Bombeiros não poderão fiscalizar o uso de veículos aquáticos nos rios do Acre

No início no mês de janeiro, representantes do Corpo de Bombeiros Militares do Acre (CBM/AC) se reuniram com o 9° Comando da Marinha, em Boca do Acre, AM, para tratar da possibilidade da corporação realizar a fiscalização do uso embarcações de lazer e motos aquáticas, uma vez que o Estado não possuiu uma Agência da Marinha.

Após algumas conversas conclui-se que não há possibilidades legais para a medida. “Em anos anteriores já tínhamos feito um contato para um convênio, o problema é que a jurisdição, na lei, de fazer a fiscalização é da Marinha, é uma missão constitucional deles, eles não podem delegar assim para um órgão estadual fazer”, explicou o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Batista.

Ainda segundo o coronel, o governo do estado está articulando a instalação de uma Capitania dos Portos no Acre, segundo ele, já existe inclusive um terreno destinado para tal. “Estamos tentando trazer uma agência fluvial para cá, já temos um local para eles ficarem”, afirmou.

Segundo o Corpo de Bombeiros o vice-governador Wherles Rocha irá se reunir com o Almirante em Manaus que é o responsável pelos distritos de Rondônia, Amazonas e Acre para enviar agentes para o estado.

Medida paliativa

Outra tentativa do Corpo de Bombeiros do Acre para fiscalizar e evitar acidentes como vem ocorrendo nos últimos anos, é trazer para o estado, nos dias que muita movimentação de veículos aquáticos e embarcações nos rios acreanos, agentes para fazer fiscalização, enquanto a agência fluvial não é implantada.

“Vamos ver alguns dias principalmente onde tem gente utilizando embarcações para lazer e nesses dias eles vem para cá e fazem o trabalho de fiscalização, enquanto não se implanta uma capitania aqui”, comentou Batista.

Ainda de acordo com o comandante, a solicitação foi encaminhada oficialmente, e a Marinha vai fazer um calendário e dará o retorno para que as ações aconteçam.

Atualmente no Acre, a Marinha do Brasil atua por intermédio da Agência Fluvial de Boca do Acre, responsável por atender a cidade de Rio Branco e mais 11 municípios acreanos e quatro do Amazonas; da Agência Fluvial de Eirunepé, que atende outros três municípios do Acre e três do Amazonas; e da Agência Fluvial de Cruzeiro do Sul, que abrange outros seis municípios acreanos.

Segundo dados da Marinha Brasileira, somente no ano passado foram registrados a abertura de nove inquéritos relativos a acidentes que ocorreram nos rios do Acre.

Polícia Civil do Acre investiga colisão entre motos aquáticas

A Polícia Civil intimou os envolvidos na colisão entre duas motos aquáticas, que acabou com a morte da jovem Maicline da Costa, 26 anos, ocorrida no último domingo, 13. De acordo com o secretário de Polícia Civil, Rêmullo Diniz, os condutores dos dois veículos não foram encontrados e que a intimação foi entregue a familiares.

A irmã da jovem, Hinauara da Costa, 21 anos, também deve ser chamada para prestar depoimento como testemunha ocular, já que estava presente no momento do acidente.

“Foi instaurado um boletim de ocorrência e, logo em seguida, já foi repassado para a Delegacia da Segunda Regional e buscamos intimar as partes para saber toda a contextualização”, afirmou o secretário.

Inicialmente o caso é tratado como homicídio culposo, ou seja, quando não há a intenção de matar. Porém, após os depoimentos e a perícia nos veículos, a tipificação do crime pode mudar, esclareceu Diniz.

“Uma vez que chega ao conhecimento Polícia Judiciária do Acre nós vamos instaurar um inquérito e apurar a conduta. Nesse momento tudo indica que tenha sido um homicídio culposo envolvendo jetskis. Na mesma forma do acidente terrestre o acidente fluvial também é apurado com base no Código de Trânsito Aquático, com as mesmas penalidades”, destacou.

O secretário confirmou que os veículos foram deixados na Marinha para que fossem preservadas as características que podem dar mais detalhes do acidente. Após a realização de perícia no local, o material deve ser apreendido.

A denúncia de que os condutores dos veículos teriam ingerido bebida alcoólica também vai ser apurada, assim como quem estava na lancha que prestou socorro à Maicline e como ela foi levada para o hospital.

“Se estivessem sob o efeito de bebida alcoólica, usando entorpecentes ou fazendo ‘rachas’ e colocando em risco tanto os usuários dos equipamentos e também dos demais banhistas isso pode mudar a tipificação. Lógico que isso vai depender da apuração dos fatos e vamos ouvir quem se identificou como usuário dos equipamentos e também das testemunhas que possam ter visto o acidente”, afirmou.

Ao longo de todo o dia, a equipe de reportagem tentou contato da Capitania dos Portos, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta sobre as investigações do caso.

O enterro da jovem aconteceu nesta segunda-feira, 14, sob comoção de familiares e amigos.

Com informações do G1/AC.

mpac

MPAC solicita apuração célere da morte de jovem após colisão entre motos aquáticas no Rio Acre

A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, solicitou à Secretaria de Estado de Polícia Civil, nesta segunda-feira, 14, a apuração célere e transparente acerca da colisão entre motos aquáticas que teve uma mulher como vítima fatal no último sábado, 12, nas águas do Rio Acre.

Segundo informações, a vítima, Maicline Borges da Costa, de 26 anos, que teve uma das pernas dilacerada na colisão, chegou a ser levada para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), mas veio a óbito horas depois.

“Também colocamos toda a nossa estrutura do Centro de Atendimento à Vítima (CAV, órgão do MPAC responsável pelo acolhimento da Mulher Vítima de violência) à disposição da família para que seja prestado todo o atendimento necessário nesse momento”, informou a procuradora-geral de Justiça que designará uma equipe do CAV para acompanhar a família

Ana Paula Pojo – Agência de Notícias do MPAC