Sejusp/AC realiza monitoramento para evitar ataques no Acre

Com a onda de ataques promovidas por facções criminosas no Ceará desde a última quarta-feira, 2, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp-AC) monitora as ações das organizações criminosas que possuem braços no Acre. O objetivo é evitar que ações semelhantes aconteçam nas cidades acreanas. Das três que facções que comandam os ataques no estado nordestino, foram 161 até terça-feira, 8, duas delas têm atuação no Acre.

“Existe uma comunidade nacional de inteligência e nós estamos acompanhando com atenção os movimentos [das organizações criminosas no Ceará]. A princípio, percebemos um ambiente de calmaria aqui no estado e não há nenhum indicativo de que essas ações venham ocorrer aqui. Mas, mesmo assim, vamos manter esse monitoramento atentamente e acompanhar de perto a situação que ocorre no Ceará”, declara Paulo Cézar, secretário de Justiça e Segurança.

O secretário explica que o Estado tem uma política elaborada para enfrentar esse tipo de situação devido aos acontecimentos de anos anteriores no Acre, em 2016 e 2017 houveram ondas de ataques a ônibus, prédios públicos e residências em Rio Brancos e algumas cidades do interior. De acordo com ele, todos os órgãos que compõem o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp) já possuem planos de ação elaborados para eventualidades.

Ao ser questionado se os planos previam ações integradas, Cézar não quis dar detalhes. “Como se trata de uma matéria estratégica, ela carece de uma certa reserva quanto as ações planejadas neste sentido. Vamos manter esse monitoramento com outros órgãos de inteligência de diversos estados. Toda essa política já desenvolvida, com toda a orientação prévia já normatizada, é a forma de nos anteciparmos a qualquer tipo de ação”, enfatizou.

Operações nos presídios

Na última sexta-feira, 4, os três maiores presídios do Acre receberam uma megaoperação das polícias Civil, Militar, Corpo de Bombeiros, Batalhão Operações Especiais e agentes penitenciários. O pavilhão A do presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, o complexo penitenciário Manoel Nery, em Cruzeiro do Sul e o complexo prisional do Quinari, em Senador Guiomard foram os alvos da ação que realizou um pente fino nos locais.

Durante a operação, revistas nas celas apreenderam celulares, estoques, bebidas alcoólicas e drogas nas três unidades. Quando perguntando se a ação tinha alguma relação com a onda de ataques do Ceará, o secretário de Justiça e Segurança explicou que elas fazem parte de um planejamento já elaborado. “São ações rotineiras que fazem parte do procedimento operacional padrão, que é comum nas rotinas de fiscalização nos ambientes prisionais”.

Paulo Cézar lembrou ainda que o Estado tem uma política de prevenção em diversas áreas que que possam afetar diretamente o bem estar social. “Da mesma forma que o Corpo de Bombeiros tem plano de ação e prevenção para amenizar os danos de alagações, a Segurança adota a mesma postura quanto a eventos ordinários e extraordinários, como grandes festejos como fim de ano e outros, com todo um planejamento bem elaborado para execução”, finalizou.

Ceará

Há uma semana cidades do Ceará sofrem uma onda de ataques violentos coordenados por facções criminosas. Desde a última quarta-feira, 2, foram contabilizados ações violentas em Fortaleza em outras cidades do estado nordestino. Incêndios a ônibus, explosão de um dos pilares de sustentação de uma ponte em Fortaleza e até um ataque a Câmara de Vereadores da cidade de Icó estão entre as ações criminosas registradas desde a semana passada.

A onda de violência começou após o recém empossado secretário de Administração Penitenciária (SAP) do Ceará declarar que as fiscalizações nos presídios do estado serão reforçadas e que os presos não seriam mais divididos nas celas de acordo com o a facção a qual pertenciam. Após solicitação do governo cearense, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio de 300 homens das Forças Nacional, que chegaram ao estado no último sábado, 5.

Cai número de ataques no Ceará, diz Ministério da Justiça e Segurança

A Força Nacional começou a atuar no estado no sábado

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que caiu o número de ataques, em Fortaleza e região metropolitana, nas primeiras 24 horas de atuação da Força Nacional de Segurança Pública em apoio às forças policiais locais. As tropas começaram a atuar na capital do Ceará no sábado (5).

Houve 45 ataques na quinta-feira (3) e 38 no sábado (5). Segundo o ministério, ontem (6) foram registrados 23.

O planejamento das operações é feito pela Polícia Militar do Estado do Ceará. A Força Nacional permanecerá no estado por até 30 dias, prazo que poderá ser prorrogado.

São 330 homens e 20 viaturas que atuam no patrulhamento ostensivo, preventivo e repressivo em pontos importantes como terminais rodoviários e vias de grande circulação.

A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal intensificaram suas atividades no estado e o departamento Penitenciário Nacional (Depen) auxilia na identificação de infrações nas prisões.