Mais de 150 condutores foram flagrados dirigindo sob efeito de álcool em Cruzeiro do Sul, no Acre

Abordagens foram feitas durante todo o ano de 2018, segundo dados do Pelotão de Trânsito

Durante o ano de 2018, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, a Polícia Militar f quase 40 operações para tentar barrar os motoristas que insistem em dirigir sob efeito de bebida alcoólica. De acordo com o Pelotão de Trânsito, foram mais de 2 mil abordagens resultaram na notificação de 165 pessoas que estavam ao volante sob influência de álcool.

As operações foram realizadas tanto nas estradas em torno da cidade, quanto na zona urbana e ocorreram, principalmente, em finais de semana. De acordo com o comandante do Pelotão de Trânsito, tenente Silva Lima, além do trabalho repressivo, a PM promoveu também ações educativas para evitar as punições de motoristas que bebem antes de dirigir.

“Tivemos tanto operações para barrar o veículo e multar aqueles que não estivessem observando o que Código de Trânsito determina, mas também fizemos operações nos bares onde levamos ao possível condutor do veículo que está sentado lá na cadeira com os amigos ingerindo bebida. Explicamos que caso ele fosse dirigir naquele estado qual seria a pena”, acrescentou Lima.

A maioria das pessoas notificadas não precisaram ser conduzidas para a delegacia. Foram 27 motoristas que pagaram somente a multa, 24 tiveram que ser encaminhados à delegacia e pagaram multa e fiança, e o restante recebeu apenas a notificação e teve que entregar o veículo para outro condutor, pois o teor alcoólico estava dentro dos padrões permitidos por lei.

O comandante do Pelotão de Trânsito avaliou que os números são considerados positivos, já que durante as operações foi observado que o condutor de Cruzeiro do Sul está mais atento às regras e muitos já evitam dirigir no dia em que está consumindo bebida alcoólica.

“As vezes fazemos blitz de Álcool Zero e de 80 pessoas abordadas e conseguimos flagrar uma ou duas. Mas, tem muita gente que quando vai beber já tem o amigo da hora. Em muitos casos, constatamos que o homem vai beber e dá a direção para a esposa, que não bebeu para voltar para casa. Isso tem sido muito positivo”, afirmou o comandante.

Álcool matou mais de 3 milhões de pessoas no mundo em 2016, aponta OMS

O consumo de álcool foi o responsável pela morte de mais de 3 milhões de pessoas no mundo em 2016, representando uma em cada 20 mortes. O alerta foi divulgado hoje (21) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório global sobre o consumo global de álcool e suas consequências adversas para a saúde aponta que os homens representam mais de três quartos das mortes. No geral, o uso nocivo do álcool causa mais de 5% das doenças no mundo.

Segundo a OMS, 28% das mortes relacionadas ao álcool são resultado de lesões, como as causadas por acidentes de trânsito, autolesão e violência interpessoal; 21% se devem a distúrbios digestivos; 19% a doenças cardiovasculares e o restante por doenças infecciosas, câncer, transtornos mentais e outras condições de saúde.

Mundialmente, o álcool foi responsável por 7,2% das mortes prematuras (de pessoas com menos de 69 anos) em 2016. Além disso, 13,5% mortes entre pessoas entre 20 e 29 anos de idade são atribuídas ao álcool.

A estimativa da organização é que 237 milhões de homens e 46 milhões de mulheres sofram com transtornos relacionados ao consumo de álcool, com maior prevalência entre homens e mulheres na região Europeia (14,8% e 3,5%, respectivamente) e na região das Américas (11,5% e 5,1%, respectivamente). O relatório indica que os transtornos por uso de álcool são mais comuns em países de alta renda.

“O álcool frequentemente fortalece as desigualdades entre e dentro dos países, dificultando a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que exige que as desigualdades sejam reduzidas. Danos provocados por uma determinada quantidade de bebida é maior para os consumidores mais pobres e suas famílias do que para consumidores mais ricos. Este padrão de maior “dano por litro” é encontrado para muitos prejuízos causados pelo álcool”, aponta o relatório.

Consumo

A estimativa da OMS é que 2,3 bilhões de pessoas consumam álcool atualmente. O consumo representa mais da metade da população das Américas, Europa e Pacífico Ocidental.

O consumo médio diário de pessoas que bebem álcool é de 33 gramas de álcool por dia, o equivalente a dois copos (cada um de 150 ml) de vinho, uma garrafa grande de cerveja (750 ml) ou duas doses (cada uma de 40 ml) de bebidas destiladas. A Europa registra o maior consumo per capita do mundo, embora esse tenha diminuído em mais de 10% desde 2010.

O estudo aponta que, nas regiões da África, Américas, Mediterrâneo Oriental e Europa, a porcentagem de consumidores diminuiu desde 2000. No entanto, aumentou na região do Pacífico Ocidental de 51,5% em 2000 para 53,8% hoje e permaneceu estável no sudeste da Ásia.

Perfil

Em todo o mundo, 27% dos jovens com idade entre 15 e 19 anos consomem álcool atualmente. As taxas de consumo são mais altas entre os jovens de 15 a 19 anos na Europa (44%), seguidas das Américas (38%) e do Pacífico Ocidental (38%). Globalmente, 45% do total de álcool é consumido na forma de bebidas alcoólicas. A cerveja é a segunda bebida em termos de consumo puro de álcool (34%), seguida do vinho (12%).

Por outro lado, o estudo indica que mais da metade (57% ou 3,1 bilhões de pessoas) da população global com 15 anos ou mais se absteve de consumir álcool nos últimos 12 meses.

A perspectiva da OMS é que até 2025, o consumo total de álcool per capita em pessoas com 15 anos ou mais de idade aumente nas Américas, no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental.

“É improvável que isso seja compensado por quedas substanciais no consumo nas outras regiões. Como resultado, o consumo total de álcool per capita no mundo pode chegar a 6,6 litros em 2020 e 7,0 litros em 2025, a menos que as tendências crescentes de consumo de álcool na Região das Américas e no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental sejam interrompidas e revertidas”, afirma o relatório.

O consumo de álcool entre as mulheres diminuiu na maioria das regiões do mundo, exceto nas regiões do sudeste asiático e do Pacífico Ocidental, mas o número absoluto de mulheres que bebem atualmente aumentou no mundo.

Ao todo, 95% dos países têm impostos sobre o consumo de álcool, mas menos da metade deles usa outras estratégias, como a proibição de vendas abaixo do custo ou descontos por volume. A maioria deles tem algum tipo de restrição à publicidade de cerveja, com proibições totais mais comuns para televisão e rádio, mas menos comuns para a internet e mídias sociais.