Delegado do AC acusa nova gestão de ‘caça às bruxas’ e é criticado por colega: ‘Argumentos vazios’

Cartas viralizaram, nesta terça-feira (29), em grupos de Whastapp

O delegado Alcino Junior acusou, em carta aberta, a nova gestão do estado de fazer uma verdadeira “caça às bruxas” tanto na Secretaria de Polícia Civil como nos demais órgãos. Conforme o delegado, o motivo seria “perseguição” em nome do que ele chama de ‘antipetismo’.

À reportagem, o delegado Alcino confirmou a autoria da nota e disse que foram posicionamentos dentro de um grupo fechado de delegados, que acabou vazando. O G1 não conseguiu contato com o delegado Roberth Alencar.

“Não é novidade para ninguém que a mudança na gestão tem gerado uma verdadeira ‘caça às bruxas’ não só na PC, mas também nos demais órgãos, tudo em nome do chamado antipetismo. O que impressiona é o oportunismo, a visão míope do atual governador e principalmente seu vice”, diz o delegado na carta.

Em contrapartida, o delegado Roberth Alencar também divulgou uma carta aberta criticando as declarações de Alcino. Segundo Alencar, alguns delegados acabam defendendo apenas interesses próprios em nome da classe. As cartas viralizaram em grupos de Whatsapp.

“Acredito que a tal ‘caça às bruxas’ é uma circunstância que está sendo usada por alguns que almejaram mais do que nunca cargos de chefia na Polícia Civil e como não conseguiram buscam desculpas para fundamentar argumentos vazios. […] Na verdade os ‘intocáveis’ não respeitam a maioria dos colegas”, afirmou Alencar.

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Divisão na Polícia Civil

Na carta, Alcino fala que a Polícia Civil não escolhe os investigados. “Não escolhemos alvos e, portanto, não podemos estar reféns de uma ‘lei da boa convivência’, onde é melhor fazer ‘vistas grossas’ para alguns segmentos, sob pena de termos sérias intervenções e total ausência de proteção, inclusive institucional”, diz.

O delegado critica o vice-governador Major Rocha e afirma ainda que as novas medidas estão causando uma divisão na Polícia Civil.

“A ausência de transparência, nítidas pessoalidades, perseguições, revanchismo e ódio, tem conduzido a PC à divisão, separação, desunião e um verdadeiro estado de perplexidade e ‘medo’ em todos os seguimentos”, fala.

Sobre uma divisão na Polícia Civil, o delegado Alencar rebate. “O discurso de que a Polícia Civil é desunida, separada, que existe medo, é desprovido de fundamento, até porque isso sempre existiu”, diz.

Eber acusa o coronel Kinpara por brecar projeto que beneficia militares da reserva

O deputado Eber Machado (PDT) acusou na manhã desta terça-feira (10), na tribuna da Aleac, o comandante da Polícia Militar, o coronel Marcos Kinpara por brecar um anteprojeto de lei de sua autoria para assegurar a todos os policiais militares e bombeiros militares do Estado do Acre, desde o ingresso na reserva remunerada, a utilizar a identidade funciona; na graduação posto ou patente atual ao correspondente a patente que consta em seus holerites.

Segundo Machado, os militares vão para a reserva remunerada com uma patente superior a que encerram a carreira na Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, mas suas carteiras funcionais permanecem inalteradas sem constar a promoção concedida pela corporação no momento da aposentadoria, fato que estaria causando constrangimento aos militares quando apresentam suas documentações em estabelecimentos comercias e bancos.

“É com muita tristeza e de certa forma decepcionado pelo lado pequeno nas pessoas que se acham grandes. Pessoas que se acham melhores que as outras. Dei entrada em um anteprojeto que não onerava, apenas alterava o estatuto da PM e Corpo de Bombeiros. Militares da reserve que diziam que eram humilhados quando procuravam instituições bancarias e mostravam a carteira funcional, mas no holerite constava outra função, mas a iniciativa foi rechaçada”, diz Eber.

Para o parlamentar, o comandante da PM estaria negando “um direito dos militares que passaram de 25 a 30 anos dedicando seus serviços a segurança da população. A informação que tenho e vou checar é que o responsável por este projeto não chegar a esta Casa é o coronel Kinpara. Tem locais do quartel da Polícia Militar que estão insalubres e fechados. Isso sim, aqueles que vivem sentados nas cadeiras poderiam estar administrando”, destaca Machado.

O deputado destaca que o anteprojeto é um tipo de valorização aos militares e evitaria certos constrangimentos “aos valorosos combatentes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros que teriam a graduação de suas patentes de aposentadorias claramente reconhecidas nas identidades funcionais. Infelizmente, por vontade de alguns que se acham superiores a esses grandes homens que dedicaram suas vidas à população, o projeto poderá ser engavetado”, finaliza Eber Machado.