Após rompimento de bueiro, tráfego na estrada de Boca do Acre volta a fluir

Em menos de 24 horas, o pessoal da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura de Boca do Acre realizou um trabalho de desobstrução da BR-317, que liga o município amazonense ao estado do Acre. Por conta da urgência, o serviço foi rápido, mas segundo o secretário de Obras, Edimar Santana, vai garantir que as próximas chuvas não venham a causar mais transtornos neste mesmo ponto, que já desmoronou por três ocasiões.

O tráfego na rodovia federal foi interrompido depois que um bueiro estourou, na tarde do último sábado (19), na altura do quilômetro 80, no sentido Boca do Acre-Am/estado do Acre. O motivo para o incidente é que durante o segundo conserto, pelo mesmo motivo, a Secretaria Municipal de Obras e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte, decidiram por colocar uma árvore oca, que serviu de manilha, mas por conta do pouco diâmetro, a água que acumulou em um dos lados da estrada não teve vasão suficiente e destruiu a obra.

Esta é a terceira vez que o mesmo trecho recebe reparos. Quem trafega diariamente pela estrada, a exemplo dos taxistas, já foi pego de surpresa por três ocasiões ficando impedido de passar, tendo que esperar por até 15 horas, até que os reparos pudessem ser providenciados.

‘Ajudinha’ por R$ 30

Segundo informações de quem esteve no local do bloqueio, os indígenas da etnia Apurinã, que habitam no local, por se tratar de uma reserva indígena, aproveitaram a oportunidade para cobrar por uma espécie de ajuda para que os motoristas mais audaciosos pudessem passar de um lado para o outro.

Eram R$ 30 cobrados pelo uso de uma tábua que sustentava um dos lados do veículo, enquanto as outras duas rodas ficavam no solo, o que possibilitava a passagem para o outro lado, consequentemente, podendo seguir viagem.

Lado amazonense é problemático

A BR-317, especificamente na parte do Amazonas, é o único ponto da rodovia que possui intervalo de estrada de chão. A explicação é que quando ela começou a ser asfaltada pelo governo amazonense, em 2010, houve um impasse com as etnias indígenas que habitam em dois pontos: o primeiro fica a 42 quilômetros de Boca do Acre e tem extensão de 12 quilômetros; e o segundo, e maior, inicia no quilômetro 70, a partir da cidade amazonense e possui extensão de 20 quilômetros.

Os índios entraram com processo exigindo uma compensação financeira, alegando impactos ambientais e sociais pela construção da BR. Na época, no ano de 2010, a pedida dos povos nativos era de pouco mais de R$ 9 milhões, que seriam disponibilizados em forma de obras e serviços nas duas localidades.

No entanto, o governo do Amazonas, que à época tinha como gestor o agora senador Omar Aziz, não atendeu à solicitação dos Apurinãs e Jamamadis e o resultado foi uma rodovia com 68 quilômetros de asfalto intervalada com dois trechos de barro, que juntos somam 32 quilômetros.

Bueiro rompe na estrada de Boca do Acre e moradores ficam isolados

A BR-317, no trecho que liga a cidade de Boca do Acre-AM ao estado do Acre, está temporariamente interditada no quilômetro 80, no sentido Amazonas/Acre, dentro da segunda reserva indígena. O motivo do bloqueio foi o rompimento de um bueiro colocado há pelo menos duas semanas, quando a prefeitura do município amazonense realizou o serviço de reativação da rodovia, depois de outro rompimento.

Na tarde deste sábado (19), foi a terceira vez que no mesmo ponto a estrada entrou em colapso, sempre pelo mesmo motivo: a falta de uma manilha com diâmetro suficiente para dar vasão à água que acumula em uma das margens.

Serviço de má qualidade

Há duas semanas, uma equipe da Secretaria Municipal de Obras de Boca do Acre, juntamente com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) esteve no local para realizar os devidos reparos e liberar o tráfego na rodovia, que estava novamente sem poder operar, devido o mesmo problema.

A obra aconteceu em menos de um dia e para resolver, uma árvore oca foi colocada para servir de bueiro, o que para os responsáveis pelo serviço, seria suficiente para dar conta do fluxo de água.

Os corajosos estão passando

Quem tem coragem de enfrentar a cratera que se formou, separando a estrada em dois segmentos, está conseguindo passar, através de um improviso que não deixa de ser arriscado. Os motoristas mais prudentes preferem permanecer parados, esperando que novamente a equipe da Secretaria de Obras do município de Boca do Acre chegue até o local e possibilite o retorno do fluxo.

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