Américo de Mello, uma testemunha, que através das suas lentes, registrou a história do Acre, faleceu na sexta-feira (28), vítima de uma parada cardíaca. O enterro aconteceu na tarde de sábado, 29. Ele tinha 91 anos e enfrentava vários problemas de saúde.
Tido entre os fotógrafos como pioneiro no ramo, ele foi o responsável pelos principais registros da história do Acre entre eles, um datado de 1962, quando fotografou o momento da assinatura da lei 4.070, que elevou o Território do Acre à categoria de estado.
Muito do seu trabalho está eternizado em forma de livro álbum intitulado ‘Encontro da História do Acre-Estado 50 anos’. A família recentemente realizou uma campanha para vender as unidades que sobreviveram à ação do tempo.
O objetivo era arrecadar recursos para manutenção de itens como cuidadores, medicamentos e afins. O livro também traz imagens da visita de personalidades como Mané Garrincha, durante visita ao Estado, a primeira turma do curso de Direito da Universidade Federal do Acre ou a visita em terras acreanas do rei Roberto Carlos, que ocorreu em 1971.
Perfil
Antônio Américo de Mello era natural de Independência (CE) construiu sua carreira como fotógrafo no Acre, onde chegou no ano de 1955. A projeção profissional se deu com a parceria firmada com o jornalista José Leite, com quem começou trabalhando para a revistinha “A Bola” e depois no jornal “O Rio Branco”.
Integrou a Associação dos Repórteres Fotográficos de São Paulo e atuou como delegado da Associação dos Repórteres Cinematográficos do Brasil no Acre. Mello também foi correspondente de importantes revistas brasileiras como “Placar” e “Integração”. Hoje, com mais de 50 anos atuando como profissional, orgulha-se de ser um dos primeiros jornalistas profissionais com registro no Ministério do Trabalho no Acre.
Sua obra fotográfica, que reúne mais de 50 mil trabalhos, registra desde os governos acreanos até a evolução arquitetônica da cidade de Rio Branco até 2012, constituindo um importante acervo para a história do Estado.