Polícia Militar recupera veículos em ação conjunta com a Polícia Boliviana

As regiões de fronteira entre Acre e Bolívia são comumente alvo para o encaminhamento de produtos de roubo. Porém, a parceria entre as polícias de ambos os países continua gerando resultados positivos, como o anunciado durante uma coletiva de imprensa realizada em Cobija, nesta segunda-feira, 28: a recuperação de mais dois veículos, um carro e uma moto.

A primeira apreensão ocorreu após ação integrada entre o serviço de inteligência do 10º Batalhão da Polícia Militar do Acre (10º BPM) e a polícia boliviana. O automóvel Saveiro, de cor prata, roubado em Rio Branco no dia 19 de janeiro, foi restituído à proprietária pelos militares. O veículo foi localizado em Cobija e encontrava-se com a placa adulterada.

Do lado brasileiro, a motocicleta marca Kyngo, modelo KG 135, de procedência boliviana, foi abordada por policiais militares da PMAC na altura do Km 06 da estrada de Epitaciolância, nesta segunda. Verificado junto à polícia boliviana, foi constatado o registro de roubo no dia 19 de setembro de 2017. Recuperada, o moto também pôde ser devolvida ao dono.

Cônsul da Bolívia em Epitaciolândia visita Rio Branco para tratar de segurança

O secretário de Estado de Segurança Pública, Vanderlei Thomas, recebeu nesta quinta feira, 2, a visita do cônsul da Bolívia em Epitaciolândia, Vladimir Hurtado Menacho. No encontro, o diplomata destacou a importância da integração entre os países, além de informar sobre a troca de comando da Armada Boliviana e também da Polícia Nacional, ambas no Departamento (Estado) de Pando.

A parceria entre os países já existe e tem proporcionado resultados positivos. Entretanto, com a problemática crescente das fronteiras abertas, considerando a falta de fiscalização no fluxo de pessoas e mercadorias, a região une interesses comuns contra crimes internacionais em ambos países. Menacho se colocou à disposição para intensificar as ações na região fronteiriça.

“A finalidade [da reunião] é solidificar os laços de integração entre Bolívia e Brasil. Queremos trabalhar de maneira conjunta com o Brasil, pois é um país muito importante. Queremos também ampliar a luta contra o crime organizado que existe na fronteira e é um interesse comum a ambos os países. Vamos trabalhar de maneira conjunta com a Secretaria de Segurança Pública do Acre e com as instituições militares”, destacou o cônsul.

Já o secretário Vanderlei Thomas frisou a necessidade de uma política de Estado voltada ao diálogo e às ações conjuntas das tropas federais e estaduais brasileiras em parceria com as forças bolivianas.

“Muito nos alegra essa proximidade que temos com as autoridades bolivianas, e essa relação tem trazido resultados muito benéficos tanto do ponto de vista da troca de informações como do enfrentamento à criminalidade. Estou me colocando à disposição para mediar uma aproximação também com as autoridades federais aqui no Acre”, pontuou Thomas.

Tráfego de veículos bolivianos no Brasil

Uma problemática apresentada pelo cônsul da Bolívia durante a reunião foi a compra de veículos bolivianos para tráfego em território brasileiro e vice-versa, prática que é proibida pela legislação de ambos os países, exceto após a nacionalização junto às autoridades aduaneiras.

A Segurança Pública se comprometeu socializar essa questão com as demais instituições responsáveis como Receita Federal, Polícia Federal e o Departamento de Trânsito do Acre, para buscar controlar tais atos por meio de uma fiscalização na região de fronteira.

Os caminhos da droga que sai do Peru e Bolívia até chegar ao Acre

MPAC monitora fronteiras do Acre e mapeia rotas utilizadas por traficantes

O Acre é o 15º estado brasileiro em extensão territorial com uma superfície de 164. 221,4 quilômetros quadrados, ocupando 4% da Amazônia brasileira e 1,9% do território nacional. Localizado no extremo sudoeste da Amazônia, faz divisa com os estados do Amazonas e Rondônia e mais dois países.

Das 22 cidades acreanas, 17 estão situadas na linha de fronteira com países andinos. O estado possui uma extensa faixa de fronteira com a Bolívia (618km) e o Peru (1.350). Juntos, esses dois países são responsáveis por mais de 10% de todo o cultivo de coca no mundo, com mais de 90.000 hectares plantados. A Bolívia é considerada o terceiro maior produtor de coca, perdendo apenas para a Colômbia e o Peru, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).

Os dados fazem parte de constante monitoramento feito pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por intermédio do Núcleo de Apoio Técnico (NAT), que foi criado em 2013 para prestar apoio de inteligência e segurança institucional, técnico-científico e operacional aos órgãos de execução, especialmente ao Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O trabalho é conduzido pelos promotores Marcela Cristina Ozório e Bernardo Albano, coordenadora e coordenador-adjunto do NAT, respectivamente, que vem realizando o monitoramento de forma contínua desde 2016, logo que se verificou o acirramento da disputa entre facções criminosas por território de drogas, resultando em conflitos dentro e fora dos presídios do Acre. Diante desse cenário, o número de vítimas de homicídios dolosos aumentou em 80%.

Naquele ano, pela primeira vez, o estado registrou uma onda de atentados, desencadeada após a morte de um traficante, em Rio Branco e interior, contra ônibus e prédios públicos. Uma rebelião no presídio Francisco D’Oliveira Conde, na capital, deixou quatro mortos e quase vinte feridos.

Nesse monitoramento do MPAC, são produzidas informações relacionadas às características das fronteiras, aos crimes e destinos das drogas que entram no Acre passando por essas regiões, indicadores de violência relacionados ao tráfico, entre outras.

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Aspectos geográficos e fragilidade

No Acre, a vasta malha hidroviária, especialmente nas regiões do Alto Acre, Purus e Juruá, apresenta-se como principal acesso de traficantes de entorpecentes oriundos dos países vizinhos. Alguns dos principais rios que cortam o estado têm suas nascentes na Bolívia ou Peru.

Sendo o quarto estado, na Amazônia Legal, de maior preservação da cobertura florestal, ramais localizados em regiões de mata fechada e de difícil acesso também favorecem o fluxo de pessoas clandestinas, drogas e contrabandos.

Esses aspectos geográficos aliados a uma cobertura de fiscalização insuficiente dificultam a atuação dos órgãos estaduais de segurança pública no combate ao narcotráfico e demais crimes fronteiriços. Os traficantes entram no estado, abastece o mercado local e, daqui, seguem para as demais regiões do país, o que faz do Acre um dos principais estados de trânsito para escoamento de droga.

Além do tráfico, aparecem entre os crimes mais comuns nos municípios acreanos situados em regiões de fronteira com a Bolívia e o Peru, o furto de animais, contrabando de armas e munições, refúgio de criminosos, crimes ambientais, imigração clandestina, exploração sexual infanto-juvenil e homicídios.

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Caminhos percorridos pela droga que sai da Bolívia e Peru até o Acre

Segundo o MPAC, a droga chega ao estado por rios, ramais, estradas ou até mesmo em voos comerciais, que partem de cidades peruanas sem qualquer fiscalização, pelas regiões do Juruá, Alto Acre e Purus.

Foram mapeadas mais de dez das principais rotas, a maioria delas em localidades que ficam na fronteira com o Peru que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é o maior produtor mundial da coca, matéria-prima da cocaína.

No Juruá, o trajeto até chegar em Cruzeiro do Sul, de onde sai a droga para Rio Branco, pela BR-364, é feito por via fluvial e terrestre em mata fechada e pode demorar dias. A cobertura vegetal reduz o fator surpresa e amplia as possibilidades de fugas dos traficantes ou de eles se desfazerem da droga jogando no rio.

Em 2017, em três dias, foram apreendidos quase 260 quilos de droga entre maconha e cocaína na região do Juruá. As apreensões foram realizadas pelas Polícias Militar, Civil e Federal em operações distintas.

No Purus, a droga vem principalmente pelo município de Santa Rosa, distante cerca de dez minutos de barco de uma vila peruana apontada como principal refúgio de traficantes e como ponto de entrega de droga aos brasileiros. Os traficantes também utilizam caminhos partindo das cabeceiras do rio Iaco, saindo de Assis Brasil, utilizando até mesmo animais no transporte quando no inverno amazônico, em direção à Sena Madureira ou à Estrada Transacreana, por onde chegam até a Capital.

Nas regionais Alto e Baixo Acre, a rota dos criminosos foi traçada baseada em informações colhidas in loco a respeito de vias de entrada e saída de produtos ilícitos na Bolívia e, não diferente do que ocorre nas demais, passam pela floresta até chegarem à rodovia BR-317.

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Drogas e expansão da violência caminham lado a lado

Os números do levantamento feito pelo Ministério Público do Acre reforçam que o tráfico, consumo de drogas e a criminalidade estão cada vez mais próximos. Verifica-se uma relação direta entre o aumento do número de homicídios e roubos e o uso e venda de entorpecente. E quanto mais avançam as facções dentro e fora dos presídios, mais crescem os índices de violência nas ruas.

Em 2010, a taxa de homicídios no Acre era de 24.9 por 100 mil habitantes, passando para 43,5 seis anos depois. De 2015 para 2016, o número de assassinatos cresceu 83%. Em 2017, 42 pessoas foram assassinadas, em média, por mês no estado.

Em 2016, o uso de arma de fogo para o cometimento do crime de homicídio consumado estava presente em 65% dos casos. Já em 2017 e 2018, os casos com o uso de tal instrumento superaram os 70%.

Até 21 de maio deste ano, tinham sido registrados 163 assassinatos e mais da metade (57%) possui autoria desconhecida.

“Importa salientar que o principal motivo para o expressivo aumento foi atribuído às disputas entre as organizações criminosas pelo controle do tráfico de drogas nas diversas localidades do estado”, explica o promotor Bernardo Albano.

Em Rio Branco, a capital do estado, dados do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) mostram que os registros de roubos cresceram 92% de 2011 a 2016. “O roubo é a principal prática criminosa desenvolvida pelos integrantes das organizações criminosas para garantir a aquisição de drogas e armas nos países vizinhos. O patrimônio de preferência são os veículos, em especial motocicletas, camionetes e caminhões, condicionados às exigências dos receptadores bolivianos”, acrescenta o promotor.

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Procuradora-geral Kátia Rejane disse que o MPAC tem uma atuação forte – Foto/Tiago Teles

Observatório de Análise Criminal

Dividido em setores, o NAT conta com o Observatório de Análise Criminal, onde os indicadores que estão relacionados a práticas criminosas das facções passam por análise e geram dados que orientam o trabalho do MPAC e auxiliam a atuação dos órgãos de segurança.

Foram produzidos dois Anuários de Informações e Indicadores Prioritários de Violência e Criminalidade e quase 900 relatórios técnicos. Esses e outros dados foram determinantes para a realização de operações integradas, que resultaram na denúncia de 815 integrantes de facções criminosas e na recuperação de cerca de R$ 15 milhões em bens e valores apreendidos num período inferior a dois anos.

“Historicamente, o Ministério Público do Acre tem uma atuação muito forte contra o crime organizado. A fragilidade das nossas fronteiras e a presença de facções criminosas no estado tornam essa luta muito árdua, mas temos feito esse enfrentamento com firmeza, com um trabalho de inteligência, junto com as demais instituições”, assegura a procuradora-geral de Justiça, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues.

Os dados foram entregues para os órgãos que compõem o sistema de segurança pública e autoridades, entre elas, o presidente da República, Michel Temer, que recebeu um dos levantamentos em agosto do ano passado.

Caso Dr. Bumbum expõe busca de brasileiras por cirurgias na Bolívia

Prática de levar grupos para cirurgias em outros países é ilegal

O caso Dr. Bumbum, no Rio de Janeiro, reacendeu uma velha discussão sobre os procedimentos médicos estéticos. E trouxe à luz, mais uma vez, que brasileiras continuam buscando melhorar sua condição estética fora do Brasil, especialmente em países vizinhos como Colômbia e Bolívia. Em boa parte das vezes, essas mulheres vivem nos Estados próximos à fronteira – os pacientes que chegam à Bolívia vêm, em sua maioria, de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre e Rondônia, enquanto no caso da Colômbia, de Roraima ou do Amazonas.

Em entrevista à BBC News, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) disse que a prática de levar grupos de brasileiros para fazer cirurgias plásticas em outros países é ilegal. “Eles aliciam as pessoas. Trata-se quase de um trá fico de pacientes. Há um interesse exclusivamente mercantil. Fazem do paciente objeto de mercancia”, afirmou Denis Calazans, secretário-geral da entidade.

Em 2017, o portal Olhar Direto, de Cuiabá, apurou que uma cirurgia de implante de silicone e lipoaspiração custava em média R$ 5 mil. Já em Cuiabá, somente o implante de uma prótese de silicone não saia por menos de R$ 12 mil. “Atraídas pelos preços baixos, muitas mulheres vão juntas até a Bolívia. Existem também agenciadoras que atraem pelo Facebook pacientes que buscam melhorar a autoestima”, relatou o Olhar Direto. No Facebook é possível encontrar informações sobre esses procedimentos na Bolívia e em outros países vizinhos.  Ainda segundo o Olhar Direto, no Brasil uma consulta com um cirurgião custava, no ano passado, em média R$ 300, enquanto nas clínicas de Santa Cruz de La Sierra, tudo é feito via Whastapp. Outra ‘modernidade’ adotada pelas clínicas é o ‘pacotão’ de cirurgias. Pagando por duas cirurgias, a paciente ganhava uma terceira de brinde.

Acreano é encontrado morto por amigos em lago na Bolívia

Amigos, parentes e uma equipe do Corpo de Bombeiros do Acre encontraram o corpo de Adresson Bezerra, de 20 anos, na manhã deste domingo (8) após dias de buscas. O rapaz tinha o ferimento de arma de fogo no crânio e a Polícia Civil acredita em suicídio. Porém, o caso é investigado pela delegacia de Plácido de Castro, interior do Acre, e cidade que o rapaz morava.

O Instituto Médico Legal do Acre (IML) está a caminho do local para resgatar o corpo de Bezerra. Segundo a polícia, o cadáver estava dentro de um lago na Bolívia, país que faz fronteira com o Acre.

“Segundo minha investigação, ele deu um tiro no pescoço que saiu no crânio, tiro de espingarda. Estava dentro d’água e a espingarda perto dele. O IML foi buscar. Trabalhamos com essa linha de investigação, mas vai ser apurado”, explicou ao G1 o delegado Carlos Bayma.

Ainda segundo Bayma, o rapaz estava desaparecido há pelo menos três dias. “Era conhecido lá, disseram que foi por motivos passionais. Parece que a namorada tinha largado ele”, afirmou.

O Corpo de Bombeiros confirmou que havia uma equipe em busca pelo rapaz. Ele sumiu na quinta-feira (5) e as equipes iniciaram as buscas na sexta (6).

Defesa boliviana confirma CV como mandante de ataque

O Ministério da Defesa da Bolívia confirmou que um grupo armado composto de sete membros, entre brasileiros e bolivianos, roubou nove fuzis AK, 11 carregadores e cinco pistolas em um posto militar no departamento de Pando, ao norte do país. Em entrevista coletiva, o ministro Javier Zavaleta confirmou que os assaltantes são parte do Comando Vermelho — uma das maiores organizações criminosas do Brasil.

O ministro da Defesa, Javier Zavaleta, dirigiu-se à população pandina mais uma vez esta semana com a mensagem de que as Forças Armadas enviaram pelo menos 100 homens adicionais a região para apoiar a proteção e patrulhamento contra atos criminosos de grupos estrangeiros que ameaçam a segurança dos habitantes e das empresas.

A autoridade fez o anúncio durante uma conferência de imprensa depois de afirmar que está sendo realizada pesquisa e resumo de informações após o roubo de armas militares.

Detran e Mapfre levam programa de educação viária à Bolívia

Brasil e Bolívia se unem pela redução de acidentes e mortes no trânsito, por meio de uma parceria realizada entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/Acre), Fundação Mapfre e prefeitura do Departamento de Pando, na Bolívia.

Nesta sexta-feira, 8, a capacitação do Programa Educação Viária Vital, da Fundação Mapfre, foi apresentada a mais de 40 pessoas, entre educadores e militares, em Cobija, capital de Pando.

A atividade é desenvolvida pela entidade em todo o país e pela primeira vez atravessou a fronteira entre Acre e Bolívia. O treinamento inicia de forma presencial e depois segue no sistema de educação à distância.

“A partir deste momento esperamos que a circulação de brasileiros na Bolívia e de bolivianos no Brasil seja realizado de forma mais harmoniosa, e que cada país respeite as leis de trânsito do outro”, explicou a orientadora pedagógica do programa Educação Viária Vital, Dolores de Paula Gonçalves.

A diretora-geral do Detran/AC, Shirley Torres, aproveitou o momento para acordar um novo encontro para troca de experiências entre as equipes de fiscalização de trânsito do Acre e de Cobija.

“O que nos une neste momento é a preocupação com a vida das pessoas no trânsito. Acreditamos que ampliar conhecimentos sobre as diferentes legislações e compartilhar nossas experiências sobre como a educação de trânsito pode evitar mortes nas vias será um grande passo nesse sentido”, enfatizou Torres.

A parceria também foi enaltecida pelo prefeito do Departamento de Pando, Luis Gatty Ribeiro Roca, que aprovou a iniciativa.

“Estamos unindo laços para que não tenhamos problemas, mas consigamos melhorar as relações e o comportamento dos que transitam entre os dois países, por isso entendemos que esta parceria vai promover o respeito necessário para evitar mortes de condutores e pedestre”, ressaltou.

Com o Programa Educação Viária é Vital, a Fundação Mapfre pretende disseminar conhecimentos, começando pelos professores, alunos e comunidade escolar, sobre como mudar o comportamento nas vias pode proteger as pessoas, evitando acidentes.

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Shirley Torres, diretora-geral do Detran, ampliou a parceria com o país vizinho – Foto/Daigleíne Cavalcante

Mapfre no Acre

Durante toda essa semana a equipe de educação do Detran/AC, juntamente com a representante da Fundação Mapfre, levaram a mesma capacitação a mais três municípios acreanos: Sena Madureira, Plácido de Castro e Brasileia, além da capital, Rio Branco, somando mais de 220 pessoas alcançadas, que serão os multiplicadores do conhecimento sobre educação viária.

“Durante quatro meses os educadores devem desenvolver projetos educativos nas escolas, envolvendo não só alunos, mas também a comunidade escolar como um todo”, explica a coordenadora de educação de trânsito do Detran/AC, Geny Polanco.

Os participantes concorrem a uma premiação nacional que deve ser realizada em novembro deste ano, em São Paulo. Em 2017, um projeto desenvolvido no Instituto Santa Juliana, em Sena Madureira, foi o ganhador nacional da Mapfre.

Este é o sexto ano que o Detran/AC apoia a realização da capacitação da fundação e acompanha a realização dos projetos, unindo-se às escolas na missão de educar alunos de todas as idades para o trânsito.

“Pablo Escobar Brasileiro” chefia cartel de drogas próximo ao Acre, diz Estadão

Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, vive há mais de dez anos na Bolívia. Estabeleceu-se na região de Santa Cruz de la Sierra. “Ele organizou um cartel, o primeiro chefiado por um brasileiro”, disse um dos policiais envolvidos na investigação de seu grupo. Fuminho domina a produção da droga. Da Bolívia, ele envia drogas e armas para o PCC. Usa contêineres nos Portos de Santos, Itajaí e Rio e veleiros no Nordeste para enviar cocaína para a África e para a Europa.

Aliou-se à ‘Ndrangheta, a máfia calabresa, para abastecer a Europa. Em 2016, um veleiro enviado da Bahia por Fuminho foi apreendido pela Diretoria Antimáfia da Itália ao se aproximar de Gioia Tauro, o gigantesco porto de contêineres da Calábria, no sul da Itália. Arrastava 500 quilos de cocaína em uma rede embaixo do casco.

“Se você revistasse o barco não encontraria nada”, contou o policial. De acordo com ele, a máfia calabresa é a principal compradora da droga de Fuminho. “Um quilo de cocaína em São Paulo vale US$ 5 mil. Na Europa, vale até US$ 40 mil. Quase metade do lucro fica com os integrantes da facção.” Além de atrair a atenção da política italiana, Fuminho e o líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, despertaram interesse da agência antidroga americana, Drug Enforcement Administration (DEA).

Agentes da DEA tentaram prender Fuminho pela primeira vez em 2014, quando o chefão foi localizado nos Estados Unidos por meio de escutas no telefone de Wilson José Lima de Oliveira, o Neno, que cuidava da arrecadação da mensalidade dos filiados à facção. Pouco antes de os agentes americanos chegarem à mansão de Fuminho, os dois embarcaram em um avião e foram para o Panamá.

De lá, Fuminho voltou à Bolívia e Neno veio ao Brasil, onde seria preso três anos depois na Grande São Paulo. Para a polícia, além de mandar matar os líderes do PCC Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, em fevereiro, no Ceará, Fuminho é o mandante do assassinato de Eduardo Ferreira da Silva, também em fevereiro, no Tatuapé, zona leste. Silva estava em uma Mercedes quando foi cercado por três pistoleiros encapuzados. Ele era o responsável pela escolta da mulher de Marcola e era suspeito de desviar dinheiro da facção.

Bancos

Fuminho começou no mundo do crime como ladrão de banco. E atuou nos anos 1990 ao lado de Marcola. Nunca entrou para a facção e se transformou no mais importante aliado do grupo. “Vou repetir o que eu já disse: ele está virando o Pablo Escobar brasileiro”, disse um outro delegado. Para a polícia paulista não há dúvida: Fuminho é o maior traficante do País.

Pontes da fronteira do Acre com a Bolívia estão fechadas

A fronteira do Acre, que é ligada por duas pontes, está fechada por tempo indeterminado. O bloqueio aconteceu na tarde desta quarta-feira, dia 01, por familiares do acreano Sebastião Nogueira do Nascimento (33) que se encontra preso no lado boliviano de Cobija, capital do estado de Pando.

O problema vem se esticando a quase 15 dias, iniciando o bloqueio na ponte Internacional, que liga a cidade boliviana ao Acre, pela cidade de Epitaciolândia, desde o dia 11 de fevereiro passado, por onde passa os caminhões pipas com combustível e gás, além alimentos.

Nestes dias, o problema chegou até à Brasília (DF) levados pelo deputado federal Major Rocha e senador Sérgio Petecão, onde pediram providencias por parte do Governo Federal, através do Itamaraty, já que os familiares acusam os policiais bolivianos de terem invadido o lado brasileiro para prender e levar para o lado boliviano.

Na semana passada, o deputado estadual Antonio Pedro (DEM), usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Acre para pedir celeridade no caso, uma vez que o caso está prejudicando os dois lados e vem causando um mal-estar entre os dois países.

Sem uma posição por parte do Governo brasileiro, os familiares e amigos resolveram interditar desta vez, a ponte Wilson Pinheiro, que liga a cidade de Brasiléia à Cobija. Por alguns instantes, deixaram que os veículos retornassem ao lado de origem, avisando que o bloqueio será por tempo indeterminado.

A bloqueio das pontes por parte dos familiares de Sebastião, que é acusado de participar de um suposto sequestro envolvendo um filho de senador boliviano, deixa dúvida pelo modo operante realizado no lado brasileiro, além de dividir opiniões dos dois lados.