Chuvas inesperadas aliviam a poeira em Boca do Acre, mas evidenciam a lama

As chuvas vieram quando ninguém esperava. Não foram demoradas, mas o suficiente para baixar, literalmente, a poeira que toma de conta de Boca do Acre, em especial do Platô do Piquiá.

Os poucos milímetros de precipitação pluviométrica, que caíram sobre o solo bocacrense na tarde de anteontem, segunda-feira (17), e ontem, terça-feira (18), são um alento para os moradores da cidade, que passaram a respirar fumaça e poeira, potencializando o surgimento de doenças respiratórias, além de outras complicações de saúde.

É rotina, nessa época do ano, ver o cidadão empunhando uma mangueira e aguando as ruas, tornando o solo mais úmido, o que ameniza a poeira. O motivo é que as vias urbanas, por estarem em estado de deterioração e constantemente receberem operações de tapa-buraco com barro, hoje estão mais parecendo estradas vicinais, do que uma simples rua que faz parte de um ambiente normal de uma cidade com o mínimo de estrutura.

Relato de dificuldade

Ninguém sabe o que é pior: lama com chuva, ou poeira sem chuva. Uma dona de casa, que não se identificar, mas é moradora do Piquiá, disse que prefere o período chuvoso, pois, segundo ela, a lama fica na rua, e não vem para dentro de casa, como acontece com a poeira, que amarrota roupas no varal, invade as casas e deixa o pó nos móveis, no chão, além de muito outros contratempos.

Presidente da CMBA cobra ações

A poeira também é questão de saúde pública. Que levantou essa questão foi a vereadora presidente da Câmara Municipal de Boca do Acre, Taísa Onofre, que usou as redes sociais para alertar para os risco da superexposição.”Inclusive tratando-se também de um problema de Saúde Pública, a questão da poeira em nosso município, eu coloquei em observação, que a inalação de partículas de poeira agrava o quadro de saúde dos nossos munícipes, notadamente os que sofrem com problemas respiratórios, principalmente as crianças e idosos, pois elas têm o potencial de originar vários quadros clínicos preocupantes”, alertou a presidente.

“Então, assim, nós sabemos que nós estamos no período dessas doenças respiratórias, um período de muita gripe, então, a poeira só vem como agravante”, completou.

“Sem falar que é muito constrangedor também para um comerciante colocar ali e expor sua mercadoria para vender e de repente tá ali aquele monte de poeira, vêm os clientes escolher, pegar pra levar pra casa e tá aquele poeirão terrível, e a gente percebe que não dá conta. Sem falar, dentro das casas das pessoas também, a poeira vai longe”, comenta.

“Um caminhão pipa, molhando as ruas todo tempo, eu acredito que seria muito válido”, indica a vereadora”, indica a parlamentar.