Almas desnutridas

Tenho vistos muitos casamentos sendo desfeitos, namoros chegando ao fim sem o mínimo de respeito ou pudor, muitas amizades indo por água a baixo e muita, mas muita gente padecendo de uma solidão sem tamanho.

Não estamos achando razões para ficarmos juntos, para mantermos relações, sejam elas amorosas ou não.

Não estamos conseguindo nos preencher com quem escolhemos viver, com as amizades que arrumamos e nem mesmo com os romances que chegam às nossas vidas. Para falar a verdade, não sei nem se há romance nos dias de hoje!

O fato de estarmos acompanhados não nos basta mais!

Antes fugíamos da nossa própria companhia para buscar no outro aquilo que não tínhamos condições de achar em nós. Agora nem isso!

Continuamos sós.

Não estamos achando alimento nas relações.

Não estamos mais nos nutrindo com aqueles que desejamos estar.

O casamento vem perdendo a graça porque depois da conquista, dos “trofeus”, não há mais o que se conquistar, as conversas acabaram ou se tornaram desinteressantes, o comodismo chega, o corpo perde a forma e tudo passar não ter mais tanto significado. O casal que se “amava” passa a viver como estranhos de baixo do mesmo teto.

Os namoros se perdem no caminho porque ninguém quer construir uma relação, não há mais conversas interessantes, o casal passa maior parte do tempo na internet e quando aparece “alguém melhor” a troca é feita sem sequer levar em consideração o sentimento alheio.

O sexo, que era para ser a nossa maior fonte de alimento energético, está cada vez mais nos deixando pior, pois quando procuramos dar mais prazer do que receber, não temos condição de alimentar e de nós alimentar.

Sexo por sexo não rola, desgasta e deprime.

E é por conta desse vazio que muitas mulheres choram, escondidas no banheiro, por não se sentirem preenchidas depois de irem para a cama com seus escolhidos.

Ninguém sai satisfeito!!!

Como consequência, muitos casais se desfazem e ficam pulando de galho em galho procurando por aqueles que possam lhe alimentar energeticamente com conversar construtivas e agregadoras, bem como buscando a satisfação pessoal para então compartilhar dessa mesma satisfação com o outro.

Falo tudo isso por mim…

Quantas vezes busquei mil e uma formas de agradar o companheiro na cama, quantas vezes menti a meu respeito para me tornar importante e ser percebida, quantas vezes deixei de fazer ou falar alguma coisa para não desagradar o outro ou minha família, e enquanto isso a minha alma ia ficando mal, passando fome de prazer, de expressão e de posicionamento.

E diante de todos esse contexto, que história eu tinha para compartilhar a meu respeito?

Que aprendizado minha caminhada havia me trazido a ponto de poder dividi-lo com o outro?

No que eu, agindo daquela forma, poderia agregar?

Como eu poderia fazer o outro crescer com a minha experiência de vida, se ela só se restringia em viver a história alheia?

E é aqui onde o bicho pega!!!!

O fato de ter vivido para o outro a vida toda, não me permitia ter experiências próprias a ponto de compartilhar e levar conhecimento.

Minha alma era vazia e desnutrida de mim mesma.

Era uma mulher completamente desinteressante…

Se eu era assim, como poderia alimentar aqueles com quem me relacionava? Que energia eu doava?

Depois que comecei a me priorizar, o conteúdo começou a aparecer, comecei a me aventurar no processo de cura e passei a ver a vida e a minha história através dos meu olhos e os relacionamentos começaram a florecer.

Decidi construi relações, levando o melhor de mim, a minha experiência de vida e valorizando aqueles aqueles que decidiram caminhar ao meu lado.

Como é bom ter história para conta e conhecimento para dividir.

Permitam-se olhar a si mesmos.


Orientadora e influenciadora holística da Casa Instante, do Centro de Resgate do Ser – A Casinha e idealizadora da página @mulheres_xamanicas