Líder comunitário cria ponto de alimentação para cachorros

Rio Branco tem pelo menos seis inciativas sociais de amparo aos cães e gatos de rua. A mais recente trouxe a capital do Acre uma ação que já é comum em cidades do Sul e Sudeste, que é a criação de pontos para alimentação de cães sem dono. O líder comunitário Arivaldo Mendes, o Ari, arrecada ração para abastecer o comedouro popular instalado na sede da Associação de Moradores do Conjunto Esperança (antigo Centro da Juventude) local frequentado diariamente por cerca de 30 cães que perambulam pelas ruas do bairro. “São 22 horas e está terminando evento do dia quando chega Antônia e o Pretinho para jantar agora é hora de ir embora obrigado Deus acompanhe com segurança até em casa”, clama o comunitário. Além da comida, o cão encontra água fresquinha de dia e à noite.

Iniciativas de amparo aos animais de rua tem sido cada vez mais frequente entre os acreanos. Andar pela cidade e encontrar cachorros de rua pelo caminho é algo muito comum. Algumas pessoas sentem medo, outras querem brincar, outras, ainda, acabam acolhendo um cãozinho que precisa de ajuda – como Maura Akino, que se intitula ´protetora dos animais´, cuidadora de dezenas de bichinhos que por algum motivo ficaram desamparados ou foram mal-tratados. O mais interessante de observar, porém, é o quanto todas essas coisas também são sentidas pelos próprios cães de rua.

Geralmente, cachorros de rua não nasceram por lá; ele pode ter se perdido do seu dono durante um passeio, pode ter escapado de casa e não conseguido voltar e, além disso, também pode ter sido abandonado pelos seus donos. Ainda pode acontecer de o cão ser filhote de dois cães que não foram castrados antes de se perderem. Em Rio Branco, o mau-trato é frequente.

O portal Cachorros de Rua dá dicas de como proceder ao encontrar um animal com aparência de abandono: “o primeiro passo ao se deparar com um cachorro de rua é procurar se ele possui alguma plaquinha de identificação. Se ele tiver, é interessante entrar em contato com o telefone indicado na plaquinha e avisar o dono que o seu cachorro perdido foi encontrado.

Caso o cãozinho não possua nenhum tipo de identificação, o ideal é procurar contato com algum canil, abrigo ou associação de proteção aos animais que você conheça. Esses lugares costumam se responsabilizar pela retirada da rua e abrigam o cão até que ele encontre um novo lar. Abrigos de cachorros são encontrados facilmente em qualquer cidade”.

Atender esse tipo de situação faz bem à alma, diz Ari, o líder do Esperança. “Eu me sinto bem e as pessoas também porque colaboram. E elas ajudam com ração de alta qualidade. Aqui a comida é boa e todo mundo está feliz”, relatou ele ao Repórter OPINIÃO. Para quem quer ajudar a amapar cães de rua há várias possibilidades. Além das campanhas anuais antirrábicas, o Centro de Zoonoses de Rio Branco, que faz parte da estrutura da secretaria Municipal de Saúde, executa vários serviços gratuitos para a população, como consultas e cirurgias de cães e gatos, de forma a garantir também a saúde humana. O Centro conta com veterinários e tem importantes parcerias, como a dos estagiários do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Acre e de associações protetoras dos animais. Ali, o interessado pode encontrar cães e gatos para adoção.

Os cães fazem parte da paisagem de Rio Branco desde os tempos da Revolução Acreana. O coronel Plácido de Castro, líder dos acreanos na guerra contra a Bolívia, só era visto na companhia de muitos cães.