O estudo Cenário da Infância e Adolescência no Brasil, divulgado nesta segunda-feira, 27, pela Fundação Abrinq, revelou que 48.702 crianças de até 14 anos estão em situação de pobreza Acre. O Estado é o quinto no ranking da região Norte, ganhando de Roraima a Amapá. O número representa 49,9% do total da população de 0 a 14 anos vivendo em famílias cuja renda é menor que meio salário mínimo.
O percentual apresentava tendência de queda em 2014, mas voltou a subir em 2015. A criança que não tem seus direitos básicos garantidos não se desenvolve integralmente, diz o relatório da Abrinq. Quem não tem escola de qualidade não chega à faculdade e consequentemente não rompe o ciclo da pobreza, reproduzido de geração em geração. Quem não tem acesso a água sofre danos na saúde e quem não tem lazer não vivencia a plena infância.
Sem muitas opções, as meninas acreanas estão se casando cedo: em 2014, último ano com dados no estudo da Abrinq, 521 mulheres de 15 a 19 anos se casaram no Acre. Apenas uma menor de quinze declarou casamento.
Enquanto no Brasil o analfabetismo nessa população é de 8,4%, no Acre esse percentual é de 13,1%.
O relatório mostrou, por exemplo, que 70% das crianças de 0 a 3 anos não têm acesso às creches no Brasil. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, concluiu-se também o aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos no trabalho, na agricultura, indústria têxtil e frigorífica.