Quase 300 celulares foram apreendidos nos presídios do Acre

Quase 300 celulares foram apreendidos durante revistas nas unidades prisionais do Acre em 2018. A informação é do Instituto de Administração Penitenciária do Estado (Iapen).

Apesar do Estado ter instalado o aparelho que bloqueia sinal de telefonema, o diretor do Iapen, Lucas Bolzoni, afirmou que o número é alto e que está em contato com a empresa responsável pelo bloqueador de sinal para resolver a situação para pedir uma inspeção do serviço.

O presídio Francisco D’Oliveira Conde, a principal unidade penitenciária do Estado localizada na capital, registrou 122 celulares apreendidos. Em segundo lugar, aparece o presídio Evaristo de Moraes, em Sena Madureira com 73 aparelhos. Já unidade de Tarauacá aprendeu 45. No presídio de Cruzeiro do Sul, apenas 28 foram encontrados. Os demais celulares foram apreendidos nas demais unidades espalhadas pelo Estado.

Polícias fazem revistas nos três maiores presídios acreanos e encontram armas

Os três maiores presídios do Acre foram alvos de uma megaoperação das polícias contra o crime organizado, nas primeiras horas desta sexta-feira, 4. Revistas nas celas apreenderam farta quantidade de celulares, estoques, bebidas alcoólicas e entorpecentes nas penitenciárias Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, no complexo penitenciário Manoel Nery, de Cruzeiro do Sul, e no complexo prisional do Quinari, em Senador Guiomard.

As ações são parte de um planejamento coordenado pela nova gestão da Secretaria de Estado de Segurança Pública, cujo objetivo maior é prevenir, desarticular e combater o crime organizado, dentro e fora dos presídios estaduais.

agente

Segundo o diretor presidente do Instituto de Administração Penitenciária, o Iapen, Lucas Bolzoni, em Rio Branco, a operação concentrou esforços no pavilhão “A”, do Francisco de Oliveira Conde, onde estão alojados integrantes de uma organização criminosa com maior grau de perigo dentro da penitenciária. Para se ter ideia do problema, num espaço onde caberiam somente 190 detentos, existem hoje 700 presos.

“Trata-se de uma ação do Sistema Integrado de Segurança Pública com o objetivo de resgatar a sensação de segurança e evitando que presos tenham qualquer tipo de contato com o meio externo, provocando crimes ou tentando até mesmo fugir do sistema penitenciário”, afirmou Bolzoni.

Participaram da revista policiais militares, civis em cumprimento de mandados, homens do Corpo de Bombeiros, do Canil da Polícia Militar, do Batalhão de Operações Especiais, o Bope, e os próprios agentes penitenciários.

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Estado mantém ações de enfrentamento ao crime organizado dentro e fora dos presídios

Em reunião semanal de alinhamento com os gestores do Sistema Integrado de Segurança Público (Sisp), nesta segunda-feira, 13, o governador Tião Viana tratou sobre questões envolvendo o sistema penitenciário, destacando as medidas de endurecimento adotadas dentro das unidades, bem como as ações de enfrentamento à criminalidade nas ruas da capital e do interior.

Acerca da greve de fome orquestrada por lideranças criminosas que cumprem pena no Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde (FOC), o diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Aberson Carvalho, esclarece que o Estado não vai recuar. Os apenados reclamam das medidas estabelecidas dentro dos presídios acreanos, como a transferência de lideranças para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) – posta em prática após a inauguração da Unidade de Segurança Máxima Antônio Amaro – e a permuta de presos entre as unidades que já têm novas vagas disponíveis após reformas, além das constantes revistas nas celas realizadas pelos agentes penitenciários.

“Estamos cientes de que todos os direitos assistidos pela [LEP] Lei de Execuções Penais estão sendo cumpridos. Contudo, não podemos ficar à mercê de reeducandos que precisam cumprir as penas, respeitando a legislação vigente e a autoridade do Estado”, frisou Carvalho.

Ainda segundo o Iapen, a Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) já foi informada sobre as medidas colocadas em prática. A LEP estabelece que todo preso tem direito à cultura, atividades laborais, trabalho, banho de sol e visita, todavia, fica a critério da direção da unidade a suspensão total ou de parte desses direitos, em virtude de situações como a que está sendo realizada por protesto de líderes das organizações criminosas.

“O Sistema de Segurança Pública tem trabalhado de maneira integrada e unida. As polícias estão nas ruas fazendo investigações qualificadas, com prisões semanais. Não vamos recuar no enfrentamento às organizações criminosas, embora ainda peçamos ao governo federal que ocupe as fronteiras, uma vez que as consequências do que estamos sofrendo vêm da abertura das fronteiras ao trafico de drogas e de armas”, salientou o secretário de Estado de Segurança Pública, Vanderlei Thomas.

Novo momento do Iapen

O governo do Acre é um dos que mais bem utiliza os recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), liberados em 2017 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após pressão dos governadores dos Estados e do Distrito Federal. Com R$ 63 milhões de investimentos, o Acre reestrutura todas as unidades do sistema penitenciário e constrói duas mil novas vagas.

Todas as unidades contam hoje com novos detectores de metais. Além disso, o maior presídio do estado possui raio-X e scanner corporal, dispensando a revista vexatória, para revistar e localizar ilícitos em todos os que têm acesso ao FOC. O Acre também é um dos seis estados brasileiros que cortou o contato do presídio com o mundo externo, com a instalação do bloqueador de sinais de telefonia móvel.

Para a próxima semana, o governador Tião Viana planeja a entrega de novas motocicletas e viaturas para as polícias Militar e Civil, além de materiais para a realização de atividades esportivas realizadas pela área social da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).