Pautas junto à União, Congresso Nacional e Judiciário podem ampliar receitas

A gestão da prefeita Socorro Neri vem buscando alternativas para melhorar a receita da Prefeitura de Rio Branco. O objetivo é assegurar os serviços básicos à população e manter as despesas sempre abaixo dos limites estabelecidos pela legislação. Os pontos apresentados durante a tarde desta segunda-feira, 6, no seminário Conexões Municipalistas, são avaliados pela secretária municipal de Planejamento, Janete Santos.

A Prefeitura de Rio Branco apoia, por exemplo, a entrega no Supremo Tribunal Federal (STF) dos abaixo assinados pela votação da liminar que impede a redistribuição dos royalties de petróleo e gás. Esta é uma das pautas que, segundo a secretária Janete Santos, pode ajudar a compatibilizar receita e despesa no município com aporte de recursos que hoje não entram nos cofres da Prefeitura, porquanto, mal compartilhados.

O Conexões Municipalistas acontece no auditório da FAAO até esta terça-feira, 7, e é uma realização da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O evento conta com a participação de prefeitos, gestores e vereadores. De acordo com os gestores, ao longo dos anos foram impostas demandas aos municípios sem a adequada contrapartida de recursos para sua execução.

Segundo a CNM, o seminário objetiva melhorar a gestão municipal, estabelecendo o diálogo e buscando conexões entre os municípios. A ação, diz a organizadora do evento, é uma nova proposta de integração e de conexão entre conhecimento e força política. Em dois dias, os prefeitos debatem as pautas municipalistas no Congresso Nacional, junto à União, às instituições federais e trocam informações.

A Prefeitura de Rio Branco apoia também que os municípios reivindiquem junto ao STF a retirada da suspensão da liminar, concedida na Ação Direta de Inconstitucionalidade -ADI 4917-, pela então ministra Carmen Lúcia. “Até dezembro de 2017 todos os municípios deixaram de receber R$ 19,8 bilhões pelo fundo Especial do Petróleo (FEP)”, explicou Eduardo Stranz, consultor da CNM, durante o Conexões Municipalistas em Rio Branco.

Entre vários outros temas, Stranz abordou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do 1% FPM que pode igualmente adicionar recursos ao Tesouro Municipal. Segundo estimativas da CNM, caso a PEC seja aprovada ainda neste ano serão 0,25% a mais nos anos de 2019 e 2020 e 0,5% a mais em 2021, totalizando 1% somente em 2022. A proposta eleva as transferências aos Municípios via FPM em R$ 1,1 bilhão, R$ 1,2 bilhão, R$ 2,6 bilhões e R$ 5,6 bilhões, respectivamente em 2019, 2020, 2021 e 2022.

Interpretação do ISS pode gerar mais receita

O Imposto Sobre Serviços possui duas pautas em Brasília, uma no Congresso Nacional e outra no STF. Em março de 2018 o STF suspendeu os efeitos do artigo 1º da Lei Complementar 157/2016 e impediu a redistribuição de mais de R$12 bilhões aos municípios. A liminar aponta não haver clareza na definição de quem são os tomadores do serviço. Uma das ações é lutar junto ao Congresso Nacional para resolver o problema apontado na liminar. Foi apresentado o substitutivo a PLP 461/2017, de autoria da CNM e Frente Nacional de Prefeitos, que tem como objetivo a simplificação e a padronização de obrigações acessórias, possibilitando o recolhimento do imposto de forma simples pelo contribuinte e fiscalizável pelo município.

A secretária de Planejamento de Rio Branco, Janete Santos, lembrou ainda que a Prefeitura de Rio Branco apoia a mobilização para que o ISS do e-commerce seja pago no destino e não apenas na fonte como ocorre atualmente.

O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) principal base de receita de muitas prefeituras, pode melhorar também.

A contagem populacional também deve ser realizada de modo criterioso para que os municípios não amarguem prejuízos com os índices cálculos per capita.

Toffoli libera pauta dos próximos meses no STF sem recurso de Lula

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, liberou hoje (27) para julgamento na Corte diversos processos que estão pendentes de análise e tratam de temas polêmicos. Com a decisão, a pauta de julgamentos para os meses de outubro, novembro e dezembro já foi definida, procedimento inédito na Presidência do tribunal. Não está previsto na pauta o julgamento do recurso sobre a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O recurso havia sido liberado para julgamento nesta quinta-feira pelo ministro Ricardo Lewandowski, que havia pedido vista.

Também não estão na pauta as ações diretas de constitucionalidade (ADCs) que tratam da validade da prisão condenatória após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça.

Em outubro, estão previstos para serem julgados processos que tratam da legalidade de aviso prévio para que manifestantes notifiquem autoridades sobre a realização de manifestações públicas, possibilidade de cobrança de mensalidade em colégios militares, legalidade da revista íntima de trabalhadores por motivos de segurança nas empresas e o pedido de entidades para criminalização de ofensas e agressões contra homossexuais.

Em novembro, o plenário julgará definitivamente a suspensão decreto de indulto natalino, assinado pelo presidente Michel Temer, no ano passado. As ações que contestam o modelo educacional do Escola sem Partido também devem ser julgadas.

Em dezembro, antes do período de recesso de fim de ano na Corte, os ministros devem julgar uma ação do PSL contra lei municipal de Fortaleza que proibiu a circulação de carros de transporte particular de passageiros, como os veículos de motoristas que trabalham para a Uber.

Novo presidente

Toffoli assumiu a presidência do STF há duas semanas. O ministro é conhecido por evitar polêmicas e por ter um tom pacificador em suas decisões. De acordo com os colegas da Corte, o novo presidente fará um trabalho ligado à gestão administrativa do Judiciário.

O ministro tem 50 anos e foi nomeado para o STF, em 2009, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de chegar ao Supremo, o ministro foi advogado-geral da União e advogado de campanhas eleitorais do PT.