoria em instituição de acolhimento de idosos em Rio Branco

A Promotoria de Justiça de Defesa Especializada de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e Pessoa com Deficiência realizou uma fiscalização, na quarta-feira (19), no Lar dos Vicentinos, em Rio Branco. A vistoria tem por objetivo cumprir o Estatuto do Idoso e segue o Manual do Conselho Nacional do Ministério Público sobre a fiscalização das instituições de longa permanência para idosos.

Durante a fiscalização, o promotor de Justiça Vinícius Menandro destacou que os objetivos vão além de fiscalizar as instalações ou os controles fiscais da instituição, mas estabelecer uma parceria para aprimorar o serviço prestado em favor dos idosos.

“O objetivo primeiro dessa visita é verificar realmente as condições de habitação, de higiene, de controle financeiro, poder contribuir na formalização dos estatutos, do contrato social e no próprio aperfeiçoamento da gestão. Enfim, todo um rol de aprimoramentos que a instituição precisa fazer, e que cabe a nós fiscalizar, e que, aqui, estamos nos colocando à disposição do Conselho para que possamos juntos estar buscando o aprimoramento dos serviços prestados em favor dos idosos que estão aqui acolhidos”, enfatizou Menandro.

Para Claúdio Roberto, presidente do Conselho Particular da Associação São Vicente de Paula, acredita que, após a visita do MPAC, encontrará um parceiro para melhorar a gestão da instituição. “Vemos com satisfação, pois vemos como um parceiro para ajudar em algumas dificuldades que temos. O Ministério Público está vindo nesse momento e vamos trabalhar para melhorar cada vez mais, tanto a casa, como a vida e a qualidade dos nossos idosos internos”.

Ao final, o promotor irá emitir uma recomendação para orientar a entidade no que deve ser feito detalhadamente, afim de regularizar a gestão e alinhar o atendimento conforme determina a resolução do CNMP e o Estatuto do Idoso.

A instituição, sem fins lucrativos, foi fundada em 1955. Abriga, atualmente, 53 idosos, que foram abandonados pelas famílias ou essas não tinham condições de cuidar, egressos do Hospital de Saúde Mental do Acre e encaminhados pela Justiça e pelo MPAC, além de vítimas de maus-tratos.

O manual ‘O Ministério Público na Fiscalização das Instituições de Longa Permanência para Idosos’ foi expedido no final de 2017 pela Comissão de Defesa dos Direitos Fundamentais do Conselho Nacional do Ministério Público (CDDF/CNMP) e tem o objetivo de sensibilizar os membros do MP quanto à defesa dos direitos da pessoa idosa e fomentar a atuação ministerial na fiscalização das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).

Promotoria do Consumidor faz auditoria em planilhas sobre reajuste na passagem de ônibus

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor, instaurou procedimento investigatório para apurar a legitimidade das planilhas que fundamentam o reajuste da tarifa de ônibus de Rio Branco em 2018. A medida foi tomada a pedido da Câmara de Vereadores, que formulou requerimento, por unanimidade, e protocolou no MPAC.

Considerando que, no reajuste de 2017, o Ministério Público apenas apreciou a planilha e seus cálculos, mas não analisou os dados que a alimentam, a promotora de Justiça de Defesa do Consumidor, Alessandra Garcia Marques, requisitou todos os dados referentes aos custos que compõem a atual planilha que fixou o recente reajuste, referentes aos últimos doze meses.

De acordo com Alessandra Marques, a intenção é fazer uma a análise integral da planilha. “Não há nenhuma possibilidade de se realizar tal análise se os dados que formam a planilha não forem totalmente apreciados, o que demandará um trabalho técnico sério e completo”, explica.

Nesta quinta-feira (7), a promotora ouviu o Conselho de Transporte e recebeu deste explicações pertinentes sobre a questão. Na ocasião, foram requisitados 13 dados que, para a apreciação da planilha, são de fundamental importância.

“A sociedade, as empresas prestadoras do serviço essencial de transporte público coletivo urbano, o Conselho de Transporte Público e o Município de Rio Branco serão informados acerca do andamento e da conclusão dos trabalhos, detalhadamente”, diz Alessandra Marques.

Inquérito que investiga Alckmin permanece na Promotoria do Patrimônio

Por decisão do procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, o inquérito civil que investiga as doações recebidas pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) nas campanhas de 2010 e 2014 vai continuar com a Promotoria do Patrimônio Público de São Paulo, onde foi instaurado. A decisão foi anunciada hoje (15).

O ex-governador havia questionado quem teria competência para investigá-lo. Alckmin entendia que a competência seria da Procuradoria-Geral de Justiça, por ele ser ex-governador, ou da Justiça Eleitoral, e não da Promotoria do Patrimônio Público de São Paulo.

Provocado pela defesa do ex-governador para se pronunciar sobre a questão, Smanio acabou decidindo que um eventual ato de improbidade administrativa cometido por Alckmin naquela ocasião deveria ser investigado pela Promotoria.

Segundo o Ministério Público, a decisão de Smanio acaba alterando a visão consolidada no órgão de que ex-governadores devem ser investigados pela Procuradoria-Geral de Justiça.

Além da investigação ficar com a Promotoria do Patrimônio Público, o inquérito terá prosseguimento na Promotoria Eleitoral.

Na semana passada, o promotor Ricardo Manuel Castro, da Promotoria de Patrimônio Público e Social de São Paulo, esfera do órgão que é responsável pelo inquérito que investiga o ex-governador, havia recorrido ao Conselho Nacional do Ministério Público. A decisão do promotor foi motivada porque ele não aprovou o pedido feito pelo procurador-geral de Justiça para decidir de quem seria a competência para julgar o caso.

Castro entendia que tinha de ser dele a competência para analisar o caso, já que Alckmin não era mais governador quando o inquérito foi aberto e, portanto, não teria mais prerrogativa de foro.

Nota do ex-governador

Em nota, o ex-governador Geraldo Alckmin reiterou a disposição de prestar todos os esclarecimentos às autoridades e reafirmou plena confiança na Justiça e nas investigações. Além disso, Alckmin lembrou que a matéria já é tratada na Justiça Eleitoral.

Quando o inquérito foi aberto, Alckmin negou irregularidades. “O ex-governador vê a investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos. Não apenas por ter total consciência da correção de seus atos, como também por ter se posicionado publicamente contra o foro privilegiado”, disse a assessoria de Alckmin.

Inquérito

O inquérito foi instaurado em abril deste ano para apurar se o grupo Odebrecht pagou “vantagem indevida ao ex-governador Geraldo Alckmin, com a participação de Adhemar César Ribeiro [cunhado de Alckmin] e de Marcos Antonio Monteiro [que coordenou financeiramente a campanha de Alckmin], a título de caixa 2, sem regular declaração à Justiça Eleitoral”.

A suspeita é que Alckmin tenha deixado de declarar R$ 2 milhões para a Justiça Eleitoral na campanha de 2010 e R$ 8,3 milhões para a campanha de 2014. Alckmin nega as irregularidades.