Os acadêmicos do curso de Libras da Universidade Federal do Acre (UFAC) realizaram na manhã da última segunda-feira, 17, no Haal do Centro de Convenções da instituição, a I Feira Cultural do Ensino de Libras.
De acordo com a professora do curso, Ianele Vital, o objetivo é mostrar a metodologia utilizada para o ensino de libras, que é a língua materna do surdo.
“Aqui, nos adaptamos jornais, materiais e contações de histórias. Estamos mostrando, inclusive, o trabalho dos alunos do quarto período que ensinaram o português como segunda língua para os alunos surdos. E eles fizeram toda uma adaptação”, disse.
Segundo a professora, esse é um momento ímpar para a universidade e a comunidade. “Nós promovemos cursos de Libras, por meio do Núcleo de Apoio a Inclusão (NAI) para envolver a sociedade e as pessoas conheçam essa língua. E é importante para o ingresso no mercado de trabalho e a língua em si tem que ser difundida”, disse.
Ana Cássia Pullig, 14 anos, está no nono ano do ensino fundamental regular, ela foi campo de pesquisa de um dos grupos do curso.
O trabalho com a adolescente teve o intuito de promover a língua portuguesa (L2) como segunda língua por meio do gênero literário ‘Rapunzel Surda’. Para despertar o interesse e gosto pela leitura, possibilitando o aprendizado da literatura visual através das imagens.
De acordo com os dados da pesquisa a participante demonstrou domínio da sua L2 com respostas objetivas e com uso de artigos. No entanto, apresentou dificuldades na escrita da palavra RAPUNZEL, não colocando a consoante N. Foi realizada uma segunda atividade com um caça-palavras onde tinha dicas sobre as palavras que deveriam ser encontradas. Assim avaliaram sua capacidade de compreensão e interpretação das narrativas e o resultado foi satisfatório.
O trabalho concluiu que há a importância do ensino da Língua Portuguesa para os alunos surdos. Principalmente utilizando métodos e recursos visuais que estimulem a leitura, interpretação e produção textual.
A mãe da adolescente, Golby Pullig, conta que atividades como essa servem para que haja a questão do pertencimento e identificação.
“A Cássia usa os dois idiomas, e usa o português muito bem. Ela se sente a vontade quando está no meio da comunidade surda e fica feliz, pois se sente em casa”, finaliza a mãe.