Cúpula do ministério de Guedes acumula cargos e tem salários inflados

Defensores das reformas e corte de despesas, integrantes da cúpula do Ministério da Economia acumulam cargos em estatais e, assim, elevam o contracheque. Alguns recebem mais que o teto do funcionalismo (R$ 39,3 mil).

Isso é possível por meio do pagamento de jetons (remuneração para quem participa das reuniões de conselhos).

Como os jetons não são considerados salário, eles não entram na conta do limite máximo que um funcionário público federal pode receber, equivalente ao salário de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

O governo apresentou ao Congresso, no início de setembro, uma proposta de reformulação do serviço público no Brasil, com o objetivo de modernizar a máquina pública e reduzir gastos com pessoal. O crescimento dessas despesas reduz a margem do Orçamento para investimentos e programas sociais.

O ministro da Economia Paulo Guedes durante entrevista na porta do Ministério – Pedro Ladeira – 2.out.2020/Folhapress

O projeto de reforma administrativa, porém, não altera regras para os atuais servidores e, mesmo para quem ainda vier a ingressar no funcionalismo, a proposta enviada não mexe com o recebimento de honorários por participação em conselhos de empresas públicas.

O ministro Paulo Guedes (Economia) não recebe jetons. Pelo cargo de comando da pasta, ele recebe um salário bruto de R$ 30,9 mil por mês —menos que servidores da área econômica no topo da carreira.

No entanto, é ampla a lista de membros do alto escalão do Ministério da Economia que recebem jetons.

Número dois da pasta, o secretário-executivo, Marcelo Guaranys, por exemplo, recebe um salário bruto de R$ 37,8 mil, além de R$ 7.000 de jetons da PPSA, estatal que opera a parte da União no pré-sal.

Principal técnico à frente da reforma administrativa, o secretário-adjunto de Desburocratização e Gestão, Gleisson Rubin, também infla os rendimentos com honorários. O montante já chegou a R$ 12,5 mil da Casa da Moeda e da Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial). Mas, em março, Rubin abriu mão do cargo na Finame e agora mantém os jetons apenas da Casa da Moeda, que podem render R$ 4,7 mil, em valores brutos. Ainda assim, o contracheque fica acima do teto do funcionalismo.

Também integram a lista os secretários George Soares (Orçamento), Waldery Rodrigues (Fazenda), Carlos da Costa (Produtividade e Emprego), Bruno Funchal (Tesouro), Bruno Bianco (Previdência e Trabalho), Bruno Dalcolmo (Trabalho), Cristiano Rocha Heckert (Gestão), Diogo Mac Cord de Faria (Desestatização) e Martha Seillier (Programa de Parcerias de Investimentos).

Os salários brutos deles variam de R$ 15,4 mil a R$ 37,8 mil. A renda em jetons fica entre R$ 2.700 e R$ 14 mil.

No início de setembro, Guedes, durante um debate sobre a reforma administrativa, defendeu que o teto do funcionalismo subisse (para mais de R$ 39,3 mil) para valorizar a meritocracia e manter bons profissionais no serviço público.

Procurados, os secretários, por meio da assessoria de imprensa do Ministério da Economia, afirmaram que a remuneração em conselhos está prevista em lei.

Os valores dos jetons são aprovados em assembleia-geral da empresa estatal, na forma de honorários, explicou a pasta.

Questionado se a prática de pagar esse extra salarial, e que em alguns casos infla o contracheque acima do teto do funcionalismo, contradiz o discurso da equipe em favor da austeridade fiscal, o Ministério da Economia respondeu que o pagamento de jetons “é prática de mercado, seja público, seja privado, e é devido à sua responsabilidade e aos riscos do dever de diligência”.

Segundo a pasta, a presença de membros que representam a União nos conselhos de administração e fiscal das estatais busca alinhar a atuação da companhia ao interesse público e garantir elevado grau de governança.

secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que, ao ocupar uma cadeira nos conselhos de administração do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco do Brasil, tem uma extensa carga de trabalho adicional.

Ele recebe em valores brutos, respectivamente, R$ 8.100,68 e R$ 5.948,54 de jetons dessas estatais.

Segundo ele, essa remuneração está alinhada aos riscos da posição, que engloba orientações gerais dos negócios da companhia, fiscalização da gestão de diretores e das contas da administração, dentre outras atividades.

No governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), foi feita uma tentativa de aprovar no Congresso uma proposta que delimitaria o conceito de teto salarial no serviço público.

Pelo projeto, o salário bruto e os jetons não poderiam ultrapassar o limite, atualmente, em R$ 39,3 mil.

Após notícias na imprensa mostrando que ministros do governo Temer não seguiam a regra proposta, o então ministro de Planejamento, Dyogo Oliveira, abriu mão da vaga no conselho fiscal do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e do honorário, que atualmente chega a R$ 21 mil por mês.

Oliveira reagiu, diante da repercussão negativa, para evitar que o plano de cortar os supersalários ficasse emperrado. A proposta, porém, não avançou.

A medida, segundo dados apresentados na época, economizaria cerca de R$ 1 bilhão para a União por ano.

O Ministério da Economia não respondeu se pretende rever o pagamento de jetons para evitar entraves à discussão da reforma administrativa, que está na Câmara.

Até o momento, o governo enviou apenas a primeira fase —uma PEC (proposta de emenda à Constituição)— do plano de reformulação do funcionalismo.

A equipe de Guedes ainda trabalha nas demais etapas, que envolvem projetos de lei, instrumento usado por Temer para tentar criar regras efetivas para o cálculo do teto salarial do serviço público.​

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Falha na plataforma do Ministério da Saúde gera subnotificação

As secretarias estaduais de Saúde relataram dificuldades na hora de atualizar os dados sobre o coronavírus na plataforma online do Ministério da Saúde, o e-SUS. A falha gera atraso no processamento de dados diários e agrava a subnotificação no País. Nos últimos dois dias, o número de confirmações por covid-19 foi abaixo da média. Isso também indica que haverá um grande aumento de casos nos próximos dias quando o sistema for normalizado.

Se na terça-feira a pasta confirmou 34.918 casos e na quarta o número caiu para 32.188, na quinta a média foi menor ainda, com apenas 22.675 novas confirmações. O que poderia levar a crer que a curva estaria diminuindo no Brasil, ou a quantidade de testes seria menor, na realidade era um problema de sistema que não contabilizou todos os novos casos em um momento que o Brasil se aproxima da marca de 1 milhão de contaminados.

Já pelos dados do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, o Brasil registrou pelo terceiro dia consecutivo mais de mil mortes por covid-19 em 24 horas. Foram 1.204 óbitos em 24 horas, segundo o levantamento. E o número de casos confirmados da doença no País saltou de 960.309 para 983.359 entre quarta e quinta-feira – foram 23.050 novos registros em 24 horas. O total de vidas perdidas chega a 47.869, conforme o levantamento dos veículos de imprensa, iniciado após o governo Bolsonaro falar em rever a sistemática de divulgação.

O e-SUS e o Sistema de Informação de Vigilância (SIVEP) são sistemas online utilizados pelos serviços de saúde gestores das três esferas do Executivo. De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, a prioridade é notificar, investigar e confirmar os casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) que derem entrada no hospital.

Após receber o resultado positivo dos laboratórios, o serviço que atendeu o paciente deve atualizar a notificação – pode fazer diretamente nos sistemas oficiais –, comunicando também o caso confirmado ou descartado à prefeitura, que é a responsável por abastecer o sistema oficial do Ministério da Saúde.

Procurado, o Ministério da Saúde respondeu que o processo de notificação de casos suspeitos de covid-19 está ocorrendo normalmente e a base de dados está totalmente preservada. “É importante destacar que existem duas formas de exportação de dados do sistema e-SUS Notifica: diretamente do aplicativo ou por meio de uma aplicação (API). Este último utiliza tecnologia mais leve e é indicado para grandes volumes de dados, caso de secretarias estaduais de saúde e de grandes municípios. Ocorre que algumas unidades da federação utilizaram o aplicativo para exportação de dados, o que não é recomendado.” O Estadão também procurou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que não se manifestou sobre a situação.

Na quinta, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, disse que estava  há dois dias sem conseguir atualizar os dados na plataforma do e-SUS. “Temos acionado o Ministério da Saúde para entender porque isso está ocorrendo. Esperamos a estabilidade do sistema, porque dependemos desses números para acompanhar a evolução da doença.” Para se ter um parâmetro, os números de casos em São Paulo caíram de 8.825 na terça, um recorde, para pouco mais de mil em cada um dos dois últimos dias. “Esse sistema é fundamental, porque ele traz os casos que não tiveram internação na contabilidade. Sobre óbitos e casos com internação, acessamos pela nossa base de dados”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen da Silva.

Com a instabilidade do e-SUS, a Secretaria Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro disse que atualizou os dados utilizando outro programa, o SIVEP-Gripe, mas que atualizaria os dados no e-SUS assim que a situação fosse normalizada. “Normalmente a SES faz a exportação da base direto pelo sistema, o que hoje (18 de junho) não foi possível.”

A lentidão e a instabilidade levaram o governo do Pará a elaborar o Sistema Estadual de Notificação de Covid-19, o Portal da Covid-19, no qual todos os dados são atualizados diariamente. “É importante ressaltar que o e-SUS só recebe dados de casos de síndrome gripal de pacientes não internados e que, apesar das dificuldades, a secretaria tem orientado os gestores municipais a fazerem a devida alimentação e, inclusive, montou uma força-tarefa para atualizar os dados no e-SUS durante a noite, porque é um horário em que se torna mais fácil o acesso ao sistema”, disse em nota.  A Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso também estuda desenvolver um sistema próprio para que os municípios possam utilizá-lo. 

No Nordeste, a Secretaria de Saúde da Bahia disse que contatou o Ministério da Saúde e o Conass na manhã de quinta por causa do problema. Mas, ainda no fim da tarde, ainda estava com instabilidade para acessar as bases do e-SUS. 

“Recentemente é quase uma constante o problema”, afirmou a Secretaria de Saúde do Piauí, que afirmou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do Piauí vem enfrentando “dificuldades pontuais” para acessar a plataforma, pois a notificação assim como a exportação e retirada de dados se mantém instável. 

A Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte disse que, diante do problema, a estratégia adotada foi focar nos resultados de RT-PCR (teste rápido) que são liberados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). “Ou seja, a partir dos dados do dia anterior, são acrescentados os resultados liberados no dia. O sistema do ministério vem passando por diversas instabilidades, o que reflete na ponta e prejudica a agilidade em alimentar o sistema com as informações notificadas no papel.”

Secretarias de saúde de outros Estados também manifestaram o mesmo problema, como a do Distrito Federal, que não conseguiu baixar o banco para atualização de dados, apesar de ter afirmado que o sistema “melhorou bastante”. Já a do Amazonas comentou que a inserção das informações referentes à covid-19 encontrava-se normalizada./ Colaboraram João Ker, Marina Aragão, Paloma Cotes e Sandy Oliveira.

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Ministério prevê mercado global do agro mais protecionista e teme elevação de subsídios

um diagnóstico do mercado global do agronegócio durante e após a crise do novo coronavírus, o Ministério da Agricultura prevê um setor mais protecionista e teme que a pandemia seja usada por países como pretexto para a elevação de subsídios.

A análise consta em documento elaborado pela pasta, resultado de uma videoconferência da ministra Tereza Cristina com 23 adidos agrícolas do Brasil junto a missões diplomáticas no exterior. Eles analisam no texto como a Covid-19 impactou o país ou a organização onde atuam e quais os prognósticos para o futuro.

O resultado traz um panorama não apenas das mudanças esperadas no mercado internacional de alimentos —algumas delas já em andamento— como propostas de ações que precisam ser tomadas para que o Brasil não perca espaço nas exportações.

O documento deve ser divulgado nos próximos dias.

Já se observam certas medidas protecionistas, adotadas em diferentes nações. As pretensões por autossuficiência alimentar podem até ser legítimas. Contudo, independentemente de boas intenções, a história demonstra que essas políticas tendem a privilegiar determinados atores econômicos em detrimento dos consumidores, tendo como consequência desabastecimento, aumento do preço dos alimentos e precarização dos segmentos mais vulneráveis da população”, diz o texto.

A avaliação é que os países serão mais protecionistas, sob a defesa do conceito de “soberania alimentar, autossuficiência e buy local [privilegiar compras nacionais]”.

“Há, inclusive, medidas de restrição a exportações em alguns países produtores. O nacionalismo agrícola privilegiará a produção local de produtos considerados estratégicos”, acrescenta o documento.
O ministério também identificou o risco de a pandemia da Covid-19 ser utilizada como pretexto para o emprego de subsídios “em níveis desproporcionalmente elevados”.

Por último, os técnicos da pasta consideram que o comércio agrícola global será ainda mais administrado. Ou seja, com a redução de tarifas e barreiras não tarifárias quando há temor de desabastecimento e, quando conveniente, com o aumento de medidas protecionistas e de subsídios para estimular agroindústrias domésticas.

Apesar do quadro, o ministério avalia que o Brasil, como um dos principais exportadores de alimentos do mundo, está em condições de manter ou mesmo ampliar sua posição atual.

A pasta considera que, para tanto, o país deve atuar para que medidas de facilitação de comércio adotadas durante a pandemia do novo coronavírus não sejam revertidas.

Além do mais, o documento destaca que deve haver no mercado global uma valorização de parceiros tradicionais e regionais. “Para evitar perda de espaço, o Brasil deve se mostrar estrategicamente como um parceiro confiável e que prioriza relações de longo prazo, contribuindo para a segurança alimentar global”.

O texto também destaca que o país precisa investir na diversificação tanto de produtos que compõem sua pauta exportadora quanto de destinos.

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Ministério da Saúde vai distribuir R$ 424 milhões para estados combaterem novo coronavírus

O Ministério da Saúde vai disponibilizar um total de R$ 424 milhões para todos os estados para o custeio de ações e serviços de média e alta complexidade —como internações hospitalares— relacionadas ao enfrentamento da circulação do novo coronavírus no Brasil.​

A designação dos recursos foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta segunda-feira (16). Os R$ 424 milhões são parte dos R$ 5 bilhões liberados pelo presidente Jair Bolsonaro na última sexta (13) para o combate ao novo coronavírus.

De acordo com portaria desta segunda, o dinheiro será disponibilizado em parcela única aos estados e ao Distrito Federal levando em conta dados populacionais.

“A distribuição dos recursos aos estados e Distrito Federal corresponde a R$ 2,00 (dois reais) per capita, conforme projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 2020”, diz o texto.

Com isso, São Paulo será o principal destino da verba, num total de R$ 92 milhões, seguido de Minas Gerais, com R$ 42,9 milhões e Rio de Janeiro, com R$ 33,8 milhões. O estado de Roraima, de menor densidade populacional, receberá R$ 1,09 milhão.

Na sexta, Bolsonaro publicou uma Medida Provisória que liberou um total de 4,8 bilhões diretamente ao Ministério da Saúde.

Ainda como medidas de combate ao novo coronavírus, a pasta informou a governadores e secretários estaduais de saúde que vai alugar, imediatamente, 540 leitos de UTI para equipar hospitais.

A previsão é que cada estado receba ao menos dez leitos extras em até dez dias.

Os demais devem ser distribuídos conforme a população de cada estado, afirma o presidente do Conass (conselho nacional de secretários de saúde), Alberto Beltrame.

O montante visa preparar a rede para possível atendimento de casos graves. Em geral, cada leito é composto por cama e equipamentos, como respirador monitor multiparamétrico, bombas de infusão e oxímetros.

A instalação antecipada dos leitos já era um pedido dos estados, que temiam ter que fazer a instalação durante os atendimentos.

“Estamos partindo do princípio de que poderá em breve haver uma demanda maior”, diz o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

De acordo com Beltrame, o total corresponde a uma reserva técnica inicial.

O Ministério da Saúde também já fez um edital para locação de até 2.000 leitos para serem instalados em caso de necessidade.

Questionada, a pasta ainda não informou se os 540 leitos estão dentro desse montante ou serão adicionais.

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Bolsonaro recua e diz ter zero chance de esvaziar agora ministério de Moro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (24) na Índia que há “zero chance” de um Ministério da Segurança Pública ser criado “no momento”, o que esvaziaria a pasta da Justiça, que abriga as pautas de segurança e tem no comando o ex-juiz federal Sergio Moro.

Ao chegar a seu hotel, Bolsonaro afirmou que “a chance no momento [de criar um ministério da Segurança Pública] é zero, não sei o amanhã, porque na política tudo muda, mas a intenção não é criar”.

Como a Folha revelou um dia antes, o pedido de recriação da Segurança foi articulado com Bolsonaro antes de sua reunião com secretários estaduais da área, ocorrida na quarta (22) e que reacendeu o processo de fritura de Moro.

O presidente Jair Bolsonaro, ao desembarcar em Nova Déli – Prakash Singh/AFP

A discussão sobre o desmembramento da Justiça para criar um Ministério da Segurança Pública criou um mal-estar com o ex-juiz da Lava Jato, que disse a aliados que poderia deixar o governo caso isso acontecesse. Na Índia, o presidente disse que não se manifestou antes sobre a questão de forma mais enfática porque estava em voo, que levou 25 horas.

“Há interesse de setores da política [na criação do ministério], simplesmente recolhemos as sugestões educadamente e dissemos que vamos estudá-las”, afirmou.

Conforme aliados do ex-juiz, a sinalização dada por Bolsonaro é de desgosto pelo desempenho do ministro em sua entrevista na segunda-feira (20) ao programa Roda Viva (TV Cultura), na qual não teria sido enfático na defesa do chefe ante críticas de jornalistas.

Críticos do ministro no governo viram na entrevista a figura de um candidato a presidente, e não a de um servidor —ou da “causa”, como gostam de dizer bolsonaristas mais fiéis.

Bolsonaro disse que não chegou a falar com Moro sobre o assunto porque não era necessário. “Não preciso falar com ele, nos entendemos muito bem. Ele tem o seu perfil, outros ministros têm os seus próprios, Brasil está indo muito bem”, disse. “Números de segurança pública estão muito bem, e é a minha máxima, em time que está ganhando, não se mexe.”

O presidente disse ainda que a maior pressão que existe é para a volta dos mistérios do Planejamento e da Fazenda, que foram fundidos para criar o Ministério da Economia. “Se isso [a pressão] se tornar público, vão dizer que eu estou querendo enfraquecer o [Paulo] Guedes.” 

Antes de embarcar para a Índia, Bolsonaro havia voltado a falar sobre a possibilidade de recriação do Ministério da Segurança Pública.

Nesse caso, Moro permaneceria à frente da pasta da Justiça e perderia sua principal bandeira até aqui: a queda nas taxas de homicídios, tendência iniciada ainda na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB) e acelerada agora.

O flanco de ataque de Bolsonaro ao ex-juiz é o mesmo do ano passado, quando Moro quase foi demitido no segundo semestre. O presidente ensaiou remover o diretor da Polícia Federal, e Moro se colocou frontalmente contra a ideia.

Agora, se o ministério for recriado, a Polícia Federal e outras estruturas automaticamente saem do controle do ex-juiz símbolo da Lava Jato.

Isso tem implicações diversas. A PF acompanha direta ou indiretamente investigações politicamente sensíveis, como aquelas sobre o filho senador de Bolsonaro, Flávio (sem partido-RJ), ou a do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista.

O presidente Jair Bolsonaro no templo de Akshardham
O presidente Jair Bolsonaro no templo de Akshardham – Reprodução/Facebook

Então juiz da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, Moro foi convidado por Bolsonaro logo após sua vitória na eleição de 2018. Ele chegou ao governo com a promessa de que assumiria um “superministério” com a missão de reforçar o combate à corrupção.

Apesar do desgaste, segundo o Datafolha, Moro se consolidou como o ministro mais bem avaliado no primeiro ano do governo Bolsonaro, com apoio popular maior do que o do próprio presidente.

Entre os que dizem conhecê-lo, 53% avaliam sua gestão no ministério como ótima/boa. Outros 23% consideram regular, e 21%, ruim/péssima. Já Bolsonaro tem indicadores mais modestos, com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo.

Nos bastidores do Planalto o nome do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) começou a ser cotado para assumir uma eventual pasta da Segurança. Com discurso pró-armas e ex-integrante da bancada da bala da Câmara, Fraga é amigo pessoal de Bolsonaro desde os tempos em que ambos eram parlamentares e com quem mantém estreita relação até hoje.

CONTRARREAÇÃO

Antes de recuar, Bolsonaro tentou conter a reação pró-Moro nas redes sociais e buscou minimizar a eventual recriação do Ministério da Segurança.

A ideia de dividir o atual ministério gerou uma onda de manifestações espontâneas de apoio ao ministro nas redes sociais. Moro, o mais popular dos titulares do primeiro escalão do atual governo, pareceu fragilizado pelo presidente perante a opinião pública e a classe política em Brasília.

A repetição por dois dias seguidos de que a segurança poderia ser retirada de Moro teve forte repercussão. As redes sociais, altamente sensíveis para Bolsonaro, advogaram pelo ministro.

O nome do ministro ficou entre os temas mais comentados do Twitter. As publicações, em sua maioria, tinham tom crítico a eventuais articulações do presidente. O assunto ainda contaminou o mundo político.

Bolsonaro e sua equipe então entraram em ação para desenhar uma resposta à militância virtual —base tanto de Bolsonaro como de Moro.

O presidente recorreu a Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), para sair em sua defesa publicamente. Também nas redes sociais, o general cumpriu a missão dada pelo capitão. Heleno deu início a uma série de publicações para contrapor o movimento de desagravo a Moro.

Moro passou o dia em silêncio e sem agenda pública, mas deixou chegar a aliados o desconforto com as declarações de Bolsonaro. 

Por um lado, o bom andamento do governo depende da permanência do ministro, que se tornou um ícone popular após seu desempenho como juiz na condução da Lava Jato em Curitiba. Por outro, o papel de destaque de Moro incomoda Bolsonaro, que vê nos gestos públicos do ministro a intenção de disputar a eleição presidencial de 2022. 

METAS DA SEGURANÇA

Após pouco mais de um ano no Palácio do Planalto, Bolsonaro ainda não tirou do papel mais da metade das promessas que fez para reduzir a violência e a criminalidade no país.

A segurança pública foi a grande aposta da campanha bolsonarista e é um de seus trunfos para alavancar uma reeleição em 2022. Até agora, no entanto, só foram cumpridas 4 das 18 metas para a área anunciadas por Bolsonaro. Outras três começam a ser postas em prática.

Continuam na gaveta propostas como acabar com as audiências de custódia (que garantem o encontro entre a pessoa presa e um juiz em até 24 horas); reduzir a maioridade penal para 16 anos; construir presídios; tipificar ações do MST como terrorismo; usar as Forças Armadas contra o crime organizado; e gravar no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, o nome de policiais mortos.

Outras metas estão travadas no Congresso, como diminuir de 25 para 21 anos a idade mínima para obter acesso a armas. Por enquanto, os parlamentares só permitiram a aquisição de armamento mais cedo em área rural.

Outra pauta emperrada é a do excludente de ilicitude para policiais, que apareceu no pacote anticrime apresentado por Moro. O trecho que isentava policiais que matassem em serviço de responder à Justiça em caso de “medo ou violenta emoção” foi retirado pelos deputados antes de o projeto ser aprovado no Congresso sem as principais bandeiras bolsonaristas. 

A atual gestão tem destacado a aceleração na tendência de queda no índice de homicídios nos primeiros oito meses do ano. Dados preliminares do governo indicam que a redução está na casa de 20%.

Se confirmados esses dados quando houver consolidação das ocorrências no ano, isso significa que deixaram de ser mortas 7.000 pessoas em comparação com 2018. Caíram também latrocínios, roubos de carga, veículos e a banco. Os índices têm sido comemorados por Moro como mérito da gestão bolsonarista.

ALTOS E BAIXOS DE MORO NO GOVERNO BOLSONARO

Atritos

Ministério da Segurança
Bolsonaro afirmou que pode recriar a pasta da Segurança Pública, que hoje integra o Ministério da Justiça. Com isso, a área sairia da alçada de Moro. O ministro, contudo, tem usado como principal vitrine da sua gestão a redução de homicídios, que foi iniciada no governo de Michel Temer (MDB)

Mensagens da Lava Jato
divulgação de mensagens trocadas entre o então juiz da Lava Jato e procuradores da operação colocou em dúvida a imparcialidade de Moro como magistrado

Pacote anticrime
A lei sancionada por Bolsonaro foi um tanto diferente do projeto apresentado por Moro à Câmara no início de 2019. Foi removida pelo Legislativo, por exemplo, a ampliação das causas excludentes de ilicitude (que abria espaço para a isenção de agentes que cometessem excessos por “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”). Das 38 sugestões de vetos que constavam em parecer do Ministério da Justiça enviado ao Planalto, cinco foram atendidas por Bolsonaro (uma de forma parcial). Uma das indicações ignoradas era o veto ao juiz das garantias, que divide a condução do processo penal entre dois magistrados 

Fôlego

Popularidade e confiança
Moro tem melhor avaliação e mais credibilidade junto à população que Bolsonaro, segundo levantamentos do Datafolha. Na última pesquisa, realizada em dezembro, o ministro era aprovado por 53% dos entrevistados. No caso do presidente, o índice é de 30%

Prisão após 2ª instância
Após decisão do Supremo que barrou a execução antecipada da pena, o ministro tem liderado esforço no Congresso para criar nova legislação que permita a prisão de condenados em segunda instância

Apoio nas ruas 
Manifestações de rua têm sido convocadas desde a metade do ano em todo o país para demonstrar apoio ao ex-juiz e à Operação Lava Jato.

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Iniciativa do MPAC leva educação musical a jovens carentes no Juruá

Idealizado e direcionado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), em parceria com o Exército Brasileiro e o Poder Judiciário, o projeto Musicalizando Pessoas com Amor e Carinho vem transformando há mais de dois anos a vida de crianças e adolescentes em contexto de vulnerabilidade social na cidade de Cruzeiro do Sul. 

O projeto visa introduzir jovens, com idade entre 7 a 17 anos, no mundo da música, executando um programa de educação musical que promove a formação, a construção da cidadania, o resgate de valores culturais, a descoberta de talentos e a profissionalização. Além disso, promove a integração da música no processo interdisciplinar, possibilitando a redução das diferenças e contribuindo com a inclusão social de crianças e adolescentes do município.

O Conservatório Musical do Vale do Juruá foi inaugurado em 21 de outubro de 2016, e contava, inicialmente, com 40 integrantes. Atualmente, mais de 400 crianças e adolescentes participam ativamente do projeto, que incluiu a criação de um coral com 50 integrantes, aulas teóricas – aprendizagem musical e leitura de partituras – e práticas. 

A iniciativa, coordenada pelo promotor de Justiça Iverson Bueno e pelo sargento maestro do 61º BIS do Exército Brasileiro, Alexandre Sérgio, foi consolidada com a parceria de diversas instituições. A Sociedade Eunice Weaver de Cruzeiro do Sul – “Educandário”, cedeu o imóvel para utilização como salas de aula. O MPAC, que institucionalizou o projeto, cedeu ares condicionados ao imóvel (auditórios) e contratou servidores para ministrar aulas de música.  Já o Poder Judiciário auxilia com a destinação eventual de recursos oriundos de prestações pecuniárias, que ajudaram na reforma estrutural do prédio e aquisição de instrumentos musicais.  

O Exército Brasileiro colabora com a cessão de músicos e maestros da banda do 61º Bis, para musicalização teórica e prática (coral e instrumentação), e limpeza do local. O projeto conta ainda com o auxílio das prefeituras de Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo, que cederam servidores, e da iniciativa privada, com doações para manutenção das despesas e bolsa auxílio para professora de canto. 

Também é possível colaborar com o projeto doando qualquer quantia por meio de uma transferência bancária, destinada à Sociedade Eunice Weaver (Educandário de Cruzeiro do Sul –AC), via Banco do Brasil, agência 0234-8 e conta corrente 5589-1.

MPAC e Mailza Gomes falam sobre projeto para Ressocialização de egressos de sistema prisional

A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, se reuniu nesta sexta-feira, 8, com a senadora Mailza Gomes, a Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE/AC) e outros membros do MPAC para discutir a idealização de projetos voltados para a ressocialização de pessoas egressas do Sistema Prisional no estado.

Participaram da agenda a defensora pública-geral do Estado do Acre, Roberta Caminha. Pelo MPAC esteve presente o corregedor-geral do MPAC, Celso Jerônimo de Souza, o procurador-geral adjunto para Assuntos Jurídicos, Sammy Barbosa Lopes e os promotores de Justiça Vanessa Muniz e Tales Tranin.

Na ocasião, foram apresentados pela equipe da senadora, alguns editais do Governo Federal que se encontram em aberto, para o financiamento de projetos na área de Segurança. A ideia é propor a união dos órgãos presentes para a construção das ideias e criação da proposta.

“Esse é mais um passo da nossa busca por parcerias a fim de contribuir para aquilo que tanto precisamos na área de segurança. O ministério Público, a Defensoria Pública e o Tribunal de Justiça serão fundamentais nessa construção”, destacou a senadora Mailza Gomes.

A procuradora-geral de Justiça Kátia Rejane agradeceu a iniciativa da senadora e destacou a importância da união institucional para a construção dessa demanda que virá atender a sociedade e auxiliar no combate à criminalidade e fortalecimento da Segurança Pública.

“Agradeço a senadora Mailza por nos inserir nesse projeto. A responsabilidade é de todos nós e precisamos ter essas parceiras e trabalhar com criatividade para enfrentar os problemas. Registro os agradecimentos do Ministério Público por sua inciativa de nos procurar e nos inserir nessa demanda”, agradeceu Kátia Rejane.

 

MPAC e PMRB firmam parceria para fortalecimento do CAV

A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Kátia Rejane de Araújo Rodrigues recebeu nesta quarta-feira, 06, a prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, com quem tratou sobre a realização de uma parceria, via cooperação técnica, que visa fortalecer o atendimento prestado à população por meio dos órgãos auxiliares do MPAC, como o Centro de Atendimento à Vítima (CAV) e o Núcleo de Apoio e Atendimento Psicossocial (Natera).

A parceria prevê a celebração de um documento que possibilita a contratação, via administração municipal, de profissionais (psicólogos, assistentes sociais e outros) que irão se somar às equipes já existentes no CAV e Natera, para fortalecer, ainda mais, o atendimento prestado à população, por meio dos dois órgãos.

“Nós vivemos um momento de grande crise econômica fiscal em todos os entes públicos brasileiros, assim, eu vim aqui para me somar a esse esforço que o MPAC faz há algum tempo, esforço esse reconhecido nacionalmente, a execução de políticas desenvolvidas pelo CAV e Natera, para a promoção dos direitos fundamentais, sobretudo, para apoiar pessoas vítimas de violência”, destacou a prefeita de Rio Branco.

O CAV foi criado pelo MPAC em 2016 e já realizou quase seis mil atendimentos às pessoas vítimas de crimes sexuais, homofobia e casos de violência doméstica e familiar no estado do Acre. Em novembro de 2018, sua coordenadora, a procuradora de Justiça Patrícia Rego, levou o Prêmio Viva, um reconhecimento da Revista Marie Claire e do Instituto Avon a pessoas inspiradoras no enfrentamento da violência contra mulheres. Em todo o Brasil, apenas sete pessoas foram agraciadas.

Em dezembro de 2018, o órgão do MPAC levou uma nova premiação no cenário nacional. Desta vez, o Selo de Práticas Inovadoras do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), num concurso que envolveu a participação de mais de 60 experiências de todo o País.

Mesmo diante o cenário de crise econômica que afeta o país inteiro, o qual tem levado a gestão do MPAC a adotar medidas de austeridade para adequar as despesas do órgão, a fim de compatibilizá-las com a atual realidade econômica, a procuradora-geral de Justiça tem feito grandes esforços para manter os serviços do CAV e Natera, e afirma que nesta gestão, um trabalho que possui um valor social tão significativo para a sociedade, não será interrompido.

MPAC agradece parceria

Assim, a procuradora-geral de Justiça agradeceu a sensibilidade da prefeita Socorro Neri pela decisão de colaborar com projetos que vão ao encontro de um interesse comum: servir a sociedade, defender e assegurar direitos de forma indistinta, e garantir a resolução de mazelas prioritárias, como o combate à criminalidade, pois, segundo dados do Observatório de Análise Criminal do MPAC, o trabalho do CAV tem colaborado para a redução de casos de feminicídio e homicídio no estado.

“Essa cooperação, essa união institucional nos faz avançar ainda mais na consolidação de direitos humanos e exercício da cidadania, pois estamos fortalecendo projetos importantíssimos para a sociedade”.

“O CAV e o Natera são iniciativas visionárias do Ministério Público, que ao longo dos últimos dois anos têm comprovado sua importância e seu valor para a sociedade. Muita nos honra ter gestores como a senhora, prefeita, que entende a relevância social desses projetos e se propõe a fazer parte dessa causa, cujo objetivo unânime é cumprir com o nosso papel constitucional de defender e assegurar, indistintamente, justiça, direitos humanos e cidadania para a nossa sociedade”, agradeceu Kátia Rejane.

Rede de proteção social e defesa dos direitos humanos

Ainda na tarde desta quarta-feira, 6, a procuradora-geral de Justiça recebeu diversos representantes da Rede de Proteção e defesa dos Direitos Humanos, que vieram acompanhados pelo vereador Rodrigo Forneck, para pedir e destacar a importância da continuidade dos serviços de acolhimento do CAV e Natera.

A procuradora-geral de Justiça os deixou a par de todo o momento e anunciou a boa notícia envolvendo a parceria proposta pela Prefeitura de Rio Branco. Contentes com os encaminhamentos, os representantes também se colocaram a disposição para colaborar de alguma forma com os projetos e, assim, fortalecê-los ainda mais.

“Nos unimos para reforçar à procuradora-geral de justiça a importância do serviço prestado no Centro de Atendimento à Vítima e também no Natera, que cuida especialmente de pessoas em situação de rua e drogadição. O momento é de união e queremos oferecer nosso apoio para ver de que maneira criativa podemos, também, contribuir com esses projetos, a fim de deixa-lo ainda mais fortalecido”, disse o presidente do Fórum de ONG’s LGBT no Acre, Germano Marino.

Secretário de Planejamento do Acre reúne-se em Brasília com equipe do Ministério da Economia

O secretário de Planejamento, Raphael Bastos, reuniu-se em Brasília com a equipe de investimentos do Ministério da Economia para a qual expôs o modelo de desenvolvimento defendido pelo governador Gladson Cameli, voltado para as áreas de infraestrutura e agronegócios.  Presentes à reunião, o secretário-adjunto do Ministério da Economia, Renato Baumann, a coordenadora de Investimentos Internacionais, Cíntia Arruda, e o coordenador de Investimentos, Márcio Lima.

A equipe do Ministério da Economia apresentou ao secretário, a possibilidade de acesso ao Fundo de Cooperação de Desenvolvimento instituído pelo governo chinês com foco dirigido aos países de Língua Portuguesa com potencial de exportação. O fundo fomenta o desenvolvimento em regiões com esta vocação econômica. Foi apresentada também a possibilidade de uma parceria com Macau, onde há uma Plataforma de Serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de Língua Portuguesa que ainda não têm a escala necessária.

“Todas essas alternativas apresentadas trazem esperanças reais de avanços para nossa economia”, diz o secretário, que pretende organizar um fórum no Acre para a apresentação dos serviços e produtos que poderão ser oferecidos ao mercado chinês. A ideia é também apresentar os projetos que podem ser financiados pelo Fundo de Desenvolvimento chinês.

MPT e PRF do Acre realizam hoje evento em alusão ao trabalho escravo

Com o objetivo de reforçar a campanha de combate ao trabalho análogo a condições de escravo, o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Acre e a Polícia Rodoviária Federal (PRF/AC) realizam neste sábado, 2, no Via Verde Shopping, a partir das 16h palestras sobre o assunto.

Na ocasião agentes da PRF e membros Ministério Público do Trabalho MPT, farão explanações com o objetivo de repassar orientações sobre como identificar vítimas em situação de trabalho escravo e também como desenvolver ações de combate a esse tipo de crime, além dos meios para realizar denúncias.

No Acre foram encontrados aproximadamente 40 pessoas vivendo em condições análogas a escravidão, os trabalhadores encontrados estavam em quatro fazendas, em dois municípios acreanos, Rio Branco e Sena Madureira, os dados são da Secretaria de Inspeção do Trabalho.

De acordo com o presidente da Comissão Regional de Direitos Humanos da PRF, Wilse Filho, durante as ações, os principais pontos a serem observados são a carga horária cumprida pelos trabalhadores e as condições que as empresas lhes garantem.

“ As pessoas devem se atentar para situação de trabalho. Boa alimentação, carga horária não-excessiva e a continuidade do vínculo familiar são fundamentais para a da dignidade labora. “A intenção da PRF é trazer à luz esse debate para sociedade, buscar a valorização do trabalho e a dignidade da pessoa humana”, disse.

Segundo o presidente, em parcerias com vários órgãos, dentre eles Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, a nível nacional, a PRF já resgatou mais de duas mil pessoas em situação análoga à escravidão, somente nos últimos três anos: foram 692 trabalhadores em 2016, 341 2017 e 1161 no ano passado.

MP descarta fechamento de CAV, mas confirma contenção

O Ministério Público Estadual (MP/AC) negou através da assessoria de comunicação o fechamento do Centro de Atendimento a Vitima (CAV). A possibilidade foi levantada após o órgão ter divulgado a exoneração de cargos comissionados, porém o MP confirmou que a está realizando uma reestruturação.

“O CAV não foi fechado, não procede essa informação. Todos os órgãos e serviços do MP funcionaram normalmente nesta sexta-feira”, afirmou a assessoria de comunicação do órgão.

Presidente do Fórum de ONGS LGBT do Acre, Germano Marino, foi uma das pessoas que levantou o questionamento quanto a possibilidade de fechamento do setor. Em sua página em uma rede social, ele disse que a população, em especial as minorias ficariam prejudicados com o encerramento do serviço.

“Estamos de LUTO, pois o único instrumento de atendimento as vítimas de violência por LGBTfobia no Estado do Acre, o CAV fecha suas portas ao atendimento, no Ministério Publico do Estado do Acre, neste 1° de Fevereiro de 2019”, escreveu.

Marino disse que ainda que “De 2016 até este 01 de fevereiro de 2019, era o único lugar em que nós vitimas de violência LGBT, mulheres e crianças, poderíamos recorrer ao atendimento com advogado, assistente social, psicólogo e uma equipe empenhada de atendimento e resolutividade, para as demandas oriundas ao estigma da discriminação por orientação sexual, identidade de gênero, abusos e violência as mulheres”, disse.

O Ministério Público por sua vez, informou que “tendo em vista o cenário de crise econômica que tem afetado as esferas públicas e privadas do Estado do Acre, assim como nos demais estados brasileiros, o MPAC vem adotando, desde outubro do ano passado, algumas medidas para adequar as despesas ordinárias e extraordinárias do órgão, a fim de compatibilizá-las com a realidade econômica e financeira que se apresenta”.

Segundo o MP, em outubro de 2018 foi instalada a Comissão de Reorganização da Estrutura Administrativa do MPAC, pela procuradora-geral de justiça Kátia Rejane com o objetivo de encontrar soluções para reduzir gastos sem comprometer os serviços.

“Ainda que algumas medidas tenham sido adotadas, os principais serviços de atendimento à sociedade – aqueles que demandam o MPAC enquanto função essencial à justiça e órgão tutelar defensor e garantidor de direitos – não serão interrompidos, como é o caso do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), Núcleo de Apoio e Atendimento Psicossocial (Natera) E Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) – órgãos auxiliares do Ministério Público”, garantiu.

Ainda de acordo com o órgão, “Desta forma, ainda que haja uma redução no contingente de pessoal em alguns setores do órgão, todos os serviços supramencionados continuarão sendo realizados à sociedade, sem prejuízo das atividades essenciais do Ministério Público do Estado do Acre”, explicou.

MPAC obtém indisponibilidade de bens de ex-prefeito

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por intermédio da Promotoria de Justiça da Comarca de Plácido de Castro, conseguiu que fosse decretada a indisponibilidade dos bens e veículos do ex-prefeito, do ex-secretário de finanças e do ex-contador do município, no valor de 6.201.236,38, referente ao dano, acrescido da importância de R$ 12.402.476,08 para eventual pagamento de multa.

Na ação de improbidade administrativa cumulada com pedido liminar de indisponibilidade de bens e reparação de dano moral coletivo, subscrita pelo promotor Rodrigo Fontoura de Carvalho, eles foram acusados pela prática de atos de improbidade administrativa.  

De acordo com o MPAC, no ano de 2013, o ex-prefeito Roney Firmino, o ex-secretário de Finanças Flávio Pontes e o ex-contador Djalma Cardoso, na qualidade de ocupantes de cargos públicos em Plácido de Castro, causaram, de modo voluntário e consciente, grave prejuízo ao erário e atentaram contra os princípios da administração pública, situação constatada pelo Tribunal de Contas do Estado do Acre.

Entenda o caso

O ex-prefeito deveria ter aplicado 15% da receita com impostos na saúde, quando, na verdade, aplicou apenas 4,87%. Outra agravante é que o limite máximo da Receita Corrente Líquida em despesas com pessoal ativo e inativo era de 60%, porém, foi gasto 62,22%.

Foi observado, ainda, que o município gastou 59,54% do total da receita corrente liquida em despesas com pessoal do Poder Executivo (prefeitura, fundos, fundações, autarquias e empresas estatais eependentes), quando o limite seria de 54%.

Além disso, 17,29% do orçamento executado no exercício dos requeridos não tiveram o respectivo procedimento licitatório. Foram 98 itens de despesas através de contratações diretas, totalizando um montante no valor atualizado de R$ 6.201.236,38.

Segundo o promotor, os réus descumpriram a lei das licitações e contratos (Lei 8.666/93) ao realizarem, ilegalmente, vultosas despesas sem procedimento licitatório, enquanto o setor contábil do município anuía com as ilegalidades.

Providências

Na decisão proferida pelo juiz Romário Divino Faria, foi reconhecida a presença dos pressupostos autorizadores da tutela de urgência e decretada a indisponibilidade dos bens e veículos, com a intenção de impedir que todo o processo torne-se infrutífero por ausência de bens e valores em nome dos envolvidos.

Outras providências ainda foram tomadas no caso. O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), por exemplo, deve ser informado sobre a decretação da indisponibilidade, proibindo a emissão de autorização de transporte de animais em seus nomes. Deve, também, prestar informações sobre a existência de semoventes em nome dos réus, bem como, a localização destes.

MPAC: Mâncio Lima cumpre medida do ‘Cidades Saneadas’

O programa ‘Cidades Saneadas, implantado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e coordenado pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural e Habitação e Urbanismo (Caop-Maphu), tem assegurado resultados positivos no que tange à regularização de problemáticas de saneamento que conferem remediação de lixões e construção de Planos Municipais de Saneamento Básico nos 21 municípios do interior do estado.

Nesta terça-feira (22), o município de Mâncio Lima conseguiu cumprir mais uma das medidas de remediação de lixão previstas no programa. Cerca de 1.600 pneus foram coletados pela empresa Reciclanip, responsável pela coleta.

Após os municípios de Rio Branco e Xapuri, Mâncio Lima é o terceiro município acreano a implementar a logística reversa de pneus.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Mâncio Lima, Kelen Cristina Lima, a coleta é resultado de todo um trabalho de conscientização realizado junto aos proprietários de borracharias no município.

Desde 2018, que o Município firmou contato com a Reciclanip, empresa que é referência mundial em logística reversa. “Estamos muito satisfeitos, pois estamos cumprindo uma das medidas de remediaçao do lixão do programa Cidades Saneadas”, disse.

O promotor de Justiça Iverson Bueno, responsável pela Promotoria Especializada de Defesa do Meio Ambiente do Juruá, destaca que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) disciplina o gerenciamento dos pneus inservíveis para coibir ação inadequada que possa constituir um passivo ambiental e resultar em sério risco ao meio ambiente e à saúde pública.

Diante desta necessidade de assegurar que esse passivo seja destinado de forma ambientalmente adequada e segura, foi realizado um acordo com a Prefeitura Municipal de Mâncio Lima e a empresa para coleta dos pneus inservíveis naquele município e dar destinação adequada diante da obrigação imposta aos fabricantes e importadores de pneus novos.

“Essa medida contribui para a diminuição do passivo dos resíduos que eram despejados diretamente no lixão de Mâncio Lima, e esta nova política de Ministério Público Resolutivo, fortemente divulgada e aplicada pelo Ministério Público do Estado do Acre, através das técnicas de mediação e formalização de termos de ajustamento de conduta, com apoio do centro operacional, contribuirão decisivamente para uma mudança de paradigma cultural sobre todo o lixo produzido no Vale do Juruá, bem como, para resolutividade e prevenção de impactos ambientais de forma mais eficiente sem a necessidade de judicialização”, ressalta o promotor.

MPAC obtém condenação de membros de organização criminosa

O Ministério Público do Estado do Acre, (MPAC), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), conseguiu a condenação de 24 réus que foram denunciados como integrantes de uma organização criminosa.

As penas variam de seis a dez anos de reclusão, além de 20 a 120 dias-multa, com as penas maiores justificadas por atividades de liderança ou pela conexão estabelecida com outra organização criminosa interdependente. Ainda cabe recurso contra a condenação.

Os réus foram presos na Operação Fim da Linha, fruto do resultado das investigações realizadas a partir de uma série de ataques ocorridos na cidade de Rio Branco em outubro de 2015. Na ocasião, o MPAC denunciou 165 pessoas acusadas de integrar organização criminosa.

Em 2018, também como resultado da operação, 141 réus da mesma organização criminosa foram condenados, com penas superiores a 950 anos. Com a condenação de mais 24 denunciados neste ano, as penas chegam a 1.150 anos de reclusão.

De acordo com o promotor de Justiça Ildon Maximiano, a sentença é um avanço no enfrentamento da criminalidade organizada. “É uma condenação com penas firmes que dão respostas a graves delitos. Isso dentro dos limites que a lei permite, com os quais o juiz poderia trabalhar. Claro que o MPAC gostaria que fosse maior, mas, para isso, seria necessário um aumento das penas por lei, uma medida que esperamos que possa ocorrer na próxima legislatura”, destacou.

Sobre a Operação

As investigações da Operação Fim da Linha foram realizadas pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Decco) e se iniciaram a partir de requisição do Gaeco, após os ataques realizados pela organização criminosa, que teve como alvo o incêndio de coletivos e outros veículos. Na ocasião, também foram registradas duas ocorrências de disparos de arma de fogo contra instituições públicas, uma delegacia e um quartel, e aterrorizaram a população acreana.

Foram identificadas, na denúncia de 592 páginas, 165 pessoas relacionadas com a facção, sendo estas 21 conselheiros e ex-conselheiros, 38 responsáveis de bairros, cidades e pavilhões de presídios, além de 106 integrantes.

O Observatório de Análise Criminal do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do MPAC elaborou um estudo técnico e indicou que, dos 165 (cento e sessenta e cinco) denunciados, 123 (cento e vinte e três) já tinham ingressado no sistema prisional, o que equivale a 74% (setenta e quatro por cento) do total. Os principais crimes praticados pelos indiciados foram tráfico de drogas, roubo, homicídio e porte ilegal de arma de fogo.

MPAC e Procon investigarão processo de distribuição de combustíveis no Acre

Uma reunião entre o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) foi realizada, nesta segunda-feira, 14, para alinhar os resultados dos trabalhos realizados na apuração das margens de preço de combustíveis praticada no mercado acreano.

O encontro ocorreu na Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e reuniu a promotora Alessandra Garcia Marques, titular da promotoria, e a diretora do Procon/Acre, Fran Britto Gomes.

Dentre as constatações preliminares deste trabalho, desenvolvido desde antes da crise dos combustíveis decorrente da greve dos caminhoneiros ocorrida em 2018, está a descaracterização jurídica da prática de cartel por parte dos postos, já que a variação de preço é perceptível de um estabelecimento para outro.

“Pelo que apuramos até agora, o problema, efetivamente, não é a margem de preço que os postos praticam, pois, de acordo com as tabelas, a margem não está abusiva. O problema é o que acontece antes disso, na distribuição do combustível”, explica Alessandra Marques.

Sendo assim, o MPAC e o Procon, a partir de agora, darão continuidade ao trabalho, mediante suas respectivas atribuições legais de zelar pela proteção do consumidor, apurando a participação, no mercado, das distribuidoras no processo da cadeia produtiva, que se estende desde as refinarias aos postos de combustíveis até chegar ao consumidor.

Segundo MPAC e Procon, é notório os sucessivos aumentos e reduções do preço dos combustíveis nos postos em Rio Branco. Todavia, o consumidor acreano tem presenciado uma das mais consideráveis quedas no preço dos combustíveis, desde que a Petrobrás anunciou mudança na política de preço, que é vinculada ao mercado internacional e à alta do dólar.

Nos próximos dias, a Promotoria do Consumidor e o Procon divulgarão uma nota conjunta à sociedade com o resultado fundamentado do trabalho do setor técnico do MPAC na questão e de como foram efetuadas as pesquisas de preço desde as altas de 2018 até as recentes quedas dos valores nos postos.

Também discorrerão sobre a criação de um aplicativo destinado ao consumidor, para o devido acompanhamento, pelo celular, dos preços atualizados nos postos de combustíveis, para que, assim, possa escolher o mais barato, incentivando a concorrência de mercado.

Major Rocha vai ao MPAC e ao Tribunal de Justiça para reafirmar parcerias

Vice-governador esteve acompanhado do comandante-geral da PM, Márcio Cesar Freitas e do secretário de Segurança, Paulo César dos Santos

O vice-governador, Major Wherles Rocha, fez uma visita institucional ao Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e ao Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), nesta terça-feira, 8. Acompanhado do comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Acre, Mario Cesar Freitas, e do secretário de Segurança Pública, Paulo César dos Santos, Rocha foi buscar parcerias com as duas instituições para a Segurança Pública do Estado.

No MPAC, o vice-governador apresentou o novo comandante-geral da Polícia Militar à procuradora-geral de Justiça, Kátia Rejane Rodrigues. Eles trataram das operações, recentemente, efetivadas pela Segurança, para combater à violência e a criminalidade. A procuradora-geral do MPAC apresentou o trabalho desenvolvido pelo MPAC, por meio do núcleo de apoio técnico, o NAT e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco.

Também participaram do encontro no Ministério Público, o procurador-geral adjunto, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto, o corregedor-geral do MPAC, Celso Jerônimo de Souza, o assessor especial da Procuradoria Geral de Justiça, Almir Branco, o coordenador em exercício do NAT, Bernardo Albano, e o representante do Gabinete Militar de Segurança Institucional do MPAC, Tenente Mendes.

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A procuradora-geral de Justiça do MPAC falou da importância da unidade entre as instituições, para que a sociedade tenha respostas e soluções para a problemática causada pela criminalidade.

No Tribunal de Justiça do Acre, o vice-governador, o secretário de Segurança Pública, Paulo César dos Santos e o comandante-geral da PMAC foram recebidos pela presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargadora Denise Bonfim e pelo vice-presidente, Francisco Djalma.

O vice-governador ressaltou que as visitas a essas instituições são importantes para estreitar a parceria nesse início de governo, buscando apoio para o fortalecimento e o reforço do policiamento.

“O diálogo é uma das principais ferramentas para consolidar e fortalecer as parcerias entre as instituições. Queremos andar de mãos dadas com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça do Acre.” declarou o vice-governador, Major Wherles Rocha.

Planejamento estratégico: MPAC alcança 100% de excelência em ranking nacional

Divisor de águas, o planejamento estratégico do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) mudou o rumo institucional com uma gestão focada na qualificação das atividades ministeriais e com um conceito de aproximação maior com a realidade social, firmando um modelo de atuação resolutiva e preocupado com resultados efetivos.

O reconhecimento veio mais uma vez com o alcance de 100% de excelência no ranking do Radar Estratégico do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), iniciativa que tem por objetivo mensurar os avanços institucionais na área de planejamento e gestão estratégica das unidades e ramos do Ministério Público em todo o Brasil.

“São conquistas que envolvem o trabalho de toda a nossa instituição, são motivo de orgulho e nos motivam a fazer mais e melhor. De fato, sendo o Ministério Público órgão constitucionalmente legitimado para representar os interesses da sociedade, elaboramos nosso planejamento institucional ouvindo a sociedade e buscando saber o que ela almeja e espera de nós. Assim, inserimos a sociedade como elemento principal desta equação”, diz a procuradora-geral, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues.

O planejamento estratégico surgiu diante da compreensão de que o Ministério Público contemporâneo precisa responder aos desafios de seu tempo e intervir no local da necessidade humana. Essa visão pioneira do MPAC começou no ano de 2010, com a ampla participação de membros e servidores da instituição e representantes da sociedade.

A primeira fase durou cinco anos e contou com apoio de uma consultoria contratada. Nesse momento, foi possível elaborar o Mapa Estratégico, em que foram expressos a missão, a visão, os valores e os objetivos estratégicos da instituição. Com isso, foram traçados 32 objetivos estratégicos, 49 indicadores, que resultaram em 50 projetos. Munida de informação e com maior experiência, já em 2015 foi a própria equipe técnica do MPAC quem realizou a revisão do planejamento estratégico para o período 2016-2021.

O trabalho proativo, em equipe e feito na prática, foi destaque inclusive no 7º Congresso Brasileiro de Gestão do Ministério Público, que aconteceu em Brasília, em 2016. Também foi apresentado como caso de sucesso no 22º Congresso Internacional sobre a Reforma do Estado e da Administração Pública, realizado pelo Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (Clad), em Madrid, Espanha, em 2017.

O plano estratégico norteia a atuação do MPAC, enquanto que os programas e projetos representam iniciativas viáveis para o alcance dos objetivos estratégicos. De acordo com a diretora de Planejamento, Beth Oliveira, o grande diferencial do MP acreano foi o método de elaboração, com a participação da sociedade, e a percepção para as demandas mais recorrentes, tanto que a centralidade do planejamento estratégico de 2016-2021 é a vítima, o que resultou na criação do Centro de Atendimento à Vítima (CAV).

“Esse protagonismo possibilitou que o nosso planejamento estratégico fosse reflexo da visão e percepção que tanto a sociedade como membros e servidores têm a respeito da realidade social, e de que maneira o Ministério Público pode contribuir para alcançar os objetivos da Carta Magna, que é garantir a cidadania”, destaca a diretora de Planejamento.

Entre as iniciativas exitosas resultantes do planejamento estratégico, inclusive premiadas nacionalmente, está o projeto “Narco”, coordenado pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que organiza operações integradas com a inteligência da segurança pública, contando com apoio do Observatório de Análise Criminal e do sistema Retina, uma ferramenta de verificação de dados sobre indivíduos e organizações criminosas. Outro projeto é o MP na Comunidade, que é uma estratégia de diálogo com a população e de fortalecimento das relações institucionais.

Ministério Público do Acre investiga falta de médicos no município de Manoel Urbano

MP-AC investiga a falta de médicos na Unidade Mista de Saúde da cidade e deu prazo de 48 horas para as secretarias municipal e estadual se posicionarem

O Ministério Público do Acre solicitou que as Secretarias Municipal de Saúde de Manoel Urbano, interior do acre, e Estadual de Saúde (Sesacre) expliquem a falta de médicos na Unidade Mista do município. Segundo denúncias, não há médico disponível para a população.

O MP-AC encaminhou um ofício exigindo providências do estado e município, no prazo de até 48 horas, para que sejam tomadas as medidas necessárias. Ao G1, a Sesacre informou que ainda não foi notificada e que vai se pronunciar após conhecimento dos termos da requisição ministerial.

Já o secretário de Saúde do município, Manoel Freitas, afirmou que sabe do ofício, mas ainda não recebeu o documento. De acordo com ele, a unidade de saúde está sem médico desde o dia 20 de novembro.

“Os médicos que atendiam com a gente eram cubanos e ficamos nessa situação, que afetou o país inteiro, inclusive, Manoel Urbano. Enquanto não resolver essa situação do Mais Médicos no país inteiro vamos ficar nessa situação”, argumentou. Freitas ressaltou também que a Sesacre está ciente da situação na cidade.

A investigação do MP iniciou após uma reunião com vereadores da cidade. No encontro foi destacado que o município está sem médico há muito tempo. Com isso, a população está sem atendimento de urgência e emergência.

O MP afirmou também que a direção-geral da Unidade Mista argumentou que não haviam médicos suficientes, disponibilizados pela Sesacre, para cobrir os plantões do hospital. Com isso, a promotoria de Justiça considera uma violação do direito fundamental do acesso à saúde.

Na recomendação, é exigindo ainda que a Sesacre contrate médicos provisórios e organize a escala de plantão dos servidores.

MPAC funcionará em regime de plantão durante recesso forense

Em razão do recesso forense o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) passa a atuar em regime de plantão a partir de quinta-feira, 20/12. O recesso vai até o dia 06 de janeiro de 2019.

De acordo com a Portaria nº 209/2018, assinada pelo corregedor-geral do MPAC, Celso Jerônimo de Souza, procuradores e promotores designados para atuar nesse período, prestarão serviço em seus gabinetes no horário de 8h às 15h.

A partir desse horário o plantão será em regime de sobreaviso até o início do plantão ou expediente seguinte, respondendo o membro por todas as ocorrências desse período.

Nos plantões dos dias não úteis (sábados, domingos e feriados), todos os membros atuarão em regime de sobreaviso, devendo, entretanto, permanecerem no município da sede de sua lotação.

Servidores lotados em Rio Branco, bem como nas unidades ministeriais do interior do Estado, também foram designados para trabalhar durante o recesso.

O cumprimento do expediente em regime de plantão durante o recesso visa assegurar a continuidade dos serviços essenciais à população e a movimentação processual necessária no período.

Audiências de Custódia e Administração Superior

Já a Portaria Conjunta nº003/2018, assinada pela corregedor-geral Celso Jerônimo e o procurador-geral adjunto para Assuntos Administrativos e Institucionais, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto, designa promotores de Justiça para atuarem nas audiências de custódia, em Rio Branco, durante o período do recesso.

Também até o dia 06 de janeiro, de acordo com a Portaria Conjunta 002/2018, assinada pela procuradora-geral de Justiça Kátia Rejane de Araújo Rodrigues e o corregedor, membros da Administração Superior atuarão em regime de plantão efetivo nos dias úteis até o fim do recesso, conforme escala.

MP do Acre alcança 100% em ranking de transparência

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) foi considerado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um dos mais transparentes do país em avaliação que incluiu todas as unidades e ramos do Ministério Público brasileiro. Pela primeira vez, desde 2014, que o MP acreano obteve o índice de 100% na avaliação dos Portais de Transparência.

O primeiro lugar no ranking, conhecido como ‘Tranparentrômetro”, é dividido com MPs de outros onze estados, além do próprio CNMP, que atenderam 100% das determinações da Lei de Acesso à Informação e de resoluções do Conselho Nacional que tratam de transparência na divulgação dos dados. Os itens avaliados se referem ao segundo quadrimestre deste ano.

“O acesso à informação é um direito assegurado pela Constituição a todos, sendo indispensável ao exercício da cidadania. O Ministério Público que fiscaliza o cumprimento da lei não poderia cobrar das demais instituições sem antes fazer o dever de casa”, destaca a procuradora-geral de Justiça, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues.

O mapeamento

O MPAC instituiu o Comitê Gestor do Portal da Transparência, que é presidido pelo promotor e ouvidor- geral, Leandro Portela. Uma das primeiras medidas adotadas pelo Comitê, em julho deste ano, foi a realização de um levantamento dos itens que precisavam ser corrigidos para que o percentual máximo de transparência fosse alcançado.

Para esse levantamento, foi utilizado um método de Gestão por Processos, que estabeleceu uma matriz de gerenciamento do processo ‘Portal da Transparência’. Reuniões foram realizadas com o comitê, que identificou rupturas nas atividades que precisavam passar por melhorias.

Após o redesenho do processo, ficou estabelecido como resultado do trabalho a criação de uma equipe multidisciplinar, que mapeou os papéis (competências) dos cargos envolvidos no processo: responsáveis, aprovadores das atividades, profissionais que precisam ser consultados e os que devem ser informados.

Consequentemente, estabeleceu-se um indicador de processo de 100% de aderência total de todos os requisitos do CNMP, o que configura um montante de 320 itens atendidos: Diretorias de Gestão com Pessoas (126), Finanças (94), Administração (67), Planejamento (9), Informação (2), Corregedoria (12), e Ouvidoria (10). Estiveram envolvidos no processo, 21 servidores do MPAC.

MPF denuncia Cabral e dez deputados por esquema de propina na Alerj

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje (14) o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, dez deputados estaduais e mais 17 pessoas por um esquema de propinas na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Entre os demais denunciados estão secretários e ex-secretários estaduais, deputados e assessores parlamentares.

De acordo com a denúncia apresentada hoje ao Tribunal Regional Federal na 2ª Região (TRF2), o esquema envolvia nomeações viciadas e pagamentos de propinas a deputados em troca de apoio aos governos de Cabral e de seu sucessor (que também está preso por outra investigação), Luiz Fernando Pezão.

Além de Cabral, foram denunciados os ex-presidentes da Alerj Jorge Picianni e Paulo Melo (ambos do MDB) e os parlamentares André Correa (DEM), Edson Albertassi (MDB), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (SD), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinicius “Neskau” (PTB).

Os dez deputados foram presos na Operação Furna da Onça, desencadeada no início de novembro, e que serviu de base para a denúncia apresentada hoje. Picciani, Melo e Albertassi já estavam presos desde a Operação Cadeia Velha, no final de 2017. O MPF acusa os denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

MPF denuncia ex-presidente Lula por lavagem de dinheiro

Caso envolve suposto tráfico de influência com Guiné Equatorial

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por lavagem de dinheiro. Também foi alvo da denúncia o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, acusado ainda de tráfico de influência. Segundo os procuradores da Operação Lava Jato, Lula recebeu R$ 1 milhão do empresário, através de uma doação para seu instituto, para influenciar as decisões do governante da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, em favor do grupo brasileiro.

A denúncia está baseada em trocas e-mails envolvendo o ex-ministro do Desenvolvimento do governo Lula Miguel Jorge, a diretora do Instituto Lula, Clara Ant, além de Giannetti Geo. As provas foram recolhidas durante a busca e apreensão realizada na sede do instituto durante a Operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava Jato, em março de 2016.

Mensagens

Em um e-mail de 5 de outubro de 2011, Miguel Jorge escreveu para Clara Ant dizendo que Lula tinha interesse em conversar com Geo sobre os empreendimentos na Guiné Equatorial e que o empresário estava disposto a fazer uma “contribuição financeira bastante importante”. O empresário seria mais tarde o portador de cartas trocadas entre Lula e Obiang, que governa o país desde 1979.

Na mensagem enviada pelo ex-presidente brasileiro em maio de 2012, a ARG é mencionada como “empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial, destacando-se na construção de estradas”. Lula diz ainda, no mesmo texto, que acreditava que o país africano passaria a fazer parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). De acordo com o MPF, Obiang havia pedido a Lula para que falasse com a então presidente Dilma Rousseff para facilitar a inclusão da Guiné na CPLP.

Em junho de 2016, a AGR fez uma doação de R$ 1 milhão ao Instituto Lula. Segundo os procuradores, foi o pagamento ao ex-presidente por ter usado sua influência para obter vantagens para o grupo empresarial. Como Lula, tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu. No entanto, o registro como doação é, na denúncia do MPF, uma forma de dissimular o recebimento de recursos de origem ilegal, configurando assim lavagem de dinheiro.

Defesa

Em nota divulgada hoje (26), o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, classificou a denúncia como “continuidade a uma perseguição política”. De acordo com o defensor do ex-presidente, não existem elementos que demonstrem que Lula tenha cometido qualquer ilegalidade.

“A acusação foi construída com base na retórica, sem apoio em qualquer conduta específica praticada pelo ex-Presidente Lula, que sequer teve a oportunidade de prestar qualquer esclarecimento sobre a versão da denúncia antes do espetáculo que mais uma vez acompanha uma iniciativa do Ministério Público – aniquilando as garantias constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal”, diz o comunicado.

O advogado disse ainda que espera que a Justiça rejeite a denúncia.

A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do empresário Rodolfo Giannetti Geo.