Relatos de casos de ações de bandidos, tentativas de assaltos e ataques a veículos registrados no trajeto da rodovia BR-364 que leva ao Aeroporto Plácido de Castro, em Rio Branco, têm assustado a população.
A reportagem da Rede Amazônica Acre tentou contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Acre (Dnit), mas não conseguiu até a publicação desta reportagem. Já a Polícia Civil, informou que já tem conhecimento dos casos de assaltos e que, mediante às denúncias recebidas, já está trabalhando nas investigações.
No início dessa semana, um morador da capital que voltava do aeroporto pela rodovia foi surpreendido com um pedaço de madeira que foi jogado no para-brisa do carro dele. O motorista quase parou o carro, mas percebeu que era uma armadilha. Mesmo com o vidro trincado, ele achou melhor seguir viagem.
Esse é apenas um dos tipos de casos relatados na região. A falta de iluminação e a segurança estão entre as reclamações dos motoristas e também dos moradores da região.
Diariamente, centenas de motoristas passam pela região, principalmente nos horários dos voos noturnos que chegam e saem do aeroporto da capital acreana. O mecânico Marconde Andion diz que percorre todos os dias a rodovia para ir ao trabalho. Ele relata que no retorno para casa, na escuridão da madrugada, quase foi vítima de um assalto.
“Estávamos voltando do aeroporto às 3h15 e um elemento lá começou a jogar pedras, estava com um porrete e tentou assaltar a gente”, afirma.
A dona de casa Marineide Alves, moradora do bairro Custódio Freire, também se arrisca na estrada em meio à escuridão. A mulher esqueceu a carteira do transporte coletivo em casa e teve que voltar andando com o filho e enfrentar os perigos da rodovia.
Quanto a iluminação, a Prefeitura de Rio Branco diz que a responsabilidade é do Dnit. O departamento rebate e diz que a iluminação pública é atribuição da gestão municipal.

Quem aguarda transporte na parada de ônibus também corre riscos – Foto/Reprodução/Rede Amazônica Acre
“A estrada é toda escura, o matagal está cercando até o lugar onde o pedestre caminha e isso é perigoso”, reclama Marineide.
A mulher relata que, por conta da escuridão e da vegetação alta no meio-fio, um ciclista acabou morrendo no local. “O ciclista vinha na margem da rua e o carro ‘pegou’ ele por trás e o matou”, lembra.
Essa não é a primeira vez que a equipe de reportagem da Rede Amazônica mostra essa situação neste trecho da BR-364, mas até agora nada foi feito, de acordo com a população. O risco não é apenas para os pedestres. A dona de casa Rosimar Alencar conta que teve problema com o carro e precisou parar no meio-fio. A mulher ficou esperando por socorro no escuro.
Ao longo da estrada, até o aeroporto, um único poste com iluminação pública foi achado pela equipe de reportagem da Rede Amazônica Acre.
“A gente toma cuidado. Olha para os lados para ver se não tem ninguém querendo fazer mal a gente. Hoje em dia não temos mais controle das nossas vidas, principalmente nessa estrada que é escura além dos buracos”, diz Rosimar.
O risco é ainda maior para quem tem que ficar na parada à espera do ônibus. “Aqui na parada já teve caso de pessoas chegando em motos e assaltando de manhã cedo. Levaram o celular de uma mulher que estava na parada”, lembra a dona de casa Simone Santos.
Os motoristas de ônibus que trabalham a noite afirmam que se expõem aos riscos de assaltos. Jefson Oliveira lembra quando dois assaltantes se passaram por passageiros e já tinham feito um passageiro do Custódio Freire refém.
Ele conta que abriu a porta, pois não poderia deixar os passageiros fazendo sinal. Os assaltantes entraram, pagaram a passagem, foram para a parte de trá do veículo e fizeram um arrastão nos passageiros. O comparsa rendeu o motorista e anunciou o assalto.
“Só levantei as mãos e falei que podiam levar o que quisessem. Eles [assaltantes] pegaram o dinheiro no caixa, pegaram minha carteira, passei o celular e descerem em um ponto bem escuro”, lembra Oliveira.