Governo britânico lança ‘caçada’ para achar portador de variante brasileira

O governo britânico vai fazer testes em massa para tentar encontrar um viajante que chegou do Brasil com a​ variante de Sars-Cov-2 “brasileira”, a chamada P.1, que é mais contagiosa que o vírus original. A P.1 foi detectada pela primeira vez no país, em três pessoas na Inglaterra e outras três que voaram do Brasil para a Escócia. Um deles, porém, é desconhecido, porque não preencheu o cartão de identificação que acompanha o teste.

A Public Health England (PHE) diz que os testes em que a variante foi encontrada foram feitos antes das atuais medidas de quarentena obrigatória em hotéis —iniciada em 15 de fevereiro. O governo, porém, ainda não sabe se o infectado anônimo chegou do Brasil ou foi contaminado no Reino Unido.

Para tentar encontrá-lo, o governo vai rastrear centenas de passageiros de uma série de voos que tenham feito conexão com outros partindo do Brasil nas primeiras semanas de fevereiro e usar dados do serviço postal.

A P.1 preocupa o governo britânico porque suas mutações, além de torná-la mais contagiosa, podem tornar o vírus menos suscetível às vacinas que estão sendo usadas no momento no país.

Placa aponta caminho para centro de testes no terminal 2 do aerporto de Heathrow, em Londres
Placa aponta caminho para centro de testes no terminal 2 do aeroporto de Heathrow, em Londres – Ben Stansal – 28.jan.2021/AFP

Em entrevista a uma emissora de TV na manhã desta segunda (1º), o ministro responsável por vacinação, Nadhim Zahawi, disse que a pessoa que procuram pode ter recebido um kit de teste doméstico ou retirado um kit num dos postos públicos. “Parte do motivo pelo qual queremos localizá-lo rapidamente é entender mais sobre ele e seus movimentos”, disse.

Os outros dois casos da variante detectados na Inglaterra são de uma mesma família, na qual um dos membros voltou do Brasil cinco dias antes da quarentena vigiada entrar em vigor. Ele saiu de São Paulo, fez conexão em Zurique e chegou a Londres em 10 de fevereiro, pelo voo LX318 da Swiss Air Lines.

O ministro disse que ele fez um teste antes da partida e preencheu o formulário de localização. Durante a quarentena, desenvolveu sintomas, e seus contatos foram identificados e isolados. A chance de transmissão é mínima, de acordo com Zahawi, porque o paciente cumpriu o isolamento.

Ainda assim, o governo está acompanhando todos os passageiros que chegaram no mesmo voo e fará testes em áreas da região em que ele mora —South Gloucestershire, no sudoeste inglês—, para reduzir a possibilidade de transmissão não identificada.

A PHE também lançou um apelo para que todos os que fizeram teste de Sars-Cov-2 nos dias 12 ou 13 de fevereiro e não receberam o resultado ou não preencheram o cartão de identificação que procurem as autoridades de saúde.

Três pessoas que vivem no norte da Escócia também testaram positivo para a variante P.1 depois de voltar do Brasil com conexões em Paris e Londres. Os três tiveram o mutante identificado durante a quarentena de dez dias, no qual estavam em isolamento, e os outros passageiros do voo estão sendo contatados.

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Brexit: Parlamento britânico deve debater censura ao governo

O Parlamento do Reino Unido, no Palácio de Westminster, em Londres, deve se reunir hoje (16) para debater a moção de censura ao governo apresentada pelo Partido Trabalhista. A reação ocorre no dia seguinte ao da rejeição do Brexit, o acordo que estabelece as condições de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Ontem (14), 423 deputados reprovaram a medida e apenas 202 aprovaram a proposta, apresentada pela primeira-ministra Theresa May. A decisão é considerada a pior derrota do governo nos últimos anos na história do Reino Unido.

Pela legislação britânia, Theresa May ela tem condições legais de ser mantida no cargo. Para o deputado Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, foi a derrota mais pesada no Parlamento em 100 anos e anuncia moção de censura.

No Reino Unido, cresce o movimento em favor da realização de um novo referendo para perguntar à sociedade britânica sobre o acordo para a saída da UE.

A expressão “Brexit” reúne os termos “British” mais Exit”, ou seja, “saída britânica”, e é utilizada para designar a retirada do Reino Unido da União Europeia.

Previsão

Inicialmente, o período para implementar o Brexit ia de 29 de março deste ano até 31 de dezembro de 2020. Nessa fase, o Reino Unido estaria obrigado a cumprir todas as regras da União Europeia, mas perderia a sua participação nas instituições, e a sede de várias agências terá de ser deslocada para outros países.

A decisão determina a transferência da Agência Europeia do Medicamento de Londres para a Amsterdã, na Holanda, reunindo cerca de 900 funcionários, da Autoridade Bancária Europeia para Paris e a saída dos 73 eurodeputados britânicos do Parlamento Europeu.

Nos termos do acordo técnico, o período de transição pode ser prolongado apenas por uma vez e por um ou dois anos, no máximo até o final de 2022. O prolongamento tem de ficar decidido pelas partes até 1º de julho de 2020.

*Com informações da RTP, emissora pública de televisão de Portugal