Moradores reclamam de falta d’água em bairros de Rio Branco

Reclamações foram feitas à Rede Amazônica Acre e exibidas no Jornal do Acre 1ª Edição desta terça (22). Depasa diz que problemas são pontuais e resolvidos

Moradores de diversos bairros de Rio Branco afirmam que não recebem água há vários dias. As denúncias foram enviadas à Rede Amazônica Acre e exibidas no Jornal do Acre 2ª Edição desta terça-feira (22).

As reclamações vieram dos bairros Novo Calafate, Bela Vista, Taquari, Rosalinda e Conjunto Habitacional Cidade do Povo, no Segundo Distrito da capital acreana. Em alguns lugares, a população afirma que não cai água há uma semana.

O secretário de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento do Acre (Depasa), Thiago Caetano, afirmou queconstantemente contecem problemas no abastecimento de água, seja por problema em alguma bomba ou rompimento de turbulação, mas que todas as situações são pontuais e resolvidas pelas equipes.

“Quando quebra uma bomba a gente faz a retirada, leva em uma autopeças para voltar. Às vezes isso leva de dois a três dias. Mas, esse tipo de falta de água é comum, porém, o máximo que o sistema pode ficar é de dois a três dias com problema em algum bairro e depois retorma”, complementou Caetano.

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Moradores de vários bairros reclamam de falta de água em Rio Branco

O Residencial Rosalinda é um dos lugares que estava há uma semana sem receber água. Para garantir o abastecimento só na bomba. Tem que gastar o uso de energia para não ficar sem água.

O autônomo Francisco Junqueira não tem bomba, então, fica sem água da rede pública. Todos os reservatórios da casa dele estavam secos. Para não ficar sem água, o morador recorreu a um vizinho que tem poço.

“A gente fica a todo tempo atrás de água. Está tudo seco, a caixa de cima está seca também. A gente precisa cozinhar, lava roupa e falta água aqui no Rosalinda. Está difícil”, lamentou.
O caminhoneiro Manoel Aguinaldo Oliveira é a esperança de alguns vizinhos próximos. Com um poço no quintal de casa, Oliveira fornece água aos demais moradores. “Os vizinhos de perto pegam água no meu poço, que tem água graças a Deus”, afirmou.

Moradores da Cidade do Povo, nas quadras de 1 a 6, também alegam estarem sem água. Na Rua Baguari, no bairro Taquari, os moradores afirmam que não cai água há cinco dias. Um dos moradores ainda questiona o porquê a população não tem água potável se o rio está cheio. No bairro Bela Vista, Vila ivonete e Novo Calafate também não cai água alguns dias.

O autônomo Cleiverson Queiroz, que mora na Travessa Buriti, no bairro Novo Calafate, afirma que os moradores não recebem água desde o sábado (19).

“Causa um transtorno geral porque você não tem como tomar banho, fazer as coisas de casa. Então, aqui em casa só quem tomou banho hoje foi minha esposa porque vai trabalhar. Vamos na caminhonete pegar água em um balde grande na casa de uma pessoa que tem poço. Na cozinha está tudo sujo. Fica inviável você, difícil você cumprir com as obrigações mínimas sem água”, afirmou.

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Problemas

Ainda segundo o Depasa, não é comum a população fica mais de três dias sem abastecimento. Nesses casos, o secretário Thiago Caetano recomendou que os moradores procurem o Depasa, ou algum dos canais de comunicação do órgão, para informar sobre o problema.

“Todo e qualquer situação que ultrapasse três a quatro dias normalmente é problema na entrada de turbulação, que está entupida, um rompimento que impeça chegar água nessa casa. Orientamos que as pessoas procuremo Depasa. Havia um 0800, mas está com problemas, problemas vamos tentar retornar com outros meios de comunição, até mesmo com número de WhatsApp para a pessoa poder bater foto da situação, com a localização e mandar.

O secretário confirmou que semana passada a região do Segundo Distrito de Rio Branco ficou quatro dias sem abastecimento devido um problema na turbulação. “Quando ia retornar houve um rompimento de um cabo de energia, que foi consertado depois. Quando acontece esses casos o sistema ainda demora um pouco pra poder regularizar o ciclo de água”, destacou.

Abastecimento reduzido

Os bairros da Baixada da Sobral e próximos ao Horto Florestal também enfrentam problemas de água. Segundo Caetano, o abastecimento foi reduzido de 200 litros de água por segundo devido um problema mecânico nas bombas das esstações de Tratamento de Água de Rio Branco (ETA I e II).

“O ciclo mudou, algumas horas vai ficar abastecendo um bairro e em outra abastecendo outro. Não houve uma interrupção total, houve mudança. As vezes o que acontece também é quando há essa mudança de ciclo de abastecimento, muitas pessoas ficam sem água porque não estão preparadas”, complementou.

Deputado Antônio Pedro denuncia falta de água na Cidade do Povo

Na sessão desta quarta-feira (8) o deputado Antônio Pedro (DEM) relatou a visita que fez na última terça-feira (7) à Cidade do Povo. Ele frisou que além da falta de segurança, os moradores daquela região também sofrem com a falta de abastecimento de água por parte do Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa).

“Segundo os próprios moradores, o Depasa passa de dois a três meses sem fornecer água, isso é um absurdo. A maioria não tem condições financeiras de comprar água, eles aparam água em vasilhas para poder lavar a roupa e fazer comida”, disse o parlamentar.

Outra reivindicação dos moradores é o funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Eles disseram que a princípio a UPA prestaria atendimento 24 horas às famílias da Cidade do Povo, mas, não é isso que está acontecendo. A unidade de saúde fecha às 22h, deixando os moradores na mão. Peço que o governo do Estado através dos seus secretários resolva esses problemas. Estamos falando de famílias carentes que precisam de segurança, serviços de saúde e de água para viver bem”, salientou.

No Grande Expediente o oposicionista voltou a cobrar do governo do Estado a conclusão das obras do hospital regional do Alto Acre. “O governador prometeu que o hospital seria inaugurado em 2014 e já estamos quase no final de 2018 e até agora nada dele ser entregue. Isso é muita falta de responsabilidade, de compromisso, de respeito com a população”, finalizou.

A atual plena falta de noção no mundo corporativo: o caso Salesforce

Qualquer afirmação, para ser feita, seja sobre qual assunto for passa, certamente, pela confirmação de uma hipótese. Já a formatação dessa se baseia, fundamentalmente, em premissas, o que em poucas palavras são, requisitos que permitem a estruturação de um raciocínio. Elas, as premissas, podem ser explícitas, quando estão claramente descritas em regras, regulamentações e/ou procedimentos corporativos, ou tácitas, ao permanecerem apenas no intelecto das pessoas e empresas de maneira implícita, de tão óbvias sequer precisam serem escritas, o que, justamente as diferenciam das explícitas. O mundo corporativo é estruturado por uma série dessas premissas sem as quais, a hipótese de suas existências se desfaz.

Na última semana, veio a publico o fato da empresa multinacional Salesforce ter demitido ao menos três funcionários de sua unidade no Brasil. O motivo veio à tona a partir de denúncia de um colaborador sobre uma festa à fantasia promovida na empresa ao final do ano passado. Nesta oportunidade, um funcionário se fantasiou de “Negão do Whatsapp” com exposição de certo utensílio que se assemelhava a um grande órgão genital masculino. Segundo versão, a matriz teria, inicialmente, solicitado a demissão desse funcionário. Diante a suposta recusa de seu diretor, sob a alegação que era apenas uma brincadeira, este também teve sua demissão pedida. Ao sinalizar que não aceitaria as demissões, o próprio presidente da filial brasileira foi demitido.

Lembrei algumas verdades que têm permeado minha vida profissional, desde sempre:

· A empatia, o ato de se colocar no lugar do outro, deve basear qualquer relação humana, já no mundo corporativo, isto é mais que obrigatório;

· A amizade entre colaboradores é algo importante, que pode, até mesmo, ser estimulada, principalmente em prol de um bom clima organizacional;

· A nossa liberdade termina quando começa a do outro;

· Não se pode constranger quem quer que seja, ainda mais por questões de cunho sexual, religioso, político, enfim, de qualquer natureza;

· O respeito é o ar a ser respirado.

Ops, me permita corrigir, estas estão presentes na vida de qualquer profissional.

Respeito muito as opiniões de terceiros, mas no meu entendimento é inacreditavelmente doloroso evidenciar a presença de colaboradores que tenham reprovado a decisão tomada pelo corpo diretivo da Salesforce em sua matriz. Apenas a falta de noção plena que aflige tantos colaboradores em nosso país pode entender como ‘apenas uma brincadeira’ a cena de um funcionário com trajes carregados de forte apelo sexual, durante um evento corporativo, que é a festa de final de ano de uma empresa. É inimaginável o constrangimento a qual tantos foram submetidos, sem qualquer consulta prévia que permitissem evitá-lo, por conta de um ato cabível apenas entre rodas de amigos íntimos que tenham total ciência sobre esta situação. E olha que sequer estou sinalizando a questão da associação disso com a marca da empresa, algo sagrado.

Ainda que os profissionais envolvidos, possam, eventualmente, terem propiciado ao longo de suas carreiras, ótimos ganhos para as empresas onde já atuaram, é inapelavelmente chocante que nenhum deles, ao que parecem, tenham aprendido o básico. Lembro quando, alguns anos atrás, em uma empresa onde atuei, um rapaz foi demitido ao mandar um e-mail para todos os funcionários, oferecendo serviços como freelance para, segundo ele, “ajudar nas contas em casa”, uma vez que seu salário era “baixo”. Ao pedir desculpa ao seu diretor e usar como um dos argumentos o fato de não saber que isto era proibido, este o respondeu: “… está desculpado, mas lamento muito por você não ter ainda trazido para si regras tão básicas de comportamento. Isto não se aprende na ‘escola’, mas vivendo. Desejo que você ainda tenha disposição para aprender, afinal sempre temos, se quisermos”.


José Renato Sátiro Santiago Junior é historiador do futebol e autor de vários livros. Também atua como consultor de empresas na área gestão de projetos e do conhecimento.