Você se lembra da sua infância? Vamos lá, faça uma força! Jogar bola na rua, amarelinha, queimado (baleado), pique (manja) pega, ajuda, cola, estátua e bandeira, correr, saltar, subir em árvore, soltar pipa, andar de skate e patins, pular corda e elástico, polícia e ladrão, até guerra de papel higiênico molhado («não, pera,» essa só para os mais calmos), então, lembrou? Época boa! Pois é, agora olhe para o seu filho, sobrinho ou irmão mais novo e responda se ele já brincou ou brinca de algumas dessas brincadeiras? É fato que as gerações mais novas não se movimentam mais como a geração que hoje tem 25 – 30 anos ou mais. O movimento era algo tão natural que o pior castigo era não poder sair de casa e ter que ficar olhando ou escutando os amigos brincando. Tudo bem que hoje temos muita insegurança nas ruas, poucos parques, mais condomínios com poucos espaços, mas isso não pode impedir que as crianças se movimentem, principalmente porque sabemos que boa parte dessa falta de movimento se deve a quem cuida, ou seja, país e responsáveis.
O movimento é parte natural do cotidiano de crianças e jovens, e hoje precisamos empurrá-las para que sejam saudáveis e aí chegamos ao «x» da questão. Onde matricular meu filho para que ele possa ter os estímulos necessários para desenvolver com saúde? A resposta é, qualquer modalidade, desde que ela seja bem ESTRUTURADA. Como crianças trabalham com fibras e vias energéticas que fadigam menos e se recuperam mais rapidamente entre os treinos, não há motivos para se preocupar com a quantidade de dias de treino, elas devem ser estimuladas e de forma variada.
Lembrem-se, BRINCAR é uma coisa é TREINAR é outra, portanto, é de extrema importância que se avalie a qualidade do profissional que planeja e acompanha os treinos, saibam quem está cuidando de seu filho.
A maior Batalha do profissional de Educação Física não é o concorrente que oferece a aula disso ou daquilo, nossa maior luta é contra o comodismo, o sofá e a TV, o computador, é contra país sem tempo e permissivos, é de inclusão e aumentar a quantidade de horas e aulas de Educação Física nas escolas e a consequente evasão de alunos com atestados arranjados fora da escola! E mesmo o TREINO precisa ser prazeroso, então equilibrem expectativas e exigências!
Seguem alguns dados de pesquisas feitas com crianças e jovens
– Testes feitos em mais de 5.000 crianças de 9 a 12 anos em 1980 e 2006 verificou que os resultados em testes de FORÇA, FLEXIBILIDADE, AGILIDADE, VELOCIDADE, etc, são piores em 2006;
– 627.142 jovens que se alistaram no serviço militar em 1975 e 2015 foram testados em 12 minutos de corrida e a performance caiu 12%. Em 1975, um quarto dos avaliados conseguiam fazer mais de 3.000m no teste, contra míseros 6,5% em 2015. Já os que não percorriam 2.200m foram de 3,6% para preocupantes 25,9%;
– Outra pesquisa verificou que ter uma alta capacidade física aumenta em 2,5 vezes a chance de ser metabolicamente saudável, independente de obesidade, gordura visceral, etc;
– Há evidências que crianças ativas apresentam melhor função cognitiva, atenção e desempenho acadêmico.
Moral da história: Vamos colocar a galerinha pra se movimentar e criar neles hábitos e estilo de vida que os tornem adultos saudáveis e perfeitamente capazes de enfrentar esse mundão!
Grande abraço, bons treinos e é uma excelente semana pra você e para o «de menor» mais próximo de vocês!
Rodrigo de Almeida Rodrigues é Profissional de Educação Física – Cref: 1606-G/ACSócio – proprietário da empresa 2R Treinamento Funcional