Devido ao baixo estoque, praticantes de Taekwondo realizam doação de sangue

Com o baixo estoque de sangue do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre), que durante este mês recebe doações abaixo da média ideal para realizar atendimentos as redes pública e privada de saúde com folga, o biomédico Carlos Aloízio de Souza iniciou um movimento para ajudar a instituição.

Há duas semanas ele mobiliza praticantes e entidades representativas do Taekwondo no estado para realizarem uma doação em massa na sede do órgão em Rio Branco.

A ideia é reunir o maior número possível de pessoas neste sábado, 16, a partir das 9h, para arrecadar bolsas de sangue ao centro. O biomédico, que é servidor do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), conta que a articulação iniciou após um amigo do Hemoacre procura-lo pedindo ajuda.

Com o filho praticante de Taekwondo, ele levou a ideia da mobilização aos praticantes que já fazem parte da sua convivência e para as entidades representativas do esporte.

“Sou servidor da saúde e doador de sangue. Entendo a importância de fazer doação e da mesma maneira vejo o taekwondo como uma ferramenta espetacular de inclusão social na defesa de crianças e jovens contra os males da sociedade. Procurei a Federação de Taekwondo [Feteac], a Liga Acreana de Taekwondo e o Taekwondo Marcial falando da minha ideia e essas entidades vão se unir para falar uma única língua, a solidariedade do esporte para doar vida”, destaca Souza.

O biomédico diz que não há um quantitativo definido para a ação. Porém, ele espera que cerca de 200 esportistas compareçam a mobilização. “Isso é um trabalho de fortalecimento e diálogo. Ações como essa servem para informar e educar as demais pessoas para que, aos poucos, a doação de sangue deixe de ser uma questão de sensibilização pontual e se transforme em um entusiasmo generalizado tornando-se um hábito na rotina das pessoas. Esse pode ser o primeiro passo”.

Segundo o gerente geral do Hemoacre, Jakes Killes, até quarta-feira, 16, a média de doações diárias no centro chegou a 36, abaixo das 45 necessárias para que a oferta seja maior que a demanda. Entretanto, o número já é bem melhor do que o registrado em dezembro de 2018, que durante 31 dias registrou apenas 29 doações diárias. “Para trabalharmos dentro da margem adequada são necessárias 1.100 doações por mês. Em dezembro elas ficaram abaixo de 800”, afirma.

Queda nas férias

Killes destaca que a queda no número de doações é ainda maior durante o período das férias. A mesma coisa acontece durante o Carnaval, que neste ano vai do dia 1º até 5 de março. “Durante esse período, normalmente, muitas pessoas viajam para fora do estado. Já as que ficam geralmente estão de férias e acontece essa queda. Nesse período há uma queda muito elevada na coleta e temos que correr atrás de reverter o quadro, porque a demanda continua a mesma”.

Outro fator para a defasagem constante no estoque é a falta de frequência nas doações. O diretor geral do órgão comenta que o ideal é que homens e mulheres façam quatro doações durante o ano. “Se o número de pessoas doando com essa frequência se mantivesse ao longo do ano, não teríamos baixas no estoque. Na maioria das vezes a pessoa vem e demora de seis a meses a um ano para fazer uma nova doação, o que contribui para a defasagem”, finaliza Killes.

Para doar

Podem doar sangue pessoas na faixa etária de 16 a 69 anos. O doador deve pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. Não é necessário estar em jejum durante a retirada do sangue. Doadores de 16 e 17 anos devem estar acompanhados de pais ou responsáveis no ato. Além de Rio Branco, o Hemoacre possui núcleos nas cidades de Brasileia e Cruzeiro do Sul.

O doador deve portar documento oficial com foto no momento em que for feito o ato. Em Rio Branco, o Centro fica localizado na Avenida Getúlio Vargas, N° 2.787, Bairro Vila Ivonete. O Hemoacre também realiza atendimento durante os feriados. Para agendar um horário de doação, os interessados devem ligar no telefone (68) 3228-1494.