A Câmara Municipal de Rio Branco realizou na sessão de segunda-feira, 13, uma audiência pública para debater a situação dos adolescentes que vem apresentando sérios problemas de saúde após terem somado a vacina contra o Papilomas Vírus Humano (HPV).
Participaram da audiência mães e pais do jovem afetados com problema, o promotor de Justiça titular da promotoria especializada de saúde do ministério público do acre Gláucio Ney Oshiro e representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde.
Desde outubro do ano passado alguns meninos e meninas que receberam a dose da vacina contra o HPV começaram a apresentar reações adversas com dificuldades para andar, crises convulsivas, alguns perderam o movimento das pernas entre outros sintomas, até o momento não há comprovação de que os fatos estejam relacionados com a vacina.
O vereador Roberto Duarte, autor do requerimento de número 125/ 2018, solicitou a realização da audiência pública com a finalidade discutir a questões relacionadas aos possíveis efeitos colaterais da vacina contra o HPV.
“Pedi essa audiência pública para debatemos essa situação, quando vamos ser uma resposta? o ministério da saúde disse que dentro de 30 dias ele emitiriam uma nota técnica, a gente precisa avançar nisso”, disse Duarte.
O promotor Gláucio Ney disse que desde que tomou conhecimento do caso o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) vem acompanhando a situação é buscando em outros estados para saber se há outros eventos como esses ocorridos no Acre.
“Nós contatamos os MPs do Brasil e só tivemos uma devolutiva que foi do Ministério do Amazonas que também relatou um evento adverso, mas segundo o MP de lá do AM, desvinculou a co-relaçao da vacina com efeito adverso, nas demais unidades do MP não relatou nenhum caso” afirmou.
Ainda de acordo com o promotor o MP/Acre solicitou providências por parte da Secretaria de Saúde. “O Ministério Público oficiou a secretaria de Saúde para que tomasse providência tanto a respeito da assistência tanto com relação ao possível correlação entre os eventos adversos relatados pelo grupo de mães e a secretaria procurou o Ministério da Saúde que veio pra cá fazer o levantamento” explica Oshiro.
Segundo relatos das mães presentes, na semana passada uma equipe do Ministério da Saúde esteve no Acre para acompanhar o caso, porém não deram o devido tratamento que elas esperavam receber.
“Quanto aos médicos que vieram do Ministério da Saúde, dou dito que a nós mães que eles fariam uma reunião no auditório com as famílias, mas isso não foi feito, depois nos atenderam, no último momento individualmente, era uma consulta estranha como se estivesse nos investigado” relata Leila Corrêa, mãe de uma das adolescentes que apresentou o problema.
Leila Corrêa disse que tem contato de várias mães de outros estados que passam pelo mesmo drama. “Nós não somos um grupo de mães anti-vacina, essa luta não é só no Acre, eu tenho contato com várias mães de outros estados, todas com mesmo sofrimento que nós estamos passando, a diferença é que aqui por ser uma cidade pequena nós conseguimos nos encontrar” conta.
Ainda de acordo com a mãe, algumas famílias ouviram doa médicos que os adolescentes apresentavam sintomas psicológicos. “Para algumas mães eles (médicos) disseram: Mãe, mande para escola, isso é psicológico” relata.
A Gerente do departamento de assistência especializada da secretaria estadual de saúde Queline Neri afirmou que acompanha o caso há três meses e que os jovens tem recebido acompanhamento de especialistas.
“Realizamos uma reunião com as mães e estamos disponibilizado atendimento com neuropediatra, endocrinologista, reumatologista, infectologista e psicólogo. Esse é um atendimento que não estávamos preparados mas no intuito de dá assistência estamos em trabalho de aprimoramento.
Segundo dona Leila, ela chega a gastar R$5.000 com medicamentos para a filha. “Mnha filha se encontra no paraná, teve uma parada cardíaca, minha mãe ligou e disse que preciso mandar 2.000 R$, isso apenas para uma medicação, coloquei até a minha casa à venda só com remédio estou gastando R$” desabafa.
Outra mãe que vivi um verdadeiro drama, e a dona de casa Francieuda Furtado, segundo ela, os três filhos um de 12, 14 e 16 anos apresentaram várias problemas desde que tomaram a dose da vacina em outubro do ano passado.
“Eles eram meninos sadios, depois que tomaram a vacina começaram a perder os movimentos das pernas, com dor de cabeça, diarréia e vômito, eu levo pro hospital, pra upa e eles não falam nada, nos mães que nos ajudamos umas as outras” relata.
Segundo a dona de casa o maior desejo é descobrir o porquê os filhos ficaram nesta situação logo após receberem as doses da vacina.” Espero que eles consigam descobrir o que aconteceu, eles falam que não é da vacina, mas nós mães sabermos que é da vacina, um dos meus filhos começou a sentir mal no mesmo dia, pós outros dois após 30 dias” conta em meio as lágrimas.