Fábio Faria apresenta projeto e prevê privatização dos Correios para 2021

ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse nesta quarta-feira, 14, que a privatização dos Correios pode ocorrer em 2021.  A declaração foi dada no Palácio do Planalto, onde ele esteve para entregar  uma minuta do projeto de lei que que permitirá ao processo de venda de estatal ao ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência.  

Antes de ser enviado ao Congresso Nacional, o texto será analisado pela Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) e pela Casa Civil. Segundo o ministro, a proposta trata “mais sobre princípios do que regras”.  A íntegra do texto não foi apresentado à imprensa.

De acordo com o Ministério das Comunicações, dentre as diretrizes estabelecidas na proposta de regulação do Sistema Nacional de Serviços Postais, que permitirá a privatização da estatal, está a obrigatoriedade, por parte da União, de garantia da prestação do serviço postal universal por meio de empresa estatal; celebração de contratos de concessão comum; ou celebração de contratos de concessão patrocinada. 

Fábio Faria
O ministro Fábio Faria afirmou que os servidores dos Correios poderão debater o projeto de privatização com os congressistas. Foto: Adriano Machado / Reuters

O projeto de lei permite que os serviços prestados no âmbito do Sistema Nacional de Serviços Postais sejam explorados em regime privado, respeitando, porém, o artigo da Constituição que estabelece à União manter o serviço postal, o que será delegado ao Operador Postal Designado no decorrer do processo de privatização dos Correios.

Como mostrou o jornal, o governo trabalha com um leque de opções para a privatização dos Correios. Entre as possibilidades estão a venda de participações e uma delegação dos serviços, de forma similar a uma concessão. A divisão de concessões por região, como foi feito na privatização do sistema de telefonia, não está descartada.

Só após a conclusão dos estudos tocados paralelamente é que se fará a recomendação do modelo, que pode contar até com uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O que o governo espera é que, com o projeto de lei, haja segurança jurídica para encaminhar a privatização.  

“Acabamos de entregar agora para o secretário de assuntos jurídicos e ministro da SAJ, ministro Jorge, o projeto do PL dos Correios. Depois da SAJ ele vai para Casa Civil para depois ser enviado para o Congresso Nacional. É o que cabia a parte do Ministério das Comunicações foi feito. Esse projeto que vai dar condições de entrar no processo de privatização para o ano de 2021”, disse Faria.

De acordo com o ministro, a consultoria Accenture, contratada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segue fazendo os estudos de viabilidade da privatização que também será entregue ao Congresso Nacional em 120 dias,

“O Congresso Nacional deve se debruçar em relação a esse tema. É lá a arena onde serão debatidos todos os requisitos necessários, tratar da universalização das entregas dos Correios, em relação aos funcionários, tudo isso será tratado com bastante cuidado no Congresso Nacional”, disse.

Faria afirmou que a privatização não será feita de modo brusco e que os servidores da estatal poderão debater o projeto com os congressistas. “Ninguém vai fazer esse processo de uma maneira brusca. Ele será feito no momento certo, o Congresso com certeza vai saber ser justo em relação a esse tema”, afirmou.

estadao

Quais empresas o governo federal quer privatizar em 2020

O presidente Jair Bolsonaro foi eleito em 2018 com as privatizações como forte bandeira de sua agenda econômica. Ao lado de seu “posto Ipiranga” Paulo Guedes, o então candidato prometia repassar mais de 100 empresas estatais para o controle da iniciativa privada.

Após tomar os primeiros passos do processo de privatização de empresas como Correios e Telebras em 2019, em janeiro de 2020 o presidente admitiu a dificuldade de efetivar a venda das estatais. Em entrevista a jornalistas na terça-feira (7), ele falou especificamente da dificuldade de conseguir privatizar os Correios, apesar da sua intenção.

Uma pesquisa do Instituto Datafolha publicada em setembro de 2019 revelou que dois terços da população brasileira são contrários a privatizações de forma geral. Com relação a empresas específicas cujas privatizações já foram ventiladas em Brasília, a pesquisa mostrou que há rejeição majoritária à venda de Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e Petrobras.

OS DIFERENTES MODELOS DE PRIVATIZAÇÃO


Tecnicamente, aquilo que é comumente chamado de privatização é uma desestatização, processo em que o Estado vende empresas ou transfere a responsabilidade de prestar determinados serviços para a iniciativa privada. A privatização é apenas uma das possíveis formas de desestatização, mas, por convenção, o termo acaba sendo usado normalmente como sinônimo. Há três formas de desestatização diferentes.

-PRIVATIZAÇÃO

Ocorre quando o governo vende uma empresa para o setor privado em definitivo. O processo geralmente é concretizado por meio de leilões, mas também pode ser feito pela venda de ações até o governo perder o controle acionário da empresa, como aconteceu com a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, em 2019.

-PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

A chamada PPP ocorre quando um empreendimento é levado adiante por meio de uma cooperação entre o governo e a iniciativa privada. O poder público entra com uma parte dos recursos e o ente privado completa o investimento, que explora o empreendimento por um determinado período de tempo.

-CONCESSÃO

Ocorre quando o governo cede a uma empresa o direito de explorar determinada atividade por um prazo pré-estabelecido. A remuneração do empreendimento para a empresa que levar a concessão é geralmente advinda de cobranças e tarifas, como é o caso de pedágios em rodovias concessionadas.

AS PRIVATIZAÇÕES EM 2019


O ministro da Economia, Paulo Guedes, assumiu o cargo em janeiro de 2019 falando em arrecadar US$ 20 bilhões – cerca de R$ 75 bilhões pela cotação da época – em desestatizações e vendas nos primeiros 12 meses do governo Bolsonaro. O objetivo para o ano foi superado.

R$ 103,1 bilhões foi a quantia arrecadada pelo governo federal com desestatizações, vendas de ações (desinvestimentos) e vendas de campos de petróleo pela Petrobras em 2019

Desse total, cerca de metade veio de desestatizações, gerando R$ 51,3 bilhões em receita. As principais empresas vendidas foram:

Liquigás, distribuidora de gás liquefeito – a Petrobras vendeu a totalidade de sua participação por R$ 3,7 bilhões.
TAG (Transportadora Associada de Gás), que atua no setor de gás natural – a Petrobras, que detinha a totalidade da empresa, vendeu 90% das ações, arrecadando R$ 33,5 bilhões.
BR Distribuidora, rede de distribuição de combustíveis – a Petrobras vendeu ações até perder o controle sobre a empresa. A participação da Petrobras caiu de 71,25% para 37,5% com a operação, que arrecadou R$ 9,6 bilhões.
As três empresas vendidas eram subsidiárias da Petrobras. Um julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) concluído em junho de 2019 autorizou o governo a vender subsidiárias sem precisar passar a decisão para o Congresso. No entanto, o tribunal também deliberou que a venda de “empresas-mãe” – as estatais – precisa passar pelo aval dos parlamentares. Uma eventual privatização da Petrobras, por exemplo, teria de ser aprovada na Câmara e no Senado antes de ser efetivada.

Além dessas privatizações, foram concluídas concessões de infraestrutura de aeroportos, portos e ferrovias por todo o Brasil. O ano de 2019 também ficou marcado por vendas de ações consideradas “pouco estratégicas” para o governo. São situações chamadas de desinvestimentos, porque não alteram a posição do governo federal em relação ao controle acionário das empresas.

É o que ocorreu com o IRB Brasil Resseguros, que teve ações vendidas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em julho. Também foi o caso da Neoenergia, empresa de controle privado da qual o Banco do Brasil tinha uma participação de pouco menos de 10%, parcela inteiramente vendida quando a companhia abriu capital em julho. Ao todo, essas operações renderam R$ 37,5 bilhões aos cofres da União.

COMO FUNCIONA UMA PRIVATIZAÇÃO


O processo começa quando uma empresa entra na análise do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), criado em 2016, sob o governo de Michel Temer. O programa surgiu com o objetivo de incentivar obras de infraestrutura e aproximar o poder público da iniciativa privada.

No PPI, são feitos estudos sobre a situação das empresas e os possíveis modelos de desestatização. Essas análises são feitas com participação do BNDES. A resolução que autoriza ou não um processo de desestatização é feita pelo Conselho do PPI, composto por 11 membros. As cadeiras do conselho são ocupadas pelo presidente da República, sete ministros – incluindo os da Economia e da Casa Civil – e os presidentes do BNDES, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Até novembro de 2019, para que uma empresa estatal fosse desestatizada ou fechada – com a venda de seus ativos –, a operação costumava durar cerca de dois anos até ser finalizada. Isso porque, após a resolução do PPI, era necessário formalizar a decisão por decreto, para que a empresa passasse para a etapa seguinte e entrasse no PND (Programa Nacional de Desestatização). Uma vez no PND, o modelo de desestatização era preparado e seguido de uma consulta pública e uma análise do TCU (Tribunal de Contas da União). Por fim, o edital do processo era publicado.

Em 19 de novembro de 2019, foi aprovado no PPI um processo simplificado de desestatização. Com a mudança, que passou a valer imediatamente para empresas com valor inferior a R$ 300 milhões, a instrução da resolução do PPI passou a valer também para o decreto. A intenção original é reduzir o tempo dos processos de desestatização para um semestre. A depender da empresa, é necessário que a venda seja também aprovada pelo Congresso Nacional.

AS EMPRESAS QUE ESTAO NA MIRA


Em 2019, o governo Bolsonaro encaminhou diversas empresas ao Programa de Parcerias de Investimentos, para dar início às primeiras etapas do processo de desestatização. Entre elas estão:

  • Correios: responsável pelos serviços postais brasileiros.
  • Telebras: estatal de telecomunicações que opera serviço de fibra ótica e um satélite.
  • Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social): empresa de tecnologia e informações, responsável, entre outras funções, por operar o pagamento mensal de mais de 34 milhões de benefícios previdenciários.
  • Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados): principal responsável pelos serviços de processamento de dados para o setor público.
  • Emgea (Empresa Gestora de Ativos): gere os ativos da União e de entidades integrantes da administração pública federal, incluindo as carteiras de operações de crédito do governo.
  • Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo): empresa responsável por administrar o Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina.
  • Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo): estatal responsável pelo abastecimento e armazenamento de frutas, legumes, verduras, flores e pescados no estado de São Paulo.
  • ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias): administra fundos como o seguro de crédito à exportação.
  • Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada): vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, atua no setor de semicondutores, ligado à microeletrônica. Outras empresas como Casa da Moeda e Eletrobras já haviam sido qualificadas no PPI antes do início do governo de Jair Bolsonaro.

AS PROVÁVEIS PRIVATIZAÇÕES PARA 2020


Das empresas federais que estavam no PPI em 2019, algumas já foram qualificadas e inseridas no PND (Plano Nacional de Desestatização). Em entrevista ao G1 em outubro, a secretária especial do PPI, Martha Seillier, listou algumas empresas que podem ser privatizadas em 2020. Entre elas estão:

Casa da Moeda, incluída no PND em outubro de 2019.
Emgea, que entrou no PND em setembro de 2019.
ABGF, no PND desde setembro de 2019.
Ceagesp, incluída no PND em outubro de 2019.
CeasaMinas, que entrou no PND em novembro de 2000, 16 anos antes da criação do PPI, mas que nunca teve sua desestatização efetivamente realizada.
As cinco empresas ainda não têm modelo de privatização definido. Segundo o portal do PPI, todos os processos estavam em fase de estudos em 8 de janeiro de 2020.

Além dessas empresas, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, fala em concluir as privatizações de outras duas empresas em 2020. São elas:

Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados)
Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social)
Ambas foram qualificadas pelo PPI e inseridas no PND em novembro de 2019. Em janeiro de 2020, a Dataprev deu início a um plano para eliminar despesas e demitir centenas de funcionários, como parte do processo de preparação para ser privatizada. Também em novembro de 2019, a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) foi inserida no PPI para análise de desestatização.

OUTRAS EMPRESAS DEBATIDAS NO GOVERNO


Em entrevista ao UOL publicada em dezembro de 2019, Mattar afirmou que o governo pretende gerar R$ 150 bilhões em desestatizações e vendas de ações em 2020. A meta é diminuir o número de empresas com participação do governo federal de 627 para 327.

Das 300 empresas que deixariam de ter participação da União, a maioria está ligada à Eletrobras, empresa que tem papel relevante na geração e transmissão de energia elétrica no Brasil. Caso a Eletrobras seja privatizada, 210 empresas que pertencem à empresa-mãe deixarão o controle da União.

Para ser concretizada, a privatização da Eletrobras precisa ser aprovada no Congresso Nacional. Um projeto de lei que trata do tema foi enviado à Câmara em novembro de 2019 – Mattar afirmou ao jornal Valor Econômico que a expectativa do governo é de aprovação pelos parlamentares até abril de 2020. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já declarou em mais de uma ocasião que, no atual formato, o projeto não deve ser aprovado pelos senadores. Ele defendeu que, ao contrário do que está no modelo proposto, a União mantenha poder de veto a decisões consideradas estratégicas e sensíveis da Eletrobras.

Entre todas as empresas que já foram alvo de discussão de privatização, há aquelas que já tiveram suas desestatizações descartadas. É o caso do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, cujas privatizações foram publicamente rechaçadas pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro de 2019. Conforme apurado pelo jornal O Globo, as duas instituições financeiras públicas chegaram a ser abordadas em reuniões do PPI em 2019.

Por fim, mesmo que a empresa tenha sido encaminhada ao PPI em 2019, é improvável que os Correios sejam privatizados. Conforme dito por Mattar ao UOL, a empresa foi enviada ao Programa de Parcerias de Investimentos apenas para estudos. O secretário também afirmou que, se houvesse intenção de privatizar de fato a empresa, ela já teria sido incluída no PND. Nos primeiros dias de 2020, o presidente Jair Bolsonaro reforçou a improbabilidade de privatização dos Correios.

“Se eu pudesse privatizar [os Correios] hoje, privatizaria. Mas não posso prejudicar o servidor dos Correios”-Jair Bolsonaro,presidente da República, em entrevista a jornalistas em 7 de janeiro de 2020, em Brasília.

Na mesma fala, o presidente citou a dificuldade geral enfrentada pelo governo na área. Bolsonaro disse abertamente que “não são fáceis as privatizações”.

nexojornal

Deputado Nelson Sales critica privatização de silos graneleiros

O deputado Nelson Sales (PP) falou durante a sessão desta quarta-feira (24) que leu em um site de notícias que o governo vai privatizar os silos graneleiros. O parlamentar disse que estranha a decisão ter sido tomada somente após a vitória de Gladson Cameli (PP) para governador.

“O governador alega que um laudo aponta que essa é a melhor saída para manter os silos graneleiros. O que me causa estranheza é que esse bendito laudo só saiu agora, após a derrota deles nas urnas e a vitória do Gladson”, alertou.

Nelson Sales afirma que o correto seria Tião Viana (PT) aguardar o futuro governador decidir sobre a problemática. Ele alega que o governador está querendo contemplar algum apadrinhado político com a decisão. O deputado afiançou que o gestor está querendo prejudicar o futuro governo.

“Isso é um absurdo! Por que ele não espera o futuro governador decidir sobre isso? Com certeza está querendo contemplar algum apadrinhado com essa atitude. Querer vender os silos graneleiros é uma atitude de quem quer atrapalhar a gestão de quem vai assumir o governo no próximo ano. A pouco mais de dois meses d deixar o governo tomar uma atitude dessas é de causar muita estranheza”, concluiu.

Jorge Viana vota contra privatização de distribuidoras da Eletrobras na Amazônia

O senador Jorge Viana votou contra o Projeto de Lei do governo federal que tenta viabilizar a privatização de distribuidoras de energia controladas pela Eletrobras em estados da Amazônia. Mais do que o voto contrário, o parlamentar foi um dos principais articuladores para rejeição do PLC 77/2019 na tarde desta terça-feira (16), no plenário do Senado Federal. Para Jorge Viana, a venda da Eletroacre, já anunciada em setembro, é um crime contra o patrimônio público brasileiro e só traria prejuízos para os consumidores acreanos.

“A Eletroacre foi vendida por 50 mil reais. Isso foi um crime cometido pelo Ministério de Minas e Energia, pelo governo Michel Temer, desprezando os direitos dos funcionários, dos consumidores acreanos, desprezando qualquer apreço pelo patrimônio público. Não é possível que um governo sem legitimidade, no apagar das luzes, tente aprovar uma matéria como essa em regime de urgência. Mas com a rejeição desse projeto, o contrato para venda da Eletroacre também perde validade”, declarou o parlamentar que protocolou um pedido de investigação contra a venda da distribuidora no Ministério Público Federal.

Para Jorge Viana, o resultado das eleições, com quase 90% de renovação no Senado Federal, aponta o descontentamento da população com a atual política. “Isso nos impõe um senso de responsabilidade ainda maior até o dia 31 de janeiro, quando teremos a chegada dos novos colegas senadores e senadoras. Eu queria que o judiciário, que foi tão rigoroso para perseguir pessoas no nosso país, abrisse uma investigação detalhada para descobrir o que está por trás da entrega da empresa de energia elétrica do país. Falo em nome do povo do Acre que não aguenta mais pagar uma energia elétrica tão cara. Falo em nome dos servidores da Eletroacre”, disse Viana.

Jorge Viana citou dados da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) que divulgou aumento de no mínimo 5% no custo da energia para os consumidores brasileiros a partir do próximo ano. E também alertou que programas sociais como o Luz para Todos ficariam comprometidos com a aprovação da venda das companhias.

“Será que ninguém pensa aqui na geração de energia nos municípios isolados? Do Acre eu posso citar Jordão, Santa Rosa, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Mâncio Lima. São cidades que precisam do subsídio da empresa estatal para equalizar o preço da energia. O consumidor acreano já paga o mais alto preço do gás de cozinha, o mais alto preço do combustível. Não é justo”, declarou.

O senador finalizou seu discurso dizendo que até o fim de seu mandato, continuará trabalhando e defendendo os interesses do povo do Acre. “O Senado Federal, que teve um resultado muito ruim nas urnas, não pode deixar de ser altivo, de ser responsável e honesto com os brasileiros. É assim que eu penso concluir até janeiro o meu mandato. Eu tenho orgulho de ter defendido e trabalhado com muita dedicação na defesa do Acre e do Brasil. E vou seguir assim até o último dia do meu mandato”, declarou.

Bolsonaro diz que seu plano de privatizações agrada ao mercado

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse hoje (13) que o plano de privatizações previsto por sua campanha, caso seja eleito, será de inteiro agrado do mercado e que, em princípio, as primeiras estatais que serão alvo de análise para privatização serão as criadas pelos governos do Partido dos Trabalhadores. Segundo ele, as privatizações serão realizadas com responsabilidade.

“Em um primeiro momento, aquelas quase 50 estatais criadas pelo PT e ainda sobram 100. Essas outras têm que ter um modelo para privatizar com responsabilidade, logicamente que as estratégicas não privatizaremos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Furnas, entre outras. Mas, como um todo, tenho certeza que o mercado vai gostar do nosso plano de privatização porque é uma maneira a mais de combater a corrupção e o Estado tem que estar com aquilo que é essencial nas suas mãos, que são as estratégicas”, avaliou.

Com relação às propostas para a área da saúde, o candidato pelo PSL disse que prioritariamente é preciso combater à corrupção para que sobrem recursos para serem aplicados em outras áreas. As declarações foram dadas ao deixar a casa do empresário Paulo Marinho, onde gravou o programa político partidário.

Violência

Bolsonaro também voltou a falar sobre o aumento da violência motivada por disputas políticas. Ele citou a facada sofrida por ele, em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro, e disse que lamenta esse tipo de agressão, que classificou de “bastante violenta”.

“Gostaria que elas parassem. Me acusam de intolerante, mas quem levou a facada fui eu. Se eu tivesse poder de apenas falar para evitar tudo isso, eu exerceria esse poder. Apelo a todos do Brasil que deixem as paixões de lado. Não estamos disputando uma partida de Fla-Flu”, afirmou o candidato.

Bolsonaro não confirmou se participará dos dois debates que estão marcados para segundo turno. Ele disse que, mesmo se for liberado pelos médicos na avaliação que fará quinta-feira (18), pode não comparecer, “como estratégia de campanha”. No entanto, afirmou que, se Haddad quiser debater com ele na rua, na frente de jornalistas, aceitará o debate.

Investimento nas Forças Armadas

O presidenciável disse ainda que, se eleito, investirá mais nas Forças Armadas, que, segundo ele, ficaram esquecidas nos últimos anos. “Investir no Exército é benéfico para a própria economia. Vamos tratar com respeito e consideração.”

Para o candidato, isso não ocorreu ao longo dos últimos 30 anos.

Eletricitários param atividades por 72 horas contra a privatização da Eletrobras

Os empregados da Eletrobras Distribuição Acre pretendem fazer uma greve de 72h a partir do dia 11 de junho contra a privatização da empresa. O ato será em frente à sede da Eletroacre.

O objetivo dos trabalhadores do setor elétrico é pela suspensão do processo de privatização da empresa, como também a saída do presidente do grupo Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. O Governo Federal está tentando vender as distribuidoras, incluindo a Eletroacre, por um valor de R$ 50 mil, sendo o patrimônio da empresa acreana mais de R$ 900 milhões.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Fernando Barbosa, ressaltou a importância da mobilização de todos os envolvidos, principalmente a população acreana que será, sem dúvida, a mais prejudicada caso ocorra à venda da empresa.

“A união de todos os envolvidos é de suma importância. A privatização não trará benefício para ninguém. Os funcionários correm o risco de perder seus empregos, o serviço prestado vai precarizar ainda mais e a população vai pagar uma conta de energia bem mais alta”, disse o presidente.

A categoria briga também pelo dissídio coletivo de trabalho que venceu em maio. A proposta da empresa é de recompor apenas 70% do INPC e incluir uma cláusula no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que dá poderes à companhia para alterar benefícios como o plano de saúde, o que está sendo rejeitado pelos empregados.

A paralisação terá início à 0h de segunda-feira e irá até a 0h de quarta-feira, 13. A expectativa é que 24 mil funcionários do sistema Eletrobras participem da greve. O movimento deve parar as áreas administrativas e atividades fins, como operação e manutenção de todas as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia como Furnas, Chesf, Eletrosul, Eletronorte, Eletrobras e o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel), além das distribuidoras dos estados do Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amazonas.