Bradesco, Itaú e Santander lançam plano para desenvolvimento sustentável da Amazônia

Em meio à cobrança global para que o Brasil aumente seu comprometimento em relação aos temas ligados à mudança climática, os três maiores bancos privados do País, BradescoItaú Unibanco e Santander, lançaram um plano conjunto para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A proposta inclui dez medidas, entre elas o estímulo às cadeias sustentáveis na região e a viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social e ambiental. O cronograma prevê a implementação dos itens ainda neste ano.

Os três bancos estavam entre os signatários de carta enviada ao vice-presidente da República, Hamilton Mourãoque pediu, no início do mês, políticas de combate ao desmatamento na Amazônia. Mourão é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal. O documento fez defesa da agenda do desenvolvimento sustentável e solicitou o combate “inflexível e abrangente” ao desmatamento ilegal na Amazônia. Agora, depois da cobrança, com o plano anunciado nesta quarta-feira, os bancos têm a intenção de entregar uma forma de ajuda efetiva em relação ao assunto, segundo uma fonte.

Para dar prosseguimento ao planejamento, os bancos formarão um conselho de especialistas com diferentes experiências e conhecimentos sobre as questões sociais e ambientais envolvendo a Amazônia. “Este projeto une Bradesco, Itaú e Santander pelo propósito de contribuir para um mundo melhor. A ideia é que todos precisam assumir sua parcela de compromisso com as futuras gerações. Por isso, lançamos uma agenda objetiva que pretende defender e valorizar a Amazônia, suas riquezas naturais, florestas, rios e cultura diversificada. Queremos dar passos concretos para tornar discurso em realidade. A Amazônia não é um problema. O ato de proteger a Amazônia guarda boa parte das respostas corretas para um mundo que tem dúvidas e incertezas”, afirmou, em nota, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.

O presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher, que há cerca de duas semanas participou de uma reunião, ao lado de um grupo de empresários, para tratar do tema com Mourão, disse, também em nota, que os bancos têm a responsabilidade “como agentes importantes do sistema financeiro” e que compartilham “as mesmas preocupações a respeito do desenvolvimento socioeconômico da Amazônia e da conservação ambiental”. “Acreditamos que os três bancos têm forças complementares e, atuando de forma integrada, vemos grande potencial de geração de impacto positivo na região”, destacou Bracher.

Já o presidente do Santander, Sergio Rial, afirmou que o desafio em relação ao tema “impõe uma atuação firme e veloz a todos os atores que puderem participar da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Com a união de esforços da nossa indústria, conseguiremos fazer ainda mais por essa região, que tem um valor inestimável não só para o País, mas para todo o planeta”, destacou.

Além do estímulo às cadeias sustentáveis na região por meio de linhas de financiamento diferenciadas e ferramentas financeiras e não financeiras e a viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social e ambiental, o plano dos três bancos inclui o fomento de um mercado de ativos e instrumentos financeiros de lastro “verde”, a atração de investimentos e promoção de parcerias para o desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia e apoio para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região.

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BB e Bradesco doam R$ 20 milhões para produção de testes rápidos para a Covid-19

Banco do Brasil e Bradesco anunciaram neste sábado (18) doação de R$ 20 milhões à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para produção de kits de diagnósticos rápidos para a Covid-19. Os testes serão destinados ao Ministério da Saúde.

A falta de testes no Brasil é vista como um problema no combate à pandemia. Além disso, a reabertura da economia só é considerada viável quando a população pode ser testada e os doentes, isolados.

Campanha financiada pelo setor privado inicia testes rápidos para profissionais de saúde no hospital Ronaldo Gazolla, referência em casos de Covid-19.
Campanha financiada pelo setor privado inicia testes rápidos para profissionais de saúde no hospital Ronaldo Gazolla, referência em casos de Covid-19. – Leo Martins / Agência O Globo

Esta é mais uma rodada de doação de grandes bancos para iniciativas de combate ao coronavírus. Nesta semana, o Itaú anunciou R$ 1 bilhão, levando o montante doado nos últimos 40 dias por empresas, famílias e pessoas físicas a um recorde de R$ 2,5 bilhões, segundo o Monitor de Doações da Covid-19. Do total de recursos, 63% vem do sistema financeiro.

Desta vez, a doação de Banco do Brasil e Bradesco será feita indiretamente pela EloPar, empresa de serviços financeiros controlada pelos dois bancos responsável pela bandeira Elo.

“Estamos somando nossa contribuição aos esforços de toda a sociedade brasileira em busca de respostas rápidas no combate ao coronavírus”, diz Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente dos conselhos de administração do Bradesco e da Elopar.

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Bradesco terá pela primeira vez integrante independente em seu conselho

Bradesco quer elevar o capital social do banco e aumentar o número de integrantes em seu conselho de administração, abrindo pela primeira vez espaço para membros independentes.

As propostas serão votadas pela assembleia de acionistas marcada para 10 de março.

Pelo estatuto atual, o conselho do banco deve ter no mínimo 6 e no máximo 10 membros. Se a mudança passar, o número máximo de integrantes sobe para 11.

Concorrem ao conselho Samuel Monteiro, que é conselheiro da Bradesco Seguros, da Fleury e da Odontoprev, e o advogado Walter Albertoni, indicado pela gestora Aberdeen. Atualmente, Albertoni é membro do conselho fiscal do Bradesco —o mandato termina na mesma reunião em que concorre ao conselho de administração.

Fachada externa de uma agência Bradesco na Avenida Paulista, em São Paulo
Fachada externa de uma agência Bradesco na Avenida Paulista, em São Paulo – Kevin David – 3.nov.2018/Folhapress

Se eleitos, o conselho do Bradesco passará a ter dez integrantes, sob a presidência de Luiz Carlos Trabuco Cappi.

Até então, o colegiado tinha apenas a presença de executivos ou ex-executivos (caso de Trabuco, que foi presidente do Bradesco), além de membros da família Aguiar, fundadora do segundo maior banco privado do país.

A existência de membros independentes no conselho de administração é considerada uma boa prática de governança corporativa porque ajudaria a preservar interesses de acionistas minoritários nos processos de decisão do banco.

No Itaú Unibanco, a presidência do conselho é compartilhada por Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, que vieram, respectivamente, do Itaú e do Unibanco. O maior banco privado do país tem 5 conselheiros independentes entre os 11 integrantes. Entre eles está José Galló, que atualmente preside o conselho de administração da Renner.

Já o Banco do Brasil tem oito integrantes em seu conselho, parte indicada pelo governo.

Na mesma reunião, o Bradesco também quer aprovar um aumento de capital em R$ 4 bilhões, para R$ 79,1 bilhões, com reserva de lucros. Essa operação depende de aval do Banco Central.

Se aprovada, acionistas receberão 1 ação para cada 10 que já detinham, preservando sua participação acionária.

O banco afirma que a medida deve dar maior liquidez aos papéis.

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