Justiça Federal suspende reajuste de 21,29% na tarifa de energia do Acre

Decisão é liminar e cabe recurso. Energisa diz que não foi comunicada oficialmente

Com a decisão da 2ª Vara da Justiça Federal do Acre de suspender o reajuste de 21,29% na tarifa de energia, que entrou em vigor no último dia 13, os consumidores acreanos comemoraram a liminar que veta o aumento.

Proferida pelo juiz Jair Araújo Fagundes, a deliberação também determina que os usuários que já pagaram a fatura após o acréscimo entrar em vigor tenham o dinheiro devolvido por meio de desconto automático no talão.

Natural de Feijó, no interior do Acre, a atendente de telemarketing Pâmela Marques, 21 anos, diz que apoia a decisão. Morando sozinha em Rio Branco há três anos, ela comenta que apesar de o aumento ser significativo, nenhuma justificativa plausível e aceitável foi dada pela empresa ao anunciar o aumento. “A gente está pagando e não sabe o que está sendo pago e o porquê desse valor. Precisamos entender para onde está indo nosso dinheiro”, falou a jovem.

A determinação da 2ª Vara veio após as defensorias públicas do Estado e da União ingressarem com uma ação civil pública, no último dia 18, com pedido de tutela de urgência para barrar o reajuste. Em coletiva na tarde de quinta-feira, 3, logo após a divulgação da liminar, o procurador Celso Araújo Rodrigues, da Defensoria Pública do Estado, explicou que a decisão foi tomada por haver “vício de procedimento” no aumento, o que o torna irregular diante da legislação.

“Esse vício de procedimento consiste em uma falha. Não houve a notificação [sobre o aumento da tarifa de energia] do Conselho Estadual de Consumidores. Há uma lei federal que estabelece que esse conselho precisa passar por uma capacitação anual e não foi observado essa capacitação. Também não houve a realização de uma audiência pública, entendemos que isso é necessário e que tais faltas levaram ao vício de procedimento”, disse Rodrigues.

Pâmela Marques declara ainda que a liminar afeta positivamente as finanças dos consumidores e dá um alívio às famílias acreanas. “Moro sozinha e recebo um salário mínimo. E isso para manter as despesas de uma casa quase não dá ou não é suficiente. Aluguel, alimentação e contas precisam ser mantidos mensalmente. Com esse aumento da energia seria mais difícil manter as despesas, é muito melhor sem ele. Mesmo que o salário mínimo aumente, a inflação sobe o preço de tudo e desvaloriza o dinheiro. No fim, não compensa”.

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‘Providências judiciais cabíveis’

Por meio de nota de esclarecimento divulgada na quinta, a Energisa (antiga Eletrobrás Distribuição Acre ou Eletroacre) informou que ainda não foi comunicada oficialmente da decisão da 2ª Vara da Justiça Federal do Acre.

De acordo com a publicação, “assim que tomar conhecimento, a empresa respeitará e acatará a decisão do juiz, mas irá tomar as providências judiciais cabíveis”. Ao justificar o reajuste, a instituição alegou que em 2018 o custo da compra de energia no Brasil ficou muito caro, o que levou a reajustes nas distribuidoras de todo país.

“É importante frisar que, na fatura que os consumidores pagam para a Eletroacre, somente 30% são relacionados a custos de distribuição e os outros 70% são repassados integralmente para compra de energia, encargos, impostos e para outros agentes do setor, como transmissão e geração. Vale ressaltar que o custo da compra de energia no Brasil ficou muito alto em 2018 e impactou nos reajustes de todas as distribuidoras de energia”, finaliza a nota da Energisa.

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‘Ganha todo mundo’

Para o presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), José Adriano, qualquer aumento de tarifa, que também onera os custos de produção da indústria local em diversos setores de produção, deve ser muito bem justificado à população. Ele considera que o Acre já paga um preço alto pela localização geográfica. “Aumento de tarifa traz aumento nos custos dos nossos produtos, se o aumento for suspenso, ganha todo mundo”, enfatizou Adriano.

Rio Branco vai sediar o primeiro arraial vegano do Acre

Com o objetivo de divulgar mais os hábitos e costumes e reunir os adpetos deste estilo de vida, um grupo de veganos e vegetarianos de Rio Branco realizam na próximo sábado, 14, o primeiro arraiais Vegano do Estado. O evento acontece no casarão a partir das 16 horas.

A festa contará com um cardápio junino especial, são doces, biscoitos, charutos, espetinhos, caldos, farofas e até strogonoff tudo feito sem ingredientes de origem animal. O arraial terá ainda diversas atrações como a venda de bebidas, bingos beneficentes e shows artísticos.

Toda a arrecadação dos bingos beneficentes será destinada para Organizações Não Governamentais (ONGs) que fazem resgate de animais abandonados ou que sofrem maustratos em Rio Branco como a Sociedade Amor a Quatro Patas, Patinha Carente e Resgate Animal.

Os bingos terão as seguintes premiações: jantar vegano, jantar árabe vegano a domicílio, tatuagem, caricatura ao vivo, caricatura digital, ensaio fotográfico, massagem, sessão de reflexologia, sessão de auriculoterapia, limpeza de pele, consultoria em designer de interiores, banquinho em madeira e um bonsai.

A ideia surgiu através de um grupo de veganos que decidiram criar uma roda de conversas com pessoas adeptas do veganismo e vegetarianismo, durante os encontros mensais os participantes trocam experiências.

Já a atração musical ficará por conta de Diogo Soares e Lara Pontes. Além disso, p evento terá feira de artesanato, correio elegante, sebo e entre outras atrações.

Roda de conversa sobre veganismo e vegetarianismo

O veganismo é um modo de vida que busca excluir, dentro das possiblidades todas a formas de exploração e crueldade contra ao animais, seja pela indústria alimentícia, de vestimentas ou qualquer finalidade. Os que aderem a essa forma de viver possuem uma dieta baseada em vegetais e não utilizando alimentos de origem animal.

Paulo Tonon um dos organizadores do evento explicou sobre o surgimento do grupo. “O grupo na verdade é grupo de amigos que resolveu ajudar as pessoas que estão em transição, que querem conhecer mais sobre o assunto, e resolvemos fazer esses encontros para trocarmos experiências”. Explicou Tonon.

Arraial

Seis cidades do Acre em alerta contra surto de dengue

Um levantamento do Ministério da Saúde apontou que mais de dois mil municípios brasileiros estão em alerta para um possível surto de dengue, zika e chikungunya. Entre as regiões, estão 16 capitais brasileiras. No Acre, Plácido de Castro, Acrelândia, Brasileia, Manoel Urbano, Epitaciolândia e Sena Madureira estão classificadas como zona de risco para surto da doença.  Apenas Santa Rosa do Purus e Bujari estão em situação satisfatória e não correm risco de epidemia.

As chances de surto foram destaque nas seguintes capitais: Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Velho, Palmas, Maceió, Salvador, Teresina, Recife, Brasília, Vitória, São Luís, Belém, Macapá, Manaus, Natal e Goiânia. O levantamento mostrou que apenas três capitais estão com índice satisfatório: São Paulo, João Pessoa e Aracaju. Duas capitais seguem preocupantes, como Cuiabá e Rio Branco. As capitais Boa Vista, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Campo Grande não enviaram informações ao Ministério da Saúde.

De acordo com o governo federal, esse levantamento serve como um alerta para a necessidade de intensificar as ações de combate ao mosquito.

Segurança Pública do Acre identifica e prende grupo armado em Cruzeiro do Sul

Após intenso trabalho investigativo, a Polícia Civil do Acre, por meio do Departamento de Inteligência (DI) e núcleo da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (DECCO), identificou e prendeu na madrugada de ontem, sexta-feira, 31, em Cruzeiro do Sul, os autores de vídeo que incita violência.

O vídeo viralizou nas redes sociais e ao tomar conhecimento do conteúdo produzido, a Polícia Civil remeteu o material à perícia dando início ao processo investigativo, que identificou os componentes do bando que foram presos logo em seguida.

Em posse dos mandados cautelares, os agentes renderam o bando em uma residência localizada no bairro Vila Rica. No momento das abordagens os agentes encontraram em posse do grupo três pistolas calibre 380, uma escopeta de repetição calibre 12, munição, além de 81 tabletes de maconha.

Dois integrantes desse mesmo grupo são responsáveis por um assalto a um comércio no município e seis deles são responsáveis pelo roubo à residência de um empresário local. O grupo é composto por duas mulheres, seis homens e um menor e já responde por vários inquéritos policiais e seus membros são acusados de vários crimes que vão desde tráfico de drogas, homicídio, roubo e organização criminosa cometidos na região do Juruá.

“Nós conseguimos prender todo esse grupo que aparece em um vídeo incitando a violência. A população de Cruzeiro do Sul pode ficar tranquila que nós estamos em operação e não descansaremos. Nosso trabalho é devolver a paz e a tranquilidade à sociedade do Acre”, declarou delegado Elton Futigami, responsável pelas prisões.

Ação em Cruzeiro do Sul

Desde de a última quarta-feira, 30, forças policiais ocuparam as ruas de Cruzeiro do Sul em operação que conta com apoio de homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), militares do 6° Batalhão de Polícia Militar de Cruzeiro do Sul, Companhia de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e agentes da Polícia Civil e departamento de inteligência (DI).

As ações não tem data para acabar e além de todo esse efetivo, tropas do 61° Batalhão de Infantaria de Selva apoiam a fiscalização das rodovias que dão acesso à região do Juruá com abordagens e vistorias a veículos.

O apoio é resultado de acordo entre o governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, junto à 17ª Brigada de Infantaria de Selva que se uniu às forças de segurança do Acre na promoção da cultura de paz na região.

Até o fechamento desta edição, as polícias já haviam prendido 27 pessoas, acusadas de diversos crimes como assalto, homicídio e organização criminosa. Também foram apreendidas três pistolas, modelo 380, municiadas e uma escopeta de repetição calibre 12 além de recuperar produtos subtraídos de comércio e residências.